30 novembro, 2009

Água mole em pedra dura...

assistência: 22.512 espectadores.

árbitros: Paulo Costa (AF Porto), João Santos e Nuno Manso; Artur Soares Dias.

FC PORTO: Beto; Fucile, Maicon, Bruno Alves e Alvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Belluschi; Hulk, Falcao e Rodríguez.
Substituições: Belluschi por Varela (65m), Farías por Rodríguez (68m) e Guarín por Raul Meireles (85m).
Não utilizados: Nuno, Sapunaru, Rolando e Valeri.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

RIO AVE: Carlos; Zé Gomes, Gaspar, Fábio Faria e Sílvio; Vilas Boas, Vítor Gomes e Wires; Bruno Gama, João Tomás e Sidnei.
Substituições: Vítor Gomes por Tarantini (11m), Sidnei por Chidi (62m) e Wires por Wesllem (86m).
Não utilizados: Mora, Bruno Mendes, Ricardo Chaves e Evandro.
Treinador: Carlos Brito.

golos: Hulk (23m), João Tomás (25m) e Varela (81m).

disciplina: cartão amarelo a Sílvio (10m), Gaspar (37m), Álvaro Pereira (69m), Bruno Gama (73m), Carlos (77m), Tarantini (80m), Maicon (84m) e Beto (93m).

No mundo cada vez mais mediático, com as redes sociais a crescerem desmesuradamente, como os tentáculos de um polvo, ou os mails e sms a servirem de meio de comunicação em real time, como seria antigamente, quando o advento da tecnologia e os telemóveis ainda não se encontravam massificados?

Imaginemos, num mero exercício estilístico, um pai e filho fervorosos adeptos portistas, separados por contingências do quotidiano. O progenitor, sedeado na Invicta. O filho, algures no Mundo, procurando o sucesso profissional longe do País. Todos aqueles que, uma vez por acaso, passaram pelo mesmo, sentirão a natural empatia. Falo de estarmos privados de qualquer possibilidade de visionamento de uma partida dos Dragões. Ao vivo ou pela TV. O sofrimento, esse, parece aumentar exponencialmente, pela impossibilidade de acompanhar os acontecimentos. Sofre-se, de forma bem intensa, com o aguilhão da dúvida a torturar-nos minuto a minuto. A ansiedade torna-se a protagonista, enquanto aguardamos por notícias. O coração bate de forma acelerada, perturbando o normal funcionamento.

Imagine-se, então, a cena. O filho, fuso horário diferente, cambaleando de sono, em frente à lareira. O pai, sentado confortavelmente no sofá, agasalhado contra o frio invernal. O novo lcd mostrando o esplendor do Estádio do Dragão. E o Porto-Rio Ave, jogo crucial disputado após o derby da capital. Com saudades do seu rebento, agora homem feito, o pai recorda-se de tardes e noites passadas a debater a actualidade portista. Os golos, as substituições, os falhanços em frente da baliza, os craques que sentenciavam partidas. Uma comunhão de ideais, meticulosamente administrada por ele ao filho, desde a mais tenra idade.

Podiam não calcorrear juntos o caminho para o velhinho Estádio das Antas. Ou apanhar o metro para o novo recinto. Mas continuavam, a milhares de quilómetros de distância, a ter os mesmos rituais. E assim, lá seguiu o primeiro telegrama, despertando o filho do torpor provocado pelo cansaço:

“Vai começar agora. STOP. O gajo apostou outra vez no Beto. STOP. Mas pôs o super-herói a titular. Que coerência é esta? STOP”

Noutro continente, o filho sorriu, abanando com paternalismo a cabeça. Achava irónica aquela contradição. O pai, que a idade deveria ter acalmado, continuava a ser explosivo nas avaliações da equipa. Destemperado. Pouco paciente. Ele, bem mais novo, nunca tinha sentido o fulgor da impaciência. Era conciso na análise. Racional. E acima de tudo, um homem de fé. Acreditava piamente que o Porto venceria. Em qualquer lado. Contra qualquer opositor. Pese essa diferença temperamental entre ambos, unia-os sempre, na vitória e na derrota, uma paixão incondicional pelo azul e branco.

“Vê se te acalmas. STOP. Vamos ganhar. STOP. Jogue quem jogar. STOP. E no Natal, podes escrever, já estamos à frente dos vermelhos. STOP”

Seguiram-se uns minutos de silêncio. As pálpebras pesavam ao filho. A noite cerrada convidava a umas horas de descanso beatífico debaixo dos lençóis. Mas ele mantinha-se ali, lutando contra a sonolência, a madrugada avançando de forma inexorável. Nunca conseguiria descansar sossegadamente sem saber o resultado. Foi despertado pelo som inconfundível do telegrama.

“O Rolando ficou a aquecer o banco. STOP. Joga o Maicon. Vamos lá a ver o que é que ele vale. STOP.”

O filho agradeceu a informação. Mas queria mais. Na impossibilidade de ver os seus ídolos a jogar, ansiava por beber toda e qualquer grama de informação.

“E o resto? STOP. Quem joga no meio? STOP.”

A resposta não se fez esperar.

“Nada de novidades. STOP. Meireles, Fernando e Belluschi. STOP. Lá na frente, Falcao e Rodriguez juntam-se a Hulk. STOP. O Rio Ave entrou bem. STOP. Tem criado dificuldades. STOP. E dado cacetada com fartura. STOP.”

O filho sorriu, ao receber as novas. Adorava o estilo directo e contundente do progenitor. Sem papas na língua.

“E como está a correr o jogo? STOP. Estamos a jogar bem? STOP.”

“Nem por isso. STOP. Estão a tentar explorar os flancos, sem sucesso. STOP. O Alvaro Pereira tem subido, apoiando o Rodriguez. STOP. O Hulk continua sem conseguir desequilibrar. STOP. O Rio Ave parece que vai adoptar a táctica do autocarro. STOP.”

Primeira ruga de desassossego, no rosto do filho. Uma rápida consulta ao relógio, um breve cálculo mental, para ver que já se tinham esgotado mais de 20 minutos. Sem golos. Sentiu aquela pontada característica, no estômago, de desassossego. Ainda teria uma úlcera, não tardava nada…

“Golllloooooooo. STOP. Aleluia. STOP. Jogada típica de Hulk, com arrancada do meio-campo, fugindo para o interior. STOP. Sorte à mistura, com dois ressaltos. STOP. Já estamos na frente. STOP. Agora é só gerir. STOP.”

O filho não resistiu a soltar um suspiro de alívio. Sorriu. Levantou-se e não combateu a tentação de preparar um copo de whisky, apesar do horário tardio. Encontrava-se na cozinha, quando o som sibilino de novo telegrama o fez apressar para a sala.

