14 julho, 2015

RECOMEÇA A LUTA.

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1. A bola já rola, ainda numa fase embrionária, sendo que no futebol actual o início dos trabalhos de pré-temporada significa cada vez menos certezas por força das leis de mercado.

Onde antes se amontoavam centenas de adeptos à espera do plantel quase final, com as respectivas novidades que por vezes vinham acompanhados de uma surpresa (sendo que alguns tinham nesse dia o seu momento único de glória – Paille ou Chippo são bons exemplos), hoje o início dos trabalhos é feito com muitas indefinições e num ambiente de quase indiferença, também propiciado pelo enquadramento completamente diferente das Antas/Olival.

O futebol está diferente, sendo um negócio muito mais amplo e complexo neste século XXI. Mesmo que olhe para trás e sinta uma certa nostalgia pelo ambiente especial que se vivia nessas pré-temporadas, o desporto agora é assim e, apesar de tudo, o FC Porto adaptou-se bem às novas “regras” sem ter perdido sucesso, bem pelo contrário.

2. Na rampa de lançamento desta temporada 15/16 temos visto um desenho de plantel com algumas nuances interessantes. Agrada-me bastante ver no plantel um Ruben Neves, um Sérgio Oliveira, um André André ou um Ricardo Pereira.

O João Pinto ou o Jorge Costa, por exemplo, tiveram um início, não nasceram capitães ou símbolos, ou seja, se desejamos ter jogadores de casa, com anos de serviço e com um sentimento especial pelo FC Porto, primeiro temos de começar por lhes dar a oportunidade de entrar no plantel e dar-lhes a chance de agarrarem o seu espaço e atingirem esse nível.

Ser Portista e com percurso na nossa formação não garante por si só qualidade ou títulos, no entanto acredito que a presença de alguns elementos com essas características ajuda a criar um grupo mais forte e coeso no médio/longo prazo. Que este caminho seja para continuar sem medo, até porque só temos a ganhar desportiva e financeiramente em regressar um pouco a um passado que não está assim tão distante. E como não acredito que todos eles sejam menos capazes do que outros jovens de outras nacionalidades, não será por ai que o futuro deixará de ser risonho.

3. Casillas e Imbula representam cartadas fortes, capazes de naturalmente gerar muitas e diferentes opiniões.

Sem querer repisar tudo o que já se disse e escreveu, saliento no entanto um facto que acho importante: independentemente de estarmos mais ou menos de acordo, estas duas operações demonstram o quanto crescemos para chegarmos a ter esta possibilidade de contratar um monstro sagrado do futebol europeu e uma estrela em ascensão a uma equipa de topo do campeonato francês, mesmo estando ele referenciado por nomes fortes.

Se são bons ou maus negócios só o futuro o dirá, no entanto quero acreditar que são um sinal de grande ambição e seriedade tendo em vista um objectivo essencial para o futuro próximo do FC Porto: recuperar um campeonato que foge há 2 anos.

4. Lembro-me de ver chegar Aloisio, Kostadinov ou mesmo Jardel e Lucho, jogadores já com algum cartel no futebol internacional. Antes disso tivemos Madjer, Geraldão, Juary ou Mlynarczyk ou, provavelmente acima de todos, Cubillas, todos eles jogadores que já tinham passado por grandes palcos ou grandes clubes, no entanto nunca tivemos uma contratação com tanto impacto mundial como a do Iker Casillas.

Apesar dos bons exemplos que relembrei em cima, nem sempre tivemos sorte com contratações de jogadores renomados (lembro-me por exemplo de Pizzi, Esnaider ou mesmo Mariano Gonzalez), mas acredito que Casillas será capaz de estar à altura do seu prestígio e irá deixar a sua marca no FC Porto.

5. Pela segunda vez na sua carreira, Ricardo Quaresma estará de saída do FC Porto. Figura sempre polémica, capaz de dividir opiniões, fica para muitos a dúvida se poderia ou não ser um jogador importante para a temporada que se avizinha.

Independentemente dos seus méritos futebolísticos, Quaresma transformou-se num “cavalo de batalha” para muitos que o usaram para atingir o treinador ou alguns dos seus colegas. Infelizmente, todo esse ruído inútil, indesejado e prejudicial ao próprio jogador foi por ele mal gerido, incapaz de se colocar à margem dessas guerras e colocar um ponto final nas mesmas, aparecendo inclusive algumas vezes a ajudar no avolumar de algumas tensões.

Independentemente das paixões que possa suscitar entre uma grande franja da massa associativa, Ricardo Quaresma é, nos dias que correm, uma indesejável fonte de divisões que bem se dispensam.

Assim, e apesar do seu valor futebolístico, acho natural a sua saída. Num clube onde Fernando Gomes, Madjer, Jorge Costa ou mesmo Lucho acabaram por sair quando a liderança do Clube considerou que existiam mais contras que prós na sua permanência, não me parece que a questão Quaresma seja assim tão inusitada como alguns querem fazer querer.

Boa semana.

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