19 janeiro, 2018

O VAR NÃO IMPEDIU A VITÓRIA.


FC PORTO-TONDELA, 1-0

A sequência alucinante de jogos que o Dragão tem para cumprir nestes dois meses, não permite que os portistas entrem nos jogos com alguma tranquilidade. Os azuis-e-brancos, para além de terem que gerir muito bem os seus recursos, procuram marcar os golos de que necessitam numa fase precoce do jogo para depois poderem descansar com bola no pé.

Não bastava a sequência de jogos ao Domingo e à Quarta-feira, os Dragões vêem a Liga agendar mais 45 minutos do jogo com o Estoril para o meio de uma semana do mês de Fevereiro.

Muita gente não entende isto e quer ópera em todos os jogos, com três, quatro e cinco golos. Pensam que os jogadores são máquinas ou que isto é uma competição da playstation. Por isso, surgem, por vezes, críticas e assobios. É a chamada "contestação do ignorante". Enfim, siga.


Esta noite, Brahimi, Marcano e Corona regressaram ao onze e o FC Porto voltou a apresentar a sua equipa-tipo. O jogo no Dragão até começou muito bem. O FC Porto entrou em velocidade. Aos 12 minutos, numa bela jogada pela direita, Ricardo Pereira colocou a bola com conta, peso e medida na área e Brahimi rematou a rasar o poste. Na sequência deste lance, o Tondela marcou o pontapé de baliza, o defesa da equipa beirã calculou mal o passe, Marega, atento, interceptou e atirou para a baliza, batendo o guarda-redes contrário que foi uma das figuras da noite ao salvar vários golos.

Iniciando o jogo, cientes de que o líder provisório da jornada anterior acabara de empatar o seu jogo, os portistas começavam bem o seu compromisso com o golo madrugador de Marega. Esperava-se que o FC Porto pudesse alcançar mais um ou dois golos, tal a avalanche ofensiva evidenciada mas a bola não entrava.

O Tondela respondeu aos 19 minutos num remate em que Tomané rodou e atirou a rasar o poste da baliza de José Sá. A equipa beirã ainda criou algumas dificuldades no primeiro tempo, o que intranquilizou, de alguma maneira, os portistas.

Mas as melhores oportunidades estiveram nos pés dos portistas. O golo esteve perto, por três vezes:

aos 31 minutos, Aboubakar atirou de cabeça ao poste, após um canto batido por Alex Telles; aos 35 minutos Corona combinou, de forma perfeita, com Danilo e rematou, no coração da área, muito fraco para as mãos de Cláudio Ramos; e aos 45+1 minutos, Felipe correspondeu bem a um lançamento lateral na esquerda do ataque, rodou na área e rematou fortíssimo para nova defesa apertada de Cláudio Ramos.


Antes de terminar a primeira parte, registo ainda para mais uma grande penalidade que ficou por marcar a favor do FC Porto e em que o VAR voltou a fazer vista grossa. Num cruzamento para a grande área, Corona foi ostensivamente puxado pelo braço. O árbitro não viu e o VAR não funcionou. Está para nascer o primeiro VAR que irá assinalar o primeiro penalty a favor do FC Porto.

O segundo tempo iria exigir um FC Porto mais forte e intensivo. Primeiro porque os Dragões estavam a baixar de ritmo apesar das oportunidades criadas e depois iríamos ter um Tondela a apostar as fichas todas na etapa complementar. O FC Porto foi mais dominador até, cerca, de 10 minutos do fim do jogo.

Tal como no primeiro tempo, o FC Porto desperdiçou duas oportunidades de golo. Danilo rematou do meio da rua para grande defesa de Cláudio Ramos e depois o mesmo guarda-redes safou um golo correspondendo, de forma incrível, ao cabeceamento de Felipe. O central portista ainda desperdiçaria outro lance com um remate para fora na pequena área.

Aos 78 minutos, o FC Porto marcou o segundo golo mas na jogada, Marega estava em fora-de-jogo antes de fazer o passe para Brahimi facturar. O VAR assinalou bem a infracção. O VAR funciona? Aleluia, pensei que não!!! Ah, pois, mas funciona só para o mesmo lado. Como sempre!


O VAR voltou a falhar dois lances de grande penalidade na etapa complementar. Primeiro aos 54 minutos, viu-se Ricardo Costa a opôr-se a um remate de Aboubakar, utilizando o braço direito para impedir que a bola seguisse a trajectória da baliza. E depois aos 62 minutos de jogo, quando Osório controlou a bola com a mão esquerda em plena grande área. Dois erros grosseiros do VAR. Em três grandes penalidades no mesmo jogo, o VAR analisou zero, "bola", "nicles". Não analisou porque não quis.

O Tondela cresceu nos últimos minutos e para isso muito contribuíram as mexidas mal efectuadas por Sérgio Conceição. O jogo exigia Óliver Torres para controlar o jogo e ter bola mas Sérgio Conceição colocou Sérgio Oliveira que é um jogador útil no lançamento das transições rápidas. Por outro lado, Aboubakar saiu e entrou Hernâni que a terminar ainda teve um remate fortíssimo para grande defesa de Cláudio Ramos para canto. Soares entrou para queimar tempo, saindo Marega completamente esgotado.