“Esquece. STOP. Os gajos empataram. STOP. Cruzamento para a área e golpe de cabeça do João Tomas. STOP. Não percebo como é que ele salta com o Fucile. De um lançamento lateral sofremos um golo. STOP. As transições rápidas não saem. STOP. Previsibilidade total. STOP. O Belluschi desapareceu, depois de um inicio prometedor. STOP. Íamos marcando pelo Bruno. STOP. Bola salva em cima da linha de golo. STOP.”

O trejeito de exasperação do filho não escondia a amargura pela notícia. Passou as mãos pelo cabelo, inquieto. Desejava um jogo calmo, sem sobressaltos. Em vez disso, o nervosismo ia-o minando, internamente.

“Continua 1-1. STOP. Estamos a melhorar aos poucos. STOP. O Meireles é dono do meio-campo. STOP. Nova grande oportunidade, com cruzamento do Alvaro para uma cabeçada perfeita do Falcao. STOP. Contra nós, todos defendem bem. STOP.”

O sono, entretanto, já tinha desaparecido. Consumido na fornalha de nervos que queimava o âmago do filho. Perturbado, parecia um miúdo irrequieto, incapaz de ficar sossegado, concentrado numa actividade.

“Intervalo. STOP. 15 remates para um mísero golo. STOP. Fizemos 3 faltas. Que raio de agressividade é esta? Não se pressiona? Vai ser uma 2ª parte de nervos. STOP. O Falcao está muito desacompanhado. STOP. O Rodriguez subiu de produção. STOP. Tem feito uns raides interessantes na esquerda. STOP. Agora, já se sabe. O gajo vai colocar o Farias e depois o Varela. STOP. É sempre a mesma cartilha a comandar. STOP. Temos acções de jogo totalmente ingénuas. Já se assobia.”

O filho leu. E releu. Sabia que o pai não exagerava. Aquilo era verdade. O ataque ao penta sofria percalços, todas as semanas.

“Car***o. Estou farto disto. STOP. O Rodriguez criava dinâmica, na ala esquerda, esticando o jogo, e ele agora muda-o para o lado direito. STOP. Já passaram 10 minutos da 2ª parte e nem nos aproximamos da baliza. STOP. Estamos dóceis, sem qualquer pressão alta. STOP. Espera aí. STOP. Penalty. STOP. Fucile empurrado, com meia teatralização. STOP. Fo**-s*. STOP. O Falcao falhou.”

Um murro na mesa, pleno de raiva e frustração, acompanhou o último telegrama recebido. A impaciência já dera lugar à decepção. Não percebia como, quase no final da primeira volta, não existia um marcador para os lances de grande penalidade. Ora marcava Falcao, depois Hulk e, como numa espécie de carrossel alucinado, novamente o colombiano. Com os resultados conhecidos.

“Que saudades do Lisandro. STOP. Mais uma oportunidade desperdiçada, na cara do guarda-redes. STOP. Estamos na fase do futebol caótico, afunilado. STOP. Tenho gostado do Alvaro. Ao contrário do Fucile, procura apoiar o ataque. STOP.”

Maxilares cerrados. Olhos expectantes, furtivos, temerosos. A garganta seca prenunciava um potencial ataque de pânico. Era uma oportunidade de ouro para recuperar dois pontos. E ficar mais perto da liderança.

“Falham-se golos cantados. STOP. Desperdicio inacreditável do Meireles. STOP. Como te tinha dito, o Varela e o Farias já lá estão dentro. STOP. O Maicon não acrescentou nada em termos de solidez defensiva. STOP. Parece que o Jesualdo anda a reboque do que se comenta na imprensa. STOP. Neste momento, não existe fio de jogo. STOP.”

O filho engoliu em seco. Atreveu-se a perguntar:

“E o Hulk? STOP.”

O pai sopesou a resposta. Sabia – e entendia – a admiração do filho pelo brasileiro com nome de super-herói. Analisou racionalmente a prestação do agora internacional canarinho.

“Dentro da mediocridade, é o melhor. STOP. Procura usar a rapidez para abrir brechas, na habitual mistura de individualismo e trapalhice. STOP. Acabou de dar mais uma bola de bandeja ao Farias, com um cruzamento perfeito. STOP. Precisavamos de um avançado de grande nível. STOP. E o Luca Toni está no mercado, por uma pechincha. STOP. O Carlos hoje defende tudo.”

Nem o elogio encapotado ao seu jogador predilecto animou o filho, preso de inexplicável palpitação cardíaca.

“Goooolllooooo. STOP. Finalmente. Varela à boca da baliza. STOP. Pese a péssima exibição, é justa a vantagem. STOP. Foi assim, com jogadores vindos de clubes medianos, que o Mourinho montou uma equipa guerreira. STOP. Sem vedetas. STOP. Ai cum caraças. Ai cum caraças. Ai cum caraças. STOP. O Rio Ave ía empatando, por duas vezes. STOP. É inacreditável a forma tacanha de pensar deste Jesualdo. Permite que o adversário tenha a posse de bola e pense o jogo. STOP. Meteu o Guarin. A equipa joga sobre brasas. STOP.”

O pequeno prédio de apartamentos tremeu, com o grito de jubilo saído da garganta ressequida por triunfos. A pacatez da madrugada foi interrompida, por breves instantes, substituída pelo amor incondicional por um clube de futebol.

“Ai cum caraças. STOP. Inadmissível. STOP. O Fernando não aprende com os erros. Perdeu uma bola nas imediações da área, tal como com o Chelsea. STOP. Somos incapazes de gerir um jogo, com passes curtos. STOP. Só vejo correrias loucas, precipitadas. STOP.”

Nova olhadela para o relógio. Contas feitas e a constatação de que o jogo deveria estar no seu estertor. Era excruciante não saber noticias.

“Acabou. STOP. Resultado justo, com exibição sofrível. STOP. As mudanças nada trouxeram de novo. STOP. O Beto anda intranquilo. STOP. O Maicon não transmite qualquer segurança. STOP. Mas vencemos. E isso é que importa, para já. STOP. Adeus. Adoro-te. Vai lá dormir. STOP.”

E o filho, feita a recepção do último lance de notícias, foi. Feliz por mais uma semana de sonhos possíveis. O Porto continuava vivo. E ele dormiu, beatificamente.

