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Foi há vinte anos.
O nosso Rui Filipe deixou-nos há vinte anos, num terrível acidente na sua terra natal, Vale de Cambra. Duas décadas volvidas, a memória não se nos apaga. E é bom que não se apague porque, no fim de contas, lembrar Rui Filipe é lembrar Pavão, é recordar Teles Roxo, é reavivar Zé Beto, é pensar no Dr. Pôncio, no Dr. Sardoeira Pinto, no Prof. Hernâni Gonçalves, no Sr. Salvador, é não esquecer todos aqueles que partiram mais cedo, como o nosso grande Mestre José Maria Pedroto.
Lembrar Rui Filipe é recordar a tragédia de um jovem, sim, mas é também uma forma de celebrar o FC Porto, a sua memória, história, mística e espírito. Porque, como digo muitas vezes, um clube de futebol é muito mais do que três pontos, muito mais que uma vitória, muito mais que uma taça.
Lembro-me desse acordar de há 20 anos, a 28 de Agosto de 1994. Acordar, levantar, caminhar pela casa em direcção ao quarto dos Pais. A Mãe ao telefone, normal, faz anos nesse dia. Sei que lhe ia dar os parabéns. Mas, ao contrário do que esperava, recebe-me com a cara fechada: “olha, Rodrigo, tenho uma má notícia para te dar, morreu um jogador do Porto”. Tinha oito anos. “Quem, Mãe?”. “O Rui Filipe”.
À consternação seguem-se as explicações, as razões possíveis para tamanha tragédia. Não tinha sido convocado, pois estava sob castigo após ter visto cartão na Luz. Logo aí, onde a estrela de Rui Filipe tinha brilhado pela última vez, numa jogada fantástica, sentando dois jogadores adversários e batendo Michel Preud’homme. A luz de Rui Filipe brilhava alto, bem alto, mas seria a última vez.
Tinha também estado nas Antas, onde tenho gravado na memória o golo de Rui Filipe que inaugurou essa dinastia inesquecível chamada Penta. Um golo que prometia uma época em cheio, de explosão e confirmação do seu potencial.
Essa manhã de Domingo ficará para sempre gravada na memória dos portistas. Dizia o Prof. Hernâni Gonçalves que “no FC Porto ganhar não é o mais importante. É a única coisa”. Terá razão. E foi por isso que, perante a inaudita, quase insultuosa, impossibilidade de adiamento do jogo, os jogadores do FC Porto subiram ao relvado aveirense. Bravos, guerreiros, lutadores. Honrando a história do FC Porto e a memória de Rui Filipe, envergando uma braçadeira preta e não conseguindo esconder o choque e a consternação que os atomerntava. O nosso clube venceu o jogo, com golos de Rui Barros e Emerson, cumpriu o seu papel, mas a maior derrota, essa, já tinha acontecido na madrugada de Vale de Cambra. Terá sido a vitória mais crua e mais ácida da história FC Porto.
Como disse, foi há 20 anos. Vinte anos que não apagam a memória do nosso menino de cabelos loiros que prometia um mundo de futebol. Não deixa de ser curioso que, passadas exactamente duas décadas, esse número redondo, apareça finalmente outro rapazinho a encantar a plateia das Antas. Ruben Neves não terá o cabelo loiro, é certo, mas tem a pose e o ar de menino portista, raçudo e invicto, que Rui Filipe tinha. Que Ruben Neves vingue essa trágica madrugada portista de Vale de Cambra!
Rodrigo de Almada Martins
O nosso Rui Filipe deixou-nos há vinte anos, num terrível acidente na sua terra natal, Vale de Cambra. Duas décadas volvidas, a memória não se nos apaga. E é bom que não se apague porque, no fim de contas, lembrar Rui Filipe é lembrar Pavão, é recordar Teles Roxo, é reavivar Zé Beto, é pensar no Dr. Pôncio, no Dr. Sardoeira Pinto, no Prof. Hernâni Gonçalves, no Sr. Salvador, é não esquecer todos aqueles que partiram mais cedo, como o nosso grande Mestre José Maria Pedroto.
Lembrar Rui Filipe é recordar a tragédia de um jovem, sim, mas é também uma forma de celebrar o FC Porto, a sua memória, história, mística e espírito. Porque, como digo muitas vezes, um clube de futebol é muito mais do que três pontos, muito mais que uma vitória, muito mais que uma taça.
Lembro-me desse acordar de há 20 anos, a 28 de Agosto de 1994. Acordar, levantar, caminhar pela casa em direcção ao quarto dos Pais. A Mãe ao telefone, normal, faz anos nesse dia. Sei que lhe ia dar os parabéns. Mas, ao contrário do que esperava, recebe-me com a cara fechada: “olha, Rodrigo, tenho uma má notícia para te dar, morreu um jogador do Porto”. Tinha oito anos. “Quem, Mãe?”. “O Rui Filipe”.
À consternação seguem-se as explicações, as razões possíveis para tamanha tragédia. Não tinha sido convocado, pois estava sob castigo após ter visto cartão na Luz. Logo aí, onde a estrela de Rui Filipe tinha brilhado pela última vez, numa jogada fantástica, sentando dois jogadores adversários e batendo Michel Preud’homme. A luz de Rui Filipe brilhava alto, bem alto, mas seria a última vez.
Tinha também estado nas Antas, onde tenho gravado na memória o golo de Rui Filipe que inaugurou essa dinastia inesquecível chamada Penta. Um golo que prometia uma época em cheio, de explosão e confirmação do seu potencial.
Essa manhã de Domingo ficará para sempre gravada na memória dos portistas. Dizia o Prof. Hernâni Gonçalves que “no FC Porto ganhar não é o mais importante. É a única coisa”. Terá razão. E foi por isso que, perante a inaudita, quase insultuosa, impossibilidade de adiamento do jogo, os jogadores do FC Porto subiram ao relvado aveirense. Bravos, guerreiros, lutadores. Honrando a história do FC Porto e a memória de Rui Filipe, envergando uma braçadeira preta e não conseguindo esconder o choque e a consternação que os atomerntava. O nosso clube venceu o jogo, com golos de Rui Barros e Emerson, cumpriu o seu papel, mas a maior derrota, essa, já tinha acontecido na madrugada de Vale de Cambra. Terá sido a vitória mais crua e mais ácida da história FC Porto.
Como disse, foi há 20 anos. Vinte anos que não apagam a memória do nosso menino de cabelos loiros que prometia um mundo de futebol. Não deixa de ser curioso que, passadas exactamente duas décadas, esse número redondo, apareça finalmente outro rapazinho a encantar a plateia das Antas. Ruben Neves não terá o cabelo loiro, é certo, mas tem a pose e o ar de menino portista, raçudo e invicto, que Rui Filipe tinha. Que Ruben Neves vingue essa trágica madrugada portista de Vale de Cambra!
Rodrigo de Almada Martins
Bolas....Arrepiei me a ler este texto.Tão bem estruturado,tão bem recordado.....Tão bem escrito.Parabéns ao RAM.
ResponderEliminarBom post a recordar um jogador à Porto que partiu tão prematuramente... E que marcou o 1º golo do penta...
ResponderEliminarUma bonita homenagem .Quem escreve assim........sente ainda mais.Parabéns.
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