30 novembro, 2006

Já fizeram a vossa ‘boa acção’ do dia?

Caros Amigos, como bem se recordam, há uns dias atrás referi estar já em ‘velocidade cruzeiro’ na remodelação integral em termos de grafismo deste blog.

Com a actual e desinteressada ajuda do amigo Ricardo do blog ‘Via Azul’, e tendo-me também aproveitado de anteriores conhecimentos obtidos através do amigo Gil do blog ‘Blog do Gil’, posso-vos já adiantar que o aspecto gráfico da remodelação, em linhas gerais, está praticamente concluído, faltando apenas fazer alguns pequenos acertos de pormenor pelo meio, mas nada de muito grave.

Agora, perguntam vocês: ‘este chato do caraças, afinal de que ajuda é que precisa nossa?’… é fácil, barato, mas infelizmente, não dá milhões… eheheheh

Tenho em mente para a zona lateral do blog, onde irão ficar instalados todos os links de suporte ao blog, a pretensão de lhe dar um carisma puramente bairrista, ou digamos, um carisma puramente nortenho do FC Porto, se é que me faço entender, do qual aposto, todos se orgulharão concerteza.

Sempre ouvi dizer, e porque acredito que duas cabeças a pensar são sempre bem melhores que uma única, é exactamente aqui que preciso que coloquem a vossa imaginação a funcionar e que sejam digamos, duplamente ‘bairristas’, ‘nortenhos’ e ao bom estilo do titulo deste blog 'BiBó PoRtO, carago!!'. Entenderam? perceberam? não é preciso fazer nenhum desenho, pois não? ahhh, e deixem de ser ‘lamechas’ e façam a vossa ‘boa acção do dia’, ok?

Para vos facilitar a vida, vou transcrever os títulos dos diversos grupos de links que vou referenciar na remodelação do blog. A única coisa que têm a fazer, e partindo do principio que em cada um de vós, existe um ‘pouco de missionário’, é fazer um copy desses títulos, colar na zona de ‘comentários’, e em frente de cada um deles, escrever a vossa proposta de título.

No final, entre todas as propostas recolhidas, decidirei caso a caso, quais os títulos premiados e que terão um lugar de destaque na remodelação do blog.

Entendidos?... bora lá então carago eheheh… quero essas cabeças a funcionar:

Contactos (mail e messenger) -
BI do blog (nr visitas, blues on line, data, hora, etc) -
Imagem emblema FC Porto -
Imagem Estádio do Dragão -
Agenda do Dragão (feeds FCP) -
Dragão em Portugal (feeds FCP) -
Dragão na Europa (feeds FCP) -
Merchandising do blog -
Livro de Assinaturas -
Blogs oficializados FCP -
FC Porto site oficial -
FC Porto sites não-oficiais -
FC Porto Ultras -
Blogs azuis d’eles -
Blogs azuis d’elas -
Blogs de futebol em geral -
Blogs diversificados -
Jornais desportivos -
Sites desportivos -
Federação e Liga -
UEFA e FIFA -
Email & Motor Busca -
Concursos -
Sites de apostas desportivas -
Sites diversificados -
Últimos Posts -
Arquivos -

Sei que não me irão desiludir… portanto, sejam duplamente ‘criativos’ e ‘originais’!!

29 novembro, 2006

Miguel Sousa Tavares – Nortada

Quaresma no Natal seria fatal...