Análise final: Perdoar-me-ão os mais puristas destas coisas pela análise pouco ortodoxa do jogo. Mas confesso que ando saturado de escrever as mesmas coisas. Procurei conferir uma nova roupagem, menos massiva na quantidade de informação. Todos nós vemos o jogo. E tiramos as nossas ilações. O futebol não é uma ciência. Como arte, é tremendamente subjectiva. E eu nunca fui bom [e dizê-lo desta forma é um eufemismo tremendo] a esmiuçar as tácticas engendradas pelos treinadores, nem as nuances subtis que os mesmos colocam, no desenrolar da partida. Para isso, existe a sapiência e conhecimento teórico do Bruno. Eu sou mais emotivo, pouco racional, a visionar as cores da minha paixão. Tenho um pouco da figura ficcional do pai, hoje com direito a tempo de antena. Pelo contrário, pese a vitória, não sou capaz de dormir beatificamente, como o filho. Recuperando dois pontos ao seu mais directo rival, os Dragões deram nova mostra de incapacidade de jogarem com imprevisibilidade. Amorfos, dóceis, previsíveis. Mas, inquestionavelmente, fico apenas siderado com dois pormenores: ausência de um marcador de livres e anarquia na movimentação de lances de bola parada. Parece não existir qualquer estudo prévio para os lances referidos.

Melhor do Porto: Pela atitude, Alvaro Pereira. Guerreiro, capaz de perceber que era com velocidade que se rompia a teia defensiva contrária. Não permitiu veleidades pelo seu lado, sendo a companhia ideal para Rodriguez, a quem apoiou incondicionalmente na primeira metade. Pelo golo, Varela. Entrou e decidiu, estando no local certo para empurrar a renitente bola. Pela imprevisibilidade, Hulk. O único que cria lances de desequilíbrio.

Arbitragem: Trapalhona. Mal no capítulo disciplinar, contemporizando com a agressividade extrema dos vila-condenses, ajuizou igualmente mal o lance do penalty desperdiçado pelo Porto. Em suma, noite cinzenta para um árbitro veterano.

29 novembro, 2009

Bom futebol, sem bolas na trave... ganhamos ao Rio-Ave!!!

Quantas “vidas” terá Jesualdo à frente dos Dragões???

É difícil dizer ou até falível adiantar cenários de mudança, mas o certo é que o decano treinador, ou opera um “milagre”, ou este campeonato ameaça tornar-se um caminho tortuoso, quem sabe feito de várias jornadas de sofrimento.

Se o tempo se mostra progressivo a cada volta dos ponteiros do relógio, o futebol Azul e branco regride com o passar dos meses, tornando cada jogo dos Dragões um processo evolutivo paradoxo feito de contrastes temporais, onde a cada passo rumo a um futuro incerto, mais saudades tenho do passado recente.

A máxima, “ó tempo volta para trás”, tarde ou nunca se verifica, e mais me canso da sensação de dejá vu exibicional portista.

Como é hesitante a fiabilidade de frases feitas, “para progredir é preciso aprender com os erros do passado”, não me fazendo crer em soluções de jogo adultas, capazes de suprir incapacidades gritantes.

Depois de uns laivos de vitalidade intermitente Azul na Champions, onde o labor, abnegação e audácia foram pouco mais que q.b., redundando na habitual falta de arte para a eficácia, o regresso da Liga faz-se às mãos da equipa sensação da época em curso, o Rio Ave.

Os Vila-condenses forjados ardilosamente na capacidade de um técnico experiente, sabedor, onde os vectores rigor e arreganho técnico/táctico são conjunto e mole impulsionadora de uma defesa sólida, um meio terreno lutador e de uma frente ofensiva de experiência e instinto goleador.

No plano meramente teórico eram apontados como um dos candidatos a descida, um pouco na linha da temporada transacta, algo que o reforço estrutural da equipa em muito ajudou a contrariar. As entradas de Carlos para a baliza, Ricardo Chaves no miolo, Bruno Gama e João Tomás como expoentes ofensivos, acrescentaram experiência e ambição, algo que a expressão dos números de inicio de época ajuda no conferir do estatuto de sensação, pelo menos no 1º terço de campeonato.

Na última visita ao Dragão, os de Vila do Conde por muito pouco não roubaram pontos ao então líder aburguesado da tabela, nesse jogo “el tecla” desafinou uma estratégia de pontinho, algo que a condição desafogada na tabela este ano não fará alterar muito, mesmo que a promessa dos forasteiros seja a de manter a identidade e cultura vitoriosa, cujo registo único de uma derrota ajuda no manter da moral em alta e na perspectiva de surpreender os Dragões intramuros.

Intenções!!!... Interjeição entre o jogo real e o jogo pensado, certo será um esquema próximo de 4x3x3, dissimulado num povoamento criterioso dos espaços, onde a presença dos alas, bem abertos, em muito ajudarão a estratégia de contenção dos desequilíbrios ofensivos que o Dragão tentará nas faixas.

Refutando ao máximo a ideia de sofrer golos cedo, como estratégia evolutiva do restante manancial de jogo, adulterando os níveis de ansiedade nos da casa, adensando as interrogações sobre o apuro de forma de muitas das melhores individualidades portistas.

Os verdes de à beira AVE, não devem por isso mexer muito na equipa, onde estarão nomes cujo passado se interliga com o dos campeões nacionais, Gaspar, Vilas Boas (não o novo messias) e Bruno Gama, serão peças de um conjunto apostado em prolongar a ausência de vitórias do Dragão perante o seu público.

Outro cenário que não o de vitória, leva os azuis e brancos para inusitados caminhos, como tal só vislumbro uma saída, naturalmente que não é em pouco dias que se queimam etapas de evolução, no entanto urge que o Dragão de forma mais ou menos atractiva, traduza capacidade de aproximação as zonas de área, capaz de nutrir a linha avançada de uma ideia mais concretizadora, capaz de mostrar índices letais em Falcao e seus pares.

Vincar e reforçar a robustez dos alicerces característicos deste Porto, menor rigidez posicional, trará o apanágio prioritário das transições, da explosividade, da dinâmica dos automatismos, como imagem de uma equipa sólida e coesa, dissipando e diluindo as assimetrias dos momentos defesa/ataque/defesa.

Inexplicavelmente, o cronograma da época não confere ainda uma base de trabalho consistente, como resultado, Jesualdo experiência jogadores em lugares específicos, traduzindo pouca continuidade e fluência ao esquema a adoptar.

Como tal nos onze prognosticam-se mudanças, Beto e Fucile parecem certos, tudo mais passa por ser incógnita, tanto no modelo como nos nomes que o personificarão.

Há facetas de criatividade e envolvência futebolística que tardam em ser imagem de uma expressividade de jogo, Belluschi, Meireles, Fernando, Hulk e/ou Rodriguez, são ideias comuns quando passa por antever qualidade e diferença na ânsia de melhor no perspectivar dos duelos do Dragão.

