FC PORTO-SPORTING, 2-1
O campeonato português entrou na recta final. Com muitas tentativas de desestabilização, muitos golpes baixos e muitas estratégias delineadas para desviar as atenções dos casos do maior escândalo do futebol português, assim vai prosseguindo a luta desigual pela conquista do título nacional 2017/18.
Depois das tretas e historietas maquiavelicamente inventadas, resultantes do jogo no Estoril e que lhes saiu pela culatra, depois das esperanças esfumadas decorrentes do jogo em Portimão, o nacional-benfiquistão e todos os “lambe-cus” deste país que o servem tiveram esta noite mais uma derrota em toda a linha.
O FC Porto recebeu o Sporting no seu reduto e grande parte do país virou verde mas acabou podre antes de ter tempo para ficar vermelho-maduro. O Dragão venceu uma importante etapa e deu um passo significativo rumo ao grande objectivo da época. Apesar de tudo, teve que sofrer, passou por grandes dificuldades na parte final do jogo mas provou estar à altura do desafio.
Sem poder contar com jogadores importantes na manobra da equipa, os azuis-e-brancos defrontaram um Sporting também desfalcado de algumas peças importantes no seu onze. Sérgio Conceição manteve a equipa que jogou em Portimão mas surgiu uma alteração importante na frente de ataque: Soares, lesionado, deu o lugar a Gonçalo Paciência que acabou por ter importância no desfecho da partida.
A equipa portista iniciou bem o jogo e na primeira meia hora esteve quase sempre por cima do jogo. Dominou a partida, criou várias oportunidades, mas quando não se aproveita, sofre-se a bom sofrer. O Sporting criou alguns sustos aos portistas.
Aos 12 minutos, os Dragões criaram a primeira grande oportunidade. Num canto batido por Sérgio Oliveira, a bola sobrou para Marega que de cabeça enviou ao poste e, na recarga, o maliano voltou a cabecear para a baliza. Em cima da linha, Bryan Ruiz salvou o golo.
Aos 18 minutos, o Sporting reclama uma grande penalidade sobre Doumbia mas depois de vista a repetição e com o árbitro a recorrer ao VAR para decidir, mandou jogar. Não houve qualquer falta. Dalot ganhou posição e Doumbia procurou a falta. Mas na sequência deste lance, Mathieu impediu que Marega se isolasse, cortando a bola com a mão. O árbitro nada assinalou.
Aos 21 minutos, numa bola em profundidade, Marcano não protege bem o esférico e Doumbia quase faz o empate. Casillas defende e evita o primeiro golo. Dois minutos depois, Bruno Fernandes, com um remate traiçoeiro, obriga Casillas a uma defesa apertada.
Aos 27 minutos, Gonçalo Paciência recebeu a bola perto do meio-campo, descaído na direita e, à meia volta, isolou Marega. O maliano cavalgou para a baliza mas, na hora de rematar, disparou ao lado do poste da baliza de Rui Patrício. Mais uma oportunidade desperdiçada.
Até que aos 29 minutos, o FC Porto inaugura o marcador. Jogada de Maxi à entrada da área, desmarca Herrera na direita e este cruza para a área onde Marcano, de cabeça, atira e faz o 1-0.
O Sporting procurou reagir mas sem sucesso. Os Dragões continuaram a criar perigo. Num lançamento em profundidade pela esquerda, Dalot acreditou que chegaria à bola perto da linha final, cruzou atrasado e Gonçalo rematou à malha lateral, de forma precipitada.
A fechar a primeira parte, já em período de descontos, o Sporting empata o jogo. Brahimi perde a bola a meio-campo, a jogada prossegue e Bryan Ruiz desmarca Rafael Leão à entrada da área que, com um remate forte, colocou a bola na baliza com algumas culpas para Casillas mas não só. O guarda-redes deixou passar a bola entre pernas, mas Dalot e Felipe também poderiam ter feito um pouco mais para evitar o remate do avançado leonino.
A etapa complementar iria exigir um FC Porto mais agressivo e mais assertivo. Sérgio Conceição manteve o onze e a segunda parte começa com o FC Porto em vantagem novamente. Otávio recuperou uma bola no meio-campo contrário e serviu Gonçalo Paciência. O avançado portista entrou pela direita e cruzou rasteiro atrasado. Brahimi dominou a bola com a sola da chuteira e com o pé esquerdo atirou ao ângulo superior da baliza de Rui Patrício. Estava reposta a vantagem.
O jogo entra numa fase de indefinição, com alguma disputa a meio-campo. Até que aos 66 minutos o Sporting começa a mostrar superioridade territorial. Num canto, Bryan Ruiz cabeceia a rasar o poste, cinco minutos depois Coates, também de cabeça, atira por cima da baliza e aos 74 minutos, Mathieu bate um livre para defesa de Casillas.
Entretanto, os Dragões já tinham feito duas substituições. Otávio cedeu o lugar a Corona e Gonçalo Paciência saiu para a entrada do regressado Aboubakar. O jogo pedia o reforço do meio-campo para impedir a avalanche ofensiva leonina mas Sérgio Conceição lá terá pensado noutro sentido. O certo é que o FC Porto começou a sentir o aperto à medida que o tempo ia avançando perante um Sporting que arriscava o tudo-por-tudo por não ter nada a perder.