1 - Faz agora um ano, gastei grande parte da tinta destas páginas a tentar dizer à distância ao teimoso do Sr. Co Adriaanse que o Ricardo Quaresma era o MVP e o jogador imprescindível do FC Porto. O Quaresma vegetava então na reserva ou na bancada, porque esse originalíssimo holandês não gostava dos brincos ou dos penteados dele, ou porque achava que o génio futebolístico de Quaresma poderia ofuscar o seu génio táctico. Com o apoio quase geral da crítica desportiva - que sempre esteve do seu lado -, Adriaanse conseguiu fazer estabelecer como doutrina que Quaresma não era jogador de equipa. Mas aconteceu que, tendo-se visto à rasca em dois jogos consecutivos, Adriaanse mandou saltar o Quaresma do banco e ele resolveu-lhe os dois jogos, a golpes de génio. E foi aí que o holandês sem currículo nem vitórias percebeu finalmente que, se algum dia queria poder dizer ao menos que tinha sido campeão de Portugal, não poderia continuar a deixar no banco o homem que lhe resolvia jogos. E foi assim que Adriaanse foi campeão à boleia do FC Porto e de Ricardo Quaresma e com os críticos rendidos à perspicácia do homem que tinha feito do Quaresma «um jogador de equipa». Lendas... A verdade é que foi preciso que Adriaanse tivesse um daqueles seus ataques de personalite aguda e se fosse embora para que o FC Porto — a mesmíssima equipa que ele tinha ao seu dispor — desatasse a jogar futebol, a ganhar jogos e a marcar golos, apesar de, avisadamente, ter abandonado o tão elogiado sistema ofensivo de 3x3x4, que tinha a particularidade de só se aguentar lá trás graças a um super-Pepe e não conseguir marcar golos lá à frente. E foi só depois de ele se ir embora que o Quaresma se instalou definitivamente na equipa, com a liberdade de criação de que necessita, e que também Anderson passou a ter oportunidades de expor o seu deslumbrante talento — até que a banal entrada de Katsouranis (conforme a classificou o CD da Liga), o remeteu para o estaleiro durante longos e saudosos meses. De uma coisa eu estou certo: a grande aquisição do FC Porto esta época foi ter-se visto livre desse crânio do Adriaanse.
Agora fala-se, à boca cheia e à boca pequena, que o Quaresma já está de malas aviadas para o Atlético de Madrid. É verdade que houve uns vagos desmentidos e as declarações do próprio interessado (?) afirmando a sua vontade de ficar. Nele, isso só revela sensatez, porque do FC Porto para o Atlético de Madrid iria de cavalo para burro, e quem gosta tanto de jogar futebol como ele, não pode pôr o dinheiro acima de tudo. Mas também há outros indícios preocupantes: o FC Porto deve precisar urgentemente de dinheiro fresco para acorrer a apertos de tesouraria que o fantástico défice de seis milhões de contos na gestão do último ano comprova. Há uma subscrição em curso de obrigações até ao montante de três milhões de contos, mas destina-se, na sua maior parte, a resgatar o último empréstimo obrigacionista lançado no mercado e falta ver se esta consegue ser toda vendida. Manifestamente, vai faltar dinheiro e não se vê outra forma de o realizar que não através da venda dos anéis. No FC Porto há quatro jogadores com hipóteses de mercado ao nível do seu valor: Pepe, Lucho, Anderson e Quaresma. Noutro patamar de preços, há também o Helton, agora que chegou à selecção do Brasil — embora um bom observador perceba que o Helton, pese a todas as suas evidentes qualidades, tem um pequeno-grande defeito, semelhante ao do Ricardo (e é por isso que, apesar de todas as notícias fabricadas, o Ricardo nunca encontrou um interessado firme lá fora): não domina o jogo aéreo. Assim, dos quatro que têm mercado assegurado, os mais tentadores são o Anderson e o Quaresma, porque são dois desequilibradores natos e ambos ainda muito novos. O Anderson está gravemente lesionado e ninguém sabe quando e em que condições regressará, pelo que a sua venda no final da época é, neste momento, incerta. Resta o Quaresma, que está disponível e em grande forma e que permitiria, saindo já em Dezembro, equilibrar a tesouraria até Julho.
Tudo isto são especulações minhas, embora, como disse, apoiadas em notícias recorrentes, in e off the record, e em deduções que, infelizmente, me parecem lógicas. A tentação de o vender já deve ser grande, assim como deve ser grande o medo dos danos desportivos devastadores que isso poderia causar à equipa e da previsível revolta dos adeptos, a quem primeiro seria necessário explicar muito bem como se esfumaram os milhões ganhos há dois anos com a venda de toda a equipa campeã europeia e como se consegue perder seis milhões de contos num ano de gestão corrente. E também seria preciso explicar a venda por 12, 15, ou mesmo 18 milhões de euros, de um jogador que vale bem mais do que isso. Por 15 milhões foi vendido o Paulo Ferreira há dois anos!