Contudo o Professor escuda-se na mensagem na capacidade de crescimento do colectivo, esquecendo a forma insidiosa, amorfa, sem rasgo, incapaz de subverter a ínfima intensidade com que nos exibimos jogo após jogo.

Por tudo isto vou abster-me de causticar, não me vou repetir em “soluções” de posicionamento deste ou daquela individualidade, muito menos procurar imiscuir-me ainda que só desta forma em modelos 4x3x3, 4x4x2 ou outros, que nos aproximarão de melhor futebol e vitórias.

Nós, adeptos sabemos o que queremos, como tal fico-me apenas por uma antevisão, a de que possam jogar a bola e somem os 3 pontos.

LISTA DE CONVOCADOS OFICIAL
Guarda-redes: Beto e Nuno.
Defesas: Fucile, Bruno Alves, Rolando, Maicon, Sapunaru e Alvaro Pereira.
Médios: Fernando, Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Valeri e Rodríguez.
Avançados: Falcão, Varela e Hulk.

28 novembro, 2009

A galinha da vizinha

Eu, portista, me confesso: Pois que pequei.

A dama que me acalenta desde sempre na cama, minha bela dulcineia e de sempre apaixonada, parece-me hoje algo farta, balofa, tolhida de movimentos, sem jeito para as boas fodas de outrora. Por sua vez, a vizinha, ah! a vizinha, quando traja aquele seu vestido que tem de tão sensual como de sua cor tem o vermelho, ah, essa! com essa sim, me perco ultimamente, na minha fome de desejo, que comigo me vejo levado e espreitando pela restea da janela, em pensamentos devassos, gozando, vibrando, excitando, com seus belos e oportunos movimentos, sedutores, traçados indelevelmente por entre as 4 linhas daquele verde relvado.

E não tenho pejo em dizê-lo: a galinha da vizinha, está mais farta que a minha. Lustrosa, bonita, por onde passa deixa um traço indelével, e pouco me importa seu aroma de perfume barato espalhado, pois que ainda assim me excita, me deixa de vergonha rosado.

Pernas longas esbeltas, na defesa de piropos e tiradas, que me lamentam. Meio campo bem desempenado, curvilíneo, movimentos da esquerda à direita bem desenhados, de bunda arrebitada. À frente, dois belos seios, empinados, também eles entre seus poderosos movimentos esbeltos, cujos mamilos duros espreitam no relevo da blusa, quais mortíferos ponta de lança.

Mas eis que uma nuvem negra se avista e por ali paira. Afinal, a bela vizinha mais não é que um macho! Com estilo másculo, nome divino, chiclete na boca, coisa rasca.

E eis que a repulsa agora me atinge, percebo que ali todos chupam, pois que continuem chupando.

Grito por dentro, acordo, suspiro, eis que foi um sonho ou pesadelo molhado. Ao meu lado a vejo, a mesma de sempre, escudeira, fiel, amada, que luta, me dignifica, traja de cores celestiais, que me dá o que eu lhe dou e muito mais. Prometo, a mim mesmo, que nem em sonhos minha mente tão depressa a atraiçoa, pois que se a galinha da vizinha parece mais farta que a minha, a minha não é a puta da vizinha.

:by MrCosmos,
simultâneos COSMéTICAS.org / BiBó PoRtO, carago!!


Parenteses: recomendo as dissertações pelo futebolês de Eduardo Louro, um vizinho forte que temos no cosméticas. Os escritos sobre as figuras de estilo usadas no vocabulário do futebol português, aos sábados, para quem gosta apaixonadamente de futebol, seja qual for a cor.

27 novembro, 2009

Emocionante homenagem a Deco

Com ou sem jogo, eles lá estavam, no “lamaçal”

Sabendo previamente que o jogo da quarta eliminatória da taça de Portugal, entre a Oliveirense e o FC Porto podia não se vir a realizar na data prevista, os nossos Ultras, mesmo assim, marcaram presença no estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis. Depois de alguma polémica em torno da realização do encontro, e mesmo depois do nosso clube, alegando notória falta de condições no estádio (a Oliveirense decidiu retirar as cadeiras do seu recinto, de forma a duplicar a lotação), ter devolvido os cerca de 1400 bilhetes destinados aos adeptos do FC Porto, no último Sábado, num estádio com um campo em que o relvado não é distinguível, lá estavam eles na bancada. Preparados até, caso o jogo se realizasse, para um apoio debaixo de uma chuva intensa.

E mesmo não havendo jogo, chegaram a ser bem audíveis, aplaudindo a decisão do adiamento, ao contrário dos sócios da Oliveirense (como é possível?). Só quem não gosta mesmo de futebol é que concorda que podia haver jogo naquelas condições.

As faixas de ambos os grupos foram colocadas na rede atrás dos adeptos, pois não havia maneira de as pôr, como habitualmente, em baixo. Foi chegar, ouvir a confirmação do que já era esperado, e regressar à Invicta, mais concretamente ao Dragão Caixa, onde nessa tarde se realizou o FC Porto - Iserlohn em Hóquei Patins, onde estive presente.

“Tribunal” em Ovar

Como grupo de fanáticos adeptos do Grande Porto, que somos, o fim-de-semana ainda ia a meio. No Domingo, o famoso “Tribunal” marcou presença no Arena Dolce Vita em Ovar, para assistir ao Ovarense - FC Porto, a contar para a terceira jornada da Liga de Basquetebol.

Um grande grupo juntou-se ao início da tarde no estádio do Dragão e partiu em direcção a Ovar. Éramos cerca de vinte. Lá chegados, com alguns olhares de lado num local onde nem todos simpatizaram com a nossa presença, adquirimos os bilhetes e depois de nos juntarmos com mais alguns portistas que lá foram ter... “toca a entrar que se faz tarde”! Ao todo, já seriamos à volta de três dezenas de azuis e brancos, naquele sector que nos foi destinado. A nossa entrada com cânticos de incentivo aos Dragões, deixou os vareiros de olhos postos em nós.

Durante a partida silenciamos várias vezes o pavilhão! Foi pena o balde de água fria no fim do jogo, depois de termos estado a ganhar grande parte do tempo.

No fim, um gesto de reconhecimento que nos deixa sempre bastante satisfeitos. Enquanto os adeptos da casa festejavam a vitória, o plantel do FC Porto, incluindo mesmo os jogadores que não jogaram, fizeram questão de nos vir cumprimentar e agradecer.

“É o número 10…”, de volta à Curva Portista

Anteontem o nosso Porto perdeu na recepção ao Chelsea. O jogo, já com ambas as equipas apuradas para os oitavos-de-final da prova, servia para definir o primeiro e o segundo classificado do grupo. Foi também o jogo, que trouxe de volta o nosso eterno mágico, Deco, a nossa casa, e mais uma vez, Ricardo Carvalho.

