06 março, 2019

ENTRE A ELITE DA EUROPA.


FC PORTO-ROMA, 2-1 (3-1 após prolongamento)

O FC Porto acaba de escrever mais uma página bonita na sua história. Não sendo inédito, nem raro, é, contudo, um momento importante na vida do clube. Os Dragões atingem pela sexta vez um lugar entre os 8 melhores da Europa e contrariam a versão de que esta é uma prova feita apenas para os clubes dos países mais ricos e privilegiados da Europa.

Com um orçamento limitado e com menos jogadores inscritos na prova do que os outros clubes participantes, os campeões nacionais têm feito uma caminhada quase imaculada. Além disso, os pontos amealhados e os milhões adquiridos ajudam a explicar a excelente prestação da equipa portuguesa. Nesta prova, desde 1992/93, o FC Porto é, de longe, a única equipa portuguesa com pergaminhos na Champions League e das poucas fora dos países Top-5 que apresenta grandes resultados e performances na prova.


Sérgio Conceição estava determinado a levar de vencida a equipa italiana da Roma. Para isso, o treinador portista sabia que precisava de uma equipa poderosa, em termos físicos, principalmente na zona do miolo. Por isso, sem surpresas deixou Óliver de fora e apostou em Danilo para apoiar Herrera. Brahimi ficou no banco para ser lançado mais tarde e, no seu lugar, surgiu Corona. Otávio preencheu a ala direita, com indicações para apoiar também a zona do miolo. Na defesa, Militão substituiu Manafá. De resto, tudo igual ao último jogo.

O jogo começou muito bem para a equipa portista. À semelhança do jogo com o benfica, a equipa de Sérgio Conceição, apoiada por um mar azul, encostou a Roma às cordas e criou bastantes embaraços para a baliza defendida por Olsen.

O treinador da Roma, Di Francesco, apresentou-se com muitas cautelas defensivas. Surgiu uma defesa com três centrais, promovendo o anti-jogo e as perdas de tempo, sobretudo praticadas pelo seu guarda-redes, na colocação da bola em jogo. O árbitro turco, muito conhecido pelas suas “habilidades”, compactuou com este tipo de estratégia que só desprestigia a prova.


Os campeões portugueses atacavam com muita intensidade, sobretudo pela esquerda, com Corona e Alex Telles a combinarem diversas vezes e a colocar a equipa romana em sobressalto. O defesa brasileiro do FC Porto teve uma oportunidade soberana de golo mas rematou às malhas laterais.

Aos 26 minutos, surgiu o primeiro golo do FC Porto, com alguma naturalidade. Marega recuperou uma bola, deixou em Corona que correu para a grande área. O mexicano devolveu o esférico a Marega que assistiu Soares para encostar a bola para as redes. Estava feito o que já era merecido até aquela altura.

No entanto, o FC Porto continua a cometer alguns erros que colocam, por vezes, as vitórias em causa. Militão, na direita, teima em não convencer. Revela algumas dificuldades quer a defender, quer a atacar. Aos 36 minutos, o central brasileiro derrubou Perotti. De Rossi converteu o castigo máximo, repondo a igualdade.


Ao intervalo, o resultado era injusto, mas castigava a falta de concentração e de rigor da equipa portista. Os azuis-e-brancos sabiam que estavam em desvantagem na eliminatória e que precisavam de um golo para, pelo menos, igualar a mesma.

A segunda parte iniciou-se como a primeira. O FC Porto com um fulgor ofensivo alucinante e intenso, continuava a criar grandes dificuldades no reduto romano. A equipa transalpina usava e abusava das perdas de tempo e do anti-jogo, não incomodando minimamente Iker Casillas.

Soares, num golpe de cabeça, e Marega, num remate cruzado, deixaram o aviso para o que viria a suceder. Aos 53 minutos, Corona cruzou com conta, peso e medida e Marega, ao segundo poste, surgiu desmarcado a bater o guarda-redes Olsen. Estava reposta a igualdade na eliminatória.


A partir daí, o FC Porto teria que ter cuidados redobrados. É que um novo golo da Roma obrigaria o FC Porto a fazer dois golos por causa da regra dos golos fora de casa em caso de empate.

Sérgio Conceição apostou nas entradas de Brahimi e Fernando Andrade para os lugares de Corona e Soares. O FC Porto teve sempre sinal mais na partida, com diversas situações para alvejar a baliza romana. A equipa italiana não chegava à baliza portista. Zaniolo, decisivo no jogo da primeira mão, era uma sombra do que tinha mostrado e Dzeko jogava muito sozinho, perdido entre a defensiva portista.

