01 abril, 2017

NA LUTA ATÉ AO FIM.


sl benfica-FC PORTO, 1-1

Jogo apelidado como decisivo há mais de 15 dias, deixou tudo na mesma na frente da classificação. Com uma pequena diferença que poderá ou não fazer a diferença: o FC Porto deixou de depender de si para chegar ao tão almejado título. Faltam 7 jornadas para cumprir e aos Dragões não basta vencerem os seus jogos. Terão de, pelo menos, esperar por um empate do adversário desta noite.


No entanto, o empate pode ser considerado um mal menor, tendo em conta a forma como decorreu o jogo. O FC Porto apresentou-se no estádio da Luz com um 4x3x3, com o intuito claro de vencer a batalha do meio-campo. Mas o jogo não começou de feição para os portistas. O adversário teve uma entrada forte e surpreendente. Os Dragões ressentiram-se disso e aos 7 minutos de jogo já estavam a perder através de uma grande penalidade superiormente convertida por Jonas.

Num lance conduzido pelo artista de circo Jonas, o avançado vermelho entrou na área, desviou a bola de Felipe e depois autenticamente procurou o contacto com o defesa central portista. O jogador azul-e-branco, apanhado de surpresa, acabou por cometer a falta. Direi que é uma grande penalidade “cavada” por um espertalhão que, aproveitando o contacto com Felipe, lançou-se contra as suas pernas. Um lance que suscita bastante polémica, atendendo a que Jonas foi, como disse, autenticamente, procurar a falta.

Há quem seja a favor de ter existido grande penalidade, há quem não seja. Eu digo que é grande penalidade mas bem “cavada” por um artista ordinário que, além deste lance, andou a provocar o treinador Nuno Espírito Santo e tentou “cavar” nova grande penalidade na segunda parte. Tenha vergonha!


Após o golo, o FC Porto a pouco e pouco começou a libertar-se da pressão a que estava submetido. A resistência ao futebol apoiado por parte dos vermelhos, com pressão sobre o portador de bola e rápida reacção à perda da mesma, dificultou muito a vida ao Dragão. Era necessário arrepiar caminho e encontrar formas dos Dragões soltarem-se das amarras do adversário.

Neste capítulo, Brahimi e Óliver conseguiram aos poucos fazer subir a equipa e obrigar a equipa contrária a recuar no terreno. O argelino começou a desenvolver o futebol mais pelo meio e ia, aqui e acolá, criando alguns embaraços aos vermelhos.

Nesta fase do jogo, cerca dos 20 minutos, os portistas já controlavam o jogo com paciência, mas também com cautelas. O adversário passava a jogar em transição, procurando a velocidade de Rafa (que flop de 18 milhões!!!) e de Salvio. Mas os azuis e brancos continuavam a trilhar o caminho até ao golo, pausadamente e sem precipitações.

Aos 36 minutos, Brahimi na cobrança de um livre directo, obrigou Ederson a desviar uma bola para a linha final com as pontas dos dedos e o intervalo acabaria por chegar pouco tempo depois, sendo bom conselheiro.


O primeiro tempo acabava com a equipa vermelha a ter supremacia pela melhor entrada no jogo e com os portistas a reporem o equilíbrio gradualmente para encararem a etapa complementar da melhor forma. E foi o que aconteceu.

Aos 49 minutos, o FC Porto repunha a igualdade na partida. Numa jogada de Brahimi pela esquerda, permitiu ao argelino cruzar para a área, a bola sobrou para A. André que, à segunda vez, cruzou para o coração da área. Soares amorteceu para Maxi e este não se fez rogado. Atirou colocado ao ângulo inferior direito da baliza contrária.

A partir deste momento, o árbitro escalonado cirurgicamente para este jogo, começou a inclinar o campo. Qualquer iniciativa atacante do FC Porto era prontamente cortada com faltas habilidosas e cirúrgicas ou então através de foras-de-jogo mal sancionados da parte de Xistra e seus pares. Era preciso ter cuidado para não afrontar o inferno da Luz (inferno só se for para ele – Xistra –, porque para o FC Porto é como estar num verdadeiro salão de festas). Apesar disto, os Dragões estavam determinados a não voltar a sofrer golos e, se possível, marcar outro.


Aos 59 minutos, poderia ter surgido o 1-2, caso Soares tivesse dado o melhor seguimento a uma jogada em que, lançado em profundidade por Danilo, não conseguiu concluir da melhor forma, permitindo que Ederson fosse mais lesto a chegar à bola. Com o 1-2, o que teria sido o jogo? Não sabemos.