2 - Como aqui previ, terça-feira passada, o FC Porto foi ganhar, e autoritariamente, a Moscovo. Não foi uma previsão feita à toa nem um acto de adivinhação: à força de a seguir atentamente, aprendi a ler os sinais da mentalidade e do estado de espírito deste clube e daquele balneário, independentemente das transformações naturais que vão ocorrendo. E senti que o FC Porto estava a crescer e a evoluir, paulatinamente de regresso ao espírito de campeão que José Mourinho ali instalou. Jesualdo Ferreira tem sido impecável no aproveitamento das potencialidades da equipa e na sua transformação dos esquemas loucos de Adriaanse para um sistema natural de jogo. Não foi apenas o jogo de Moscovo que o mostrou, foram vários jogos anteriores e mesmo o jogo subsequente, aquela infinita chatice do Restelo, onde, sem ter jogado nada, a equipa mostrou que também sabe, quando é necessário, descansar em serviço sem perder de vista a vitória. Verdadeiramente, até agora, só discordo de Jesualdo Ferreira em questões de pormenor, como a desaposta dele em Vieirinha, uma das grandes promessas do início da época.

3 - Também penso ser justo e consensual dizer que Paulo Bento continua a demonstrar talento e inteligência como treinador, à frente de uma equipa que, nunca é de mais lembrá-lo, tem um orçamento que é metade ou um terço do que tem a equipa do FC Porto. Paulo Bento não tem um Pepe, um Lucho, um Anderson ou um Quaresma. Tem o que tem e duvido que alguém conseguisse melhor com o que ele tem. Ainda anteontem mostrou como é que, a partir do banco, é possível ir à procura de uma vitória que não se desenhava em campo. Também, com toda a franqueza, achei que a vitória, que o Sporting só procurou nos últimos quinze minutos, ficou a dever-se ao grande simulador Liedson (como lhe chamou José Mourinho), que lá arrancou uma falta completamente forçada e denunciada. Aliás, a partir dos minutos finais do jogo, tornou-se evidente que essa era a táctica do Sporting — para o que contou com a compreensão e apoio de um árbitro que, se a memória não me falha, já é tradicional nestas coisas. E lá vieram mais dois pontos arrancados de livre ao cair do pano, naquela que foi a quinta vitória tangencial do Sporting em oito, e a quarta por 1-0.
Se o critério de aposta fosse a qualidade do futebol até aqui exibido, eu apostaria no favoritismo do Benfica para o derby da próxima sexta-feira, em Alvalade. Apesar de toda a sua irregularidade exibicional e de resultados, manda a verdade que se diga que o Benfica tem mostrado, em várias ocasiões, uma qualidade de jogo que ao Sporting só vi uma vez e contra o Inter. Mas, como todos sabemos e ainda agora se viu na Figueira da Foz, há uma diferença entre merecer ganhar e conseguir ganhar.

# in Jornal “A BOLA”, 2006.11.28

PS1 – Soubemos hoje pelo Jornal O JOGO que o nosso jovem-promessa Vieirinha renovou contrato até 2010. Fazia-me alguma ‘espécie’ que depois de um excelente e promissor inicio de época, a determinada altura, tenha desaparecido das convocatórias em detrimento de nulidades chamadas de Alain’s e Tarik’s. A única explicação que encontrava para tal era de alguma forma a $AD estar a tentar esconder esta ‘pérola’ para a lançar com outra tranquilidade na fase pós-Quaresma. Li um ‘zum-zum’ que tal desaparecimento poderia ter alguma ligação com a falta dessa renovação… nem admito um cenário desses, nem para mim poderá alguma vez servir como desculpa um 'filme' desses com um 'activo da $AD'! Mas não é verdade que o contrato anterior previa um opção até 2009?... portanto, um mistério, digo eu!