Como habitualmente acontece, os ingleses trazem sempre muitos adeptos. Mesmo com o apuramento carimbado, vieram à Invicta cerca de 1500 “blues”, que fizeram a festa, ao longo do dia, nas ruas.

Uma mega coreografia foi feita à volta de todo o estádio do Dragão, com a entrada das equipas em campo. Tiras plásticas azuis e brancas cobriram o estádio, na bancada nascente a frase “FC Porto a vencer desde 1893”, enquanto na Superior Sul caía um pano gigante com o emblema do clube e a respectiva data de fundação, 1893. Tudo isto enquanto tocava o hino da “Champions”. Lindo! Arrepiante estar debaixo do pano gigante!

Estiveram presentes 38410 espectadores. O jogo começou com um grande apoio de ambos os Grupos Ultra. Os adeptos ingleses tiveram raros momentos em que se ouviam. Como também é hábito, vão cantando espaçadamente. Ouviram-se principalmente depois do golo de Anelka.

A meio da primeira parte, a primeira grande ovação a Deco. Canto para o Chelsea, o luso-brasileiro prepara-se para o cobrar, recebe uma estrondosa ovação à medida que se encaminhava para a bandeirola de canto, e ainda teve tempo de ouvir a sua música: “É o número dez… finta com os dois pés… é melhor que o Pélé… é o Deco allez allez…”, cantaram os Super Dragões. Ele levantou o braço, como forma de agradecimento. Cantar aquela música provocou um enorme momento de recordação e saudade na bancada, de quase vir as lágrimas aos olhos! Único.

Uns minutos depois, os Super Dragões levantam uma faixa a dar as boas vindas aos jogadores que fizeram história no FC Porto: “Nos nossos corações… eternamente Dragões. Bem-vindos.”

Nota ainda de destaque para o núcleo SD Amares, que fez questão de levar o estandarte, que andava pela Curva Portista há uns anos, do Deco.

No segundo tempo, os Super Dragões foram um pouco abaixo, principalmente depois do golo, em poder vocal, tendo do outro lado, o Colectivo, aproveitado para se fazer ouvir melhor.

No próximo Domingo, pelas 20h15, o TetraCampeão recebe o Rio Ave, na 11ª jornada da Liga Sagres. Espera-se uma boa casa, para ajudar a equipa na luta pelo primeiro lugar da tabela.

Um abraço Ultra

Dragão ou Morcão?? - semana 13

Hugo Almeida

Data de nascimento: 23-05-1984 (25 anos)
Posição: Avançado
Clubes aos quais esteve emprestado: Leiria, Boavista, Werder Bremen
Clube posterior ao FC Porto: SV Werder Bremen
Clube actual: SV Werder Bremen

Épocas no FC Porto: 3 (2003/04 – parte da época, 04/05 – parte da época, 05/06)
Campeonatos ganhos no FC Porto: 2

Pontos de exclamação: Tinha um porte atlético de respeito, e um remate pleno de potência. Tinha grandes esperanças neste avançado vindo da formação.

Reticências: A potência nem sempre é equivalente a precisão, e vai daí os golos eram um fenómeno que muitas vezes lhe era estranho. As esperanças ficaram-se pelas interrogações. Oportunidades teve algumas, mas poucas, convenhamos.

Alguns jogadores importantes com quem jogou: Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Lizandro López, Lucho González.

Ficam aí o momento mais marcante de Hugo Almeida no FC Porto. Um dos melhores livres apontados na Champions League! Só é pena aquele estádio vazio!



De outro mundo!! A maior votação de sempre, o melhor resultado de sempre, apenas ao alcance de um Mágico! Deco arrecadou nada mais nada menos que 99,51% dos votos dos nossos participantes, o equivalente a 202 votos, o que atesta bem da gratidão eterna ao melhor médio de Dragão ao peito. Foi aqui que se fez homem e se aprimorou como jogador. Foi aqui que fez história e catapultou a sua carreira. É aqui que sempre lhe diremos: “Obrigado Mágico! Tu amas o FC Porto, e o FC Porto também te ama!”. A ovação no último jogo, bem como os cânticos entoados pelos SD, foram uma justa homenagem. Parece que houve 1 voto perdido nesta imensidão de Dragões. Seria algum mouro disfarçado ou lê com dificuldade?! Bom, viva a livre opinião!

Dar os parabéns ao Lucho, Tripeiro e Dragão66, que já entraram no rol de candidatos à prenda desta rubrica, que como sabem será atribuída no próximo jantar de Natal Bibó Porto. Já falta pouco carago! Obrigado pela vossa fidelidade.

Na próxima semana, a votação irá incidir sobre um Médio-Ala/Extremo com cara de malandro, e que foi ídolo de muitos dos que pisaram os mesmos terrenos, Sérgio Conceição por exemplo. Está naquela prateleira do meu pensamento dos chamados jogadores “à Porto”. Quem é o “malandro”?

Saudações e bons votos,
Dragon Soul

passatempos 2009/10 - classificação ligas privadas

RECORD bet365.com

  • liga BiBó PoRtO "profissional"

  • 1º classificado - 339 pts - Orgulho Tripeiro V
    2º classificado - 306 pts - O Céu é o Limite
    3º classificado - 296 pts - Joelho Maluco

    equipa vencedora do prémio semanal na 10ª jornada: Pintinhas B.C., com 43 pontos.
    » podes conferir, CLICANDO AQUI, a lista de todos os anteriores vencedores semanais.


    prémios (regras finais) - o valor total das inscrições é aplicado integralmente nos prémios semanais ao longo das 24 jornadas (5,00 euros para o mais pontuado semanalmente) e acumulado final para o vencedor (50,00 euros para o vencedor da nossa liga privada), com o pagamento dos prémios a processar-se após conclusão da última jornada da liga sagres 2009/10.
  • liga BiBó PoRtO "geral"

  • 1º classificado - 342 pts - Tubaralhos
    2º classificado - 342 pts - jotaesse03
    3º classificado - 339 pts - Orgulho Tripeiro V

    prémios - tshirt e cachecol oficial do blog para o vencedor do acumulado final.


MAIS FUTEBOL egolo
  • liga BiBó PoRtO, carago!

  • 1º classificado - 642 pts - all stars team 11
    2º classificado - 624 pts - F.C. Dureza
    3º classificado - 622 pts - F.C. SERZEDO

    prémios - tshirt e cachecol oficial do blog para o vencedor do acumulado final.


UEFA FANTASY FOOTBALL
  • BiBó PoRtO LeaGuE

  • 1º classificado - 287 pts - OsMaiores, José Alba
    2º classificado - 270 pts - FCPorto, Filipe de Jesus
    3º classificado - 270 pts - Os Incontornáveis, João Domingues

    prémios - tshirt e cachecol oficial do blog para o vencedor do acumulado final.


