24 novembro, 2018

POTÊNCIA MÁXIMA.


FC PORTO-BELENENSES, 2-0

Após uma paragem de quinze dias por causa dos compromissos das selecções nacionais, o FC Porto retomou o seu caminho e manteve a senda de vitórias. Desta vez a vítima foi o Belenenses que sentiu o poder de fogo dos Dragões. Sérgio Conceição alertou para os perigos deste jogo, nomeadamente a referência à qualidade da equipa de Belém, mas também à expectativa de ver como os jogadores se iriam apresentar após a paragem das competições.

O treinador portista fez algumas modificações no seu onze habitual. Casillas, Maxi, Danilo, Marega e Brahimi não surgiram em campo, mas os colegas que se apresentaram no relvado do Dragão deram uma excelente réplica. Fabiano, Corona (lateral direito), Otávio, André Pereira e Adrián fizeram jus à chamada de Sérgio Conceição.

O FC Porto entrou no jogo de uma forma intensa mas sem descurar o equilíbrio da equipa. A resposta da equipa foi boa e permitiu marcar cedo, dando alguma tranquilidade. A jogada que abriu o marcador na noite chuvosa do Dragão é muito bonita. Corona combinou com Adrián López, entrou na área contrária e entregou de bandeja para Soares empurrar a bola para as malhas.


O Belenenses sentiu o golo, procurou fazer o seu jogo mas o FC Porto não dava espaços aos azuis de Belém. Inclusive, a equipa portista mostrou uma frescura física e uma disposição fantástica para o jogo, numa noite em que a chuva caiu com bastante intensidade e, com o decorrer do encontro, o relvado mostrou-se gradualmente mais pesado.

Nesta primeira parte, registo apenas para um lance de perigo para a baliza de Fabiano. Numa desmarcação de Licá na grande área, o avançado belenense perdeu posição, rodou sobre si próprio e rematou sem grande convicção para defesa segura do Guarda-Redes portista. Pelo seu lado, o FC Porto perdeu três oportunidades de golo. Uma por André Pereira, outra por Corona e a terceira num centro-remate de Óliver que bateu na trave de Mika.

A etapa complementar previa, quiçá, um Belenenses mais atrevido e a arriscar um pouco mais, mas o FC Porto mantinha o acelerador a fundo, com potência máxima. Os Dragões procuravam o segundo golo para poder gerir melhor o jogo com mais conforto e alguma tranquilidade.


À passagem do minuto 55, Herrera ganhou posição na área e foi rasteirado. Otávio, chamado à conversão do castigo máximo, desperdiçou a oportunidade de ampliar o resultado. Mais uma das muitas grandes penalidades que o FC Porto desperdiça ao longo dos últimos anos. É preciso fazer um exaustivo exercício de memória para conseguirmos perceber se há alguma equipa que não concretiza tantas grandes penalidades como o FC Porto.

Otávio redimiu-se minutos depois, numa bela jogada de ataque. O médio brasileiro, em slalom, ultrapassou três adversários e rematou para a baliza, obtendo um golo muito bonito. A meia hora do fim do jogo, o FC Porto tinha praticamente a eliminatória sentenciada.

A partir daí, os azuis-e-brancos geriram o jogo e começou-se a pensar no importante compromisso da próxima Quarta-feira com o Schalke 04, sem nunca deixar de se procurar a baliza do Belenenses. Sérgio Conceição fez também a gestão dos seus activos. Otávio, André Pereira e Óliver cederam os seus lugares a Sérgio Oliveira, Marega e Mbemba.


O Belenenses dispôs de duas boas oportunidades com Fabiano em grande plano, a mostrar que está pronto para defender a baliza portista em qualquer jogo. Aos 75 minutos, Eduardo rematou fortíssimo para Fabiano voar e sacudir a bola para canto. E a dois minutos do fim, o guarda-redes brasileiro dos Dragões evitou outro golo, num desvio de Corona que se encaminhava para a baliza.

