03 outubro, 2014

COMPLEXO DE INFERIORIDADE.

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Chegou ao futebol há meia dúzia de meses e já não tenho pachorra para ouvir aquela voz de bagaceira. Quando aparece na televisão, tenho que mudar logo de canal; quando o ouço na radio, avanço depressa para outra estação. Mete-me um asco tão grande que se o vir à minha frente, não garanto que ficar de mãos nos bolsos, apesar das boas maneiras que os meus pais me souberam dar. Mais do que repulsa e náuseas, a figura dá-me, sobretudo, pena.

No início, até lhe achei uma certa piada: um homem das bases, que ganhava umas eleições num clube de cocós, trazia um discurso combativo, ambicioso, que parecia marcar uma rotura com o passado penoso e desastroso dos seus antecessores. Foi sol de pouca dura, porque rapidamente resvalou para a demagogia pura, o populismo primário, o insulto gratuito, a piada seca, o belicismo estúpido; entrou no circo e virou palhaço.

Tenta desempenhar um papel para o qual não tem talento, tenta interpretar uma personagem gasta desfasada dos tempos modernos. Tenta ser alguém que nunca há-de conseguir ser, a quem nunca chegará sequer aos calcanhares, que nem uma sombra conseguirá ser, que nem um décimo há-de ganhar. Tenta ser engraçado, mas caminha para a desgraça, depois de já ter caído completamente no ridículo. Os comunicados por tudo, por nada e por mais alguma coisa; as conferências de imprensa dia sim, dia não; o famoso movimento “Basta” (ainda alguém se lembra dele?); e as aparições em tudo que é canal, mesmo que sejam os inenarráveis programas da manhã da TV portuguesa. Qualquer dia não se admirem se o virmos entrar na “Casa dos Degredos”, porque qualquer palhaço gosta de palco e naquele ele até nem ficava mal.

Passa a vida a falar do Porto, vive obcecado pelo nosso presidente, que o deixa – e muito bem – a falar sozinho, qual tolinho. Porque tem inveja, de nós, das nossas vitórias e das nossas conquistas, de tudo o que nós temos e que eles não têm. Ainda agora chegou e já pensa que é gente grande e não ganhou nada, nadinha. Não passa de um tolinho, de um pobre coitado que manda num clube falido que tem a mania que é grande, mas que tem tantos campeonatos quanto nós temos presenças na Liga dos Campeões. Disse o moço que nós encarámos o jogo contra o clubezeco dele como se fossem favas contadas. Mais do que só obsessão, mais do que inveja, isto tudo não passa de um tremendo e incurável complexo de inferioridade que lhe tolhe o discernimento e a parca inteligência com que Deus o brindou. Festejou um empate como se fosse uma vitória e eu lamentei-o como se tivesse perdido, porque ando desejoso de vê-los levar uma coça, como aquela que demos há três anos aos vizinhos da frente. Pode ser que seja já daqui por duas semanas, na eliminatória da Taça de Portugal. Não sou crente, mas acreditem que até já ando a pedir aos deuses para que a coisa lhes corra muito mal.

6 comentários:

  1. Não há mesmo outro adjectivo a não ser triste para definir este paspalho...
    http://portistasanonimos.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. águia que voas tão alto
    quando o árbitro é Português,
    porquê quando jogas na Europa
    levas sempre dois ou três?

    ResponderEliminar
  3. Farpas obrigado, escreves-te tudo o que me vai na alma, esse imbecil é mais um Vale e Azevedo, para pior...

    Bibó Porto

    ResponderEliminar
  4. Blue_North7706 outubro, 2014

    Está aí tudo, Farpas!
    Grande abraço portista.

    ResponderEliminar
  5. Texto brilhante!
    Saudações portistas.

    ResponderEliminar
  6. Ai que o burrinho já está todo borradinho com medo de levar uma tareia no Dragão... Nunca mais chega o dia!

    ResponderEliminar