15 janeiro, 2018

TRAGÉDIA IMINENTE.


ESTORIL-FC PORTO, 1-0 (suspenso ao intervalo)

O jogo da noite desta segunda-feira foi marcado por contornos de polémica. Desta vez fora dos relvados. Nesta crónica vou centrar-me no que se passou extra-jogo porque é importante denunciar várias situações.

Poderíamos ter assistido a uma tragédia no campo da Amoreira. Na bancada norte destinada ao sector visitante, no fim da 1ª parte soou o alarme quando se sentiu um ruído e uma tentativa de chamar as pessoas para o perigo de ruína dessa bancada.

Tal não aconteceu porque o pânico instalado foi, de certa forma, relativo e controlado por quem comandou os cerca de 3000 portistas presentes naquele sector. Nisso, o líder dos Super Dragões tem que ser citado porque teve um grande papel e uma grande responsabilidade digna de registo.


As pessoas começaram a sair do estádio por baixo da bancada e outras fugiram para o relvado, invadindo toda a zona da grande área do topo norte. Mas o que se estava realmente a passar? A bancada começou a ceder. O chão cedeu e abriram-se fendas nas paredes desse sector. A partir daí todo o sector foi evacuado e a bancada esvaziou em alguns minutos. Cerca de 2000 pessoas ficaram no relvado e 1000 pessoas foram para a rua. Mas que vergonha é esta? Mas que irresponsabilidade é esta de permitirem um jogo num estádio sem condições?

Estávamos no intervalo de um jogo da Liga NOS com o Estoril a bater o FC Porto por 1-0. As forças de segurança e a protecção civil concluíram que não havia condições para o jogo ser retomado e ficaram 45 minutos de jogo por cumprir.

Agora vamos aos factos. Os regulamentos da Liga aprovados em Assembleia-Geral são muito claros. Em caso destes como o da noite de Segunda-feira na Amoreira dita o regulamento no artigo 94 que tem que haver penalizações para o clube promotor do evento. Tais penalizações passam por derrota no jogo e coimas.

Após vistoria da Liga e da peritagem, os resultados tornam-se inconclusivos. A segunda parte do jogo é adiada para dia 21 de Fevereiro e ficamos sem saber que consequências é que são imputadas ao Estoril. Teremos que aguardar mas da parte do FC Porto há a clara intenção de aplicar os regulamentos previstos nestas situações.

O certo é que ouvimos muitas versões estapafúrdias sobre o caso.

Uns defendiam a continuidade do jogo como se nada tivesse passado, que foi o caso da equipa da casa. Outros anormais eram a favor de que o jogo deveria prosseguir no dia seguinte, como se o estádio reunisse todas as condições com as fendas e os abatimentos visíveis naquele sector. Ou será que esperavam que os 3000 adeptos do FC Porto abdicassem de ver a etapa complementar?


Só em cabeças de atrasados mentais como ouvi ontem num programa em que o idiota-monólogo armado em isento e filósofo vomita asneiras e enormidades destas. Ou mesmo o minorca de Alvalade a escrever posts sobre tomadas de posição que o FC Porto em lado nenhum tomou.

Mas o mais grave disto tudo é ver em directo comentários nas tvs de um ordinário e sem escrúpulos de nome Pedro Henriques. Um ex-jogador frustrado que semana após semana destila ódio contra o FC Porto nos seus comentários que me recuso adjectivar. E o que dizer do rodapé da estação de Carnaxide aquando da invasão do relvado do campo do Estoril? Um nojo!

Gostaria que se tivessem pronunciado sobre o abatimento do piso, das fendas e do cimento fresco colocado para remendar. Mas nada. Não dizem rigorosamente nada.

E já agora quem ouviu o presidente do Estoril dizer umas bacamartadas, desmentir o comunicado do seu clube e chamar otários a todos os telespectadores? Enfim, sem comentários. Foram declarações dignas de um criminoso.

Se ouvissem e lessem mais opiniões de peritos como por exemplo de engenheiros, de arquitectos e, concretamente, do Bastonário da Ordem dos Engenheiros, não diriam tantas asneiras. E quem tivesse vergonha, desaparecia de vez do mapa.

Como o FC Porto não irá abdicar dos seus direitos e dos eventuais prejuízos que daí possam advir, está muito atento e vai aguardar com serenidade pelo desenrolar do inquérito e do processo e tomará as devidas decisões na altura adequada.

