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E em menos de um ano… três vitórias no estádio sem luz!! Mais um jogo histórico vivido e festejado intensamente por todos os ultras do FC Porto que se deslocaram à mouraria. O futebol tem destas coisas, se há duas semanas estávamos cinco pontos atrás, neste momento estamos três pontos à frente, dando na sexta-feira passada, um passo muito importante rumo ao XXVI! Agora concentração máxima, temos o caminho aberto para nos sagrarmos novamente campeões, vamos dar tudo jogo a jogo e provar que somos os melhores de Portugal.
Na bancada, seguirão fieis os teus seguidores, para todo o lado, como até aqui. Nem uma sexta-feira impediu mais uma invasão ao circo de Carnide!! Continuamos a levar bem mais gente lá abaixo, do que o clube dos ”6 milhões” traz cá a acima. Mas de longe.
O dia mais aguardado ao longo de uma época por qualquer ultra do mágico Porto chegou finalmente. Depois de na época transata termos lá festejado duas vezes em apenas dezassete dias, este ano voltámos a ser muito felizes. É definitivamente o nosso salão de festas! Se alguém lá festeja regularmente somos nós! Apesar da temporada algo irregular que estamos a realizar, nós não abdicamos de te acompanhar e a meio de um dia de semana aplicou-se bem a minha música predilecta: “A namorada eu deixei, e o trabalho abandonei…”
13h “acaba” o trabalho/aulas para todos e pouco depois partida do sítio do costume rumo à capital. Paragens habituais para apanhar alguns companheiros pelo caminho e também para o repouso necessário. A bordo, verdadeiro ambiente acompanhado de muito comida e claro… a indispensável cerveja. Os cânticos foram uma constante a viagem toda, com mais incidência quando o mau cheiro se começava a fazer sentir. Áreas de serviço fortemente patrulhadas, o habitual nestas andanças.
Por volta das 17h passámos as portagens e imediatamente encostámos na berma da autoestrada, juntamente com todos os outros autocarros de adeptos do FCP. O ritual de urinar naquele local obviamente foi cumprido, com dezenas a saltarem os rails de protecção enquanto não era dada ordem para avançar. Desta vez foi bem rápido, poucos minutos depois… os Dragões estavam a entrar por Lisboa dentro!! Uma autêntica caravana de camionetas escoltada pelo Corpo de Intervenção e Spotter’s rumou a Telheiras, o mesmo local de concentração todos os anos.
A mancha azul e branca era arrepiante, aproximava-se um dos momentos altos do dia: o cortejo! Polícia de todos os tipos, bombeiros, comunicação social e 3000 ultras do campeão arrancam ainda antes das 18h. Este ano foi permitida a entrada do material das nossas claques ao contrário dos dois jogos do ano passado, isto porque o ano passado “punha em risco a segurança dos adeptos”. Esqueceram-se é que desde 2004 que entra material naquele estádio… e em todos esses anos, não havia nenhum risco? Adiante.
Cortejo espectacular, tudo a cantar pelas ruas da capital. Bandeiras e estandartes no ar, com alguma pirotecnia à mistura, especialmente na melhor parte do cortejo, quando passamos debaixo da segunda circular, no túnel. Nas janelas dos prédios, muito portista que nos saudava com cachecóis azuis e brancos, o que já começa a ser habitual também, um bem-haja a todos eles! Chegámos à porta do estádio sem luz cerca de duas horas antes, sob o olhar de centenas de lampiões excitados. O campeão voltou!!
Demora nas revistas como é habitual mas fiquei contente por este ano conseguir entrar ainda no aquecimento. Aliás, entrámos todos antes do jogo começar. O material foi revistado à parte e individualmente, enquanto os adeptos passavam por oito corredores formados por grandes grades brancas, uma inovação para a recepção ao campeão! Um estádio de terceiro mundo, nunca entrei em lado nenhum da forma como entro naquela espelunca. Já o disse aqui em outros anos mas repito, a porta onde entramos é comum a adeptos dois clubes, ou seja, a polícia tem que estar constantemente a mandar parar uns, e depois outros, para que não se cruzem. Só visto. Lá fomos encaminhados para a tão badalada jaula.
