13 março, 2017

A IMPORTÂNCIA DOS CLÁSSICOS.


É uma questão interessante que é debatida há já muitos anos, sobretudo e com maior incidência nas épocas em que os campeonatos se discutem por uma “unha negra”.

Sou por principio alérgico a lugares-comuns, mas como todas as regras têm a sua exceção, há uma frase dita várias vezes com a qual eu concordo a 200%: os campeonatos não se perdem ou ganham nos clássicos, mas sim nos jogos com as ditas equipas pequenas. Com isto não quero dizer que os clássicos não são importantes, nem têm influencia no desenvolvimento dos campeonatos, é óbvio que vencer um clássico permite roubar pontos a um rival direto, permite reduzir a dependência de terceiros porque pode dar vantagem no confronto direto em caso de igualdade pontual e é uma vitamina excelente para quem o ganha. A questão é mesmo percentual e matemática, os clássicos representam 12% do total de jogos realizados num campeonato a 34 jornadas, contra os 88% de jogos contra os aroucas, setúbeis e bragas desta vida.

Posso até dar alguns exemplos flagrantes que refletem aquilo que estou a defender, nomeadamente:
  • Muitos falam do golo de Kelvin ao minuto 92 como aquilo que deu o tricampeonato na época 2012/2013, mas é bom que ninguém se esqueça que o FC Porto andou várias jornadas a ganhar consecutivamente, pressionando os calcanhares ao líder e deixando a decisão para o clássico no Dragão. E eu também não me esqueço que se na jornada anterior o nosso rival tivesse ganho na luz o estoril como TODA a gente dava como adquirido, entraria no Dragão com 4 pontos de vantagem e mesmo que perdesse, ficaria com 1 ponto de vantagem, bastando depois na ultima jornada vencer o moreirense, como aliás veio a acontecer. Resumindo: o estoril de Marco Silva foi fundamental no tricampeonato do FC Porto!

  • Na época de Adriaanse em que foi conquistada a dobradinha, o FC Porto foi a equipa que menos pontos conquistou nos clássicos (4 pontos) em contraponto com os 6 pontos conquistados pelo slb e os 7 pontos conquistados pelo scp. Ganhou foi mais pontos nos outros jogos todos, dando-se até ao "luxo" de perder os dois jogos com o slb;

  • No ano passado, o scp foi a equipa que mais pontos fez nos clássicos (9 pontos), mas tal não bastou para ser campeão, porque no final pesou e muito por exemplo o empate em casa com o tondela.
Muito se tem falado no clássico que só se disputa no início do próximo mês mas a minha convicção é para já muito simples: o jogo do dia 2 de abril perde grande parte da sua importância se o FC Porto não ganhar ao setúbal no Dragão.

A importância dos clássicos tem muito a ver com o contexto em que se desenrolam, nomeadamente a diferença pontual entre as equipas, o momento de forma (e não, não é a pior equipa que geralmente ganha, esse sim é um mito!) e a fase psicológica das equipas. Claro que é muito diferente para o FC Porto ir para a luz com menos 1 ponto do que ir em vantagem na classificação.

Se tudo correr dentro da normalidade, chegaremos a 2 de abril a 1 ponto da liderança do campeonato. Com tudo isto não quero dizer que o jogo não seja importante, obviamente irá ter um peso grande na classificação, mas quando analisamos os clássicos, é impossível não ter em conta o contexto e a forma como as equipas chegam a esses jogos. Por exemplo, se um "pinheirinho" tivesse visto o que toda a gente viu em setúbal, ou seja, um claríssimo penaltie por marcar sobre Otávio, o FC Porto poderia entrar na luz com 1 ponto de vantagem, o que é muito diferente do cenário atual. Daí eu dizer que os jogos com os pequenos clubes são muito, muito importantes.

1 comentário:

  1. De como se os pilares à volta da casa se tratasse e os clássicos são os pilares que estão ao centro do edifício.
    É nestes casos que se diz e muito bem que ganhar clássicos ou ganhar contra equipas a lutar pela permanência têm todos o mesmo valor: 3 pontos. Isto na mais teórica das teorias.
    Resta que os jogadores encarem todos os 34 jogos com a mesma seriedade e mentalidade.

    Abraços.

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