30 maio, 2017

NOVO TREINADOR? OK, E O RESTO?!


Confesso-vos, com a maior das sinceridades e muita tristeza também (porque me preocupo com tudo isto, sobretudo agora, não sou apenas adepto de vitórias!) que de entre todos os nomes que se tem falado para o cargo de treinador pela generalidade dos meios de comunicação social, a minha preferência vai para: NENHUM!

No meio de tudo o que se tem dito sobre quem deve ser ou não o próximo treinador, se o Sérgio é melhor que o Paulo, se o Marco seria o messias que tudo iria salvar com uma “varinha de condão”, se o regresso do Luís seria positivo, se o Pedro não será um novo “Paulo”, etc, etc, julgo que o mais importante a discutir será um perfil de treinador, e quero muito acreditar que é isto que estará a ser ponderado pela SAD, ou seja, definir um perfil e depois um nome, e não definir um nome para depois encaixar no perfil pretendido pelo clube.

Com toda a frontalidade, não precisamos de um treinador jovem e inexperiente, cujas principais qualidades sejam apenas “conhecer bem o futebol português” e ser... português! Paulo Fonseca conhecia bem o futebol português e era português? Check! Luís Castro conhecia bem o futebol português e era português? Check! José Peseiro conhecia bem o futebol português e era português? Check! Nuno Espírito Santo conhecia bem o futebol português e era português? Check!

Acho piada à argumentação de que um treinador estrangeiro tem sempre o problema de não conhecer o campeonato português nem as suas especificidades. Para que serve um bom adjunto e os próprios dirigentes do clube, senão para enquadrar, apoiar e orientar o treinador no meio em que ele se irá mover?!?!?! Robson, Ivic e Co Adrianse eram portugueses de gema?!?!

Bem sei que pode ser utópico pensar que nesta altura tal poderia acontecer, mas o perfil de treinador que o FC Porto precisa agora como de “pão para a boca” é de um treinador experiente (e experiente não é ter 5/6 anos de treinador, mas mais de 15 ou 20 anos de treino!), com currículo, títulos ganhos, presenças em fases a eliminar na Champions League e por conseguinte, um treinador que arraste consigo um lastro de credibilidade acima de qualquer suspeita.

Questão do treinador à parte, há o resto, e o resto é muito... nomeadamente:
  • Construir um plantel, que finalmente seja equilibrado e resolva os seus maiores problemas, nomeadamente, um grave e muito relevante que ajuda muito a resolver campeonatos: ter um grande ponta-de-lança! Desde que saiu Jackson, quem fomos contratar? Marega, Suk, Depoitre?!?! Pois e o problema é só os Lopeteguis e Espíritos Santos desta vida...

  • Resolver de uma vez por todas a “brincadeira” dos emprestados. Chamo-lhe brincadeira porque no último ano tivemos emprestados: Quintero, Rafa Soares, Victor Garcia, Hernâni, Adrian Lopez, Ricardo Pereira, Gonçalo Paciência, Ivo Rodrigues, Fabiano, Reyes, Kelvin, Igor Lichnovsky, Andres Fernandez, Sami, Bolat, Caballero, Josué, Indi, Suk, Bueno, Aboubakar, Marega, Sérgio Oliveira, José Angel (provavelmente estou a esquecer-me de alguém). Pergunto, faz sentido a SAD estar aflita pelos 115 milhões que tem de fazer em vendas quando tem 24 jogadores emprestados?!?! Não é possível arrecadar uns bons milhões de € com a venda de vários destes jogadores, muitos deles sem qualquer utilidade (jogadores aliás fraquíssimos e cuja contratação se enquadra numa política de contratações horrível que contribuiu muito para que chegássemos até aqui) no plantel da próxima época, reduzindo a necessidade de vender as "jóias da coroa" do plantel principal?!?! Faz sentido ter um plantel inteiro (24 jogadores) de emprestados por vários clubes? Podia fazer noutra altura, neste momento NÃO!! É preciso fazer dinheiro e reduzir custos.

  • Perceber de uma vez por todas que a estratégia comunicacional do clube não pode ser a de “casa arrombada, trancas à porta”. É preciso denunciar, abanar e gritar, se necessário for, desde o 1º minuto da 1ª jornada. É preciso ter os olhos bem abertos desde o início porque muitas vezes os 5 ou 6 pontos que se perdem no inicio de um campeonato revelam-se fatais lá mais para a frente.
NOTA FINAL: com toda a franqueza, das últimas escolhas de treinadores, em termos de contexto e de lógica apenas a escolha de Paulo Fonseca fez todo o sentido. É verdade que depois correu mal, mas lembro-me que aquando da decisão pouca gente se atreveu a discordar da escolha de um técnico que fez o pequeno milagre de levar o Paços de Ferreira ao 3º lugar do campeonato, apurando-o para o playoff da Champions League. Lopetegui e Nuno Espírito Santo tinham pouca ou nenhuma experiência no cargo de treinador de um clube e sobretudo tinham ZERO títulos. Lamento muito dizê-lo, mas repetir a mesma "receita" na escolha do próximo treinador terá quase de certeza os mesmos resultados. Lamento muito, mas é a minha opinião.

PS: Que fique bem claro, com tudo isto não quero dizer que não reconheço qualidades e méritos aos treinadores que têm sido falado para o FC Porto. O que acho é que o FC Porto precisa de uma mudança de paradigma transversal, óbvia e nomeadamente também no cargo de treinador.

4 comentários:

  1. De acordo quanto às vendas, mas...não basta querer vender, é preciso que alguém queira comprar...o Angel, por exemplo.

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  2. Acho que não vamos lá só com a mudança de treinador. Infelizmente andamos perdidos e o tempo de escolha do novo treinador mostra isso.

    Os vermelhos já têm uma equipa comprada para andarem a emprestar aqui e ali, para controlarem tudo, nós nem do nosso plantel conseguimos tratar.

    Enfim, os sinais não são nada bons...

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  3. Até que enfim que alguém faz das suas palavras as minhas!!!

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  4. Para mim seria uma boa opção o Ranieri

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