24 maio, 2017

CADA COISA A SEU TEMPO.


Quando se estão 4 anos sem ganhar, a ansiedade por novidades e alterações, a ânsia de arranjar culpados e encontrar novos caminhos, assume maior importância e dimensão. Queremos que tudo aconteça para ontem, queremos tudo ocorra à velocidade da luz e qualquer coisa que fuja do nosso guião é logo razão para apontar o dedo. Como "velhinho" que sou, tento ser um bocadinho mais paciente!

Estando mais ou menos óbvio que a saída de NES era inevitável, evidentemente que tal não poderia ter ocorrido um dia que fosse, antes da data em que ocorreu. Acabou o campeonato, e menos de 24 horas depois, o dossier estava encerrado. De elogiar o comportamento do nosso ex-treinador, sendo que todas as derivadas que o definiram apenas o futuro nos esclarecerá.
O passo seguinte, o da escolha do novo treinador, só poderia ocorrer após a saída de NES, pois o FC Porto não poderia correr o risco de estar a negociar ou até mesmo acertar a contratação de um novo treinador quando o anterior ainda cá estava. Ou seja, apenas segunda feira à tarde seria possível partir para a negociação com o novo homem do nosso banco. Mais uma vez, estamos dentro do timing óbvio e natural para a sequência de acontecimentos, até porque tudo aponta que o Homem será apresentado antes do final do mês.

Outro dos factores de ansiedade é o da definição do plantel, até pela exigência de cumprimento das medidas impostas pela UEFA ao nível financeiro. Muitos medos e muitos receios vão sendo relatados pois uma larga franja de portistas teme o enfraquecimento drástico do nosso plantel em virtude destas exigências.
Antes de mais, eu não sei quais serão as medidas objetivas que vão ser tomadas, mas parece-me claro que vão passar por 3 aspetos distintos e que naturalmente apenas lá para Agosto serão absolutamente visíveis:
  1. redução do número de jogadores com contrato;
  2. redução da folha salarial;
  3. venda de activos em cerca de 110 milhões de euros.
Relativamente às medidas em causa, há um fio condutor que as une que passa pela diminuição do número de jogadores emprestados (39 atualmente). Ao fazê-lo, contribui-mos para cada uma das três medidas. E se relativamente à redução do número de jogadores com contrato o tema parece pacífico, já quanto à redução da folha salarial, temos todos que perceber que podem estar em cima da mesa a saída de ativos como Casillas, Maxi ou Quintero (a renovação do colombiano deveria ser um caso de estudo). De qualquer forma, é importante que se compreenda que de nada vale a saída de ativos mensalmente dispendiosos se os substituirmos por outros de igual remuneração, pelo que a aquisição de novos ativos terá que ter em consideração o seu salário.

Por fim, os tais 110 milhões em vendas que tantos calafrios tem criado... julgo que francamente sem grande razão! Façamos contas rápidas ao valor que poderemos encaixar com as vendas de Martins Indi (10), Aboubakar (10), Diego Reyes (7), Marega (6), Suk (2), Abdoulaye (2), Josué (2), Quintero (6), Walter (2), Ghillas (2), Bueno (2), Adrian Lopez (4)... 55 milhões???? Algum dos valores aqui parece despropositado? E recordo que não coloquei aqui Ricardo Pereira!
Mas se fizermos estes 55 milhões, ficam a faltar outros 55 milhões para os tão famigerados 110 milhões. Vejamos: não conseguiremos vender, por exemplo, Herrera por 16 milhões ou Layun por 8 milhões? É que se assim for, ficariam a faltar 30 milhões, o que significaria que perderíamos uma única “joia da coroa”, um único jogador dos realmente fundamentais.
São portanto estas as contas que tanto sono têm tirado aos portistas?? Calma... cada coisa a seu tempo!

Um abraço,

PS – Mesmo estando na silly season e num tempo onde as redes sociais permitem que cada uma exprima no momento aquilo que sente, acho que as pessoas têm que ter maior responsabilidade com aquilo que dizem. Leio muita gente a deixar “recados no ar” para o nosso presidente no sentido de o mesmo não se deixar influenciar por este ou por aquele na hora de decidir o novo treinador. Se há tema onde ele fez, faz e continua a fazer o que quer é no caso do treinador. Portanto, não se intoxique mais aquilo que já está intoxicado, não se junte mais lenha a esta fogueira, porque quem anda nisto sabe perfeitamente que se Antero Henrique tivesse escolhido treinador Marco Silva já cá estaria há muito, ou se como maldosamente outros querem transparecer, fosse Alexandre Pinto da Costa a opinar era Jorge Jesus que há muito cá estava.

5 comentários:

  1. Concordo! Mas vamos ver se conseguimos fazer essas contas nas vendas dos jogadores, sendo certo que por ex Ghilas vai sair a custo 0! E hoje parece que dão como feita a venda do Filipe por 30M.
    Vamos ver o que o futuro dirá mas não estamos numa situação fácil.

    Certo é que só há um caminho para regressar aos títulos! Jogadores de qualidade e esses não são baratos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Permita-me discordar: Jogadores bons são baratos.
      Caros são os Adriáns, os Ghilas, os Quinteros e afins desta vida. Esses não dão retorno desportivo, são caros em ordenados e ninguem pega neles para recuperar o investimento.

      Alias, tenho ideia que o Ghilas já acabou o contrato com o FCP, por isso esse nem para recuperar os obscenos 4M que pagamos aos mendes deu.

      Eliminar
  2. Caro Norte tenho pena que a tua opinião tenha vindo a mudar ao longo dos tempos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. CIGANO

      Antes de mais, obrigado por seguires os meus artigos ao longo dos tempos.

      Gostaria naturalmente que concretizasses esse teu desalento, explicando as mudanças da minha opinião.
      É que se concordar contigo, manifestarei a minha concordância.
      Agora, felizmente ainda não tenho Alzheimer portanto sei bem o que disse e não aquilo que os outros dizem que eu disse.

      Posto isto, vamos lá embora à discussão pois é disso que estes espaços são feitos.

      Um abraço

      Eliminar
  3. Quem nos dera que esses emprestados fossem todos vendidos.
    Mas sabemos que não irão, e por isso continuará a haver muita intranquilidade.

    Abraços.

    ResponderEliminar