O FC Porto acabou o jogo com algum sofrimento, com o receio de sofrer um golo. Mas o pior não aconteceu. Os Dragões recuperam a liderança, têm mais um ponto que o segundo classificado e com meio jogo ainda por cumprir em que estão a perder ao intervalo por 1-0. Caso os Dragões vençam esse jogo no campo ou na secretaria, aumentam para 4 pontos a vantagem sobre o segundo classificado.

Próxima paragem é na Pedreira de Braga. O FC Porto vai defrontar, na próxima Quarta-feira, o Sporting nas meias-finais da Taça da Liga, jogo da Final Four da prova. O campeonato regressa no dia 4 de Fevereiro com a visita ao Moreirense, depois de já lá ter jogado para a Taça de Portugal.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Gostamos da pressão de ganhar”

A primeira parte
“Sabíamos que iríamos ter um jogo difícil contra uma equipa bem organizada defensivamente, a fechar de certa forma o espaço que nós queríamos para chegar à baliza e ao último terço, principalmente na primeira parte. De qualquer forma, tentámos por fora, porque por dentro estava difícil, pois o adversário ocupou bem o corredor central. Depois, conseguimos fazer o golo naquilo que somos fortes, a pressão na primeira fase de construção do adversário, e ainda tivemos mais uma ou outra ocasião na primeira parte, que nos poderia ter permitido chegar ao intervalo com uma vantagem maior e estar mais descansados.”

A segunda parte
“Ao intervalo, alertámos os jogadores para algumas situações, corrigimos também a forma como devíamos chegar com mais perigo ao último terço e penso que conseguimos fazer isso. Entrámos de uma maneira muito forte, conseguimos criar variadíssimas ocasiões para fazer o segundo, mas falhámos muitos golos - o guarda-redes do Tondela fez uma exibição fantástica, teve duas ou três intervenções muito boas. Não o conseguimos e depois tornou-se um jogo perigoso, ainda que não tenhamos nunca deixado de procurar o golo - isso faz parte da identidade da equipa. As coisas acabaram por correr bem, mas penso que deveríamos ter vencido de uma forma mais folgada, porque tivemos oportunidades para isso. De qualquer forma, o que conta são os três pontos importantes na nossa caminhada. Parabéns ao Tondela, que fez um bom jogo, e aos meus jogadores, que tiveram uma crença muito grande num jogo que não era nada fácil.”


Chegar a maio na frente
“Estamos há muito tempo em primeiro lugar e gostamos dessa pressão, a pressão do primeiro lugar, de ganhar. É isso que nos faz trabalhar da forma que trabalhamos. Temos uma grande ambição e determinação em ganhar o campeonato. Queremos muito continuar na frente e chegar a maio e ter mais um ponto do que o segundo classificado. Sabemos que temos uma caminhada muito difícil, temos rivais com muita qualidade, mas vamos fazer o nosso caminho, porque ainda não conseguimos absolutamente nada.”

O primeiro troféu no horizonte
“Temos uma ambição e uma determinação muito grandes em ganhar títulos. É uma semana importante para nós e prova disso é que já a seguir os jogadores menos e não utilizados vão fazer treino exatamente a pensar no nosso jogo na quarta-feira. Foi bom, parabéns aos meus jogadores, não só aos 14 que entraram no jogo mas também a todo o grupo, e a partir deste momento vamos pensar na Taça da Liga, que é um troféu que queremos ganhar.”

Waris, o reforço
“É um jogador que conheço da Liga Francesa, estava na primeira divisão. Aprecio a sua qualidade e foi por isso que veio para cá tentar ajudar-nos e ser mais uma opção.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. Ram, bom dia.
    Post muito sóbrio e realista da nossa situação actual. Os jogos daqui até ao final são para ser geridos de acordo com as nossa pretensões, capacidades e, sobretudo, resiliências.
    Todos temos que estar atentos às armadilhas que os papoilas de carnide estão a planear montar. Dos ecuménicos árbitros, passando pelos OCS afectos, aos clubes comprados/comprometidos, até ao calendário que, vá-se lá saber, lhes reserva 15 jogos de relativo sossego, temos que nos superiorizar inteligentemente. É por isso que dizemos que contra tudo e contra todos queremos o Porto campeão. Não podemos ser bons rapazes já sabemos bem porquê(àparte: eu estarei aí em Maio quer vençamos, o que espero, quer não. Vivo perto do Marquês e não penso sequer nas bestas à minha porta a celebrar o treta-penta). Espero sinceramente que os dois reforços anunciados sejam isso mesmo, REFORÇOS.
    Quanto aos 45m do estoril-FCPorto, vaticino que o desfecho vai ser a nossa vitória e, dias depois, a Liga impõe a derrota ao estoril na fazendo valer os regulamentos, ou seja castigam o estoril fazendo valer os regulamnentos para memória futura sem com isso darem o flanco a lampiões e kalimeros. Note-se que tal só acontecerá se o FCP ganhar. Caso perca ou empate fica tudo como está para gáudio da lampionagem-lagartada e que se f***m os regulamentos. De qualquer modo, o FCPorto ficará sempre com o ónus do desgaste físico do seu plantel. São deste nível para cima as armadilhas, rasteiras, trapaças e batotas com que nos iremos defrontar até final da época.
    1 abç e viva o FCPorto contra tudo e contra todos.
    Luís Oliveira
    Luís Oliveira

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