PS2 – Realizou-se hoje o sorteio da IV eliminatória da Taça de Portugal que se irá realizar no próximo dia 07-Jan-07, tendo sido sorteado um FC Porto – Atlético no Estádio do Dragão. Digamos que será uma excelente oportunidade para ‘rodar’ jogadores, dar descanso a outros… mas sem nunca descurar o objectivo prioritário: vencer e avançar para a próxima eliminatória.

28 novembro, 2006

Entre o saber... e o não querer aprender!

Para quem ainda não o fez, aconselho vivamente a ler esta notícia publicada no Jornal O JOGO de domingo passado, onde se fala de ‘Jorge Costa’. Podem clicar aqui para ler.

Retirei apenas algumas frases mais marcantes da notícia:

“Jorge Costa sensibilizado com distinção do Charlton”

“O antigo internacional português foi considerado um dos três melhores jogadores estrangeiros de sempre do clube londrino…”

“Num ambiente de festa, e perante cerca de 30 mil espectadores… sob os aplausos de uma plateia em delírio.”

“Não estive aqui mais de cinco meses…”

Duvidam mesmo da importância da passagem de Jorge Costa por Charlton nesse espaço tão curto de tempo?... cliquem aqui e vão parar na galeria dos melhores jogadores estrangeiros que está disponivel na página oficial do Charlton e tirem as vossas dúvidas!

Pois é meus caros, esta é a mais ‘pura e dura’ verdade… uns, sabem e tratam desinteressadamente de ‘homenagear’ quem ‘sempre deu tudo em campo’, apesar de uns míseros e insignificantes 5 meses de passagem por terras de Sua Majestade… ‘outros’, não querem mesmo aprender e em vez de fazer o que já há muito deveriam ter feito, estão mais preocupados com ‘cartinhas de embalar’ para publicar no site oficial, que volto a repetir, mais não servirá do que para fazer render o peixe para os ‘costumeiros comissionistas’.

Com muita piada e humor (é verdade eheheh), já comentava há uns dias atrás o Amigo Situacionista do blog 'Bi-Campeões do Mundo' relativamente a um comentário meu sobre essa tal ‘carta’, que eu lhe parecia ‘não ter o coração perto da boca… mas sim na boca’. Pronto, é verdade, não me custa mesmo nada admitir isso… mas também o digo que tal só acontece porque me ‘incomoda’ solenemente certas e determinadas atitudes da nossa SAD… e querem melhor exemplo do que o ‘desprezo total’ com que tratam e lidam com o tema Jorge Costa?... em vez de ‘cartinhas de embalar’, eu gostava era que se preocupassem em publicar no site oficial ou ‘mandar cá para fora para que todos nós Portistas saibamos’, o porquê de:

- não terem ainda homenageado em sinal de respeito e gratidão o nosso Capitão?
- não haver ainda um museu?
- não haver ainda um pavilhão para as modalidades amadoras?
- não termos uma loja oficial FC Porto, mas sim uma loja oficial Nike?
- não termos uma página oficial do FC Porto digna da nossa história, em termo de conteúdos?

Muitas mais perguntas haveriam para fazer… mas querem mesmo saber quando vamos ter resposta para elas?... NUNCA!! Por isso, quem quiser alinhar nas ‘cartinhas de embalar’, faça favor… eu NÃO!!

26 novembro, 2006

Cinzenta... como a noite

Competição: bwin 06/07 (11ª jornada)
Data: 26.11.2006
Local: Estádio do Restelo, Lisboa

FC Porto: Hélton, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Fucile, Paulo Assunção (Ibson), Raul Meireles, Lucho, Quaresma (Alain), Lisandro, Postiga (Bruno Moraes)

Apesar de uma exibição de qualidade ‘bem sonolenta’, conquistamos os 3 pontos naturalmente num jogo que de tão fácil se tornou para o FC Porto… porque do outro lado, não restavam mais que ’11 rapazinhos’ equipados com a Cruz de Cristo.

Bem na ressaca de uma brilhante jornada europeia, quem esperava ver ‘ópera’, levou com uma bela fanfarra dos bombeiros municipais que mais não fez que cumprir com os serviços mínimos garantidos, de tão ‘sem sal’ que foram os 90 minutos.

