14 novembro, 2018

NÃO HÁ FOME QUE NÃO TRAGA FARTURA.


Reza um velho provérbio popular que "não há fome que não traga fartura". O fim de semana passado, foi uma clara materialização desse ditado. A fortuna definitivamente aproveitou para assentar arraiais pelo Dragão. Esperemos que a hospitalidade seja boa, e por lá se mantenha.

Não só assistiu ao jogo no estádio, onde vibrou com duas bolas adversárias ao ferro, e um falhanço de baliza aberta de um dos melhores avançados da liga, como ainda mostrou interesse pelo hóquei, onde após um inenarrável jogo no antro da Luz, a competência portista, aliada a uma conjugação surpreendente de resultados dos rivais, nos colocou na liderança.

Obviamente, atribuir a totalidade dos louros à fortuna, seria uma difamação injuriosa para o esforço e competência dos nossos jogadores, que lutaram e procuraram sempre a vitória. Contudo, como bem sabemos por um passado recente, não há campeões sem uma pontinha de sorte.

Entrando no relvado propriamente dito, foi uma semi-surpresa a qualidade demonstrada pelo Braga, bem acima do que tenho visto nas equipas da 2ª circular. Personalizados, ambiciosos, com qualidade, valorizaram em muito a nossa vitória. Diria mesmo, que foi a equipa mais forte com que jogamos esta época. Champions inclusive.

Não fosse o golo, um belo, saboroso e decisivo golo, este seria mais um jogo morno de Tiquinho Soares. Lutador, mas trapalhão, continua longe da sua melhor forma, e incapaz de fornecer os apoios que a equipa necessita. Esperemos que o tento obtido o motive a melhorar. Se somarmos que ao seu lado temos Marega, com as suas características peculiares, temos uma equipa desequilibrada no seu processo de construção ofensiva, com os avançados a contribuírem (muito) pouco na sua execução, deixando todos os encargos no médio ofensivo (Óliver) e alas (Brahimi e Corona) com pontuais apoios dos laterais. É limitado para ganhar a boas equipas. Mérito de Conceição por tirar o coelho da cartola com a entrega de uma das laterais a Corona, ganhando assim mais um elemento ofensivo (Herrera).

Aguardemos se o Pai Natal trará alguma alternativa para a frente. Sérgio Conceição bem precisava. Pois um dia, a fortuna pode procurar outras vistas.

Curtas:

- Na passada 6ª feira, foi divertido ver alguns media deleitados com a palavra "Arguido" colada ao FC Porto, nomeadamente aos seus administradores, Pinto da Costa inclusive, bem como a Diogo Faria. Motivo? Ofensa à pessoa pública, mais especificamente, o slb.
Sobre o ridículo desta situação, nem valerá a pena comentar.
O que me causa mais urticária, é porque uns continuam a ser filhos, outros enteados?
Mais concretamente o porquê, de num certo clube da capital do império, enterrado em estrume até ao pescoço, a justiça continuar a usar delicadas pinças na escolha de culpados. Que o diga Luís Filipe Vieira.

- Num clube esverdeado, onde o masoquismo é quase uma religião, saúda-se a compreensão, coração e capacidade humanitária de ajuda dos portugueses, nomeadamente a franja que segura o apito. Os treinadores vão e vêm, mas o apito amigo nunca os abandona. Para uma equipa perdida desde abril último, é inacreditável a diferença de 2 pontos para a liderança. Haja cúmulo para a bondade!

- São conhecidas as paixões da imprensa nacional pelo Paulinho Fonseca, pelo Marco Silva ou pelo Leonardo Jardim.
Entretanto, longe dos holofotes, Vítor Pereira vai colecionando títulos de campeão. Mais um, neste caso aos comandos do Shanghai SIPG, quebrando um ciclo de 7 (?!) títulos consecutivos do Guangzhou Evergrande, no emergente campeonato chinês. Os meus parabéns a um grande - e injustiçado - treinador.

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