Depois deste lance, o FC Porto recuou no terreno e a equipa vermelha voltou a ter o ascendente da partida. Foi a vez de Iker Casillas demonstrar porque é que ainda é um dos melhores guarda-redes da Europa. Aos 62 e aos 73 minutos salvou a sua equipa de sofrer o 2º golo, quiçá, contribuindo com um precioso ponto para a conquista do título.

Nuno Espírito Santo refrescou o ataque com as saídas de Corona, Soares e Brahimi e com as entradas de Jota, André Silva e Otávio. O meio-campo e a defensiva portista foram obrigados a um jogo bastante desgastante mas que valeu a pena, mantendo o FC Porto a um ponto da liderança e preparado para a luta até ao fim da Liga.

O FC Porto recebe o Belenenses na próxima jornada, jogo que inicia o ciclo final de 7 jogos, o primeiro de sete vitórias obrigatórias.


Nota final para o árbitro da partida.

Ouvi e li muitas coisas durante a semana sobre a nomeação do árbitro da partida. Carlos Xistra, árbitro que já não arbitrava um clássico há quase uma década, regressou aos grandes jogos. Conhecido pelas suas decisões polémicas e incrédulas, o árbitro da Covilhã não se fez rogado com o FC Porto em termos disciplinares e técnicos. Mostrou 5 vezes a cartolina amarela aos Dragões e, por duas vezes, deixou-a no bolso em relação aos jogadores contrários. Um deles foi Pizzi que, mais uma vez, de uma forma fantástica, escapou incólume ao 5º amarelo.

Xistra esteve também mal auxiliado na segunda parte num fora-de-jogo mal tirado a Diogo Jota quando este se escapava para a baliza e após o golo do empate, tratou de inclinar o campo a favor dos vermelhos. Cada queda dos jogadores de Lisboa, era assinalada falta, ao contrário das muitas infracções cometidas sobre os portistas, vistas quase sempre pelo árbitro como inexistentes. Assim é fácil a uma equipa proteger a sua baliza e atacar com todo o conforto, sabendo que no sector defensivo pode-se fazer jogo faltoso sem ser punido por isso.

É a isto a que eu chamo de arbitragem habilidosa. E Xistra sempre foi um árbitro habilidoso. Teve influência directa no resultado final? Não. Teve influência no desenrolar do jogo na 2ª parte? Teve.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Vamos ter que trabalhar e lutar até ao fim”

Má entrada, boa reação
“Entrámos mal e o Benfica apareceu demasiadas vezes na nossa área. Faltou-nos a bola para controlar o jogo e ficámos em desvantagem numa grande penalidade. A partir daqui, a equipa mostrou personalidade e a vontade que tinha de dominar o jogo, mas em alguns momentos faltou-nos profundidade. Mas foi uma demonstração clara do que queríamos fazer aqui. Conseguimos o empate no início da segunda parte e, a partir de certa altura, soubemos defender. É um empate que nos mantém na luta e todos sabemos que a luta será até ao fim.”

Ainda há muito para jogar
“Qualquer que fosse o resultado, nada ficaria decidido, pois ainda faltam sete jornadas. O campeonato é muito competitivo e sabemos que temos de ser muito fortes, mas o nosso pensamento é jogo a jogo. O processo de preparação deste jogo começou logo depois do jogo com o Vitória de Setúbal. A partir de agora vamos já preparar o próximo. Dos onze que iniciaram o jogo com o Benfica, nove trabalharam connosco durante estas duas semanas”

Tudo em aberto
“Estamos tristes, pois viemos aqui com a vontade de conquistar os três pontos. É um resultado que não muda nada e que nos deixa na mesma posição. Vamos ter que trabalhar e lutar até ao fim.”


Arbitragem
“Sofremos faltas que não foram assinaladas e, a mim, preocupa-me esse desnível nas decisões. Quanto ao penálti sobre o Jonas, é penálti.”

A entrada maldosa de Jonas
“Tenho 1,90m e 105 quilos. É muito difícil derrubarem-me.”

Demora na entrada dos adeptos do FC Porto
“Não se entende após 40 minutos do início do jogo. Não se entende. O nosso agradecimento a todos os que ficaram de fora e aos que nos apoiaram ate ao fim. Esta ligação entre os nossos adeptos e a equipa é fundamental.”

Um grupo de jogadores “muito forte”
“Todos têm dado uma resposta muito boa. Para a equipa técnica é muito bom saber que vamos preparar o próximo jogo com todos os jogadores, totalmente comprometidos com o nosso objetivo de sermos campeões nacionais. Conseguimos levantar-nos de um momento mau, no qual somámos muitos empates. O FC Porto tem um grupo muito forte de jogadores, que querem muito ajudar a equipa. Não há nomes nem individualidades, é o FC Porto.”



RESUMO DO JOGO

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