Um romântico da bola

“A Trincheira do Estilhaço”

Em tempos onde os factores materialistas pesam, normalmente, mais que os humanos assistimos, de quando em vez, a actos, mais ou menos isolados, onde se demonstra precisamente o oposto.

Na segunda-feira da semana passada, dia 23 de Abril, aquando do jantar de comemoração dos 25 anos de presidência do FC Porto, no Palácio da Bolsa, entre vários convidados surpresa houve um que muito comoveu o nosso Comandante. Que até me comoveu a mim, digo eu.

Sim meus amigos, apesar da maneira pouco amistosa que deixou o Dragão o homem que é apelidado por muitos de um dos últimos românticos da bola, não deixou a sua boa educação por mãos alheias e fez questão em estar presente.

A personagem em questão é um Espanhol, de nome Victor Fernández, actual treinador do Zaragoza que, apesar de nunca ter conseguido convencer no Dragão, deixou o FC Porto a meio de uma época quando estávamos em terceiro, com uns 1/8 da Champions, a coroa de glória de se ter tornado campeão mundial de clubes (Taça Intercontinental) e ainda a Supertaça portuguesa ganha ao Benfica.

O nosso comandante sempre o apelidou de um cavalheiro e, mais uma vez, não se enganou. E é esta a razão principal do post. Que me perdoem os grosseiros, mas o cavalheirismo não morreu e nem sequer está fora de moda. Talvez, e apenas talvez, fosse demasiado cavalheiro para o cargo que ocupou.

Penso que se adequa bem melhor ao lugar de Mister do FCPorto um guerreiro, alguém que possa incutir disciplina, um forte espirito de corpo e demonstrar aos jogadores aquilo que nós já sabemos já há muito, mas mesmo muito tempo. Se formos demasiados bonzinhos até nos comem de cebolada.

Fica, no entanto, uma palavra de apreço a um romântico da bola e outra, desta vez, de admiração a um cavalheiro.

Um bem haja Fernández.

Saudações,
Estilhaço