26 janeiro, 2018

17 IDEIAS SOBRE O CLÁSSICO.


1. Terceiro clássico e terceiro empate. Este foi sem dúvida o confronto onde fomos mais claramente superiores, diria mesmo esmagadores na segunda parte, mas parece continuar a faltar algo, aquilo a que chamo o "medo de ser feliz".

2. Durante a 2ª parte, com outra abordagem psicológica, o golo ao Sporting seria uma questão de tempo. Faltou o punch, aquilo a que o Sir Robson chamava, com propriedade, killer instinct.

3. Fomos roubados. O lance do penalty de Danilo (que seria penalty) não o é porque é precedido de fora-de-jogo de Bas Dost. Isto é facto dado como provado e faça-se jurisprudência.
O golo invalidado ao FC Porto, por intermédio do pavão Artur Soares Dias, carece de fundamentação: não vi nenhuma imagem que me prove claramente que é fora-de-jogo. As regras da FIFA são claras quanto a isto: em caso de dúvida, beneficia-se o ataque. Erro clamoroso - mais um - do VAR.

4. Diga-se que jogamos com um meio-campo de suplentes: Herrera a trinco, Sérgio Oliveira e Oliver. Mesmo assim, frente ao meio-campo titular do Sporting, demos um amasso daqueles.

5. Grande jogo do Ricardo Pereira. É verdade que aquele extremo-esquerdo lagarto, que todos elogiam (Acuña), titular da Selecção argentina (?!?), não é muito dotado tecnicamente nem empresta magia e imprevisibilidade ao jogo, mas a exibição do Ricardo a nível atacante é de se lhe tirar o chapéu. O adversário directo não lhe dava que fazer e ele soltou-se e soltou-se muito bem.

6. Eu gosto do Sérgio Oliveira. Gosto mesmo. Faz-me lembrar um daqueles gajos do futebol americano. Recolhe as bolas, levanta a cabeça, vê onde quer meter a bola e coloca-a limpinha a jogar. Quando o jogo fica embrulhado e quando está sob pressão, a sua importãncia diminui, mas é claramente uma peça-chave da equipa quando o objectivo é ganhar o meio-campo. Assistência brilhante para o golo do Soares.

7. Chegamos a Oliver. Para mim provou ontem uma vez mais que SC tem razão em não lhe dar minutos. Maus passes, incapacidade de progressão no terreno, inutilidade no capítulo do remate, zero poder de fogo, zero penetração e profundidade. Se quer ser Xavi tem que melhorar o passe curto e a visão de jogo; se quer ser um 10 tem que ganhar golo e profundidade. Está a meio caminho de coisa nenhuma, perdido no meio da ponte.
Tudo ok, não fosse o facto de ter custado 20M€. Creio que, com Paulinho em campo a 8 ou a 10, Oliver será irremediavelmente atirado para a bancada.

8. Waris: personalidade a bater o penalty, entrada com uma boa desmarcação para Brahimi e dois lances ganhos dentro da área. Gostei do que vi nestes poucos minutos. Pode vir a ser útil como rato de área.

9. Aboubakar: o camaronês parece cansado, perdeu explosão, lento, previsível, trapalhão. SC parece ter percebido isso e está a lançar Tiquinho, o Estripador. Precisamos do melhor Tiquinho.

10. Alex Telles: não sabe jogar mal. E como diz um amigo meu, um canto do Telles equivale a um penalty para o Porto. E, pelo que vi ontem, diria que a percentagem de marcação de golos em cantos e em penaltys deverá ser a mesma!

11. Não entro nas balelas de que a Taça da Liga não importa e que "a perder, que seja este". Para mim o FC Porto até no campeonato da carica entra para ganhar. Perdemos uma taça e estou pior que estragado.

12. Não gostei de ver SC ir para o balneário nos penaltys. Percebo que a ideia seja dar valor aos 90 minutos e não ligar aos penaltys, mas isso não bate certo quando diz na Flash que os penaltys não são lotaria.
O treinador tem que estar lá nestes momentos. Ponto final.

13. Precisamos que o melhor Corona apareça. O plantel é curto, o mexicano é craque, tem que aparecer agora em grande estilo.

14. Paulinho pode dar aquela profundidade que tem faltado na zona central, aquele passe com molho, aquele passe com salero, aquela assistência com adoçante que só pede mesmo o encosto lá para dentro. Acredito muito neste brasileiro que fomos buscar aos Algarves.

15. Ver Coentrão chamar "preto do caralho" a Marega é algo que custa e que pensava já ver irradiado do futebol. A UEFA costuma ter mão pesada nestas coisas. Veremos o que acontecerá neste pequeno país à beira mar plantado. Mas não se esqueçam: se fosse Sérgio Oliveira a dizer isto seríamos catalogados como "os racistas lá do Norte".

16. Termino dizendo que fomos melhores, muito melhores. Mas no FC Porto não vivemos de vitórias morais. Temos que ser matadores, temos que ser maldosos, não podemos perdoar à boca da baliza. Falta esse punch para que esta equipa passe para outro nível, para o nível da estratosfera europeia. Não é preciso um ponta-de-lança matador, porque já os temos; precisamos é de frieza colectiva e outra abordagem psicológica. Não ter medo de ganhar!

17. Cada vez mais com a certeza de que VAMOS SER CAMPEÕES!!

Rodrigo de Almada Martins

2 comentários:

  1. Coincidentemente, mal Óliver entrou, o meio-campo do Sporting perdeu imediatamente a superioridade que estava a ter... devia ter sido o espírito do Xavi que veio das arábias assombrar a Pedreira :-)

    Óliver é posse! Se um treinador quiser dominar um meio campo adversário, mete Óliver. Se o treinador quiser impor velocidade no jogo, deixa-o no banco. Tão simples quanto isso. Sérgio Conceição tem preferido abdicar da posse e deixar no engodo o adversário subir, para assim lhes meter 2 avançados pujantes nas costas. Nesse aspecto, Óliver conflitua com a estratégia de SC, pois ao segurar o meio-campo, acaba por retirar espaço aos avançados para aplicarem aquilo em que são mais fortes: Poder físico. Quem não tem cão, caça com gato. Nesse aspecto, SC tem sido superiormente perspicaz. Fossem os nossos avançados Falcão ou Jackson, decerto a conversa (e estratégia) seria outra.

    Uma analogia: Qual é o melhor carro para andar na praia: um Ferrari ou um Buggy? E entre os 2, qual é o melhor e o mais valioso? Pois... estamos falados quanto ao ponto 7 e os 20 milhões.

    Quanto a Sérgio Oliveira, esteve péssimo naquilo em que é melhor. Meia-distância e bolas paradas. Para raça e luta, que foi o que deu, o André André nos melhores dias é bem superior... além de ser um especialista em penalties.

    Concordo plenamente com o Killer Instinct. Está a faltar. Vitórias morais não enchem prateleiras de museus.

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