IMPORTANTE: podes consultar AQUI, todas as instruções para participar nas nossas ligas privadas.

26 novembro, 2009

De cabeça bem erguida...

assistência: 38.410 espectadores.

árbitros: Jonas Eriksson (Suécia), Fredrik Nilsson e Mathias Klasenius; Martin Ingvarsson.

FC PORTO: Beto; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap» e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Varela, Falcao e Rodríguez.
Substituições: Varela por Hulk (60m), Belluschi por Guarín (71m) e Sapunaru por Farías (79m).
Não utilizados: Nuno, Valeri, Maicon e Tomás Costa.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

CHELSEA: Cech; Ivanovic, Ricardo Carvalho, John Terry «cap» e Zhirkov; Mikel; Ballack, Deco, Malouda; Anelka e Drogba.
Substituições: Ballack por Essien (68m), Deco por Joe Cole (76m).
Não utilizados: Turnbull, Kalou, Alex e Belletti.
Treinador: Carlo Ancelotti.

disciplina: cartão amarelo a Fernando (50m), Ballack (58m) e Raul Meireles (79m).

golos: Anelka (69m).

Jogo a feijões. Há-de ser assim, de forma bem depreciativa, que alguns se referirão a este jogo da Champions. Ora, logo à partida, de forma implícita, não existem jogos a “feijões” na mais milionária e elitista prova de clubes a nível europeu. Dinheiro. Prestígio. Fama. São factores que, individual ou em conjunto, aferem bem a importância e grandeza da competição. E este Porto-Chelsea já se tornou um jogo de tradição, seguido por milhões, no velho continente.

Desde logo, pelo histórico recente em ambos, marcado de forma indelével pela passagem de um treinador que não deixa ninguém indiferente. José Mourinho une, de forma siamesa, ambos os clubes que fazem do azul a cor do seu equipamento. Para além desse motivo, os confrontos recentes, na referida prova, transformam este duelo luso-britânico num clássico instantâneo.

Mas pronto, temos que sorrir, de forma benevolente e algo paternalista, quando tentarem, os mesmos de sempre, depreciar a partida. Ele é o Lampard, que não veio, ou o Bosingwa, que está lesionado. Ele será a chuva miudinha, que arrefeceu espíritos, ou o vento cortante, que impediu a realização da partida nas melhores condições. Ou o estado da relva, ou a convergência de Saturno e Plutão no mapa astral. Ou outra coisa qualquer, que tudo serve, a mentes mais criativas, para procurar demonstrar que o mais lídimo embaixador do futebol tuga se encontra noutras paragens. Mas não. É aqui, no Dragão, que habita a ÚNICA equipa portuguesa que orgulhosamente serve de embaixador, além-fronteiras, do futebol nacional. A ÚNICA, aliás, que tem dimensão europeia.

Nada que o apito inicial, logo após o fim da melodiosa música que serve de mote a feitos épicos, não afaste do pensamento. É o Porto que lá está, usufruindo e bem do direito de participar, juntamente com os melhores, numa prova que provoca inveja e urticária a tantos outros.

A constituição do onze inicial trouxe uma surpresa. E das grandes. Não me refiro à colocação de Helton na bancada, castigo tremendo para o brasileiro, relegado de um momento para o outro para fora do lote de convocados. A estreia de Beto já era conhecida. Jesualdo, mantendo o habitual 4-3-3, trocou um dos protagonistas ofensivos. E logo quem. O super-herói, Hulk, que cedeu o seu posto ao regressado Varela. Surpreendente? Sim. E não. Sim, porque o brasileiro é uma arma de destruição maciça. Parece conter apenas pólvora seca, esta temporada, mas os seus raides regularmente provocam pânico entre as hostes adversárias e ajudam a criar desequilíbrios. Não, porque o mau momento de forma do agora internacional canarinho justifica amplamente a tomada de decisão do técnico portista.

Varela, regressado de uma lesão, aparece na equipa, depois da titularidade na fatídica derrota em Braga. Ocupando a faixa direita, o antigo jogador do Amadora aportou algo à equipa. Uma maior contenção táctica, permitindo que o meio-campo azul e branco, face ao 4-4-2 adversário, mantivesse um equilíbrio enorme nas tarefas defensivas e de recuperação de bola.

Foi um Porto inteligente, na abordagem da partida, encarando-a com cautelas, face ao poder do opositor, mas não deixando de ter em mente que uma vitória abriria a possibilidade de obtenção do 1º posto no grupo. Com Belluschi a trazer criatividade e fantasia, nas transições ofensivas, o sinal de maior pendor atacante teve sotaque british. Lá na frente, a dupla Drogba e Anelka, extremamente dinâmica, procurava capitalizar o fulgor de outros jogos.

Sapunaru, lateral-direito romeno, sofreu as agruras de apanhar o francês pela frente, facilmente ultrapassado em regulares ocasiões. A coesão defensiva, no entanto, supria as lacunas existentes, permitindo que o perigo não incomodasse o neófito na guarda das redes portistas. Com o grosso da batalha a realizar-se no centro do terreno, o recuo portista era notoriamente estratégico, visando amparar os golpes do adversário e, se possível, efectuar venenosos contra-ataques, apanhando o Chelsea desprevenido.

O momento alto da primeira metade aconteceu, precisamente, num lance desses, marcava o relógio a meia hora jogada. Transição rápida de contra-ataque, com Varela a assumir o protagonismo, conduzindo o esférico até junto da área dos londrinos, endossando depois a bola para o remate pronto de Belluschi. Fora da área, o argentino encheu o pé, de forma sublime, rematando com violência à trave da baliza do gigante Cech. Gorava-se assim, de forma azarada, a melhor ocasião de golo da partida.

Várias ilações podiam ser tiradas ao intervalo. A postura pragmática do Porto, controlando os espaços, tapando os caminhos para a sua baliza, transfigurando bastas vezes o esquema num 4-4-2 quando Varela fechava na direita, impedindo as progressões de Malouda, tinha sido suficiente para emperrar a maquina trituradora londrina.

Pese esse facto, Jesualdo viveria um dilema. Manter a esquematização, aguardando por novo e esporádico lance de desequilibro, ou procurar ser mais assertivo na procura do golo?

O decano treinador optou pela segunda. Efectuou a troca de Varela por Hulk. E sofreu, quase de imediato, o golo que sentenciou o jogo. Existe relação causa/efeito entre a substituição referida e o golo do Chelsea? Parece óbvio que sim. O maior pendor ofensivo de Hulk empurra naturalmente a equipa para um ataque mais desenfreado. Não é coincidência que o lance do golo tenha surgido, precisamente, no flanco anteriormente guardado de forma racional por Varela. Zhirkov e Malouda trabalharam, perante a ausência de pressão, para a finalização mortífera de Anelka.

