18 dezembro, 2018

DESPERDÍCIO SUFOCANTE.


FC PORTO-MOREIRENSE, 4-3

Mais um jogo cumprido, mais uma vitória consecutiva. Já lá vão 14. Desta vez, o jogo contou para a Taça de Portugal. O recorde de André Villas-Boas em 2010-11 está igualado e falta apenas uma vitória para que a equipa de Sérgio Conceição iguale a equipa de Artur Jorge na longínqua época de 1984-85. Mas nem tudo é um mar de rosas na equipa azul-e-branca.

O FC Porto desta noite apresenta claros níveis de desgaste e de cansaço competitivo. Os azuis-e-brancos, habituados a ritmos alucinantes durante os jogos, revelam, neste momento, a incontornável fadiga de quem tem que parar para repousar e recarregar baterias. Para depois voltar à carga onde mais ciclos de jogos surgirão. Ciclos esses ainda mais terríveis do que os cumpridos até à data. Sérgio Conceição tem um plantel à disposição com claras deficiências em termos de alternativas. Senão vejamos.


Nas laterais, Maxi acusa o peso da idade e João Pedro não parece convencer o técnico portista, bem como Jorge na ala contrária. Os centrais Diogo Leite e Mbemba não parecem ser suficientes para convencer Sérgio Conceição a abdicar de Felipe e Militão. No meio-campo, Bazoer é carta fora do baralho e Sérgio Oliveira está num momento menos bom da sua carreira. No ataque, apesar da lesão de Aboubakar, o sector não parece acusar falta de soluções.

Com isto onde é que pretendo chegar? Claramente ao facto de ser urgente encontrar soluções para enfrentar o ritmo alucinante de jogos que virão aí logo a partir de Janeiro. E será necessário ter opções válidas, caso contrário, o FC Porto, para além de não poder manter o nível de exibições exigível, poderá ter dissabores, nomeadamente com lesões. Esta noite as campainhas já começaram a tocar. Otávio (lesão muscular) e Danilo (entorse) são os primeiros a dar sinais de alarme.

No jogo desta noite, o FC Porto poupou algumas das suas pedras basilares. Casillas, Corona, Óliver, Brahimi e Soares não apareceram no onze e desses cinco, apenas Brahimi foi a jogo na segunda metade. O Moreirense, a fazer uma temporada muito interessante, poupou nove jogadores habitualmente titulares, mas não deixou de se mostrar altamente competitivo frente aos Dragões.


O jogo começou, tal como se previa. Com ambas as equipas a quererem jogar futebol e marcar golos. Os portistas optaram pelo desperdício. Já o Moreirense, na primeira vez que se acercou da baliza de Fabiano, abriu o marcador. Contra-ataque rápido da equipa do Minho com Heriberto a cruzar, rasteiro e tenso, e Texeira a encostar para a baliza. Pela terceira vez em pouco tempo, o FC Porto entrava a perder nos seus jogos.

A reacção do FC Porto não se fez esperar. Aos 13 minutos, Alex Telles bateu um pontapé de canto na direita e Felipe cabeceou para a baliza de Trigueira, sem hipóteses. Estava restabelecida a igualdade. Três minutos depois, Adrián López desmarcou-se pela esquerda, assistiu Hernâni que, num pontapé fortíssimo, rematou ao ângulo superior da baliza do Guarda-redes contrário. O Moreirense despertou o Dragão e teve resposta à altura.

Os azuis-e-brancos partiram, então, para uma exibição bastante apreciável, mas o desperdício foi de tal ordem que se o resultado ao intervalo se traduzisse numa goleada, não escandalizaria ninguém.


André Pereira, Danilo e Marega estiveram em destaque na arte de bem desperdiçar. E como quem não marca, arrisca-se a sofrer, em cima do intervalo, o Moreirense beneficiou de um livre descaído na direita. Na conversão, Bruno Silva cruzou para a área e Iago Santos, num belo cabeceamento, restabeleceu a igualdade no Dragão.

Ao intervalo, o resultado manifestava-se extremamente injusto, mas castigava o desperdício da equipa portista. No regresso das cabinas, o FC Porto quis mostrar que estava ali para resolver as coisas a seu favor quanto antes.

No entanto, Marega continuava numa noite de desperdício completo. Hernâni numa arrancada pela direita, cruzou de bandeja para o avançado maliano que, frente a Trigueira, rematou para defesa do Guarda-redes moreirense. Incrível como se pode falhar golos desta forma.

Sérgio Conceição decidiu recorrer ao banco para desfazer o novelo. Brahimi entrou aos 60 minutos para fazer a diferença, num jogo que ameaçava tornar-se sufocante para os portistas. Primeiro por causa de tanto desperdício e depois pela equipa que consentiu alguma incerteza no resultado até bem perto do final.


Aos 65 minutos, Brahimi fez um passe a rasgar para Marega. O maliano, sob a pressão de um defesa contrário, soltou-se e rematou, com convicção, para o fundo das redes de Trigueira. Depois, o Moreirense criou nova oportunidade, mas Fabiano segurou a bola a remate de Chiquinho. A partir daqui, o jogo entrou numa fase de algum marasmo, mas também alguma incerteza.

