Por ironia e vontade patriarca – sportinguista – foi no antigo José de Alvalade que assisti ao meu primeiro jogo ao vivo. Decorria a época de 91/92 e à 33º jornada finalmente pude ver os heróis que preenchiam a minha caderneta. O meu nervosismo foi dissimulado com o agitar frenético da minha bandeira azul e branca, julgando-a uma varinha mágica com o condão de resolver o jogo a favor das nossas corres. E o imaginário infantil por vezes resulta. Triunfo do mágico FC Porto com golos de Kostadinov e Bandeirinha.
O meu périplo portista na capital tinha-se iniciado da melhor forma, contudo a alegria que transbordava o meu pequeno corpo foi substituída por uma súbita curiosidade: o porquê de alguns adeptos – azuis e brancos – usarem capacetes de protecção – modelos comuns aos que se utilizam na construção.
No fim do jogo essas dúvidas foram dissipadas. Incipiente na matéria, rápido percebi que o arremesso de objectos vindos das zonas mais altas do estádio justificava essa estratégia de defesa. Indignado, reforcei ainda mais o meu portismo.
Devido à minha formação cívica não trilhei pelos mesmos caminhos da intitulada e reputada massa adepta impoluta e exemplar da 2ª circular. Infelizmente as coisas pouco ou nada mudaram: a violência existe no desporto mas só conotada com as nossas cores. O problema residual consiste no número de adeptos azuis e brancos que apoiam a equipa azul e branca na capital, anteriormente circunscreviam-se em algumas centenas de corajosos, agora, são milhares de campeões destemidos. A táctica recorrente é não cumprir os regulamentos e reduzir precariamente as condições logísticas. Não nos conseguem desmobilizar, já partilhei a minha cadeira com 3 pessoas num estádio perto do Centro Comercial Colombo e se for necessário, partilharei com mais.
Admito que as claques têm comportamentos violentos, mas são um problema transversal e não regional. Não é fácil a diária intifada com os insubordinados que invariavelmente sucumbam ao nosso poderio profissional e emocional. Evocam desculpas bacocas e desgastadas para obterem vitórias morais nos matutinos nacionais.
A minha convicção aumenta a cada dia que saio e me desloco a Lisboa.
Somos superiores e demarcamo-nos de povo mesquinho sulista e prepotente.
Solenemente, quando o mágico FC Porto visita o sul, acompanho e renovo a minha crença inabalável que celebrei no meu baptismo.
Abraço,
CJ
O meu périplo portista na capital tinha-se iniciado da melhor forma, contudo a alegria que transbordava o meu pequeno corpo foi substituída por uma súbita curiosidade: o porquê de alguns adeptos – azuis e brancos – usarem capacetes de protecção – modelos comuns aos que se utilizam na construção.
No fim do jogo essas dúvidas foram dissipadas. Incipiente na matéria, rápido percebi que o arremesso de objectos vindos das zonas mais altas do estádio justificava essa estratégia de defesa. Indignado, reforcei ainda mais o meu portismo.Devido à minha formação cívica não trilhei pelos mesmos caminhos da intitulada e reputada massa adepta impoluta e exemplar da 2ª circular. Infelizmente as coisas pouco ou nada mudaram: a violência existe no desporto mas só conotada com as nossas cores. O problema residual consiste no número de adeptos azuis e brancos que apoiam a equipa azul e branca na capital, anteriormente circunscreviam-se em algumas centenas de corajosos, agora, são milhares de campeões destemidos. A táctica recorrente é não cumprir os regulamentos e reduzir precariamente as condições logísticas. Não nos conseguem desmobilizar, já partilhei a minha cadeira com 3 pessoas num estádio perto do Centro Comercial Colombo e se for necessário, partilharei com mais.
Admito que as claques têm comportamentos violentos, mas são um problema transversal e não regional. Não é fácil a diária intifada com os insubordinados que invariavelmente sucumbam ao nosso poderio profissional e emocional. Evocam desculpas bacocas e desgastadas para obterem vitórias morais nos matutinos nacionais.
A minha convicção aumenta a cada dia que saio e me desloco a Lisboa.
Somos superiores e demarcamo-nos de povo mesquinho sulista e prepotente.
Solenemente, quando o mágico FC Porto visita o sul, acompanho e renovo a minha crença inabalável que celebrei no meu baptismo.
Abraço,
CJ
Que vicio que dá ir ver os jogos à 2ª circular.
ResponderEliminarTambém conheço um artista que já estev com mais 2 rapazes numa cadeira perto do Colombo. Mas essa cadeira nunca mais foi a mesma :P
Um Portista é feito de muito esforço, é por isso que Portistas não é quem quer. Só quem pode.
Um abraço.
Na mouche, CJ!
ResponderEliminarRealmente, ser portista em Lisboa é bem pior do k ser um israelita no Irão ou num local igualmente "acolhedor". É a prova dos dificuldades k o Porto, e por arrasto os seus adeptos, sempre tiveram k suportar. Quantas e quantas vezes não somos surpreendidos por peças ditas jornalistícas, em k se dá enfâse aos "vândalos" portistas, encobrindo-se sistematicamente a violência inerente às claques sulistas, algumas com ligações a grupelhos de extrema-direita?
A única forma de essa gente continuar a respirar é mesmo falar mal do Porto. Eles k continuem k nós continuamos também a nossa tarefa: VENCER!
ps: Grande baptismo esse, CJ. Lembro-me de seguir as peripécias desse jogo pelo rádio (outros tempos), com o Porto a dar uma lição de boa aos leões, jogando, e é bom frisar, com 10 elementos. Mesmo assim, 2-0, com um grande golo do Bandeirinha. E fomos campeões!
