23 março, 2012

De Espanha a Marrocos…

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Esta última semana ficou marcada por (mais) duas deslocações fantásticas, para o currículo desta já longa temporada. Não menos importante, no passado Sábado, estreou-se o nosso novo estandarte do blogue, presente a partir de agora, em qualquer curva perto de si.

O futebol jogou na Madeira, na Choupana mais concretamente, na sexta-feira. Apesar da distância e de ser mais uma vez jogado num dia de trabalho, alguns ultras do FC Porto estiveram presentes, tanto dos Super Dragões e Colectivo, apoiando a equipa da forma que sabem. Desengane-se quem pensa que não havia mais nada para além do futebol, pois Sábado ainda o nosso fim-de-semana estava a começar. Uma deslocação que há muito tinhas planeado fazer (na verdade, mal vimos o sorteio!), tinha chegado finalmente: irmos à Corunha apoiar o hóquei em patins!!

Em situação delicada na Liga Europeia, os nossos campeões nas últimas dez épocas precisavam de nós, mais do que nunca! E nós lá estivemos. Os contactos foram sendo feitos previamente para que o maior número possível de adeptos se deslocasse à Galiza… e assim foi! Grande presença dos nossos ultras, e fazerem-me orgulhar de todos eles. Grande prestação dentro e fora do campo, mostrando aos espanhóis toda a nossa raça e dedicação (quantos cá estiveram a apoiar o Liceo?!?)

Sábado às 9 horas da manhã estávamos todos reunidos, prontos a arrancar para mais um “tour”. Alguns minutos depois, já com pessoal todo reunido, partimos em direcção ao norte da Península Ibérica. A chuva intensa que se fazia sentir ainda na cidade do Porto, felizmente não se fez sentir já em Espanha, para nosso agrado. Saímos cedo de forma a passearmos por lá, conhecermos e darmo-nos a conhecer! Uma paragem pelo caminho, já em Espanha, para abastecer e petiscar qualquer coisa. Os cerca de vinte (!!) elementos – mais seis ou sete que se puseram a caminho na sexta à noite – continuaram viagem, deixando para trás Baiona, Vigo… até chegar à Corunha! Uma fez lá chegados, foi estacionar e fazer notar a nossa presença, uma das coisas que mais gostamos. Estávamos na hora de almoço e procurávamos um restaurante.

Nas ruas, muitos adeptos do Deportivo, que jogava às 15h, duas horas antes do jogo de hóquei que opunha o Liceo ao FC Porto, no palácio dos desportos . Pavilhão este, mesmo ao lado do estádio Riazor.

As sandes de presunto acompanhadas de uma “caña” caíram que nem uma luva. Depois de almoço demos uma volta pela cidade e cruzámo-nos com a camioneta do FC Porto. Os jogadores tinham acabado de chegar e rapidamente sentiram o “calor” dos adeptos, que foram cumprimentar a comitiva pessoalmente.

Abancámos num “tasco” já próximo do pavilhão. Os primeiros cânticos iam saindo, enquanto não chegava a hora do jogo. A caminho da entrada para o pavilhão ainda deu, por uma porta, para espreitar o Riazor por dentro. A mais de meia hora do início lá entrámos… sem bilhete e sem nos revistarem! Um autêntico passeio como se fossemos ver um treino em vez de um jogo da Liga Europeia. Os jogadores aqueciam e nós já nos fazíamos ouvir. Em contacto com uma camioneta dos SD que estava também a caminho da Corunha, recebemos a notícia de que, devido a uma avaria, eles iriam chegar atrasados.

