08 novembro, 2009

3 pontos no Caldeirão… são a pérola da exibição!!!

Caminho das Ilhas… no Mar Egeu, os Dragões, defenderam/reforçaram o estatuto dos TetraCampeões além fronteiras, renovando sonhos, e enchendo de €uros a SAD Azul e branca.

Hoje, bem menos a Oriente, na Pérola do Atlântico, os Dragões lutam por mais 3 pontos, esperançados em capitalizar e colher dividendos que nos permitam em breve reocupar o lugar do trono.

Historicamente, as visitas ao feudo de Alberto João, atingiram desígnios de maldição algoz para as nossas cores. A década de 90 foi farta em derrotas (6), hoje em dia atenuadas em parte, por meia dúzia de temporadas, feitas de invencibilidade, onde se conta um tetra de vitórias consecutivas no Funchal.

A visita aos Maritimistas encerra novamente expectativas elevadas, depois do amargo de boca provocado pelos “pastéis”. Os Barreiros prometem ser cenário de dificuldades, cujo as premissas colectivas e as competências técnicas dos processos de jogos verde-rubros, são apenas as faces mais visíveis dos possíveis embaraços e complicações

Os Insulares, são um dos oito clubes onde já imperou a lei do chicote, como teoria correctiva da onda de contestação. Carvalhal era a imagem de um Maritimo “obrigado” à luta pelos lugares cimeiros com vista para a Liga Europa.

Cedo os resultados se distanciaram dos objectivos expectáveis, e Van der Gaag, assume-se agora como timoneiro de uma nau que mantém as unidades de maior qualidade e rendimento da pretérita época, a que se junta a fiabilidade de mais alguns bons valores que habitavam outros clubes da Liga.

O ex-central Holandês levantou a moral das tropas e sob o seu comando, a equipa não conheceu o sabor da derrota, longe de um futebol que impressione, sem exibir uma intensidade de ritmos altos, a sua pedra basilar de jogo e experiência, Bruno, marca a cadência de um futebol de pé para pé.

Outras das imagens que sobressai deste novo Marítimo, é a estrutura e observância dos princípios defensivos, como segurança maior, de uma equipa que coloca “gelo” no jogo adversário, fecha bem nas laterais e se sente ameaçadora e concretizadora na mobilidade que o trio da frente alcandora, face às defesas contrárias.

Um miolo capaz, combativo, unido nos conceitos de agressividade em torno de pedras como Roberto Souza, onde a posse se caracteriza por pouca verticalidade, em contraste com a objectividade das flechas ofensivas (Manú, Djalma, Baba), e onde Marcinho dá o toque criativo e subtrai etapas a saída de bola para momento ofensivo.

Parte destes obstáculos, são exímios catalisadores de desafios à robustez psicológica dos últimos redutos forasteiros, a que junto mais um na arte de ser um acicatador de espíritos, sobretudo quando se trata de obstar ao golo. Peçanha, o keeper dos leões da Madeira, elástico e felino, conjuga nestes jogos, demasiados adjectivos superlativos de exibições sobrenaturais, como expressão maior de um avançado à beira de um ataque de nervos.

A fleuma assobiativa, tem encontrado na falta de autoridade exibicional portista, argumentos capazes de provocar até nos mais fiéis, sensações contraditórias.

Antes do anterior hiato competitivo, (segue-se mais um), o Dragão parecia emanar uma espiral crescente de jogo, propiciando ao trio de ataque um maior número de espaços, onde Falcao se via menos obrigado ao desgaste pela procura de bola em zonas mais recuadas, atirando-o assim para o seu habital letal e natural, a área!!!!

Contudo, as mudanças evolutivas, as reconstruções e puzzles tácticos, denotam uma vez mais um FC Porto de forte propensão de jogo colectivo, imagem de marca do Dragão, mas que obsta transversalmente a um futebol de fulgor e intensidade, muito por culpa de falta de conexão e dinamismo nos elos de ligação entre os processos ofensivos e mecanismos de transição.

Claramente Jesualdo apresenta onzes de forte pendor táctico, feitos de equilíbrios, onde à falta de uma unidade capaz de criar e pautar jogo no miolo, só Hulk despolota abanões e desequilíbrios capazes de irromper pelas defesas adversárias.

Com Rodriguez longe da forma física e até psíquica, o plano táctico do Professor vê-se muito menos activado, algo que também pesa sobre Meireles, onde a cada transição entre linhas, se nota o deficit de cinética e o aumentar da problemática desta equação.

Há muito que o futebol não é só arte, parte dos resultados fazem-se de músculo, transpiração, e talvez por isso, Guarin vai renascendo, sendo certo que nem só de robustez, pode viver o centro nevrálgico de uma equipa.

Talvez por isso, o desafio da Madeira peça a este Dragão, capacidade de reflectir outros rasgos, outra capacidade e teor de imprevisibilidade na fase de construção, algo capaz de soterrar os dilemas da ineficácia interactiva da geometria pouco consolidada da intermediária azul.

É notório que o novo enquadramento táctico-colectivo, assenta em critérios cujos posicionamentos, condicionam a recuperação da bola e a intensidade da pressão alta, interligando-se todos estes factos nefastamente na insegurança e permeabilidade defensiva que se observam em muitos momentos de um qualquer último jogo.

O Dragão cumpre frente aos verde-rubros, um terço do caminho para o Penta, apesar de em soslaio ter soado um ou outro sinal de alerta, acredito que a origem táctica 4x3x3, seja base premente de um positivo revivalismo exibicional, com laterais capazes de jogar de área a área, fortes a jogar por dentro defensivamente, audazes no fluxo da profundidade ofensiva.

