Jesus foi dos visitantes mas Deus foi Dragão!

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Sábado foi o dia em que o circo chegou à InBicta.
A ideia era demonstrarem as suas habilidades no Dragão e montarem depois a tenda lá para os lados da Praça de Mouzinho de Albuquerque.
Chegaram até a fazer um pré-reserBa, mas como não tiveram lá grande sucesso, abandonaram a ideia no dia da actuação e, segundo consta, nem sequer tentaram reclamar a devolução do sinal da reserva.
Voltaram cabisbaixos e silenciosos às origens.
Uns de avião e outros ainda de comboio.

Mas, segundo rezam as crónicas, a sua entrada na cidade terá sido algo que faria corar até o General Schwarzkopf.
Conta-se por ai que trazia até jagunço de tronco nu fora da viatura, olhar ameaçador e metralhadora em riste.

Já no Domingo, a caminho do Dragão, até o mais distraído se espantava com a militarização da zona e perguntava se o Papa já tinha chegado.
O Tône tentava explicar que não. Era apenas Jesus que estava no Porto.
O Colectivo dava o mote. Parecia-lhes que este se tinha esquecido dos pregos.
E assim, para tentar encobrir tal esquecimento, demos-lhe 3. Poderiam ter sido mais, não fosse a intervenção do apóstolo do apito.

No Dragão, o ambiente era surreal.
Apimentado por uma adepta dos visitantes que enviava beijinhos em todas as direcções e constantemente vigiado por um Kamov que, nas alturas, dificilmente faria frente ao nosso melhor marcador.
A cobertura do canal do Estado era exemplar. Até mesmo imparcial, contando para isso com os analistas... Paulo Madeira e Hélder.
Os de Carnaxide transformavam um vidro partido em três que, estilhaçados, feriram o mergulhador de serviço.
E até aquele de punhos amaricados não parava de exclamar, ai-ai-ai, que não pode ser!

Não pode ser, mas foi!
Nas bancadas, o pessoal esqueceu, espera-se que de vez, as pipocas e brindou o circo com um inferno digno de Dante.
Dentro do campo, mesmo sem o Falcao, os jogadores fizeram uma partida de luta, de raiva, de ganas como há muito não se via.
E ficou assim para a história o grito de um companheiro de bancada.
Naquela noite, Jesus era dos visitantes, mas Deus foi Dragão!