21 maio, 2017

O ÚLTIMO DIA DO PADRE.


MOREIRENSE-FC PORTO, 3-1

Os próximos dias ou horas vão definir parte do futuro do FC Porto. Não concebo outra ideia senão a saída do actual treinador do FC Porto. Não propriamente pelo jogo de hoje e pela sua postura no banco mas pela sua conduta ao longo de toda a época. O FC Porto não quer nem pode ter um sujeito destes nos quadros.


Sobre este jogo pouco ou nada fica por dizer.

Vi uma arbitragem normal (porque não o haveria de ser agora que o campeonato está decidido?);

Vi uma equipa a querer vencer e fazer pela vida para se manter na Liga Salazar;

E vi um conjunto de jogadores a proporcionar ao público um treino descontraído, sem terem que se esforçar muito, orientados por uma espécie de treinador que esteve sentado 90 minutos no banco com a cabeça sabe-se lá aonde e com o olhar perdido e triste no horizonte.


E nem o facto do jogo contar muito pouco para as contas do totobola, impediram o Padre de apresentar uma equipa virada para a frente. Sempre com os seus receios e cautelas defensivas, o Padre armou uma equipa com o meio-campo com três homens de cariz mais defensivo (Danilo, Herrera e A. André). Colocou Otávio (um 10 puro) a jogar sobre a direita e Brahimi e Soares na frente.

Com uma estrutura algo deficitária, não foi com surpresa que o Moreirense chegou ao golo. No primeiro golo, os centrais ficaram a ver Boateng corresponder a um centro de Rebocho. Depois perto do intervalo, Felipe comete uma fífia de amador, a bola sobra para Boateng que lança Frederic Maciel em profundidade. À saída de José Sá (substituiu Casillas) picou a bola para a baliza e fez o 2-0.

Depois do caldo entornado, é que o Padre decidiu virar-se para a frente. Mas isto já não é defeito, é feitio. Foi assim toda a época! Primeiro defende, sofre e depois é que parte atrás do prejuízo.


Por isso, o Padre lançou Corona e André Silva no segundo tempo para os lugares de Herrera e de Otávio. Os Dragões tiveram algum ascendente e chegaram a colocar em perigo a continuidade do Moreirense na Liga Salazar.

Maxi Pereira reduziu num grande golo de costas para a baliza, mas antes Danilo e Brahimi tinham desperdiçado duas oportunidades de golo.

Só que num jogo em que se vê uma equipa a competir contra um naipe de jogadores em ritmo de treino de descompressão, o resultado só pode ser o que se verificou.

Num lance em profundidade, Boateng aproveitou nova fífia de Felipe e junto à linha final cruzou para a área onde apareceu Alex a rematar para o 3-1 final.


Uma derrota pesada de uma equipa que ainda há poucos anos dominava o futebol português e fazia magia na Europa por uma equipa que sofreu até à última jornada para garantir a manutenção.

Acabou a época, acabou mais um ano a seco, acabou mais um ano em que o futuro do clube está em discussão e com a necessidade de mais uma reflexão profunda.

Esta foi a minha última crónica de jogos desta época. Foram 49 crónicas de uma época longa, mas penosa em que muitas vezes tive que “conter a pena” para não escrever o que senti.

Mas isso deixarei para a próxima semana onde vou abordar toda uma época difícil e com mais um final triste e indesejado.



DECLARAÇÕES

Nuno admitiu “jogo mau” na despedida da época

Análise a um “mau jogo”
“Não foi um bom jogo da nossa parte. Era difícil de encontrar a concentração que o jogo necessitava. Apesar do domínio produzimos pouco e é um jogo que não é o reflexo da nossa equipa. Vamos esquecer rápido este jogo.”

O futuro no FC Porto
“É o momento de nos sentarmos, conversarmos e falarmos bem sobre o projeto. Foi-me encarregue uma missão. Tenho a convicção de que o FC Porto merece estar no expoente máximo do futebol português e isso requer muito trabalho. Não necessito de nada mais do que um contrato e de personalidade para fazer o meu trabalho.”

O balanço da época
“O balanço será feito oportunamente. Houve claramente coisas boas, a base da equipa está num processo de evolução. Os jogadores subiram bastante. O ano começou com uma eliminatória de Liga dos Campeões, que centrou o nosso trabalho e este ano já lá estamos.”



RESUMO DO JOGO

5 comentários:


  1. Assim não dá. Somos gozados por quem nos roubou como não há memória e ainda por cima a equipa não se apresenta para nos dar ao menos uma vitória no último jogo. Tristeza.

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  2. Mau demais para ser verdade tudo isto...
    Finalmente acabou a temporada.

    Últimos 10 jogos:
    -3 vitórias
    -5 empates
    -2 derrotas
    14 golos marcados
    9 golos sofridos

    Que miséria!!! Que miséria mesmo...

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  3. Até as nossas pequenas consolações de melhor defesa e melhor ataque conseguimos perder...
    Acabar o campeonato com uma distância pontual que fosse aceitável. Agora assim??? Quase que se perde a possibilidade de falar da forma escandalosa como fomos espoliados ao longo da temporada... Mas com 6 pontos??? Perde força!!!

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  4. Jornada 19
    Setúbal-Benfica (1:0)
    Estoril-Porto (1:2)

    Jornada 26
    Paços de Ferreira-Benfica (0-0)
    Porto-Setúbal (1-1)

    Jornada 27
    Benfica-Porto (1-1)

    Jornada 30
    Sporting-Benfica (1-1)
    Porto-Feirense (0-0)

    Jornada 34
    Boavista-Benfica (2-2)
    Moreirense-Porto (3-1)

    Estes são os jogos na segunda volta onde o Benfica perdeu pontos.
    Em toda a segunda volta apenas conseguimos por uma vez recuperar pontos ao benfica. À jornada 19.
    Sempre que eles perderam pontos, nós fizemos miséria igual ou pior. E pelo meio fomos ainda perdendo pontos e eles a ganharem distância...

    De notar ainda mais uma coisa.
    Em toda a segunda volta, só perderam 2 pontos em casa e connosco.
    Nós em casa perdemos 4 pontos (Setúbal e Feirense, dois roubos de igreja)
    No total perderam 11 pontos em toda a segunda volta, nós perdemos 13 pontos.

    Nas jornadas que podiam ser decisivas, falhamos sempre...

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  5. Já agora e falando em "Vaticano" se o padre esteve abúlico, o papa, esse há muito que anda distraído.

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