Pessoalmente e agora que lá estive, não achei nada de extraordinário, o jogo até se vê bem, embora através de uma rede. E não é uma jaula, são duas, lado a lado, que foram ocupadas totalmente pelos nossos adeptos. Mais uma invasão para ficar na história, numa sexta-feira à noite. A faixa gigante “Super Dragões” foi colocada no cimo da bancada que ocupámos. Uma moldura humana fantástica. De 60 mil que estiveram no salão de festas, 57 mil eram cabeçudos. E continuaram a inchar…
Voa o milhafre e entram as equipas, sempre um grande momento. Ambiente infernal provocado por ambos os lados, Diabos Vermelhos e No Name Boys com coreografias (quais claques ilegais!!!) e pirotecnia a acompanhar. Grande fumarada e tudo a postos para o início. O “mágico Porto” pegava o sector visitante inteiro e ouvia-se no estádio todo.
Grande duelo ultra durante o jogo, com os jogadores a corresponderam com um excelente espectáculo de futebol, tendo o FC Porto se superiorizado claramente. Dragões de todo o país, na bancada, defenderam, orgulharam, honraram e empurraram a equipa para a vitória. Hulk marca o primeiro e vai tudo abaixo na nossa bancada. Sensivelmente a meio da primeira parte (talvez pelo resultado estar a correr mal???) o Corpo de Intervenção começa a bater a torto e a direito em tudo o que é azul. Vejo adeptos portistas algemados, a sangrar e a continuar a levar porrada dos animais raivosos. Há valentões! Voaram algumas cadeiras e afins, em legítima defesa, e os cobardes fardados até aos dentes, lá pararam. Ao intervalo 1-1.
Na segunda parte entramos a sofrer o segundo golo e os lampiões rejubilavam. Até meio do segundo tempo tiveram por cima no que ao poder vocal diz respeito, o que também é natural. A partir do empate de James a história muda claramente. Loucura na curva portista e todos acreditavam que poderíamos voltar a ganhar ali. O momento de glória veio com o golo de Maicon… explosão total no terceiro anel da bancada Coca-Cola!! Saltos e gritos de alegria, abraços emocionados. Lembrei-me do que, naquele mesmo local, vivi no ano passado, mas também daquilo que já passámos este ano, e as lágrimas escorriam-me pelo rosto. Daí até final foi ficar sem voz! Do “mágico Porto” sensacional ao “Pinto da Costa, olé!”, do “e quem não salta é lampião” ao “campeonato com o caralh* outra vez”, viveu-se ali minutos impossíveis de descrever.
Termina o jogo e três milhares cantam em uníssono “APAGUEM AS LUZES!!!!” enquanto os jogadores correm na nossa direcção!! Onde é que eu já vi este filme?
Junto à bandeirola de canto apontam todos na nossa direcção, para gaudio de todos. No primeiro piso, os Diabos Vermelhos (que se situam mesmo por baixo de nós) lançam objectos para o relvado e a polícia intervém. Isso provocou ainda mais vontade aos jogadores de festejar. À saída para o famoso túnel novo episódio de arremesso de objectos contra os nossos. Se querem que vos seja sincero, fico feliz, é bom que os nossos jogadores saibam o que aquele clube representa!
Na bancada, seguirão fieis os teus seguidores, para todo o lado, como até aqui. Nem uma sexta-feira impediu mais uma invasão ao circo de Carnide!! Continuamos a levar bem mais gente lá abaixo, do que o clube dos ”6 milhões” traz cá a acima. Mas de longe.
O dia mais aguardado ao longo de uma época por qualquer ultra do mágico Porto chegou finalmente. Depois de na época transata termos lá festejado duas vezes em apenas dezassete dias, este ano voltámos a ser muito felizes. É definitivamente o nosso salão de festas! Se alguém lá festeja regularmente somos nós! Apesar da temporada algo irregular que estamos a realizar, nós não abdicamos de te acompanhar e a meio de um dia de semana aplicou-se bem a minha música predilecta: “A namorada eu deixei, e o trabalho abandonei…”
13h “acaba” o trabalho/aulas para todos e pouco depois partida do sítio do costume rumo à capital. Paragens habituais para apanhar alguns companheiros pelo caminho e também para o repouso necessário. A bordo, verdadeiro ambiente acompanhado de muito comida e claro… a indispensável cerveja. Os cânticos foram uma constante a viagem toda, com mais incidência quando o mau cheiro se começava a fazer sentir. Áreas de serviço fortemente patrulhadas, o habitual nestas andanças.
