28 outubro, 2017

PROVA SUPERADA.


BOAVISTA-FC PORTO, 0-3

O país, em geral, esperava uma escorregadela do Dragão nesta jornada. Primeiro porque jogar no Bessa nunca é fácil. Que o diga o “tretacampeão”. Segundo porque os adversários directos, já tendo cumprido a sua parte com grande dificuldade, mais esperançados se sentiam para ver o FC Porto baquear e assim recuperarem pontos.

Mas não aconteceu. O resultado desta noite, no entanto, é enganador para o que se passou no relvado. Os azuis-e-brancos tiveram grandes dificuldades para levar de vencida o conjunto axadrezado, desta vez muito bem apoiados pelos “boavisteiros” da ocasião. Mas tiveram azar porque o mar azul engoliu o recinto e o apoio à equipa portista foi incansável desde o início ao fim da partida.


O resultado final de 3-0 traduz uma diferença exagerada, algo injusta mas que penaliza o jogo arriscado do “expert” treinador axadrezado. O Boavista arriscou mais do que o que devia e abriu o jogo. Disso se aproveitou o FC Porto que acabou por materializar as oportunidades quase ao cair do pano.

O jogo começou por apresentar uma boa dinâmica azul-e-branca, apoiada por uma falange de adeptos fantástica. Mas depois o Boavista equilibrou o jogo e este ficou algo dividido. Ao intervalo aceitava-se o nulo. Na primeira parte, José Sá teve duas intervenções decisivas e Corona desperdiçou a melhor oportunidade do Dragão com um remate que saiu por cima da barra.

Na etapa complementar fez-se o resultado robusto do jogo. A abrir a segunda metade, Aboubakar fez um túnel a um adversário, desmarcou Corona que cruzou para área. Brahimi tocou para a pequena área, surgindo de novo Aboubakar a emendar à boca da baliza. Estava aberto o activo. O mais difícil estava conseguido.


Festa de arromba dos jogadores, do banco de suplentes e turbilhão na bancada por detrás da baliza onde surgiu o golo. Aboubakar festejou efusivamente e foi admoestado pelo padre de serviço Hugo Miguel. O padre não estava a gostar da missa?
Mas sobre o padre há mais para dizer. Mas já lá vamos.

O Boavista tentou a reacção logo de imediato. Fábio Espinho num remate faz passar a bola a rasar o poste de José Sá, desviado por Herrera. Minutos depois, Mateus recepciona de peito no coração de área mas depois o remate sai defeituoso, perdendo-se uma grande oportunidade. E depois seria Idris a cabecear por cima da baliza portista.

Sérgio Conceição sentia que precisava de mudar para segurar o meio-campo mas Jorge Simão decidiu arriscar. E foi aqui que o FC Porto acabou com o jogo. A. André entrou para o lugar de Corona e o jogo começou a ser controlado pelos azuis-e-brancos.

Herrera perde a oportunidade da noite. Lançado na direita aos 79 minutos por Ricardo, o mexicano isolou-se e à saída do Guarda-redes contrário rematou contra as suas pernas. Oportunidade soberana para “matar” o jogo.


Herrera desperdiçou mas no minuto seguinte, o mexicano redimiu-se, isolou Marega e este fez o que lhe competia. Colocou a bola na baliza e desfez as dúvidas sobre o resultado do jogo.

O Boavista terminou o jogo nessa altura. Sentia que nada havia a fazer e foi com naturalidade que o FC Porto fez o terceiro golo da partida por Brahimi. Danilo combinou com A. André e este isolou o argelino que à saída de Vagner rematou para o fundo das malhas.

Era realmente um resultado exagerado para o que se viu no rectângulo de jogo mas também teria sido um castigo maior se aos 90 minutos Marega não tivesse desperdiçado uma bola que bateu estrondosamente no poste.

O FC Porto mantém a liderança isolada na prova com nove vitórias e um empate em dez jogos e apresenta um goal-average que já não se via há 62 anos com 28 golos marcados 4 sofridos.

Os Dragões estão num bom momento de forma, mas agora é hora de reunir o grupo porque na próxima Quarta-feira os portistas têm que recuperar pontos na Liga dos Campeões, de forma a almejar os 1/8 de final da prova. Para isso terão que, perante os seus adeptos, modificar o resultado alcançado há 15 dias na Alemanha frente ao Leipzig.

A Liga NOS regressa no próximo fim-de-semana com a recepção ao Belenenses no Estádio do Dragão.


Nota final para o padreco artista que deve ter algo de estranho e mal resolvido com a língua francesa. Depois de há uns meses ter expulso Brahimi em Braga por palavras imperceptíveis que nunca existiram, desta vez o “homenzinho” teve o desplante de amarelar Aboubakar por bater com a mão no símbolo do FC Porto no festejo do golo do camaronês com os adeptos. Incrível, não é? Pois, vão ver as imagens para ver se se entende a decisão.

De resto, revelou-se muito inconsistente, com grande dualidade de critérios a nível disciplinar e muito permissivo, pactuando com o habitual jogo de sola da parte dos axadrezados. Até ao pescoço é tudo canela, certo Sr. Padre?



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Demonstração de força, de caráter e de personalidade”

As dificuldades na primeira parte
“Foi uma demonstração de força, de caráter e de personalidade, porque nunca é fácil jogar aqui. Encontrámos uma equipa muito similar nos duelos, na disputa das primeiras e segundas bolas e a nós, na primeira parte, faltou-nos alguma coesão. Para além disso, a forma como estávamos a defender condicionou a nossa forma de atacar - e não podemos dissociar essas duas componentes. É verdade que tivemos algumas dificuldades na primeira parte, mas também temos que dar mérito ao adversário, que soube condicionar muito o nosso jogo interior num terreno com uma relva muita alta, que nos dificultou bastante a tarefa.”


Correções decisivas ao intervalo
“As correções que fizemos ao intervalo foram fundamentais para a obtenção de três pontos. Na segunda parte foi um jogo mais à nossa imagem, perante uma equipa que deu sempre uma boa réplica. Começámos a pressionar um pouco mais alto, condicionando o adversário, e os golos foram surgindo naturalmente, sempre com uma boa resposta do Boavista. Conseguimos um resultado muito importante num campo onde um dos nossos rivais já perdeu pontos.”

Abraço aos jogadores e aos adeptos
“Estou muito satisfeito com todos os jogadores que entraram. Houve alguns que hoje não foi possível entrarem no jogo. Temos um grupo muito competitivo, em que toda a gente esta com uma determinação e uma vontade grande de ser protagonista e isto é salutar. Tenho que mandar um abraço a todos aqueles que hoje não participaram no jogo e outro enorme a este Mar Azul que hoje esteve aqui no Bessa. É de louvar esta gente e a paixão e a forma como nos empurram para as vitórias.”



RESUMO DO JOGO

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