29 maio, 2010

ANDRÉ

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Utilizando este espaço para lembrar grandes jogadores e outras personalidades que passaram pelo Futebol Clube do porto, não podia faltar aquele que foi, para mim, um dos melhores (senão o melhor) médios defensivos (trinco) que vi jogar no Porto.

António dos Santos Ferreira André nasceu no dia 24 de Dezembro de 1957 em Vila do Conde (Caxinas). Oriundo de uma família de pescadores, André andou entre os 10 e os 16 anos no barco do pai mas, o destino da vida havia de o levar ao futebol. Começou nos escalões de formação do Rio Ave com 14 anos mas só conseguia ir aos treinos quando o tempo não permitia que fosse para o mar. Aos 17 anos assinou pelo Varzim o seu primeiro contrato profissional deixando a pesca definitivamente e ajudando a sua equipa a subir de divisão. Um desacordo de verbas no ano seguinte fizeram-no parar 1 ano e depois de uma passagem pelo Ribeirão regressou ao Varzim onde se manteve até 1984.

Na época 1984/85 já com 26 anos, e ainda por indicação de José Maria Pedroto (uma das suas grandes mágoas foi precisamente o nunca ter sido treinado por Mestre Pedroto que já o tinha tentado contratar alguns anos antes aquando da sua ida para Guimarães), o Porto avançou para a sua contratação depois das saídas de Jaime Pacheco e Sousa para o Sporting. Juntamente com Quim, contratado ao Rio Ave na mesma altura, André viria a tornar-se durante as 11 épocas seguintes, uma grande figura do "novo" Futebol Clube do Porto que se afirmaria não só em Portugal como no mundo.

Jogador do meio campo distinguia-se pela sua generosidade na entrega ao jogo, com respeito de companheiros e o temor dos adversários, sempre com um espírito guerreiro que lhe advinha da suas origens como pescador e um estilo impetuoso mas sem maldade. Embora transmitisse a imagem de um "carregador de piano", André impôs-se na equipa como um jogador polivalente interpretando de uma forma fiel e com grande rigor todas as ordens do treinador. Lembro-me de o ver jogar várias vezes como defesa central (apesar de medir pouco mais de 1,70m), em todas as posições do meio campo e até como avançado.

Não sendo um tecnicista, tinha bons pés e, acima de tudo, uma vontade férrea de fazer as coisas bem feitas. Era um jogador "à Porto", um verdadeiro Dragão dentro do campo e que contagiava a equipa com o seu espírito indomável. Fez o seu último jogo contra o Tirsense na derradeira jornada de 94/95 (o primeiro do Penta) com quase 38 anos. Participou activamente nas brilhantes conquistas europeias de Viena, Tóquio e Supertaça Europeia e, além disso, conquistou ainda 7 títulos nacionais, 3 Taças de Portugal e 4 Supertaças. Participou em 253 jogos com a camisola azul e branca tendo apontado 23 golos. Foi ainda internacional "A" em 19 ocasiões tendo participado no Mundial de 1986, no México.

Como treinador adjunto esteve na conquista do "Penta" com Fernando Santos e nas grandes conquistas europeias do Porto de José Mourinho. Ainda hoje permanece ligado ao Porto.

Um grande DRAGÃO!

4 comentários:

  1. O "carregador de piano" era o meu 2º ídolo depois de fernando gomes...

    Um grande jogador! Saudades.

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  2. Que saudades do nosso André, que saudade, carago!

    Este, como tantos outros, e noutra altura, era daqueles que se aprende a admirar e a respeitar, porque com ele, era sempre antes quebrar que torcer.

    Na história do FCPorto, jogadores e homens como André, têm obrigatoriamente que ficar gravados a letras d'oiro.

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  3. Este sim, um jogador que deixou muitas saudades, era um prazer ver o André a lutar pela bola, grande deicação, deu ele ao nosso Club!

    BIBÓ PORTO

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  4. Grande, grande jogador, dos que melhor encarnaram o espírito do Clube, também me lembro de o ver jogar como central, sempre que o Porto precisava de meter mais lenha no fogão, ele assegurava a coesão da defesa...Enorme!

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