18 outubro, 2016

SALVA A HONRA DO CONVENTO.


CLUB BRUGGE-FC PORTO, 1-2

Mais uma noite de sofrimento. Mais uma noite de uma equipa que dá longos minutos de avanço ao adversário e depois corre atrás do prejuízo. Só que desta vez os astros estavam com os Dragões e a vitória surgiu ao cair do pano, salvando a honra do convento.

Depois dos erros cometidos em Leicester com a escolha de um 4x4x2 que não resulta, Nuno Espírito Santo insiste no mesmo e faz lembrar Julen Lopetegui. A teimosia pode sair caro e esta noite não saiu porque 30 minutos chegaram para dar a volta ao resultado frente a uma das piores equipas desta edição da champions league.


O FC Porto entrou muito mal no jogo desta noite em Brugges. Aliás, nos primeiros 25 minutos de jogo, o FC Porto viveu momentos para esquecer. A equipa foi de uma banalidade atroz. Num 4x4x2 muito afunilado, os Dragões começaram o jogo praticamente a perder. Não conseguiam sair a jogar e sofreram o golo muito cedo, logo aos 12 minutos pelo inevitável Vossen.

Por outro lado, há outra coisa que parece não se ter percebido ainda. É que jogar na Choupana ou noutro local qualquer semelhante para a Liga NOS é completamente diferente de se jogar na Champions League.

O FC Porto tem uma escola num sistema 4x3x3 enraizado há décadas. Ter um sistema alternativo é útil mas é muito pouco para uma equipa que quer conquistar algo esta época.

O Brugges fez o que lhe competia. Defender bem e impedir que o FC Porto saísse a jogar. E, neste capítulo, nem foi preciso muito pois o futebol portista desgarrado, sem ideias e sem rumo, não foi problema para os belgas na primeira hora de jogo.


Nos últimos vinte minutos da primeira parte, o FC Porto subiu um pouco de produção. Criou duas oportunidades de golo mas não seria, com toda a certeza, com este sistema sem extremos que iria dar a volta ao marcador.

Regressados do intervalo, Nuno Espírito Santo mantém tudo como no início e começa a ver aos 60 minutos, o que muita gente já via desde a primeira parte.

O episódio de Leicester iluminou-se na cabeça do treinador portista. As entradas de Jesus Corona e Brahimi para os lugares de Herrera e Diogo Jota mudaram o jogo. O FC Porto passou a jogar futebol e a chegar com relativo perigo à baliza contrária.

Não foi um sufoco como em Leicester. Mas perante uma equipa fraca – vamos dizer as coisas como elas são – que tinha tão só perdido em casa por 0-3 com o Leicester e 4-0 em Copenhaga, os Dragões tentaram a baliza contrária com mais intensidade do que na primeira parte.

Com o regresso ao 4x3x3 que caracteriza a equipa e dá sentido ao futebol azul e branco, os Dragões acabaram por chegar ao golo do empate numa transição rápida. Layún desmarcado sobre a meia direita do ataque portista, correu até perto da entrada da área e rematou colocado, obtendo um golo de belo efeito sem hipóteses para o guarda-redes belga.

A partir daí, só se viu PORTO. A equipa portuguesa abafou o Brugges que passou os últimos vinte minutos a perder tempo e a jogar para trás e para o lado.


E quando toda a gente esperava um empate que deixaria as coisas algo tremidas para os azuis e brancos, Corona tira um coelho da cartola. Na direita, entrou na grande área e foi rasteirado por um defesa contrário.

André Silva, chamado a marcar a grande penalidade, marcou com classe o 1-2 para o FC Porto. Estava a decorrer o mágico minuto 92.

Tanto sofrimento, tanta balbúrdia, tanta invenção, demasiados erros estratégicos e incompetência durante 2/3 do jogo poderiam ter custado muito caro ao FC Porto.

Para quê inventar? Para quê querer alterar o que se sabe que é o caminho a seguir? Ah e tal, na Choupana jogámos assim… E depois? Leicester não chegou? Isto é a Champions League. Aqui há que ser competente, bastante rigoroso e revelar maturidade e experiência.
Numa prova tão curta a pontos, qualquer ponto perdido, pode fazer a diferença. Sr. NES faça favor de não inventar.

Destaques finais para o imperial Marcano que esteve soberbo na defesa, para as entradas de Brahimi e Corona que vieram mudar o jogo, com relevância para o mexicano e para a grande classe de André Silva no momento da grande penalidade.

Pela negativa, registo as opções de Nuno Espírito Santo e o jogo portista durante 60 minutos.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Demonstração de uma equipa que não se rende”

O FC Porto venceu o Clube Brugge (2-1), na Bélgica, e relançou-se na luta pelo apuramento no Grupo G da Liga dos Campeões, somando agora quatro pontos. Para Nuno Espírito Santo, foi a força do coletivo portista que permitiu a importante reviravolta diante dos belgas, que no dia 2 de novembro (19h45) visitam o Estádio do Dragão, na quarta jornada da prova milionária.

Força e crença
“Acima de tudo, foi uma demonstração de uma equipa que não se rende e que acredita até ao fim. Não entrámos como pretendíamos e sofremos o golo um pouco por demérito nosso, numa situação que devíamos ter evitado. O golo sofrido teve como efeito uma boa reação, a equipa reagiu bem, empurrou o adversário para meio-campo e tomámos conta do jogo. Na segunda parte demos uma ideia mais perto do que pretendemos, de uma equipa dominadora, que quer continuar procurar o ataque e os jogadores acreditaram que era possível chegar ao empate e depois à vitória. A equipa mostrou que sabe como procurar os resultados.”