O jogo começa e embora em número reduzido, em proporção ao tamanho do pavilhão e ao número de adeptos adversários, fomos cantando a uma só voz pelo nosso clube. Mal o jogo do Depor acabou, o pavilhão foi invadido pelos seus adeptos. Uma minoria, num dos cantos do pavilhão, desde que entrou que nos provocava, insultava o clube e os nossos jogadores. Até ao momento! Até ao momento em que chega a camioneta com cerca de 70 ultras FCP e muda o rumo do ambiente… e do próprio jogo. O FC Porto, num ápice, marca dois golos e é a festa total da nossa parte. Na bancada central (oposta à que nós estávamos), rompem os SD a meio do jogo, “incendiando” o pavilhão com cânticos para a nossa equipa. Os espanhóis perplexos (uns não sabiam o que fazer, outros chegaram mesmo a abandonar o seu lugar), pareciam que estávamos a jogar em casa. O corpo de intervenção chegou e na sequência de algumas picardias fomos todos encaminhados para outro canto do pavilhão, circundados pela polícia. A primeira parte estava no fim (0-2). Grupo Penta, Supporters, Gate 10 e mil893 presentes em peso! O segundo tempo foi um hino à mentalidade ultra, cânticos “old school” e uma “tochada” no 1-3!!!

Como disse no início um verdadeiro orgulho estes nossos ultras, a demonstraram também no estrangeiro de que massa somos feitos. O pavilhão foi completamente abafado por nós, de tal forma que o único grupo de espanhóis que cantava foi-se embora antes do final. No final da partida, (pena termos sofrido o 2-3!) os jogadores vieram agradecer, ao mesmo tempo que ouviam o seu nome entoado por nós! À saída enorme aparato policial, corpo de intervenção reforçado e a não permitir que nos dispersássemos rapidamente. Alguns espanhóis a “fazer espera” adiaram a saída, mas tudo se processou normalmente. A polícia lá deu ordem e caminhamos em direcção aos carros, como diz o outro, com toda a tranquilidade!

Regresso ao Porto, onde chegámos por volta das 23h.

Não só no domingo, mas também na quinta-feira e no sábado, tivemos uma excelente presença em Fafe, no apoio à equipa de basquetebol, que lá conquistou a taça de Portugal da modalidade. Infelizmente não pude comparecer em nenhum dos três dias, mas aqui agradeço a quem o fez, especialmente aos “meus”, pois sei que me representaram da melhor forma.

Terça-feira, dia de trabalho para todos, e para além disso, dia de deslocação ao apagão para os ultras FCP. À semelhança do ano passado, duas deslocações à mouraria no mesmo mês. Não há dia nem competição que nos afaste do nosso amor! “A namorada eu deixei e o trabalho abandonei”… e lá fomos nós rumo ao Sul! Entre 1500 a 2000, já a contar com os portistas da capital, não mais que isso, era o que estava à espera e foi com o que me deparei. A minha oitava deslocação ao estádio sem luz tinha tudo para ser igual a tantas outras, mas ainda bem que há sempre inovações, de forma a não ser tão monótono. No momento da partida, ainda antes de arrancar, uma das camionetas avariou. Problema solucionado rapidamente, todos os passageiros da camioneta avariada entraram noutra camioneta… que já estava cheia! A camioneta avariada ficou a arranjar e seguiu viagem mais tarde, mais que não seja para trazer o pessoal para cima, mais “à larga”, que foi o que sucedeu.

Apertadinhos mas com o espirito de sempre, o objectivo estava intocável, ir apoiar o mágico Porto contra o eterno rival. Quando pensava que já tinha visto o suficiente naquele dia (malta a viajar 300km de pé!!) eis que a adrenalina ainda viria a atingir o máximo. Digno de registo o que sucedeu comigo e com quem me acompanhou, mas também digno de ser falado e comunicado a quem de direito, o que sinceramente ainda não vi em lado nenhum! Se fosse assaltos a áreas de serviço e rixas entre claques, abriam telejornais como fazem sempre, mas como foi uma (grande!!!) falha da policia, nada se fala. Estou cá eu então…

A camioneta avariada logo à partida atrasou-nos um bocado, de tal forma que ao chegarmos a Alverca… não estava lá ninguém!! Ninguém, nem brigada de trânsito, nem corpo de intervenção, nem spotter’s, nem mais nenhuma camioneta das claques, e desta vez nem comunicação social estava presente. Todos percebemos que já se tinham posto a caminho rumo a Telheiras e que nos tinham deixado para trás. O que vi a seguir não pensava ser possível, mas assim foi. Decidimos seguir viagem sozinhos rumo a Telheiras. Venceu o bom senso dos cerca de 100 adeptos que viajavam no bus, se não, gostava de saber para quem se viravam para apurar responsabilidades do que poderia ter acontecido. Obviamente que a polícia é culpada pois deveria ter-se certificado que não estava ninguém ainda por chegar, antes de se pôr a caminho de Telheiras, local de concentração.

