09 novembro, 2015

A NOITE DE MIGUEL.

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FC PORTO-VITÓRIA DE SETÚBAL, 2-0

Primeira Liga, 10ª jornada
dom, 8 Novembro 2015 • 18:15
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 32.211


Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)
Assistentes: André Campos e Pedro Felisberto
4º Árbitro: Bruno Jesus

FC PORTO: Casillas, Maxi Pereira, Martins Indi, Marcano, Layún, Rúben Neves (c), Danilo, Evandro, Brahimi, Aboubakar, Tello.
Suplentes: Helton, Varela, Osvaldo (59' Evandro), Herrera, Corona, André André (46' Rúben Neves), Imbula (73' Brahimi).
Treinador: Julen Lopetegui.

V. SETÚBAL: Lukas Raeder, Gorupec, Frederico Venâncio (c), Rúben Semedo, Nuno Pinto, Costinha, Fábio Pacheco, André Horta, Ruca, André Claro, Suk.
Suplentes: Miguel Lázaro, Uli Dávila (79' Gorupec), Paulo Tavares (67' André Horta), Hassan, Arnold (73' André Claro), Cléber Prado, Alexandre Garcia.
Treinador: Quim Machado.

Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: Aboubakar (70'), Layún (84').
Disciplina: cartão amarelo a Rúben Neves (11'), Fábio Pacheco (40'), Evandro (59'), Martins Indi (81'), Danilo (86').

Uma noite de desperdício completo. Este foi mais um jogo em que a finalização peca por defeito em contraponto com o caudal ofensivo que o FC Porto produz.

Depois de mais uma vitória e exibição condizentes na champions league, o FC Porto recebeu o V. Setúbal no seu reduto no regresso à Liga NOS. E o que se viu esta noite, é o que se tem visto por norma nos jogos internos. Os Dragões têm revelado algumas dificuldades em ultrapassar os adversários, tornando a tarefa mais complicada do que a demonstrada na champions league.

As equipas em Portugal apresentam-se sempre muito fechadas, muito bem organizadas e a fazer pressão em todo o campo. Ora, o FC Porto com o modelo de jogo que apresenta, dá-se mal com este tipo de equipas mas esta noite nem foi o caso. Foi a consequência do desacerto com as malhas que depois tornou o desafio mais complicado do que deveria ter sido.

Apesar da equipa do V. Setúbal ser um conjunto bem organizado, jogando com linhas muito baixas e contra-atacando apenas quando é possível, o FC Porto teve uma postura que fez com que o seu adversário nem sequer podia respirar. O caudal ofensivo dos dragões foi tal que ficou a sensação clara que não acertar com a baliza pareceu impossível.

As oportunidades surgiram umas atrás das outras e, neste capítulo, destacou-se Aboubakar que, pelo 2º jogo consecutivo, teve mais uma noite de desacerto completo. O camaronês sente que anda com maré de azar e isso foi visível mais tarde depois de ter aberto o caminho para a vitória.

Até ao intervalo, o rumo do jogo foi sempre o mesmo. Assalto à baliza sadina mas desacerto completo. Foi Aboubakar um punhado de vezes, Layún, Tello e Brahimi com óptimas oportunidades para inaugurar o marcador.

Na 2ª parte, Lopetegui operou uma substituição logo no reatar da partida. No onze inicial formado com um meio-campo Danilo-R. Neves-Evandro, o treinador basco alterou e colocou André André no lugar de R. Neves e o FC Porto passou a ter ainda mais presença ofensiva. O jogo tornou-se mais intenso mas o golo tardava em aparecer. Continuavam a ser desperdiçadas oportunidades incríveis de golo.

Aos 60 minutos, vendo que o marcador não desatava, Lopetegui retira Evandro e coloca Osvaldo no apoio a Aboubakar.

Até que aos 70 minutos, Miguel Layún decide abrir o livro. O mexicano, depois da grande exibição na última 4ª feira com um golo, inicia a jogada que iria proporcionar a Aboubakar o 1º golo da noite. Num cruzamento tenso para a área com o pé direito, Layún colocou a bola na cabeça do avançado camaronês e este fez o resto.

O ponta-de-lança azarado e desinspirado nos últimos jogos inaugurava finalmente o marcador e a forma como não festejou, mostrava realmente o que lhe ia na alma. Aboubakar precisar de sentir o apoio e o carinho dos colegas, do técnico e dos adeptos.