Parecia o velho lugar-comum da “manta esticada”, destapando um local para cobrir outro. A procura pela vitória – de louvar – custou a coesão táctica existente. A alteração na sincronização do flanco originou um castigo demasiado pesado. O Porto não baixou os braços. Jesualdo mexeu na equipa. E fê-lo bem.

Recuou Fernando para o posto de lateral-direito, posição que o brasileiro já não estranha, encostando Hulk na direita no meio-campo, deixando lá na frente Falcao, acompanhado por Farias. O mais convencional 4-4-2 quase resultava. Mantendo uma racionalidade digna de elogios, a equipa portista procurou sempre o melhor caminho para a obtenção do empate, evitando recorrer ao desespero das bolas bombeadas aleatoriamente para a área. Ele esteve perto. Várias vezes, com o Chelsea encostado às cordas. Foi uma reacção honrosa, mostrando predicados que fazem acreditar num futuro mais risonho.

Análise final: Não existem vitórias injustas. O futebol é terrivelmente simples. Ganha quem marca mais do que o adversário. Sendo esta a regra basilar de toda a sua estrutura, quem ganha fá-lo, por isso, com mérito. E o Chelsea foi engenhoso, na sua obtenção. Uma equipa temível, que funciona como um harmónio, onde cada elemento, de inegável capacidade técnica, sabe o que fazer. Quando fazer. E porque o faz. Felizmente, não existem muitos adversários assim. A mais forte equipa inglesa da actualidade venceu os dois jogos com os pupilos de Jesualdo, mas sempre com enorme dificuldade e pela margem mínima. Será um ténue orgulho afirmá-lo, mas comprova igualmente a capacidade competitiva deste Porto, ao mais alto nível.

Melhor do Porto: Gostei de Belluschi. Pelo menos, enquanto o argentino aguentou, fisicamente. E foi pouco tempo. Ponto prévio. Este compatriota de Lucho é um médio de inegáveis capacidades técnicas. Preciosas, no contexto actual do plantel portista, conferindo habilidades que não existem no lote actual de centro-campistas. Procurou ser o pêndulo, nas transições, participando no colete-de-forças implementado na zona central, asfixiando os médios ingleses, mas mantendo sempre a objectividade de procurar lançar perigosamente os ataques. Varela merece, igualmente, uma palavra elogiosa. Não tanto pelo papel activo que se esperaria nos lances ofensivos, mas pela preciosa ajuda ministrada nas tarefas defensivas. Finalmente, Meireles. O médio, ainda não atingindo a bitola esperada, vem trepando degraus na consolidação do seu jogo. Mais sereno, recuperado fisicamente do desgaste que ostentava, tem aparecido com maior regularidade no apoio à linha ofensiva.

Arbitragem: Nada a apontar, apesar de alguns irritantes exageros, na parte final da partida, pactuando com as teatralizações dos jogadores do Chelsea.

Livre (in)directo - Champions 09/10, semana 5

FCPorto 0–1 ChelseaFC

O árbitro sueco, Jonas Eriksson, teve um jogo algo desastrado no Dragão. Num jogo fácil de dirigir, o juiz da partida complicou alguns lances de fácil análise.

Logo ao minuto 1, o FCPorto viu anulado um lance de ataque por pretenso fora de jogo de Raúl Meireles. Como se pode observar pelas imagens disponíveis, foi uma decisão errada do trio de arbitragem presente no Dragão.

Quatro minutos depois, Anelka também não está em fora de jogo. Embora aqui se pode dar o benefício da dúvida ao árbitro pela rapidez do lance.

Decorria o minuto 7, quando Belluschi parece ter sido empurrado pelas costas po John Obi Mikel, falta que, não foi assinalada.

Ao minuto 18, Sapunaru reclama falta numa disputa de bola com um jogador do Chelsea, desta vez sem razão.

Já na segunda parte, ao minuto 50, Fernando vê o cartao amarelo por rasteirar adversário de forma imprudente. Nada a dizer sobre a actuação do árbitro.

3 minutos depois, mais um fora de jogo mal assinalado ao FCPorto. Rodriguez estava em posição regular no momento do passe de Falcao.

Decorria o minuto 57 quando Ballack derruba Rodriguez à medida que este se dirigia para o ataque. Bem o árbitro na advertência ao jogador do Chelsea.

Ao minuto 73, Hulk cai na area do Chelsea depois de ter cabeceado a bola. O jogador do FCPorto protesta grande penalidade, mas sem razões.

5 minutos, depois Raúl Meireles faz falta sobre Malouda rasteirando-o de forma imprudente. Nada a dizer da actuação do árbitro, que mostrou o cartão amarelo ao jogador da casa.

No último lance do jogo, ao minuto 83, a remate de Raúl Meireles, a bola embate no peito de Terry e não no braço deste. Não existem motivos para os pedidos de grande penalidade.

Avaliação global da equipa de arbitragem: 6,5. Num jogo com um nível de dificuldade médio e com os jogadores de ambas as partes com uma atitude correcta, as más decisões do trio sueco fizeram descer e de que maneira, a nota do jogo.

BiBó Melhor Jogador 2009/10, carago! - ronda 17

Após a exibição frustrante na Madeira contra o MARÍTIMO, as votações sofreram uma espécie de boicote por parte dos bloggers. Mesmo assim, os jogadores mais votados são todos correspondentes ao sector defensivo. O mais votado foi Hélton, ele que sofreu um golo no qual pouco havia para fazer. Na segunda posição, ficou o o defesa central, Bruno Alves, que também foi dos menos maus. E na terceira posição, ficou o trinco Fernando.

Na derrota caseira para a Champions frente à equipa do CHELSEA alinharam:

    Beto, Bruno Alves, Rolando, Sapunaru, Álvaro, Fernando, Raul Meireles, Belluschi, Varela, Rodríguez, Falcao, Guarín, Hulk e Farías.
Um forte abraço,
Tiago Teixeira

Objectivos cumpridos, apesar da derrota

FC Porto 0-3 Paços de Ferreira

Liga Intercalar 2009/10
25 de Novembro de 2009
4ª jornada do Campeonato de Inverno – Zona Norte
Estádio do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, em Vila Nova de Gaia


FC PORTO: Samir; Fucile, Abdoulaye, Nuno André Coelho e Miguel Lopes; Prediger, Engin e Bacar; Mariano (cap.), Yero e Claro.
Jogaram ainda: David, Dias, Ramon, Flávio e Filipe Barros.
Treinador: Patrick Greveraars.