Por volta das 17h passámos as portagens e imediatamente encostámos na berma da autoestrada, juntamente com todos os outros autocarros de adeptos do FCP. O ritual de urinar naquele local obviamente foi cumprido, com dezenas a saltarem os rails de protecção enquanto não era dada ordem para avançar. Desta vez foi bem rápido, poucos minutos depois… os Dragões estavam a entrar por Lisboa dentro!! Uma autêntica caravana de camionetas escoltada pelo Corpo de Intervenção e Spotter’s rumou a Telheiras, o mesmo local de concentração todos os anos.
A mancha azul e branca era arrepiante, aproximava-se um dos momentos altos do dia: o cortejo! Polícia de todos os tipos, bombeiros, comunicação social e 3000 ultras do campeão arrancam ainda antes das 18h. Este ano foi permitida a entrada do material das nossas claques ao contrário dos dois jogos do ano passado, isto porque o ano passado “punha em risco a segurança dos adeptos”. Esqueceram-se é que desde 2004 que entra material naquele estádio… e em todos esses anos, não havia nenhum risco? Adiante.
Cortejo espectacular, tudo a cantar pelas ruas da capital. Bandeiras e estandartes no ar, com alguma pirotecnia à mistura, especialmente na melhor parte do cortejo, quando passamos debaixo da segunda circular, no túnel. Nas janelas dos prédios, muito portista que nos saudava com cachecóis azuis e brancos, o que já começa a ser habitual também, um bem-haja a todos eles! Chegámos à porta do estádio sem luz cerca de duas horas antes, sob o olhar de centenas de lampiões excitados. O campeão voltou!!
Demora nas revistas como é habitual mas fiquei contente por este ano conseguir entrar ainda no aquecimento. Aliás, entrámos todos antes do jogo começar. O material foi revistado à parte e individualmente, enquanto os adeptos passavam por oito corredores formados por grandes grades brancas, uma inovação para a recepção ao campeão! Um estádio de terceiro mundo, nunca entrei em lado nenhum da forma como entro naquela espelunca. Já o disse aqui em outros anos mas repito, a porta onde entramos é comum a adeptos dois clubes, ou seja, a polícia tem que estar constantemente a mandar parar uns, e depois outros, para que não se cruzem. Só visto. Lá fomos encaminhados para a tão badalada jaula.
Pessoalmente e agora que lá estive, não achei nada de extraordinário, o jogo até se vê bem, embora através de uma rede. E não é uma jaula, são duas, lado a lado, que foram ocupadas totalmente pelos nossos adeptos. Mais uma invasão para ficar na história, numa sexta-feira à noite. A faixa gigante “Super Dragões” foi colocada no cimo da bancada que ocupámos. Uma moldura humana fantástica. De 60 mil que estiveram no salão de festas, 57 mil eram cabeçudos. E continuaram a inchar…
Voa o milhafre e entram as equipas, sempre um grande momento. Ambiente infernal provocado por ambos os lados, Diabos Vermelhos e No Name Boys com coreografias (quais claques ilegais!!!) e pirotecnia a acompanhar. Grande fumarada e tudo a postos para o início. O “mágico Porto” pegava o sector visitante inteiro e ouvia-se no estádio todo.
Grande duelo ultra durante o jogo, com os jogadores a corresponderam com um excelente espectáculo de futebol, tendo o FC Porto se superiorizado claramente. Dragões de todo o país, na bancada, defenderam, orgulharam, honraram e empurraram a equipa para a vitória. Hulk marca o primeiro e vai tudo abaixo na nossa bancada. Sensivelmente a meio da primeira parte (talvez pelo resultado estar a correr mal???) o Corpo de Intervenção começa a bater a torto e a direito em tudo o que é azul. Vejo adeptos portistas algemados, a sangrar e a continuar a levar porrada dos animais raivosos. Há valentões! Voaram algumas cadeiras e afins, em legítima defesa, e os cobardes fardados até aos dentes, lá pararam. Ao intervalo 1-1.
Na segunda parte entramos a sofrer o segundo golo e os lampiões rejubilavam. Até meio do segundo tempo tiveram por cima no que ao poder vocal diz respeito, o que também é natural. A partir do empate de James a história muda claramente. Loucura na curva portista e todos acreditavam que poderíamos voltar a ganhar ali. O momento de glória veio com o golo de Maicon… explosão total no terceiro anel da bancada Coca-Cola!! Saltos e gritos de alegria, abraços emocionados. Lembrei-me do que, naquele mesmo local, vivi no ano passado, mas também daquilo que já passámos este ano, e as lágrimas escorriam-me pelo rosto. Daí até final foi ficar sem voz! Do “mágico Porto” sensacional ao “Pinto da Costa, olé!”, do “e quem não salta é lampião” ao “campeonato com o caralh* outra vez”, viveu-se ali minutos impossíveis de descrever.
