06 novembro, 2018

A NOITE DE TORRES E JESUS.


FC PORTO-FC LOKOMOTIV, 4-1

O Dragão viveu mais uma história de Champions League. Foi uma noite de dilúvio mas também carregada de golos azuis-e-brancos. Óliver Torres e Jesus Corona foram os homens da noite com exibições soberbas. Passou por estes dois homens a vitória do FC Porto, mas não posso ser injusto para com Marega que, na frente de ataque jogou, fez jogar, marcou e assistiu para o golo.


Sérgio Conceição manteve o onze do jogo frente ao Marítimo, apenas com uma alteração: Soares, não-inscrito na Champions League, cedeu o lugar a Herrera. O FC Porto passou de 4x4x2 para um 4x3x3, reforçando a linha intermédia para um jogo mais exigente e musculado, acrescendo ainda um dilúvio como já não se via há algum tempo no Porto.

O jogo começou da melhor forma possível para o FC Porto. Ainda não se tinha cumprido o segundo minuto de jogo e já o FC Porto se colocava na frente do marcador. Passe de Maxi Pereira a desmarcar Marega e o maliano, perto da linha de fundo, antecipou-se ao Guarda-redes e ao defesa contrários e cruzou para a entrada fulgurante de Herrera a rematar para a baliza. Um golo madrugador que terá sido muito importante para o desenrolar da partida e que se veio a revelar complicada e desgastante.


O FC Porto galvanizou-se com o golo e Óliver Torres começou a abrir o livro com jogadas só ao alcance de jogadores de grande classe. Passes a rasgar a defesa contrária e visão de jogo incrível a proporcionar aos avançados oportunidades de golo quase feitas. Corona, pelo seu lado, esteve inspiradíssimo e a bola nos pés do mexicano é arte, música...

A chuva e o vento começaram a fazer o seu papel, tornando o excelente relvado do Estádio do Dragão bastante pesado e penoso para quem quer praticar bom futebol.

Antes do intervalo, num contra-ataque, Herrera isolou Marega e o maliano correu até à grande área. Com um remate forte, colocou a bola por entre as pernas de Guilherme e fez o 2-0. Estavam decorridos 42 minutos de jogo. Os Dragões atingiam o intervalo com uma boa vantagem, algo confortável mas, de maneira nenhuma, permitia descansar à sombra do resultado.


As condições climatéricas pioraram drasticamente na segunda metade. Choveu copiosamente, o vento tornou-se mais forte e o Lokomotiv adaptou-se melhor às condições adversas. Os Dragões tiveram algumas dificuldades em suster a entrada inicial da equipa russa e Casillas passou por alguns apuros com a defesa do FC Porto a meter água. A falta de pontaria da equipa de Moscovo e a experiência do Guarda-Redes portista foram determinantes para que os Dragões não tivessem amargos de boca durante a primeira metade da etapa complementar.

Os moscovitas conseguiram reduzir o marcador à passagem dos 60 minutos, na cobrança de um pontapé de canto. Miranchuk cruzou para a área e Farfán saltou como quis e cabeceou para a baliza de Casillas sem qualquer marcação. A equipa portista estava bastante desconcentrada. Durante os minutos imediatos, os Dragões tremeram de frio mas também do receio do empate. Sete minutos volvidos, Guilherme aliviou mal uma bola, Óliver interceptou de peito, desmarcou Corona em profundidade e o mexicano fez o resto. Simulou o remate com o pé direito, puxou para o esquerdo e bateu o Guarda-redes do Lokomotiv. Respirou-se de alívio no banco e no estádio.


As substituições seguiram-se com destaque para nova grande entrada de Otávio para mais um golo de antologia. Num pontapé de canto batido, no período de descontos, a bola foi aliviada por um defesa moscovita para a entrada da área e Otávio, com um remate com muito efeito e bem colocado, atirou fortíssimo para o fundo da baliza. 4-1 não ditava a história do jogo, mas que foi saboroso, foi com toda a certeza.

Com o fim da partida, os Dragões sentiram o dever de missão cumprida, com mais milhões a entrarem nos cofres azuis-e-brancos, o aumento do prestígio do clube na Europa e um ponto a separar o FC Porto dos oitavos-de-final e três da conquista do primeiro lugar do grupo.

Na próxima jornada, o adversário é o Schalke 04, da Alemanha, jogo que se realizará no fim do mês, no Estádio do Dragão. As atenções, no entanto, viram-se de imediato para a Liga NOS, onde o FC Porto vai atacar a liderança isolada da Liga NOS, recebendo nada mais, nada menos de que o outro líder da prova: O Sp. Braga.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "É importante dar esta demonstração de força"

Jogo difícil como esperado
“Previa que este jogo fosse difícil, como tive a oportunidade de referir na antevisão, frente a uma equipa que vinha cá com o intuito de ganhar o jogo, porque era uma das últimas esperanças que tinha de se manter na luta para passar a fase de grupos.”

Entrada forte em campo
“Entrámos bem no jogo, fizemos o golo logo no início, frente a um Lokomotiv que teve mais receio de sofrer do que vontade de atacar. Apesar das condições climatéricas muito difíceis, tentámos de certa forma impor o nosso jogo e estar no meio-campo ofensivo, criámos situações e fizemos o 2-0. Penso que foi uma boa primeira parte, permitindo aqui e acolá uma ou outra transição do adversário, onde o nosso equilíbrio defensivo não esteve tão bem como costuma estar. Alertei para isso ao intervalo.”


Vitória consistente do FC Porto
“O Lokomotiv ficou a ganhar com a entrada do Farfán ao intervalo, passando a ter mais poder ofensivo. Antes do golo deles, tivemos a bola ao poste do Corona, mas fizeram o 2-1 no melhor período deles. Ainda assim, tivemos o jogo sempre controlado e a partir do 3-1, controlámos totalmente. Não sendo um jogo brilhantemente bem jogado, até pelas condições climatéricas, foi uma vitória boa e consistente da nossa equipa.”

Aplauso do treinador aos jogadores
“É importante dar esta demonstração de força na Liga dos Campeões. Não é fácil, estando a jogar frente ao campeão russo. Temos dez pontos e ainda nos falta um para carimbar a passagem aos oitavos de final. Quando empatámos o primeiro jogo, até ouvi comentadores dizer que o Schalke era mais frágil que o Qarabag, o que é uma estupidez total. Há que dar os parabéns a estes jogadores, não só pelo campeonato, onde conseguimos voltar ao nosso nível, mas também dando esta imagem de força na Liga dos Campeões.”



RESUMO DO JOGO

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