Atingidos os 90 minutos, o FC Porto teve que cumprir 30 minutos penalizadores e injustos. No prolongamento, apesar do domínio azul-e-branco, o jogo ficou, de certa forma, mais partido. Marega ainda dispôs de um lance para ampliar para 3-1, mas Dzeko também não aproveitou uma oferta de Pepe à entrada da área.


Até que aos 118 minutos, chegou a justiça no marcador. Maxi rematou cruzado à entrada da área e Fernando Andrade foi agarrado pela camisola por Florenzi. No estádio não foi perceptível, mas Fernando Andrade reclamou bastante. O VAR de serviço alertou o árbitro para o lance e depois de alguns minutos de “suspense”, o Dragão explodiu de alegria. Penalti e possibilidade de sentenciar a eliminatória.

Alex Telles converteu o castigo máximo com superioridade e colocou o FC Porto entre a elite dos 8 melhores clubes da Europa. Antes de terminar, destaque para a tentativa da Roma de obter uma grande penalidade que não existiu mas que a comunicação social portuguesa se encarregou de repetir até à exaustão, espumando-se de raiva. E ainda tempo para os três minutos de descontos concedidos pelo árbitro turco, convertidos em cinco longos descontos.

Com esta passagem, os Dragões atingem a marca de 79 milhões de euros na prova e vão para os quartos-de-final à espera do adversário que será conhecido, no próximo dia 14 de Março. Entretanto, os azuis-e-brancos preparam desde já a próxima jornada da Liga NOS, onde, no próximo Domingo, deslocam-se a Santa Maria da Feira para medir forças com o lanterna vermelha do campeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Fizemos um jogo a roçar a perfeição"

Corrigir para voltar aos triunfos
“Era importante voltarmos a ter, quando comparado ao último jogo, algumas características que para nós são fundamentais. Voltámos a ser uma equipa muito pressionante, com a reação à perda de bola muito forte e com muita vontade de chegar à baliza adversária, e percebendo que, por vezes, isso fica difícil para o adversário. Demonstrámos um bom misto entre aquilo que é o futebol mais ligado e o futebol mais vertical, mais na profundidade. A relação entre Otávio, o Marega, o Corona e o Soares na frente, com o sentido posicional dos nossos dois médios, quer na fase defensiva quer na ofensiva, deu num jogo de grandíssima qualidade. Isso deve-se principalmente aos jogadores, que interpretaram na íntegra aquilo que queríamos e que tínhamos preparado para o jogo. Disse, na palestra, aos meus jogadores, que a Roma poderia mudar qualquer coisa na estrutura base da equipa. Conhecendo o futebol italiano e o momento em que a Roma atravessa, percebi que poderiam mudar alguma coisa e fazer aquilo que já fizeram este ano, que foi jogar com três centrais.”

Ausência de Brahimi
“No jogo passado ficaram outros de fora. Somos um grupo que tem qualidade, aquilo que pensei inicialmente para o jogo foi sem o Brahimi, no próximo jogo se calhar o Brahimi já estará. Todos estão disponíveis, todos querem jogar, há uma competitividade sã em todo o balneário e isso é o que faz do nosso grupo forte.”


Inteligência dentro de campo
“Foi uma prova de grande maturidade, de grande tranquilidade, de perceber que o nosso conjunto é forte, com este lado emocional saudável, consciente de que é preciso ter inteligência no jogo e entender o que o jogo está a pedir. Temos cometido alguns erros sem bola, que obviamente analisámos, percebemos e corrigimos, e hoje a minha equipa fez um jogo quase a roçar a perfeição.”

Próximo jogo já em mente
“Agora temos de pensar no Feirense, no domingo. Queremos, no fim de jogo, estar de volta ao primeiro lugar, apesar de um dos nossos rivais ter um jogo a menos. Mesmo assim, queremos passar para primeiro outra vez.”



RESUMO DO JOGO

1 comentário:

  1. pena nao ter havido a mesma entrega contra os toupeiras baby, esta vitoria nao apaga a estupida derrota contra os toupeiras, parece ate que ja jogamos com eles como contra o esporting.
    Ganhamos estamos nos quartos mas isso nao apaga a derrota contra os toupeiras.

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