Mas eu quero destacar o lateral Layún. Que jogador que ali está para dar e vender. Um jogador que continua a provar jogo após jogo que merece ser contratado pelo clube em definitivo e já foi alvo de todos os elogios pela Europa fora. Defende muito bem, é rápido e é ofensivamente uma mais-valia, precisando de melhorar apenas o entendimento com o extremo que jogue à frente dele. Depois tem ainda dois pés absolutamente iguais o que lhe dá uma grande vantagem.

Se eu dei ao título da crónica, o título que dei, não foi por acaso. Porque a noite foi mesmo de Layún. Depois da assistência primorosa para Aboubakar, 14 minutos depois o mexicano com um remate fortíssimo colocou a bola na baliza dos sadinos. O resultado estava feito e a vitória alcançada.

O FC Porto podia ter saído com a goleada do campeonato no bornal mas a Lopetegui resta continuar a trabalhar para afinar a pontaria dos seus pupilos.

As competições vão sofrer novamente uma interrupção para compromissos enfadonhos e despropositados das selecções nacionais e regressam no fim-de-semana de 21 e 22 com o FC Porto a jogar a 4ª eliminatória da Taça de Portugal em Angra do Heroísmo, frente ao Angrense.




DECLARAÇÕES

Lopetegui: “Tivemos uma grande mentalidade”

Uma boa exibição, uma vitória justa (2-0), mas curta tendo em contas as várias e claras oportunidades que o FC Porto dispôs para construir um resultado mais robusto. Foi desta forma que Julen Lopetegui resumiu o jogo deste domingo frente ao Vitória de Setúbal, em que desde cedo os Dragões tomaram de assalto a baliza de Lukas Raeder, mas só chegaram ao primeiro golo aos 70 minutos.

"Já sabíamos que iriamos defrontar uma boa equipa, organizada, que tem 16 golos marcados, que nos ia criar dificuldades. A diferença foi que demorámos muito a acertar na baliza depois de muitas ocasiões de que dispusemos. Quando não se marca, os jogadores podem ficar nervosos e até ansiosos, mas a equipa soube manter a serenidade, ter uma boa postura e uma grande mentalidade e acabou por marcar dois golos ”, afirmou o técnico espanhol em declarações no final do encontro da décima jornada.

Para Lopetegui, a falta de eficácia marcou a diferença entre as duas metades da partida, porque a equipa “foi forte tanto na primeira como na segunda”: “Nos primeiros 45 minutos, jogámos com muita velocidade, corremos muito, tivemos 60 por cento de posse de bola, só nos faltou acertar na baliza. Fizemos um jogo muito bom em todos os aspectos, a equipa fez tudo o que tinha que fazer para vencer e, com a ajuda dos adeptos, conseguimos mais um triunfo importante e merecido", destacou o técnico espanhol, para quem o Estádio do Dragão “soube dar a energia que a equipa precisava e que, no futuro, vai continuar a precisar para continuar a ganhar jogos”.

O momento de forma de Aboubakar e Miguel Layún, os autores dos golos portistas, também mereceu um comentário do técnico espanhol. “Todos sabemos o que os golos significam para os avançados, mas o Aboubakar é útil para a equipa mesmo quando não os marca, porque ajuda a encontrar outros caminhos para o golo. O Layún é um jogador com quem estamos encantados, pela energia, pela entrega e pela qualidade que nos dá”, sublinhou Lopetegui.

Nesta 15.ª jornada da Liga NOS, os Dragões alargaram para 16 a série de partidas consecutivas sem sofrer golos em casa e bateram um recorde que durava desde 1994, quando Sir Bobby Robson era o treinador dos Dragões. O técnico basco voltou, no entanto, a desvalorizar os números, “porque não dão pontos”: “Temos que continuar a trabalhar, a melhorar, temos muito caminho e muito trabalho pela frente”, acrescentou.

No final da conferência, Julen Lopetegui foi ainda desafiado a comentar o episódio registado no jogo da jornada passada da Liga, entre o Sporting e o Estoril, em que Jorge Jesus se dirigiu ao quarto árbitro. “Eu sou treinador de futebol e o desporto tem valores concretos e muito importantes. Se há algo para se investigar, que se investigue. Os valores mais importantes do desporto são a honestidade e a competição limpa. Não tenho dúvidas disso”.



ARBITRAGEM




RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. Completamente de acordo.
    E Layún grande e excelente jogador. Gosto muito do estilo. Já sou admirador incondicional.
    Amigo, tenho uma coisa para te entregar. Ainda durante esta semana vou para os teus lados e telefonar-te-ei para ver se posso passar.
    Abraço.

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