Seguimos viagem mas com tanta gente a querer dar sugestões, acabámos por nos enganar na saída. Começámos a ver placas a dizer “Amadora/Odivelas/Damaia”… eis uma camioneta dos SD, sem escolta policial, perdida na capital. Saímos então mais à frente onde dizia “2ª circular”. Andámos mais um bocado e avistámos ao fundo o salão de festas! Fomos ter mesmo ao lado do estádio, perto da Media Market. Chegámos à Repsol mesmo por cima do túnel onde passa o cortejo e aí fomos interceptados e interpelados pela polícia, que estranhou a nossa presença. O cortejo estava formado e estavam à nossa espera para arrancar. Seguiu-se então uma troca de impressões com quem está lá para nos proteger… e que nos deixou completamente desprotegidos.

Passámos então por muitos lampiões, desta vez já em direcção ao resto dos adeptos azuis e brancos. Chegámos ao cortejo e lá fomos a pé para o estádio. Percurso já conhecido de cor e salteado. Mais uma demonstração da nossa força em terra de infiéis. Uma hora e meia antes do jogo estávamos à porta e rapidamente entrámos. Este ano portaram-se bem, vá lá. Fomos encaminhados para terceiro anel, enchendo por completo uma “jaula”, ao contrário do campeonato onde enchemos as duas que nos são destinadas.

Meia casa no circo do orelhas, uma triste assistência. Chegámos a ter o jogo na mão mas viemos a perder 2-3 e agora atenções voltadas para o campeonato, até ao fim! Queremos muito ser campeões!

Em relação à prestação das claques neste jogo, nota muito positiva para os ultras do campeão, ao contrário dos DV e NN. E digo isto com a maior das isenções. Quando sofremos o golo continuamos a puxar pela equipa, e mesmo durante quase toda a segunda parte. Do outro lado, DV (quantos são??), mesmo estando por cima deles, acho que os ouvi duas vezes. Os NN ouvi no início, depois do 2-2 (enquanto estivemos a ganhar não abriram a boca) e nos últimos dez minutos, aí sim, fizeram-se ouvir e bem.

No final festejaram como se não houvesse amanhã, enquanto no nosso sector relembrávamos os “campeões na luz” e “levaste cinco, no Dragão!” Nota para o plantel que veio todo agradecer ate junto de nós. O tempo de espera foi mais curto que para o jogo do campeonato. O cortejo foi feito também apressadamente e com cânticos à mistura, mesmo após a derrota. Mais uma vez muito portista nas janelas dos prédios por onde passamos.

Saída já passava da 00h30, duas paragens na viagem de regresso, chegada a PORTOgal às 4h30 da manhã… e às 7h30 toca a levantar que é quarta-feira!

Mas como quem corre por gosto não cansa… venha o próximo fim-de-semana!

Um abraço ultra.

3 comentários:

  1. até cansa Tripeiro;)

    grande abraço e até amanhã no basket e no andebol;)

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  2. Boas

    tenho pena que as relações com o pessoal da corunha se tenham deteriorado ao longo dos anos. Era normal vê-los nas antas juntos dos super, e ester na corunha, especialmente nos jogos contra o real madrid

    A última vez que os vi por cá estavam junto dos Biris do Sevilha na época passada na Liga Europa.


    abraços

    ps: Ontem achei piada a ver os policias a tratarem os jornalistas como tratam os adeptos de futebol nos grandes jogos. Eles (jornalistas) não acharam piada :)

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  3. E fotos da Corunha, tens alguma?

    Gostava de ter alguma para mais tarde recordar...

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