Termina o jogo e três milhares cantam em uníssono “APAGUEM AS LUZES!!!!” enquanto os jogadores correm na nossa direcção!! Onde é que eu já vi este filme?
Junto à bandeirola de canto apontam todos na nossa direcção, para gaudio de todos. No primeiro piso, os Diabos Vermelhos (que se situam mesmo por baixo de nós) lançam objectos para o relvado e a polícia intervém. Isso provocou ainda mais vontade aos jogadores de festejar. À saída para o famoso túnel novo episódio de arremesso de objectos contra os nossos. Se querem que vos seja sincero, fico feliz, é bom que os nossos jogadores saibam o que aquele clube representa!
Ganhar é muito bom, ganhar aos lampiões é óptimo, mas ganhar aos lampiões em pleno salão de festas é emocionante! E foram três vezes entre 3 de Abril de 2011 e 2 de Março de 2012! Estádio vazio e a festa não parou, connosco retidos nas bancadas: “Olha a cabeça do lampião, continua a inchar, continua a inchar!”
Cerca de 45 minutos depois começámos a sair. Cortejo de volta a Telheiras em clima de festa, o que já começa a ser hábito também. Mais uma vez nas janelas de muitas casas saudavam o campeão! “Porto! Porto! Porto!”, nas ruas de Lisboa. A meio do percurso de regresso fomos alvo de um arremesso de pedras por um grupo de lampiões, que devido ao tamanho da cabeça ainda não tinham conseguido entrar em casa. Um agente do CI, quando confrontado com o arremesso de pedras na nossa direcção, respondeu-me: “E o que é que queres que eu te faça?!”
Partida para o Porto já depois da meia-noite, alegria total na viagem de regresso. Uma ou duas paragens até à passagem na Ponte do Freixo, às 4h30 da manhã!! Missão cumprida.
Só os mais fortes sobrevivem, nós sermos eternos!
Até dia 20, cabeçudos!
Um abraço ultra.
Cerca de 45 minutos depois começámos a sair. Cortejo de volta a Telheiras em clima de festa, o que já começa a ser hábito também. Mais uma vez nas janelas de muitas casas saudavam o campeão! “Porto! Porto! Porto!”, nas ruas de Lisboa. A meio do percurso de regresso fomos alvo de um arremesso de pedras por um grupo de lampiões, que devido ao tamanho da cabeça ainda não tinham conseguido entrar em casa. Um agente do CI, quando confrontado com o arremesso de pedras na nossa direcção, respondeu-me: “E o que é que queres que eu te faça?!”
Partida para o Porto já depois da meia-noite, alegria total na viagem de regresso. Uma ou duas paragens até à passagem na Ponte do Freixo, às 4h30 da manhã!! Missão cumprida.
Só os mais fortes sobrevivem, nós sermos eternos!
Até dia 20, cabeçudos!
Um abraço ultra.
«“E o que é que queres que eu te faça?!”»
ResponderEliminarpois...
como te compreendo, Tripeiro.
vontade não te deve ter faltado.
já o Antas o disse esta semana:
«Tira-me do sério haver gente assim, gente que todos dizem estarem ali para proteger os adeptos e afinal, estão ali como uma extensão do ginásio sempre prontos a bater em tudo o que mexe»
sábias palavras de quem o sente no corpo.
abr@ço
Miguel | Tomo II
Bravo, Tripeiro! Mais palavras para quê?!
ResponderEliminarAbraço.
Bibó PORTO!
Para além de todo o relato ser fantástico e emocionante destaco estas duas passagens: "Nas janelas dos prédios, muito portista que nos saudava com cachecóis azuis e brancos, o que já começa a ser habitual também, um bem-haja a todos eles!" e "Mais uma vez nas janelas de muitas casas saudavam o campeão! “Porto! Porto! Porto!”, nas ruas de Lisboa." Se para os adeptos que vivem no Porto estas vitórias são fantásticas, para quem vive em Lx (estrangeiro) têm um sabor ainda melhor.
ResponderEliminarParabéns tripeiro por mais esta grande crónica.
ONDE QUER QUE TU VÁS, EU VOU LÁ ESTAR...
ResponderEliminar1893