Aos 89 minutos, Marega bisou no encontro. Novo passe de Brahimi, em profundidade, a isolar Marega e este, diante de Trigueira, fez um autêntico chapéu, obtendo um golo de belo efeito. No Dragão respirava-se de alívio e libertava-se algum sufoco. Mas a festa não terminou por aqui. Três minutos depois, Heriberto disparou um “míssil” à entrada da área que só parou nas redes de Fabiano. Um golo do outro mundo que sentenciou o resultado da partida em 4-3.

O jogo reacendeu nos dois minutos finais de compensação. O FC Porto sentiu necessidade de defender a sua baliza e, no último minuto, Texeira cabeceou para a baliza portista, com Fabiano a sacudir a bola para canto, evitando o 4-4.

O FC Porto passa com todo o mérito aos quartos-de-final da Taça de Portugal. O próximo jogo dos campeões nacionais realiza-se, no próximo Domingo frente ao Rio Ave, no Estádio do Dragão, jogo a contar para 14ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi um verdadeiro jogo de Taça"

O terceiro jogo em sete dias
“Eu ganhei, não é qualquer tipo de desculpa, mas a verdade é que em 7 dias este é o nosso terceiro jogo. Foi uma 1ª parte muito interessante, sofremos um golo na primeira vez que o Moreirense chegou à baliza, numa transição defesa-ataque muito interessante. Depois, fomos à procura de virar o resultado e fizemos muito bem o 2-1. Estávamos instalados no meio-campo deles e a reagir à perda de forma muito eficaz, muito forte. Conseguimos criar 4, 5 oportunidades de golo e se ao intervalo estivesse 3-1, 4-1 ninguém se admiraria, era justo que assim fosse. No último lance da 1ª parte, eles fizeram o golo, o que lhes deu confiança. Não estamos habituados a sofrer tantos golos em casa e isso penalizou-nos um pouco. No segundo tempo, não entrámos tão bem, faltou-nos alguma intensidade, agressividade, alguma gestão, mas depois conseguimos fazer o 3-2 e o 4-2 e depois num golo fantástico o Moreirense fez o 4-3, mas é uma vitória merecida num contexto de muitos jogos em poucos dias.”

Boa oposição do Moreirense
“Nós fomos sempre à procura de virar o jogo quando estivemos em desvantagem. O Moreirense é uma boa equipa, bem orientada pelo Ivo e as mudanças que ele fez resultaram muito bem. Era natural que o Ivo passasse para cinco defesas e pusesse o Chiquinho, que é um jogador muito bom no momento de ganhar a bola e partir para ao ataque. Foi muito inteligente por parte do Ivo colocá-lo mas de qualquer forma nós sabíamos o que tínhamos de fazer, fomos sempre à procura dos golos.”

Um verdadeiro jogo de Taça
“Foi um jogo bem disputado, bem dividido, falhámos algumas ocasiões para irmos para o intervalo com um resultado mais descansado, de qualquer maneira foi um verdadeiro jogo da Taça em que a equipa se sentiu aqui e ali menos agressiva e intensa mas em que controlámos.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. pois , mas o problema e da confiança de SC nas alternativas, SC nao da chances a mais ninguem a nao ser aos amigos fabiano e hernani que ate esta agora a jogar umas coisas. BaZoer tinha lugar a espaços na equipa, Mbemba idem, o def direito idem, jorge idem, adrian lopez como se ve ajuda, com oliver ele tambem embirra. SERA MUITO DIFICIL A QUALQUER JOGADOR QUE SEJA CONTRATADO ENTAR NA EQUIPA COM SC, ELE TEM DIFICULDADE EM GERIR NOVOS JOGADORES, MILITAO E A EXCEÇAO POR FALTA DE ALTERNATIVAS, ALIAS MILITAO COMEÇA A DAR SINAIS DE MENOR FRESCURA. sE NAO APOSTA EM LEITE TEM QUEIROS QUE E MUITO BOM, ANDRE PEREIRA E SO ON NOSSO AVANÇADO MAIS COMPLETO, NO ENTANTO ELE METEU O CORONA A DEF DIREITO QUE NAO TARDARA MUITO ESTARA FARTO DESSE LUIGAR. Maxi esta finito, otavio lesiona se com facilidade quando a intensidade aumenta, estamos a aproximarmo nos de marega e casillas mais 9.
    Bazoer poderia ter jogado ontem por exemplo, o joao pedro idem aspas, jorge idem aspas agora SC deoende a 200% de telles para as bolas paradas, nao havendo telles e oliveira quem as marca?
    O ano passado foi o mesmo, varios jogadores se lesionaram muscularmente porque e impossivel aguentar tanto jogo com toda a intensidade necessaria para o padrao SC, estivemos quase a perder o campeonato. Obviamente que precisamos de mais 2, 3 jogadores intensos mas onde os ir buscar? realmente o moreirense provavelmente com a equipa principal ganharia no dragao.
    Concluindo SC ja alargou um pouco os seus horizontes mas continua ainda pouco maleavel

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