21 fevereiro, 2018

45 MINUTOS À PORTO.


ESTORIL-FC PORTO, 1-3

Soberbo, mágico, vertiginoso, asfixiante, terrível, poderoso… poderia começar a minha crónica com o título destes. Mas o título que atribuí é muito mais abrangente. O FC Porto cumpriu os segundos 45 minutos do jogo interrompido frente ao Estoril e revelou-se implacável. Derrotou os canarinhos em toda a linha com ataques fulminantes à sua baliza.

Encontrando-se a perder ao intervalo por 1-0 desde o dia 15 de Janeiro, o FC Porto teria que entrar fortíssimo para virar o jogo a seu favor e, deste modo, aumentar a vantagem para os seus perseguidores de 2 para 5 pontos. Este jogo revelava-se de uma extrema importância para o que aí vem: as grandes decisões do último terço da prova.


O FC Porto apresentou-se neste jogo com o mesmo onze com que esmagou o Rio Ave no Domingo passado. Mas em relação ao onze que jogara na Amoreira a 1ª parte deste jogo com o Estoril, os Dragões mudaram seis peças. Sabendo que caso os jogadores que alinharam nesse primeiro tempo saíssem da equipa, não poderiam ir para o banco, Sérgio Conceição aproveitou muito bem a embalagem do jogo frente ao Rio Ave e não hesitou em deixar de fora dos convocados jogadores como José Sá e Reyes. Outros por lesão ou por terem saído do clube no mercado de Janeiro já não entravam nas contas. O banco não foi o melhor banco, mas para 45 minutos de jogo, a sua preponderância no jogo era reduzida.

O FC Porto entrou com tudo no jogo, procurando o golo desde o primeiro minuto. Até ao golo do empate, os Dragões tiveram duas oportunidades de perigo para chegar ao golo. Marega, na primeira jogada, ganhou a bola e arrancou pela direita, provocando calafrios na defensiva contrária. Depois Soares fugiu pela esquerda, cruzou para a área e Herrera, de pé esquerdo, rematou colocado para grande defesa de Renan.


Aos 53 minutos, o FC Porto empatava a partida. Num livre superiormente cobrado por Alex Telles na direita do ataque portista para a área, a bola caiu na grande área e depois entrou a bater no poste de Renan. Na repetição do lance a benfica tv3… perdão, a sporttv, mostra o lance de um possível fora-de-jogo de Soares que terá tentado jogar a bola e, dessa forma, condicionou a acção do guarda-redes contrário. Mas depois verificou-se que a sporttv mostrou ser pouco rigorosa (intencionalmente ou não, eu não sei) porque no momento em que parou a imagem e colocou a linha de fora-de-jogo, a bola já tinha partido do pé de Alex Telles.

Uma forma muito habilidosa de influenciar massas, criar a discórdia e alimentar ódios e rivalidades malignas. Até ao momento, a Sporttv ainda não veio corrigir este erro (se é que foi um erro), mantendo-se impávida e em silêncio perante este lance. Depois uns comentários nojentos de um frustrado, torna este canal cada vez menos credível e sério perante a opinião pública. Tenham vergonha, cartilheiros e avençados do regime. Uishhh!


Logo a seguir ao golo portista, Alex Telles lesionou-se com gravidade num lance em que cortou a bola mas o joelho cedeu. Telles foi forçado a sair e a deixar as hostes azuis-e-brancas em sobressalto, uma vez que estamos perante um dos jogadores mais decisivos da equipa. Para o seu lugar, entrou Diogo Dalot.

O FC Porto precisava de mais um golo para conquistar os três pontos. Jogando com uma intensidade alucinante, o Dragão chegou ao segundo golo seis minutos após o golo do empate. Marega escapou-se pela direita, rematou para defesa de Renan, Herrera fez a recarga, o remate sobrou para Soares que, à boca da baliza, só teve que encostar. O jogo diabólico dos azuis-e-brancos colocou a equipa canarinha com a cabeça à roda, completamente perdida.

Aos 67 minutos, o FC Porto fechou a partida com mais um golo. Remate de Corona na direita, defesa de Renan e Soares, mais uma vez, a encostar para a baliza. Em 14 minutos, o Dragão fez três golos e arrumou a questão do jogo que muita gente por aí alimentava com a esperança que o Dragão se mantivesse colado aos dois rivais da segunda circular.


Depois dos três golos, surgiram as alterações e o ritmo de jogo baixou. Os azuis-e-brancos geriram o jogo a seu bel-prazer. Mantiveram-se atentos a eventuais investidas dos canarinhos que nunca aconteceram e aproveitaram para substituir Corona (lesionado num dedo) por Hernâni e Brahimi por A. André, a pensar no próximo jogo no Domingo em Portimão.

Com cinco pontos de vantagem na liderança, o FC Porto tem uma boa almofada para poder gerir o último terço do campeonato com alguma margem, lamentando apenas as lesões de Alex Telles e Corona que, apesar de tudo, não serão tão graves como se chegou a temer.

O FC Porto cumpre agora um mini-estágio em Lagos até Domingo, dia em que joga frente ao Portimonense a contar para 24ª Jornada da Liga NOS. Uma vitória será fundamental, uma vez que cinco dias depois receberá, no seu reduto, o Sporting. Poderemos estar perante a primeira grande decisão da época no que respeita ao campeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Fomos uma equipa à nossa imagem”

Continua o “campeonato fantástico”
“Retificámos uns primeiros 45 minutos não muito bem conseguidos, mas devo lembrar que nessa primeira parte tivemos três ou quatro oportunidades para fazer golos. Hoje tínhamos que dar a volta e, além da estratégia para o jogo, sabíamos que tínhamos de entrar com a intensidade máxima em apenas 45 minutos. Foi o que fizemos e acho que não o fizemos diferente dos outros jogos. Simplesmente não conseguimos estar sempre a mil por cento no que à agressividade e intensidade diz respeito, pois há jogos menos conseguidos. Em termos gerais, temos sido isto. Por isso é que estamos em primeiro e a fazer um campeonato fantástico.”

45 minutos à imagem do FC Porto
“Penso que quem estava a ganhar entrou para este jogo em vantagem e o Estoril também alinhou com outros jogadores, mais disponíveis e mais frescos. No segundo tempo ia fazer duas substituições, metendo dois jogadores que jogaram hoje, que era o Tiquinho e o Corona, e com maior ou menor dificuldade era nossa intenção dar a volta ao jogo. Foi mais um espelho do que é o FC Porto desta época, com um espírito muito forte e uma capacidade de perceber que o jogo depende sempre do que nós fazemos. Os jogadores têm percebido isso e assim fica mais fácil ganhar.”


As contas do campeonato
“Acho que vai ser uma luta até ao fim. Temos dois grandes rivais atrás de nós, duas equipas muito competitivas, duas grandes instituições. Estamos na luta e os pontos estão mais difíceis para toda a gente. É com esta mentalidade que nós nos queremos manter em primeiro e no fim não precisamos de ter cinco, precisamos de ter só mais um do que o segundo classificado para festejar.”

As lesões de Alex Telles e Corona
“Sobre o Alex Telles, as notícias não parecem muito favoráveis. Vamos esperar. Ele vai fazer os exames, tal como o Corona, que teve um problema na mão. Vamos ver com calma e falaremos amanhã. Nesse sentido o jogo custou-nos caro. Talvez tenhamos perdido hoje dois elementos do grupo, mas aqui continuamos.”



RESUMO DO JOGO

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