14 março, 2017

UM PORTO PARA A VITÓRIA.


JUVENTUS-FC PORTO, 1-0

Começo a crónica com este título porque, apesar do jogo ter ditado uma derrota no final do encontro, os Dragões obtiveram muito mais do que uma vitória. O FC Porto mostrou esta noite que está mais do que preparado para enfrentar o resto da época e pode ter legítimas aspirações ao título nacional.

Estou completamente descansado quanto ao futuro próximo da nossa equipa de futebol.


Em 180 minutos de jogo com a quase hexacampeã italiana, a jogar 110 minutos em inferioridade numérica, perder no cômputo dos dois jogos por 3-0 e desperdiçar duas clamorosas oportunidades no Juventus Stadium, deixa-me tranquilo e confiante para o que resta da época.

Temos finalmente uma equipa. Uma equipa que não é perfeita, que tem ainda uma boa margem de progressão, mas que está num excelente momento de forma e preparadíssima para enfrentar os 9 jogos que faltam para terminar a época.

Nada receio, neste momento. Excepto factores externos. Se nada externo ao jogo se passar, digo aqui já que vamos recuperar o que nos pertence: o título de campeão nacional.


Por isso, vamos a partir de agora concentrar exclusivamente no campeonato e pensar em vencer já o V. Setúbal no próximo Domingo.

A eliminatória com a Juventus ficará definitivamente marcada pelas expulsões em ambos jogos. Nunca vamos poder saber o que poderia ter rendido este FC Porto com 11 em campo frente à equipa transalpina, caso não se tivessem registado as expulsões de Alex Telles na 1ª mão e de Maxi na 2ª mão.

São tudo suposições, é certo mas o facto é que com 11, o FC Porto não sofreu qualquer golo. Com 10 ficou em extrema desvantagem. Mas os azuis e brancos nunca se renderam e deram uma prova cabal de que têm qualidade e estofo para estar entre as melhores equipas da Europa.


O primeiro tempo foi caracterizado por um equilíbrio entre as duas formações com ligeira ascendência italiana. Mas perto do descanso, após um pontapé de canto mal assinalado pelo árbitro, Maxi Pereira defendeu uma bola com o braço em cima da linha de baliza. Penalty e expulsão ditaram o resultado e o desfecho da eliminatória. Dybala, um dos grandes talentos da Juventus, fez o resultado da partida na conversão da grande penalidade.

Se com dois golos de desvantagem na 1ª mão já seria uma missão muito difícil, com este episódio tudo ficou definido. Apesar de tudo, o FC Porto teve uma postura de grande dignidade e provou em campo que tinha capacidade de fazer golos, não fossem os desperdícios de Soares e Jota completamente isolados frente a Buffon.

A Juventus, com tanto caminho facilitado nesta eliminatória, pôde gerir tudo a seu bel-prazer. Além de já estar em vantagem no marcador e na eliminatória, dava-se ao luxo de gerir esforços.


Nuno Espírito Santo mexeu na equipa ao intervalo. Boly entrou para o lugar do sacrificado André Silva. Layún passou para a direita, Felipe e Boly formaram a dupla de centrais e Marcano foi para defesa esquerdo.

Sem mesmo nada a perder, o FC Porto começou a jogar e a criar oportunidades. Até então, em toda a eliminatória, os Dragões não tinham tido tão bom aproveitamento.
É certo que a Juventus relaxou, de certa forma sem nunca deixar de ter o controlo do jogo. Mas acima de tudo, o FC Porto lançou bases para o futuro e conseguiu mostrar que tem mais do que equipa para encarar o resto da temporada com todo o optimismo.

Notas finais para mais uma grande demonstração de apoio da massa adepta azul e branca, incansável durante todo o jogo. Mesmo depois da eliminatória sentenciada, o FC Porto nunca deixou de sentir todo o apoio dos seus fiéis adeptos. Até ao fim da época, os azuis e brancos irão jogar os jogos fora como se estivessem em casa. Disso ninguém tem dúvidas. E a equipa, com certeza, não irá decepcionar ninguém.

Irá estar à altura do desafios: 9 jogos para ser campeão!




DECLARAÇÕES

Nuno: “Os jogadores demonstraram grande caráter”

Parados no vermelho
“Fomos condicionados pelas duas expulsões, tanto no primeiro jogo como no segundo, embora as situações sejam completamente diferentes. Nesta de hoje, o árbitro cumpriu a lei, mas ela tem que ser revista, porque uma equipa não pode ser penalizada duas vezes, com um penálti e com uma expulsão. Ficará para sempre a dúvida se teria sido diferente com 11 jogadores, porque com 11 não sofremos golos.”

Demonstração de caráter
“Entrámos bem, tivemos qualidade no nosso jogo, tivemos posse e boa consistência defensiva. Até à expulsão, quisemos assumir o jogo e disputar a eliminatória. A equipa foi consistente defensivamente e teve posse de bola com critério. Para além disso, houve uma demonstração de grande caráter por parte dos jogadores, que fizeram um bom jogo e criaram oportunidades de golo. Um golo seria um justo prémio para a família portista, para a equipa e para os nossos adeptos e para dar um pouco de verdade ao jogo e mesmo à eliminatória.”


O caminho certo
“Estou satisfeito com a maneira como interpretámos sempre o jogo. Os jogadores fizeram um bom trabalho. Este é o caminho certo para esta equipa com muitos jogadores para quem esta era a primeira vez que estavam nos oitavos de final da Champions. Demonstraram que estão capacitados para competir a este nível, para o ano estarão certamente mais preparados.”

O apoio incansável dos adeptos
“Quero agradecer, de coração, o apoio dos nossos adeptos que cá vieram e que fez com que os jogadores tivessem este caráter e fossem ao limite das suas forças. Quando os adeptos cantam como cantaram hoje num grande estádio do futebol europeu, não tenho dúvidas de que a união sai reforçada e a prova disso foi a forma como eles se despediram dos jogadores.”

Foco no título
“A conquista do título é o nosso objetivo, estamos num ciclo que esta época tem que ser interrompido. No domingo temos mais um jogo e vamos prepará-lo bem. O FC Porto é sempre candidato ao título.”



RESUMO DO JOGO

3 comentários:

  1. Sejamos realistas. A Juventus está a anos luz deste Porto. Não vale a pena vir com a desculpa de termos jogado a maior parte com 10, pois mesmo com 11 só nos limitámos a cheirar a bola. Isto para a Juventus não passou de um treino. O Porto deu tudo o que tem e mais não se poderia pedir, pois a diferença de classe entre as duas equipas é enorme.

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  2. vmartins, ser realista é analisar friamente e objetivamente. E qd usa termos abstratos e/ou exagerados como "a anos luz", "cheirar a bola", "para a Juventus não passou dum treino", não sei porque é que acha que o veremos como mais realista do que o 4lusos. Isso é falta de ânimo e confiança, não é realismo.

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    1. As vitórias morais nada me dizem. Repito, o nosso Porto limitou-se a cheirar a bola e ajudou a Juventus a treinar. Ser realista é ver que somos muito inferiores em todos os aspectos á equipa italiana.

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