21 agosto, 2015

PRIMEIRAS NOTAS DE INÍCIO DE ÉPOCA.

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1. A vinda de Iker para o FCPorto é, de facto, um acontecimento fantástico. Um guarda-redes (ainda!) extremamente competente, um dos mais titulados jogadores de sempre, uma pessoa fantástica e um factor adicional de atratividade para o clube.

Ver os direitos de transmissão dos jogos do FCPorto adquiridos por televisões espanholas, o clube ser capa de jornais em Espanha e falado um pouco por toda a parte são tudo motivos de grande orgulho. Caberá, agora, capitalizar a exposição mediática.

Por isso, uma palavra de louvor à estrutura - que soube trazer um jogador desta dimensão para o FCPorto. Um reconhecimento justo e merecido ao treinador - que foi fundamental em todo este processo.

2. A saída de Alex Sandro é uma péssima notícia desportiva. É, para mim, a par de Marcelo, o melhor lateral esquerdo brasileiro e um dos melhores a atuar na Europa.

A saída de Alex Sandro a somar-se às saídas de Danilo, Oliver, Jackson e Casemiro é um pesadelo desportivo.

Resta a ideia de que vender por 26 milhões de euros um jogador no último ano de contrato, o qual, tanto quanto se percebeu, se recusou a renovar, é mais uma prova da excelência da negociação da estrutura do FCPorto.

É claro que li e ouvi os sujeitos do costume criticar a direcção portista, afirmando, em tom trocista, que super estrutura não convenceu o atleta a renovar contrato.

É um facto que Alex  Sandro não renovou. Mas isso não dependia apenas do FCPorto. Não há forma de obrigar um jogador a renovar contrato contra a sua vontade. Mas já dependia do FCPorto tentar encaixar o máximo possível com a saída do jogador. E isso foi plenamente conseguido.

Para se perceber a dimensão do sucesso financeiro associado à venda do passe do defesa esquerdo brasileiro importará relembrar que o Chelsea desembolsou qualquer coisa como 30 milhões de euros por Pedro Rodriguez, herói da última supertaça europeia. Pouco mais, portanto.

3. As comparações são sempre arriscadas numa altura tão embrionária da época.

Mas, ainda que correndo o risco de estar enganado, atrevo-me a dizer que, quando comparado com a época anterior, o FCPorto parece jogar um futebol mais vertical e com maior presença na área.

Tal aparente mudança poderá explicar-se com uma alteração, deliberada e expressamente, promovida pelo treinador. Mas também poderá resultar das características dos próprios jogadores que, neste início de temporada, têm, a meus olhos, assumido particular protagonismo na equipa.

Por um lado, Imbula veio trazer uma capacidade de penetração na zona central que não existia, neste nível e qualidade, no FCPorto 2014/2015. A passada larga do jogador, as mais das vezes direcionada em frente, isto é, no sentido da baliza adversária, confere ao FCPorto a capacidade de queimar etapas de forma mais rápida e acutilante. A entrada no último terço do campo fica mais facilitada e acontece mais naturalmente, sem necessidade de 20 ou 30 passes sempre lateralizados e sem progressão.

Por outro lado, Danilo oferece uma robustez requintada ao meio campo. Defende bem, com elevados níveis de agressividade e de presença física, ocupa bem os espaços, mas, do ponto de vista de construção de jogo, consegue sair bem a jogar, seja em passe curto, médio ou longo. Não garante tantas soluções de passe como Rúben Neves, mas safa-se lindamente na primeira fase de construção de jogo.

No ano anterior, Casemiro garantia músculo e agressividade no miolo, mas obrigava um dos dois médios da frente, designadamente Oliver ou Herrera, a baixar no terreno para iniciar o momento ofensivo da equipa. Resultado: médios baixos, sem presença na área. Com Danilo em campo, não se sente, pelo menos para já, a necessidade de baixar tanto os médios, o que permite um posicionamento tendencialmente mais adiantado no terreno e, com isso, maior facilidade em chegar à área contrária. Foi frequentar ver Herrera ou Imbula aparecer na cara do guardião do Vitória com oportunidade para fazer o golo.

E deixem-me dizer-vos que já fazia falta ver alguém daquela seleção de sub-20 que perdeu a final do mundial de 2011 para o Brasil aparecer ao mais alto nível. A turma canarinha deu ao futebol mundial Danilo (Real Madrid), Alex Sandro (Juventos), Óscar (Chelsea), Casemiro (Real Madrid) e Philippe Coutinho (Liverpool). Danilo parece ser o único vice campeão do mundo português que se conseguiu impor. É pena.

4. Quem é o único beneficiado com as novelas Jesus - Rui Vitória, Bruno de Carvalho - João Gabriel, salários em atraso - indemnização por resolução do contrato sem justa causa, Benfica - Sporting? Indiscutivelmente o FCPorto.

Então por que razão o folhetim Dragões Diários insiste em ser notícia metendo colheradas em discussões que não são as nossas? Não se percebe. Não faz sentido. Não defende os interesses do clube.

Dragões Diários, enquanto meio de comunicação oficial do FCPorto, deveria dedicar-se exclusivamente ao clube, com notícias, efemérides, curiosidades, funny facts, cultura, arte e histórias do universo azul e branco.

Artigos de opinião e comentários pessoais - ainda por cima de gosto, por vezes, duvidoso - deveriam ser, na minha modesta opinião e salvo o devido respeito, para blogs e bloggers e não para órgãos oficiais do clube.

Pedro Ferreira de Sousa

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