Ao contrário de muitos idiotas que estão sempre de faca afiada quando as coisas correm menos bem para o clube, o FC Porto tem a inteligência, e bem, de esperar que as instâncias analisem e tirem as suas conclusões.

Agora vamos analisar os prejuízos do FC Porto. Com este episódio e com a decisão de agendar uma data para concluir o jogo quem sai prejudicado? O FC Porto, claramente.


Primeiro, quem foi o promotor do evento? O Estoril.

Segundo, quem é responsável pelas instalações e pelas condições do estádio? O Estoril. Muito idiota da cartilha veio dizer que era a Câmara Municipal de Cascais. São tão ridículos e uns vendidos que saem-se com estas respostas que não lembra a ninguém. Revelam a ausência de seriedade de que padecem.

Terceiro, é diferente jogar 45 minutos contra uma equipa algo desgastada pela grande intensidade com que encarou a primeira parte do que enfrentar uma equipa fresca.

Quarto, também é diferente jogar contra o Estoril com quatro baixas no seu plantel ao invés de defrontar a equipa com o plantel quase na máxima força. Também dizem os arautos da verdade: o FC Porto vai poder contar com o Brahimi. Pois pode, mas quatro baixas é diferente de uma baixa. A questão é que estamos a analisar diferentes realidades e quem beneficia com elas em resultado desta vergonha.

Quinto, o FC Porto tem uma grande quantidade de jogos, ao fim-de-semana e a meio da semana ao longo dos próximos dois meses, ao contrário do Estoril que joga uma vez por semana. Das poucas semanas em que poderia ter algum descanso, foi marcada pela Liga a segunda parte deste jogo para meio da semana em que poderia ter uma pausa. Claramente penoso para uma equipa que ainda terá que fazer 600 kms a fim de cumprir os 45 minutos em falta, ao contrário do Estoril que só tem que esperar que os portistas se desloquem.

E, no meio disto tudo, o que vai acontecer ao Estoril? Sai impune? Vai beneficiar da frescura dos seus jogadores e das ausências de jogadores neste jogo? E vai poder usufruir do seu estádio cheio de fissuras?

Tivesse o FC Porto marcado um ou dois golos nas quatro oportunidades claras e a esta hora estaríamos, talvez, a falar em mortes e feridos. Conseguem imaginar o que seriam 3000 adeptos do FC Porto a festejar e a saltar na bancada? Não quero nem posso imaginar. Sem ter quaisquer conhecimentos sobre estruturas, não vou dizer o que aconteceria mas consultando quem domina o tema, dizem-me que poderia ter acontecido uma tragédia de proporções incalculáveis.


Sobre o jogo da 1ª parte, apraz-me dizer que o FC Porto entrou com um onze pouco condizente com as exigências do jogo apesar de estar pela frente o último classificado do campeonato. Muitas vezes encaram-se os adversários menos cotados com alguma sobranceria. E isso traz os seus dissabores.

O FC Porto não entrou bem no jogo e permitiu ao Estoril ter algum ascendente na partida. A equipa da linha saiu a jogar e sempre que pôde acercou-se da baliza de José Sá. Aos 18 minutos após uma falta de Reyes sobre um adversário entra a linha da grande área e a linha lateral, Eduardo rematou directamente para a baliza e em arco e inaugurou o marcador.

José Sá ficou pessimamente na fotografia com a má colocação entre postes. Com esta desvantagem, o FC Porto partiu atrás do prejuízo. Aboubakar, Layún e Marega desperdiçaram as suas oportunidades e a terminar a primeira parte Reyes e Aboubakar a meias enviaram uma boa à trave da baliza canarinha. A equipa da casa ainda teve uma oportunidade com um remate fortíssimo a sair junto ao poste da baliza dos Dragões.

Depois veio o intervalo com perspectiva de reacção portista mas o que se passou a seguir e que foi narrado no início desta crónica ditou a suspensão do jogo.

Nota de registo: O Estoril fez mais faltas neste jogo em 45 minutos do que em 90 minutos no Estádio da Luz. Tirem as conclusões que quiserem.

Há mais no dia 21 de Fevereiro para contar, se entretanto não forem tomadas outras decisões.

O FC Porto joga nesta Sexta-feira no Estádio do Dragão frente ao Tondela em jogo a contar para a 19ª Jornada da Liga NOS.




DECLARAÇÕES

COMUNICADO e COMUNICADO



RESUMO DO JOGO

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