O FC Porto foi uma equipa muito competente, revelou estar bastante preparada para este jogo e apresenta-se, actualmente, num momento de forma muito bom para encarar mais um ciclo de jogos que se vai prolongar até ao fim de Dezembro.

Na Quarta-feira, os Dragões terão uma prova de fogo, na recepção ao Schalke 04, jogo a contar para a 5ª Jornada do Grupo D da Champions League. É um jogo crucial porque permite, em caso de empate, carimbar o acesso aos oitavos-de-final da competição e, em caso de vitória, assegurar o primeiro lugar no grupo.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Ganhámos com toda a justiça"

Parabéns aos jogadores
“Ultrapassámos um adversário que é sempre incómodo e difícil. Fizemos um bom jogo, com várias situações de golo. Condicionámos o Belenenses naquilo que gosta e sabe fazer, por isso os jogadores estão de parabéns. Era uma eliminatória importante, que não teve a atenção merecida, sobretudo por parte da imprensa escrita. Foi um jogo acima da média, num relvado muito difícil, principalmente na segunda parte. O relvado ficou pesado e foi difícil circular a bola. Para nós, que jogamos praticamente 60 ou 70% no meio-campo adversário, é importante o relvado estar bem, sobretudo tendo em conta a dinâmica da equipa.”

Jogo a jogo
“Pensamos jogo a jogo. Este era um jogo importante e a eliminar, e nos jogos da Taça tudo pode acontecer. Minimizámos o risco disso acontecer e fomos atrás do que queríamos: ganhar. Ganhámos com toda a justiça perante um adversário de qualidade e bem orientado, que cria muitas dificuldades quando joga contra os grandes. Se não tivéssemos preparado bem o jogo e se não fôssemos fiéis aos nossos princípios, poderíamos ter tido muitas dificuldades hoje.”

Sem poupanças
“Não poupo em nada, nem dinheiro, sou um mãos largas. Tínhamos preparado o jogo com determinados jogadores e tinha de respeitar o que trabalhámos diariamente. Achei que o onze que começou era o melhor para defrontar o Belenenses. Se tivéssemos sido mais eficazes, talvez tivéssemos construído um resultado mais robusto, mas o mais importante foi a vitória. Nos últimos 20 minutos comecei a pensar numa outra mudança tendo em vista o jogo de quarta-feira, mas antes deste jogo o nosso foco estava totalmente no Belenenses.”


Mais um ciclo exigente que aí vem
“Faz parte, mas é bom jogar. Cada vez que entramos em ciclos de jogos de três em três dias, é sempre bom. A competição ajuda a equipa a crescer, mas precisamos de um bom relvado. De qualquer forma, com as condições climatéricas dos últimos dias, era difícil ter um relvado de qualidade do início ao fim. Lembro-me muitas vezes do melhor relvado que apanhei na vida, o do Estádio das Antas.”

Oito vitórias consecutivas
“Estou agradado, temos ganho os nossos jogos e feito a nossa obrigação. Mas há sempre coisas a melhorar e um treinador e um eterno insatisfeito. Temos uma base já bastante sólida, mas vamos à procura da perfeição. Estamos num bom momento e tudo o que é pedido, está lá a intenção. Isso deixa-me muito feliz. Tudo o que é pedido, é aceite pelos jogadores. Tenho um grupo fantástico. Existe um grande respeito entre todos.”

O(s) penálti(s)
“Há mérito do guarda-redes, embora admita algumas dificuldades a bater. Ainda ontem treinámos penáltis e, quem bate, normalmente bate bem. Gostávamos de fazer sempre golo nessas situações. Na próxima vez, se estiver a jogar, vai ser o Otávio a bater outra vez.”

Adrián López
“O Adrián jogou como treina todos os dias. É um profissional sério e dedicado. Achei que era importante ele jogar hoje, até porque o Brahimi tem feito muitos jogos. O Adrián dá-me todas as garantias no dia a dia de que é uma opção válida.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. Por uma vez na vida marquem a grande penalidade para o lado esquerdo do guarda-redes!

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