Banco a render
“Os jogadores que entraram, entraram bem e ajudaram a equipa a manter uma grande intensidade ofensiva. Fizeram um bom trabalho e foram importantes para alcançarmos o nosso objetivo, que era a vitória.”

Vitória do coletivo
“O André Silva tem marcado os penáltis e está de parabéns por isso, mas realço o trabalho de toda a equipa. Não foi a primeira vez em que estivemos numa situação complicada e demos a volta. Isso diz muito sobre o caráter da equipa.”

Matemática
“Temos mais três pontos e esse era o grande objetivo. Sabíamos que não tínhamos margem de erro. É de congratular a equipa pelo crescimento e progresso que tem tido ao longo da época.”



RESUMO DO JOGO

6 comentários:

  1. Não quero entrar na crítica fácil ao treinador pq isso tem sido o filme mais visto nos últimos tempos, mas Nuno começa a parecer curto para aquilo que precisávamos para esta época. Até começou bem, e com inteligência, ao criar um onze base desde a pre-época e que iniciou a época com resultados positivos. Depois veio a febre do 4-4-2 que descarateriza tudo o que é o FCP e a sua base. A equipa precisa de estabilidade, de vitórias e não me parece que será com este sistema que maior parte dos jogadores não domina nem entende. Depois e apesar de ser inconstante, e um crime ter Corona no banco, é daqueles que agita o jogo, que faz golos e que cria situações para os outros marcarem, será porque não tem o mesmo empresário que outros ? Continuamos a jogar feio, com um tipo de jogo básico e fora da nossa realidade, com jogadores como Danilo, Oliver, Otávio, Corona, até Brahimi, André Silva é um crime inventar tanto e não jogar com os melhores nas suas verdadeiras posições. A sensação que tenho é que começamos os jogos sempre sem saber o que fazer, pode ser coincidência mas ontem quando mudou por volta dos 60 min o jogo virou por completo. Destaco também Marcano que mostra que com um central mais seguro e concentrado ao lado pode ser um jogador importante e sem aquelas falhas da época passada. Ao Nuno só peço uma coisa, que acorde, que se deixe de complicar e que com a experiência que tem do clube apenas se preocupe em passar aos jogadores o que é ser Porto. Nem tudo é mau, e é de destacar que agora a equipa até pode jogar mal, mas na generalidade os jogadores têm acreditando e lutado até ao fim.

    Silva

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  2. Estou confuso! Então o 4-4-2 que nos tem dado algumas das melhores exibições da época, já não resulta?
    Então, e se o Nuno tivesse entrado com o 4-3-3 e o resultado ao intervalo fosse o mesmo. Que diria o 4Lusos?
    Que o Nuno andava a inventar e em equipa que ganha não se mexe?

    Teimosia?
    Muito pelo contrário. O que mais me agradou do jogo de ontem, foi precisamente ter visto um treinador a ter a noção que errou na abordagem táctica ao jogo, soube mudar, e mudar bem!
    A capacidade de ler o jogo e efectuar mudanças positivas ao desenrolar das ocorrências tinha sido, até agora, um dos grandes pontos fracos do NES, pelo que só posso estar satisfeito com este upgrade. Espero que seja para manter.

    Quanto à discussão do 4-4-2 ou 4-3-3, a única coisa que tenho a dizer, é que quantos mais sistemas tácticos e dinâmicas estiverem interiorizados pelo plantel, mais fáceis são efectuar mudanças conforme as vicissitudes do jogo. O resto é folclore. Ponto final.

    Lembro que os campeões são aqueles que chegam ao fim de uma competição com mais pontos do que os restantes. Não têm de ser forçosamente aqueles com jogo mais bonito, sistema mais inovador ou sequer melhores jogadores. O importante são as vitórias. Se a jogar bem, muito melhor.
    No jogo de ontem não estivemos brilhantes a nível exibicional, contudo cumprimos o primeiro e segundo objectivo. Vencer e ganhar dinheiro. É bem preferível assim, do que o inverso, não acham?


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  3. Segundo o Hugo e como o NES erra sempre, no próximo encontro vai jogar de incicio com Oliver, André André e Ruben Neves. Aos 60. 72 e 88 entram Herrera, Brahimi e Danilo. para o lugar dessas 3 lesmas, et voilá, acertou 2 vezes nas substituições.

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  4. "Depois dos erros cometidos em Leicester com a escolha de um 4x4x2 que não resulta,"

    Na Choupana o FC Porto jogou em 442 e fez provavelmente o melhor jogo da época.

    Com o Copenhaga em casa o FC Porto iniciou o jogo em 433 e fez um jogo miseravel.

    As coisas não assim tão simples...

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  5. O Brugges não vale nada, é uma equipa fraca (apesar de ser o campeão belga em titulo) mas jogar na Choupana não é o mesmo que jogar na Liga dos Campeões...
    Afinal em que é que ficamos?

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  6. Entraram Brahimi e Corona, tardiamente. Mas NES não mudou nada, não operou as substituições...!!! O mentor da mudança foi.... RUI BARROS! O "pequeno" Rui Barros sabe mais sentado que... 3 NES de pé!

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