O Prof. Jesualdo Ferreira começou por colocar em campo para o inicio do jogo os 11 bravos heróis de Moscovo, repetindo a dupla mais defensiva do meio-campo (Paulo Assunção e Raul Meireles), o que de todo, não percebi, porque sinceramente, o Belenenses actual não é nenhum bicho-papão… até bem pelo contrário.

Talvez fruto do cansaço… talvez algum facilitismo… talvez o ‘brincar’ com a sorte… o FC Porto entrou em campo a mandar no jogo, a encostar o Belenenses bem juntinho à sua defensiva e foi com alguma naturalidade que logo ao 1º minuto de jogo, Quaresma na transformação de um canto directo, consegue colocar a bola dentro da baliza (sinceramente, acho que estava lá dentro… e bem lá dentro), mas Postiga, talvez a querer fazer-nos lembrar aquele ‘Postiga tão mal-amado’ de outros tempos, conseguiu a proeza de em frente à baliza, cabecear a bola para o lado que a fez deslizar sobre a linha de baliza e ir embater no poste, saindo… o árbitro mandou seguir e o resultava mantinha-se em 0-0 (volto a repetir… pareceu-me ver a bola bem lá dentro!).

Mesmo sem deslumbrar, mas dominando por completo o jogo e controlando toda e qualquer investida do clube da Cruz de Cristo, foram sendo criadas aqui e acolá oportunidades para se inaugurar o marcador… o que veio a acontecer quase no fecho da 1ª parte, aos 41 minutos, o verdadeiro ‘Postigol’ empurra a bola para a baliza deserta e faz o 0-1, no seguimento de uma bola pontapeada para o meio da grande área por Paulo Assunção, e onde Bruno Alves apareceu e bem (e sem qualquer falta!) a estorvar a acção do guarda-redes belenense que soqueia a bola para a frente… e logo para os pés de Hélder Postiga.

Começava então a 2ª parte e digo sem qualquer rodeio, esperava francamente que o FC Porto ‘matasse’ o jogo para depois se limitar a gerir os esforço até ao final dos 90 minutos… enganei-me redondamente, porque nem o jogo ficou decidido, nem a equipe relaxou até ao fim, porque a todo momento, poderia haver um golo que empatasse a partida.

Já com Ibson em campo e como sempre, a ‘encher-me’ as medidas, tal a qualidade do seu modo de jogar, o jogo foi-se arrastando até ao apito final do árbitro, sem que ‘as minhas pulsações cardíacas’ baixassem, apesar de ver sempre um FC Porto mais forte… mas que não sentenciava definitivamente a partida.

Como já disse, mais importante que a qualidade de jogo hoje demonstrada, foi a conquista de mais uma vitória e dos 3 pontos em jogo, situação que nos permite manter a liderança isolada da bwin, agora com 28 pontos.

Azul MAIS A veia goleadora de Postig’ol’ e os primeiros 15 minutos de jogo.

Azul MENOS Exibição colectiva a roçar o suficiente, para não dizer fraquinha…

24 novembro, 2006

9.998, 9.999, 10.000... ou serão 20.000 visitas?

Não sei se já tinham reparado, mas um destes dias chegamos ao brilhante número de 10.000 visitas (ou serão 20.000 visitantes?) desde o dia 26 de Maio, data em que foi inaugurado este meu/nosso blog que mais não é do que uma continuação do meu amor eterno ao FC Porto.

Nestes cerca de 6 meses de vida, tivemos oportunidade para abordar 1001 assuntos relacionados com o dia a dia do nosso FC Porto, uns mais que outros discutidos com maior ou menor paixão clubistica, houve ainda tempo para ‘reinar’ com os GloriGOZOs Rídiculos, com os Escamas do Spôrtem, com o Escarrolari e seu grupo excursionista… e não menos importante, a possibilidade que a todos nos foi proporcionada de reforçar e/ou criar novos laços de amizade, em que agora que foi conquistado esse direito ao ‘respeito & amizade’, cabe-nos no futuro unicamente reforçá-los e quiçá, criar novos laços de amizade com futuros visitantes.

