25 setembro, 2017

MANTER A IDEIA, MAS ADAPTÁ-LA AOS ADVERSÁRIOS.


Contrariamente a algumas análises que tenho visto em relação ao novo figurino tático do FC Porto, não concordo que o FC Porto de Sérgio Conceição jogue em 4x1x3x2 ou em 4x4x2, aquilo que vejo na esmagadora maioria do tempo é o FC Porto num esquema tático com uma linha tradicional de 4 defesas, 2 elementos no meio-campo e 4 avançados, 2 extremos e 2 avançados-centro.

Ou seja, o FC Porto de Conceição joga praticamente em 4x2x4, com dois elementos no meio-campo, um de construção e outro de contenção, 2 extremos que obviamente e quando necessário também ajudam nas tarefas defensivas e baixam para o meio-campo, e 2 avançados-centro com mobilidade para movimentos de deslocação para as alas ou para o meio-campo. A palavra que melhor define o modelo de jogo preconizado por Sérgio Conceição nestes primeiros meses ao leme do Dragão é DINÂMICA. Dinâmica dos extremos que tanto têm de dar profundidade ofensiva à equipa, como têm de ajudar nas tarefas defensivas, dinâmica dos avançados que tanto têm de dar presença na área como têm de ser os primeiros elementos no processo defensivo da equipa, dinâmica dos defesas-laterais e dinâmica dos 2 elementos de meio-campo, cuja tarefa de equilíbrio da equipa é fundamental.

Na minha modesta opinião, este figurino tático pode funcionar bem frente à maioria das equipas do campeonato português, tal como aconteceu nas primeiras 7 jornadas, na medida em que a grande maioria das equipas tem uma mentalidade obsessiva e “pequenina” que apenas se resume em defender com “autocarros de 2 andares”, deixar passar o tempo e também simular e tentar enganar tudo e todos na maior parte do tempo (lembram-se do jogo no Dragão no ano passado em que a equipa médica setubalense entrou 10 vezes em campo?).

Mas não tenho também grandes dúvidas de que, e isto é também uma das características das grandes equipas, o FC Porto terá de adaptar o seu sistema tático quando o nível de dificuldade aumentar muito. E o próximo ciclo de 3 jogos elevará muito o grau de dificuldade que encontramos até aqui. Jogaremos com o campeão francês, atualmente em 2º lugar a apenas 1 ponto do super-PSG, equipa fortíssima e habituada a seguir até fases avançadas da Champions que conta nas suas fileiras com um dos melhores pontas-de-lança mundiais, a seguir deslocação a Alvalade, claramente o estádio nacional onde temos tido maiores dificuldades nos últimos 10/15 anos e depois visita ao vice-campeão alemão, apenas atrás do super-Bayern.

Acredito que é possível a Sérgio Conceição continuar a defender os princípios gerais da sua ideia de jogo nos próximos 3 jogos e até ao fim da época, agora parece-me também evidente que quando o grau de dificuldade se elevar a um nível superior, será necessário adaptar o sistema tático e os jogadores às necessidades da equipa tendo em conta as especificidades de cada adversário.

Dito por outras palavras e de uma forma mais direta, não acredito que seja possível termos grandes hipóteses de sucesso enfrentando por exemplo o Mónaco no Principado apenas com 2 elementos no meio-campo e com 2 extremos eminentemente ofensivos. Não se trata de mudar por medo do adversário ou de alterar a identidade, é sim uma questão de inteligência. Se calhar não estarei muito longe da verdade se disser que uma alteração tática com 3 médios, 1 de contenção e outros 2 de construção, e 3 avançados, 2 extremos e 1 ponta-de-lança, será mais apropriada para os próximos jogos. Tudo isto, claro está não mudando uma virgula à atitude e ideia de jogo que temos visto no FC Porto de Conceição.

NOTAS FINAIS: O comunicado de Fernando Gomes é um conjunto de lugares-comuns e frases feitas cujo conteúdo é coisa nenhuma. Curiosamente, quando foi denunciado, e nunca negado por NINGUÉM, que o antigo presidente da assembleia geral da Liga Carlos Deus Pereira enviava a Pedro Guerra ficheiros com centenas de mensagens pessoais extraídas do seu telemóvel, aí Fernando Gomes ficou caladinho que nem um rato, nem piou...

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