PAÇOS DE FERREIRA: Coelho (cap.); Mário Alves, Ozeia, Kelly e Jorginho; Cristelo, Mário Rondon e Fábio Pacheco; José Coelho, Roncatto e Leandrinho.
Treinador: Rui Rodrigues.
Jogaram ainda: António Filipe; Maykon, Carlitos, Diarra, Jason e Marco Leal.

disciplina: nada a registar.

golos: Roncatto (9m e 78m) e Carlitos (51m).

O FC Porto foi esta quarta-feira derrotado pelo Paços de Ferreira, por 3-0, em desafio da quinta jornada do campeonato de Inverno da Liga Intercalar. No entanto, os objectivos essenciais dos portistas para o encontro foram cumpridos: cinco jogadores do plantel sénior ganharam ritmo, com destaque para Fucile e Miguel Lopes, regressados de lesões, enquanto que os futebolistas mais jovens cumpriram mais uma etapa na sua formação.

A primeira nota deve ir mesmo para os citados laterais, especialmente Miguel Lopes, que voltou à competição após prolongada ausência. Aos 18 minutos, depois de uma arrancada pela esquerda, esteve mesmo perto de marcar, tendo visto o seu remate sair ao lado por milímetros. Quer o português quer Fucile actuaram apenas 45 minutos. Da primeira parte, registo ainda para dois remates perigosos de Claro, aos 27 e 31 minutos.

No segundo tempo, os jovens Dragões acabaram por ser traídos pela inexperiência, face à calejada formação que os pacenses apresentaram. Numa competição onde o resultado acaba por ser secundário, o plano traçado foi cumprido.

fonte: fcporto.pt

25 novembro, 2009

Primeiros ou não... uma exibição à Dragão!!!

Sei o que não jogastes, nos últimos jogos?!?!... como tal, esta 4ª feira, FC PORTO, “espero” ver-te jogar.

Haverá muitos que já não se lembram da data do último jogo oficial dos Dragões, eu ate me poderia incluir nesse grupo, contudo há duas coisas que não esqueço, o resultado e o que lhe está adstrito por inerência.

Mais que o 1º Lugar do Grupo D, a contenda entre “blues” na Champions, tem para mim, incumbência maior, perfilando-se como uma partida ideal para aferir competências deste Dragão versão 09/10.

Sem a pressão de ter de pensar no apuramento, os Azuis e brancos perseguem alguns números curiosos, bem como o manter de uma mini tradição Inglesa, (Chelsea nunca venceu no Dragão, nem com Mourinho), se é verdade que Cristiano Ronaldo dinamitou o historial de não derrotas caseiras frente a emblemas britânicos, os 3 pontos nesta jornada, permitem aos Dragões, meio cento de vitórias na Liga Milionária, o que ajudaria também a equilibrar o fiel da balança nos confrontos com os Londrinos.

Esta é também uma partida onde o sentimentalismo e o saudosismo, palavras tão gratas ao povo Luso, terão assento nas bancadas, ou não estivesse Deco, do outro lado da barricada.

Se as linhas de cima, apenas reflectem os factores extrínsecos ao jogo, levando a questão para o lado emocional da contenda, o futebol é muito mais que isso e sob o relvado ganha expressividade e lógica, uma faceta racional que obriga, os que o pisam, a um constante elevar da fasquia e máxima obrigação para com o emblema que defendem.

A equipa de Ancelotti chega ao confronto na Invicta amputada de algumas peças importantes, Lampard e Bosingwa, carecendo de confirmação o défice físico de nomes como Drogba ou Essien.

Jogue quem jogar os londrinos mantêm a matriz do losango, onde impera o culto da posse de bola, muito por força incisiva de uma zona intermédia que conjuga capacidade táctica com fluidez e intensidade aglutinadora de espaços, vendo a profundidade ofensiva ser-lhe conferida pela dinâmica dos corredores laterais, cuja preponderância nas acções de jogo é por demais evidente.

O percurso interno feito de autoritarismo ganha ainda mais expressão na força e eficácia de um ataque que só perde em nº de golos marcados para o Arsenal.

Bem sei que nada no desporto rei surge espontaneamente, há que procurar um modelo que se adeqúe a percepção e concepção de jogo e depois fazer crescer esse processo evolutivo.

Pois bem no FC Porto existe desde há muito uma base genética, onde quem chega tem por vezes que calcorrear um caminho sinuoso, até casar o seu virtuosismo e valor com a alma do Dragão.

Para tal o barómetro dessa construção evolutiva, mede-se na personalidade do Onze, e na capacidade que o núcleo duro tem no transmitir das visões standard da táctica.

Assim mais que os pontos que nos permitam esgrimir forças pela liderança no grupo, procura-se sucesso exibicional onde o enfoque posicional e disciplina táctica, não seja castrador da criatividade, onde Belluschi confira um traço inteligente e conclusivo nas zonas do último passe.

Sem Helton, mas com as referências medulares Bruno Alves, Fernando, Meireles e Hulk é tempo de evoluir para novos princípios e acções de jogo, sem espaço para tanta dificuldade na gestão dos ritmos de jogo e da posse da bola, onde impere uma ligação de toque curto, menos propensa a catadupa de passes transviados.

Concretamente, desconheço quais as soluções naturais idealizadas para deslindar a equação que faz titubear Jesualdo, mas em jeito de exercício reflexivo “sei” que a fórmula resolvente deverá tocar vários vértices posicionais do Onze.

Os laterais devem expressar capacidade e profundidade no apoio as aproximações a área.

O pivot defensivo deve finalmente conseguir ganhar uma dimensão que não só a de garantir os equilíbrios defensivos, mas também a de coadjuvar o outro médio capaz de galvanizar e traduzir não só funções estratégicas, mas também qualidade na saída para as transições.

Mais que preconizar ideais tácticos assentes em dinâmicas futuristas de novas apreensões técnicas, espero um Porto de clivagem feroz, para com uma imagem recente, mas demasiado prolongada, de equipa sem colectivo, abalroada por exibições inexpressivas, displicentes, insípidas e depauperadas de futebol ou algo que se assemelhe a arte de jogar a bola.

Evoluir nas adversidades, respeitando a identidade, é meio caminho andado para não turvar e hipotecar o hábito de vencer! …

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Beto e Nuno.
Defesas: Bruno Alves, Rolando, Álvaro Pereira, Sapunaru e Maicon.
Médios: Raul Meireles, Guarin, Belluschi, Valeri, Tomás Costa e Fernando.
Avançados: Falcao, Cristian Rodriguez, Hulk, Varela e Ernesto Farias.