Não obstante alguns desvios para o ‘acessório’ neste espaço de opinião, este blog sempre foi desde a primeira, e sempre assim se manterá até ao último dia, do FC Porto para o FC Porto!

Voltando ao número de visitas, tenho comigo um dilema e que começo hoje a ‘desviar a agulha’ em termos da realidade entre o que é VISITA (IP) e o que é VISITANTE (entrada no blog), ou seja, se é verdade que já atingimos 10.626 visitas por IP, não deixa de ser verdade que também atingimos ao mesmo tempo, o número de 20.036 visitantes, o que dá uma média próxima das 2 visitas por dia entre cada um dos visitantes com acesso através do mesmo IP.

Agora, onde estará a verdade, 10.626 ou 20.036?... sinceramente, penso que a verdade estará na 2ª hipóteses, contudo, tal ‘confusão’ deve-se apenas ao sistema de contagem do meu programa, que faz uma contagem diferente entre o que é ‘visita IP’ e o que é ‘visitante’, apenas surgindo visível no contador do blog o nr. de ‘visita IP’ e não de ‘visitantes’… por ora, fica assim, depois, alterarei esse sistema quando chegar a altura própria.

Aproveitando este momento, e ‘levantando um pouco a ponta do véu’, posso dizer-vos que estou já em fase inicial de total reformulação do lay-out deste blog, em que o objectivo primordial, quanto a mim, passa necessariamente pelo total cumprimento de 3 objectivos primordias que espero ver atingidos a tempo do inicio do próximo ano de 2007, altura em que penso re-inaugurar este blog:

1) visualmente mais atractivo com novas tonalidades;
2) mais leve em termos de informação lateral;
3) e mais importante, tentar manter e se possível, aumentar a qualidade dos posts.

Resta-me terminar a dizer a todos, sem excepção, ‘MUITO OBRIGADO’ e voltem sempre, quer os ‘habituais visitantes’, quer todos os futuros ‘novos visitantes’.

aKeLe aBrAçO d'Um aMigO
bLuE bOy

22 novembro, 2006

Miguel Sousa Tavares – Nortada

A semana «horribilis» do Benfica…

1 - Esta deve ter sido uma das piores semanas da centenária existência do Sport Lisboa e Benfica. Por razões desportivas, mas, sobretudo, por razões extradesportivas e que mexem com a justiça — a pior imagem possível para um clube que, pela voz do seu presidente, está autonomeado campeão da «transparência e do rigor».

Terça-feira foi a cena do arresto dos bens do seu director desportivo, José Veiga, às ordens do Tribunal Cível de Cascais, que acabaria por motivar a demissão de Veiga. A este respeito, devo dizer, primeiro que tudo, que não concordo com a divulgação das imagens do arresto por parte da TVI. Não eram imprescindíveis à notícia e constituíram uma desnecessária humilhação e desrespeito pelo seu direito à privacidade — que não desaparece por se tratar de figura pública. Agora, também é verdade que Veiga só se sujeitou ao arresto dos bens móveis para garantir eventual crédito de 1,5 milhões de euros porque, seguramente, não tinha a casa em seu nome. E eu desconfio sempre dos motivos que levam quem não teme a não ter em seu nome os bens de que é dono: quase sempre a intenção é fugir ao fisco ou aos credores.

Seja como for, a defesa de Veiga foi contraditória nos seus próprios termos: disse que se demitia porque não queria escudar-se atrás do seu cargo no Benfica, mas, ao mesmo tempo, disse que aquilo só tinha acontecido por ele ser quem era no Benfica. Ou seja, escudou-se, de facto, atrás do Benfica para justificar um aperto decorrente da sua vida comercial privada. Custa-me a perceber como é que alguém ainda conseguiu ver na demissão um acto de coragem e de dignidade!