Mesmo de premeio as dificuldades, parece-me crível, e apesar de Jesualdo ter manifestado a necessidade de sofrimento, a interpretação de uma fórmula que concilie os espaços para Hulk explodir quer em diagonais quer em aceleração pelos corredores, com a coesão táctica de Fernando, com este a ser capaz de impedir a equipa de perder intensidade de ritmos e a conseguir emancipar-se nas acções de construção.

Por entre algumas questões tácticas, e interpretações da mesma, parece ponto fulcral perceber que o Dragão precisa soltar amarras mesmo que dentro de esquemas tácticos similares, um gestor de transições um maestro de ritmos, um municiador com mestria precisa-se, como mentor de um caudal de jogo bem mais profícuo, capaz de turvar as incisivas marcações rivais.

Parece mais ou menos consensual a importância de Belluschi, como solução elo criativo entre o miolo e a área, o conjunto azul e branco carece dessa unidade, mas não me parece que Jesualdo pense como eu.

Sobram pois jogadores para construir o onze. Mariano e o seu estilo médio interior, abnegado tacticamente, colocam-no sempre na fórmula resolvente, as dúvidas orbitam entre Belluschi/Guarin, Mariano/Rodriguez, podendo destes 4, jogar um qualquer duo, ficando sempre por perceber onde cada um se encaixa na sintonia ideológica da táctica, onde jogar bem é o caminho mais curto para ganhar e somar pontos.

Por fim algo que devo a este espaço de tertúlia, e às cores da minha paixão...

Não sou do Porto só quando estou “presente”, sou-o muito mais quando estou ausente, e sinto-o sobretudo quando tenho de ultrapassar na vida, barreiras que mais se assemelham a Montanhas. Talvez por isso, existam forças vivas, como os AMIGOS, que tal como o FC PORTO, sempre estão comigo. Eu tenho alguns (Amigos), alguns não os vejo tanto, nem lhes falo tanto como seria desejável, em muito por falta do tempo, esse tempo ou falta dele, que tanto nos consome quando queremos fazer coisas essenciais. Feita esta pausa, o que está para trás não interessa mais, o Tarot está de volta, vai continuar a haver técnicas/tácticas e basculações para que as nossas vitórias, sejam coisas naturais.

LISTA DOS CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Beto.
Defesas: Bruno Alves, Rolando, Alvaro Pereira, Maicon e Sapunaru.
Médios: Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Tomás Costa, Fernando e Prediger.
Avançados: Falcão, Rodríguez, Mariano, Hulk e Farias.

10 comentários:

  1. Jogo de grau de dificuldade elevada, mas que é preciso ganhar.

    Depois de não ter ganho, em casa, à pior equipa do campeonato - quando olho para o Belenenses 0 - Paços de Ferreira 3, fico passado -, o F.C.Porto tem de enfrentar este ciclo, onde tem duas saídas muito complicadas - Marítimo e Guimarães -, com o espírito do Dragão e com a vontade firme de "dizer", que é Tetra e quer ser Penta.

    Estamos a entrar no período em que se vê quem é quem e nestas ocasiões, o F.C.Porto costume dizer presente.

    Um abraço

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  2. Prova de fogo, sem dúvida, perante um adversário em crescendo, bebendo da influência da escola holandesa do novo treinador.

    Terá que ser um Porto de fato-macaco vestido, solidário e capaz de sofrer, mas com uma capacidade mais apurada na finalização.

    Podemos - e devemos - aproveitar o escorregão do Braga.

    Vamos a eles!

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  3. Apesar de ainbda ser algo cedo, tenho para mim que este é um jogo chave do nosso campeonato.
    Port isso, só há uma palavra ... GANHAR.
    Que a equipa se conscencialize disso...
    E tive o mesmo sentir do Vila Pouca sobre o Belenenses - Paços...
    Inacreditável e a ... não repetir.

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  4. Viva !

    Gostei do artigo !

    Penso que poderei ver o jogo, até porque o horário dá bem.

    Estou confiante !

    E Viva o porto !

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  5. Ah Bruno, já estava com saudades das "técnicas/tácticas e basculações" nas antevisões aos jogos do nosso GRANDE PORTO :)

    Jogo tradicionalmente complicado para nós, mesmo sabendo que a última vez que lá perdemos foi na estrondosa época de 2002/2003.

    Devemos aproveitar o escorregão do Braga e pensar também mais além, ou seja, chegar a cinco dias antes do Natal em cima da escumalha!

    Queremos atitude, há que vencer!

    FORÇA GRANDE PORTO

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  6. Relativamente à frente de ataque, não me admirava nada que o Mariano fosse o titular, em vez do Cebola...

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  7. Para vencermos o Maritimo teremos que jogar melhor, muito melhor que nas últimas exibições, acredito que isso vá acontecer e que o jogo frente ao APOEL, tenha mudado esta equipa e tenha acordado a ALMA de Dragão nestes rapazes, FORÇA PORTO!!!

    Um abraço, http://varanda-do-dragao.blogs.sapo.pt/

    Ps. Aparece no blog Varanda-do-Dragão para o JOGO FALADO, terá inicio por volta das 17h45m.

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  8. Sentimos todos aquele “friozinho” de ansiedade que antecede os jogos difíceis.
    Mas daqui para a frente não serão todos eles importantes?
    O tal “friozinho” não nos acompanha sempre em todos os jogos?
    Salvo raras excepções não temos ultrapassado essas angústias?
    Calma dragões, vamos dar uma volta no “JARDIM” e mainada!

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  9. Ao int. o que é de admirar é sem duvida o Maritimo estar a ganhar só por um golo de diferença. A culpa é...

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