Os leoninos dominavam o jogo por completo mas o FC Porto tem, aos 81 minutos, oportunidade de acabar com o jogo. Numa transição ofensiva, Aboubakar isolou Marega que, à saída de Rui Patrício, efectuou um chapéu. A bola foi novamente cortada em cima da linha de baliza, desta vez, por Battaglia. Na sequência do lance, Marega saiu com uma lesão muscular. Mais um lesionado a juntar ao rol interminável de lesionados que assola a equipa portista.
Reyes entrava para o lugar do maliano para travar o jogo aéreo dos leões mas o meio-campo continuava a ser uma auto-estrada para a equipa verde-e-branca.
Aos 87 minutos, o Sporting tem uma grande oportunidade negada por Casillas. Num canto batido na direita, a bola é cabeceada por Coates e Montero remata para a mancha do guarda-redes portista. Uma enorme defesa! O FC Porto passava por um sufoco nunca visto neste campeonato e, muito menos, nos três outros jogos com os leões.
Dois minutos depois, Rúben Ribeiro escapa-se pela esquerda, cruza para a área e, nas costas da defesa portista surge Rafael Leão a atira por cima da baliza, falhando escandalosamente o empate.
Um minuto depois, numa boa iniciativa de Brahimi, Corona não dá o seguimento conveniente à jogada e perde uma oportunidade soberana de atirar à baliza.
Depois foram cinco minutos de compensação em que o Sporting não conseguiu criar oportunidades de golo e o FC Porto defendeu como pôde para aguentar a vantagem preciosa. Assim se ganham campeonatos e assim se vencem jogos. Quem pensar que, em todos os jogos, haverá goleada e rolo-compressor está completamente enganado. Jogo após jogo o que é importante é vencer com maior ou com menor dificuldade. Ópera? Aproveitem a boleia dos verdes e desloquem-se ao S. Carlos.
Destaques finais para as boas prestações de Dalot e de Paciência, para as intervenções decisivas de Casillas e para a união do grupo em prol de um objectivo. Pela negativa, registo a lesão de Marega e o comportamento habitual de Coentrão, mais uma vez a mostrar toda a sua javardice.
O FC Porto não tem mãos a medir. Na próxima Terça-feira, o Dragão desloca-se a Liverpool para jogar a 2ª mão dos 1/8 de Final da Champions League. Praticamente eliminados da prova, os Dragões têm apenas o prestígio a defender. Uma boa oportunidade para Sérgio Conceição apostar em jogadores menos utilizados e dar algum descanso a outros, para preparar da melhor maneira a recta final das provas nacionais em disputa: o Campeonato e a Taça de Portugal.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Objetivo cumprido”
A justiça da vitória
“A chave do jogo foi termos marcado, termos sido eficazes. Começámos o jogo bem, fizemos uns primeiros 15/20 minutos de grande qualidade. O Marega mandou ao poste, esteve isolado e acabámos por fazer golo numa terceira oportunidade. É verdade também que o Sporting nunca abdicou de jogar e de explorar ao máximo o espaço. É uma equipa bem orientada, muito competitiva e com muita qualidade. A primeira parte acabou com um golo deles, não sei se com falta ou não sobre o Brahimi. Aí a mensagem foi simples: entrar da mesma forma, condicionar ao máximo a construção e dinâmica de jogo deles. Fizemos o golo e procurámos depois o 3-1, querendo sempre a baliza adversária. A partir do momento em que metemos o Reyes ficámos um pouco mais baixos, podíamos ter feito o 3-1, mas a verdade é que o Sporting também poderia ter feito o 2-2. Estamos felizes pelos três pontos. Era esse o objetivo.”
Identidade sempre para manter
“Sofremos um bocadinho, mas mantivemos os três jogadores no meio. Podíamos ter feito o 3-1, porque a defesa do Sporting estava muito subida e podíamos ter aproveitado. Talvez tenha faltado um bocadinho de critério a sair com a bola em algumas situações, mas estivemos algo ansiosos nesse momento. Em termos estratégicos o jogo correu bem. Obviamente que o Sporting também tem qualidade e consegue condicionar-nos.”
Caminho ainda não está concluído
“Acreditamos no trabalho que realizamos. Esta era uma oportunidade de treinar jogadores com grande qualidade. Falo por mim e pela equipa técnica. Mas a verdade é que ainda não ganhamos nadam só perdemos um título. Fico contente por tudo que temos feito, mas o caminho ainda não está concluído. Estamos a realizar um trabalho competente e todos estamos determinados em conseguir o campeonato.É importante ter este realismo presente.”
Sporting ainda na luta a três
“Não está fora da luta. É uma equipa que já demonstrou várias vezes que tem alma, estofo e vontade de vencer o campeonato. Sinto a forma como eles estão dentro de campo e por isso acho que ninguém está fora. Continuam três equipas a lutar pelo título e vai ser uma luta até ao fim. Não preciso de mandar mensagens para o exterior. A mensagem que eu passo é para dentro do balneário. Um jogo pode modificar tudo, até o estado de espírito das equipas, porque caminhamos para o fim. Olhamos para o jogo seguinte sabendo que nesta fase são autênticas finais. Hoje demos um passo importante, frente a um rival, mas não mais do que isso.”
Marega é dor de cabeça
“Ainda não sabemos a extensão da lesão. Vamos saber amanhã, mas é mais uma dor de cabeça.”
Elogios a Gonçalo Paciência
“O Gonçalo é um talento. Tem qualidade e, se continuar a evoluir, pode dar grande ajuda à nossa seleção. Hoje jogou, deu um bom contributo à equipa.”
RESUMO DO JOGO
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