17 janeiro, 2019

ODORES NATALÍCIOS.


Nesta primeira incursão bloguística de 2019, inflacionada por umas saborosas férias natalícias, tenho a declarar que a publicação de hoje será mais destinada a apreciadores de um Roquefort ou Gorgonzola, tal a quantidade de bolor e odor, que nela estará incluída.

Perdoem-me os detractores destas iguarias queijísticas - como eu - mas temas há, que não dá para olhar para o lado e esquecer.

O principal deles, a decisão da Juíza Ana Peres em não levar a SAD Benfiquista a julgamento, no que respeita ao processo E-Toupeira.
Numa época do ano, em que as atenções se concentram na azáfama de prendas, repastos e viagens, a atenção mediática e popular para esta decisão foi deveras ligeira, roçando o residual. Muito haveria a debater sobre ela, a começar pelo conveniente adiamento da decisão para esta data. Da própria decisão instrutória, bastaria a seguinte frase, e passo a citar "Os factos atribuídos a Paulo Gonçalves não podem ser imputados directamente à SAD do Benfica...[pois] não faz parte dos órgãos sociais da pessoa colectiva, nem representa a pessoa colectiva", para acusar a dita juíza de impreparação, ou incompetência, acreditando na boa fé e imparcialidade da Justiça. Pois é público e conhecido, que Paulo Gonçalves representava a SAD benfiquista nas reuniões da Liga de Clubes

Contudo, o mais chocante disto tudo, não é a incompetência, cobardia ou interesse da Juíza Ana Peres em não levar a SAD benfiquista a julgamento. Chocante mesmo, foi o ensurdecedor silêncio da SAD Azul e Branca, resumida a uns amorfos e insignificantes comentários de FJ Marques.

Que porra é esta? Onde está o homem capaz de marchar sobre a Capital do Império por causa de uma simples sanita? Onde está um administrador pago a peso de ouro, que em tempos até já foi Ministro da Administração Interna? Onde está alguém que há mais de 20, ou 30, anos parece estar no FCP apenas para assinar a declaração de rendimentos anual? Onde está o responsável jurídico da SAD?

Ninguém?


Outro interessante evento que ocorreu em período de paz e amor festivo, foi o jogo que opôs encarnados do sul a encarnados do norte, saldado por um 6-2 final.
Rejuvenescendo uns bons 30 anos, para um período de inocência e ingenuidade há muito perdido, vou acreditar que tudo correu magnificamente bem a sulistas, mesmo estando na altura mergulhados em severa crise exibicional e de finalização, e tudo correu mal a nortenhos, mesmo tendo na altura uma defesa quase inexpugnável.
Ao contrário do que podem ser levados a crer por esta insinuação, não me acredito que o slb tenha cometido qualquer irregularidade, ou acto de corrupção, para este jogo em concreto. A minha incredulidade e desconfiança na veracidade do resultado, deve-se à subserviência por parte de presidente, treinador e alguns atletas bracarenses, que não colocaram o empenho necessário - dentro e fora do campo - à importância do desafio em causa. É incompreensível ver, no final da partida, um treinador acomodado e resignado, por ter apanhado meia-dúzia e ser ultrapassado na tabela pelo adversário desse dia. Não há desculpas? Vergonha? Frustração? Se nos lembrarmos do mau estar deste mesmo treinador quando, por números mínimos, perde connosco, dá muito que pensar e perguntar...


Dos recentes jogos azuis e brancos, é notório que a chama tem vindo a esmorecer. Para o jogo do Estádio do Mar, Sérgio Conceição esteve bem em fazer descansar vários jogadores nucleares. Só assim poderemos recuperar algum fôlego físico e exibicional. Melhor esteve ainda, na atitude que incutiu para o início da contenda, com vontade de resolver o jogo cedo. Inadmissível foi o que se viu depois de atingido o golo. Uma equipa apática, errante, a deixar passar os minutos, atitude agravada pelo experimentalismo de pré-época que o treinador decidiu fazer na 2ª parte. Estando o resultado na margem mínima, correr este tipo de riscos num jogo a eliminar, é de uma loucura injustificável. Ontem acabou por correr bem, mas espera-se outro tipo de inteligência num treinador do FC Porto. Faço votos que Sérgio Conceição tenha aprendido a lição... e não a repita!


Para finalizar, não podia deixar de referir Pepe. Um excelente jogador, dos melhores centrais do mundo. Infelizmente, veio reforçar a zona do terreno que menos reforços necessitava. Não só Felipe e Militão têm constituído uma dupla que ombreia com as melhores da história portista, como até o próprio Mbemba parece ser uma alternativa bem credível. Com a sua qualidade e nome, Pepe não vem para ficar no banco. Provavelmente a fava recaíra em Maxi, com a mais do que provável adaptação de Militão ao flanco direito. Contudo, enquanto tentamos criar uma defesa de nível mundial, a nossa frente de ataque continua ao nível de uma equipa do meio da tabela. Se Hernâni tem vindo a crescer na época, e justificando ser uma boa alternativa de banco, André Pereira desperdiçou (mais) outra oportunidade e Fernando Andrade esteve longe de convencer como reforço. De Adrian já nem falo, mesmo estando na sua melhor época de azul e branco. Duvidando que o perdulário Aboubakar venha a conseguir atingir um mínimo de forma esta temporada, o nosso ataque resume-se a Tiquinho Soares e Marega. Avançados interessantes, com estilos diferentes, mas muito longe da qualidade exigível para uma equipa de topo. Para quando um reforço VÁLIDO para a frente de ataque? Sérgio Conceição e o FC Porto bem que agradeciam!

Cumprimentos Portistas.

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