Abraço,
Este post faz-me lembrar um tempo memorável ...
ResponderEliminarNo primeiro ano do Artur Jorge vi todos os jogos do Porto em Lisboa pois estava a trabalhar em Castelo de Vide e o meu compadre na capital. Daí ter casa à borla e aproveitava para ir ver o nosso Clube.
Ganhamos aos lampiões 1-0 com golo do Gomes, empatamos em Alvalade 0-0 e ganhamos no Restelo 1-0 também pelo Gomes e enchiamos os estádios.
E foi precisamente neste ultimo jogo, bem ganho e sem casos, que tive que aturar e resistir às provocações dos alfaces no comboio, que não pararam de nos pressionar e insultar, tal a raiva que sentiam.E era o belenenses!!!!
Lembro com alegria que no galinheiro da luz,o 3º anel era um oceano azul e branco, sendo o jogo tão bem ganho que a lampionada ficou em estado de choque e nem reagiu.
Em Alvalade fui só e por isso à paisana para não ser incomodado.
Foi um ano memorável, chegava a Castelo de vide de sorriso aberto, terra com lampiões e lagartos e poucos mas bons portistas, e na varanda da minha casa, na rua principal, hasteava a bandeiro do Porto que ali ficava, impante, a tremular e a mostrar a nossa grandeza. E que gozo, no café, ver os moncos caídos e os sorrisos amarelos.Inesquecível.
e por falar em mega.invasão... tá quase ;)
ResponderEliminarfaltam 4/5 jornadas.. temos que chegar lá com 33 pontos para mais uma grande festa!!
já se sabe que por cada dragão haverá cerca de 1/4 de cadeira.. mas é isso que nos move! o irmos fazer a festa.. sem condições.. a 300km de casa.. na casa deles.. a festa do campeão!!
http://orgulhotripeiro.blogspot.com/
CJ :
ResponderEliminarGostei do que li.
PARABÉNS !
Só não diria , como dizes , que somos superiores.
O que somos é melhores !
Viva !
ResponderEliminarGostei da lembrança.
Concordo que, pelos títulos internacionais alcançados, o Porto é superior a qualquer equipa Portuguesa e, relativamente, não só !
Já como seres humanos que fazem e desfazem uma equipa é claro que não ! Somos humanos como os outros ! E se seres superiores há eles chamam-se bactérias e vírus.
Lendo os comentários, parece, cada vez mais, que tenho idade para ser vosso avó !
Meu Deus : A época 1991 / 1992. Já tinha família !
Sim : O Porto tinha um jogador fabuloso nessa altura : Kostadinov.
Foi ele quem eliminou a Seleção Francesa na altura. Grande golo ainda no "Parc des Princes" a escassos minutos do fim. Isto, num França-Bulgária.
Ele marcou bem a memória do futebol em França!
E, doa a quem doer, acho que o FCPorto ficou mais conhecido, aqui,graças ao Kostadinov, que graças a um certo treinador.
Cj : Obrigado pelo antigamente !
E Viva o Porto !
Viva !
ResponderEliminarA França perdeu contra a Inglaterra na meia final do campeonato do mundo de reguebi !
As audiências televisas ultrapassaram as do futebol pela primeira vez !
Portistas ( linda palavra que engloba o feminino e o masculino ) não será tempo de criar uma nova modalidade : O Rugby ?
Voltarei a este assunto se o Blue Boy autorizar, é claro !
Desculpe Cj se extrapolei e desliguei quanto ao futebol neste comentário. Mas é por bem do Porto.
E é claro que prefiro o futebol !
E Viva o Porto !
Boas CJ... e bom post!
ResponderEliminarAo ler este teu texto, fez-me logo lembrar que em breve, muito em breve, estarei a caminho de Marrocos para invadirmos, aliás, como sempre fazemos todas as épocas, o galinheiro dos cabeçudos!
É só esperar mais um cadinho... dia 02-Dez é já amanhã.
Quanto a este jogo que aqui descreves, sim, claro que me lembro desse jogo, mas também, nas últimas décadas, no meio de tantas e tantas glórias sempre que nos deslocamos ao sul, e tanto faz ser ao galinheiro como ao wcXXI, daqui a nada, já começamos a ter dúvidas se foi neste ou naquele que o 'joaquim marcou' ;-)
Já no que toca ao tratamento que nos é dado, e aqui abro um parentesis para dizer que nos lagartos, por tradição, a recepção costuma ser muito, mas muito mais suave... agora, no galinheiro dos cabeçudos, aquelas aproximações ao campo da Somague, são dignas de um filme de terror, mas da pior espécie... somos tratados que nem carneiros pela Policia. Mas quanto mais lá vou, mais tenho vontade de ir... e só de me lembrar da 'aventura suicida' na época passada por causa de um tal de Caxana, ai que dá mais pica ;-)
Como dizes e bem, são também estes pequenos pormenores que fazem renovar não, mas sim crescer ainda mais a nossa crença inabalável nas mágicas cores azul-e-brancas do nosso FC Porto.
aKeLe aBrAçO,
http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
ps - como disse, em Dez, aquando da visita ao galinheiro, se tb fores, avisa prá malta se encontrar, conhecer pessoalmente... e festejar mais uma conquista na 'Marrocos do lampião' em conjunto.
Viva !
ResponderEliminarO comentador da tv enganou-se,ontem, a propósito da audiência tv do jogo de raguebi França-Inglaterra. E eu fui atrás sem verificar.
Fica a coreção : Recorde batido unicamente para a modalidade.
18 307 640 de pessoas assistiram ao jogo na tv. 67,5 eram mulheres com menos de 50 anos.
Mas quase 19 milhões é muito né ?
E viva o Porto !