Pior ainda foi a defesa de Veiga feita por Luís Filipe Vieira, recuperando pela enésima vez a sua cassete encravada para os momentos difíceis, de modo a insinuar que tudo está relacionado com o Apito Dourado e a mão invisível de Pinto da Costa. Ou seja, foi a mando de Pinto da Costa e daqueles que Vieira gostaria de ver como os únicos implicados no Apito Dourado, que um banco luxemburguês se lembrou, já há uns anos, de reclamar este crédito, que o maior escritório de advogados do País se lembrou de pedir o arresto dos bens de José Veiga, e que uma juíza do Tribunal de Cascais, consultadas as razões do requerente, entendeu decretar o arresto. Tudo isto parece absurdo para qualquer pessoa que entenda como funciona a vida comercial e a justiça. Mas não para o presidente do Benfica, que tanto reclama que a justiça funcione: para ele, e vezes de mais, dá ideia de que a instituição e quem a serve deve estar acima da lei e fora de alcance da justiça comum.

Ainda o primeiro episódio Veiga estava ao rubro e eis que ele e Luís Filipe Vieira são ouvidos, logo no dia seguinte, pela Judiciária italiana, por suspeitas de fuga ao fisco, envolvendo a Juventus, no contrato de empréstimo de Micolli ao Benfica.

Quinta-feira, sem deixar respirar ninguém, foi a vez do vereador da CML, José Sá Fernandes, denunciar que a vereação presidida por Carmona Rodrigues havia pago ao Benfica 8 milhões de euros a mais do que constava no contrato (já de si inacreditável de benesses) que Santana Lopes havia negociado com o clube para a construção do novo Estádio da Luz. Interrogado sobre o assunto, o presidente do Benfica limitou-se a assobiar para o ar e a dizer «ele que apresente as provas». Justamente: Sá Fernandes tinha-as apresentado.

Sábado, equipada com o fatal traje de minhoca desenterrada, a equipa de futebol saiu derrotada de Braga, depois de uma exibição confrangedora. Tão confrangedora que o próprio Vieira não resisitiu a chamar-lhes «rapazinhos» que não sabem o que é a camisola — muito embora, logo a seguir, se tenha lançado na habitual explicação sobre os resultados falsificados que impedem o «maior clube do Mundo» de exibir em pleno todo o seu esplendor e reclamar, de direito, a vassalagem a que se acha predestinado.

Enfim, ontem, ainda nem sete dias estavam decorridos sobre o começo de todas as tragédias, e eis que José Veiga é detido para responder, em processo-crime desta vez, às suspeitas de ter desviado, quando ainda «empresário», cinco milhões de euros do negócio da ida de João Pinto para o Sporting. Há muito, muito tempo, estava ainda longe de imaginar que José Veiga viesse a ter a importância no Benfica que lhe deu Luís Filipe Vieira, escrevi que um dia gostaria, só para dissipar dúvidas, de saber quanto pagava de impostos o empresário José Veiga. Hoje, sei que ficou a dever, provados em tribunal, dois milhões de euros e que, ao que parece, ainda a montanha não foi toda escavada. Aliás, esta azia ao fisco parece ser natureza do Benfica e de vários dos seus dirigentes, ao longo dos anos. Será que também se acham acima das obrigações fiscais, só porque se auto-designam arautos da «transparência e do rigor» e do combate a Pinto da Costa?

2 - Ao fim de meses e meses de paralisia, o Apito Dourado mexeu-se, mas poucochinho: o juiz de Gondomar decretou finalmente a abertura da instrução contraditória (fase processual de defesa dos arguidos), no que respeita aos processos pendentes naquela comarca. Por outras comarcas do País há processos já com a instrução a decorrer, outros arquivados por falta de indícios de crime e outros já aguardando marcação de julgamento.

Luís Filipe Vieira tem reclamado sem cessar o avanço do processo — quer na justiça criminal, quer na justiça desportiva. E eu, como já aqui o escrevi, estou de acordo, mas com uma ressalva: todos, mas todos os suspeitos, devem ser investigados e, quando for o caso, acusados — quer num, quer noutro foro. Mas todos, e não apenas os que residem a norte ou nas ilhas.

Ora, como se sabe, o Apito Dourado não parece conter outras provas que não as escutas telefónicas feitas a alguns agentes desportivos e que têm sido objecto de criteriosas fugas de informação para a imprensa. E é aqui que eu não compreendo o zelo justiceiro do presidente do Benfica e a complacência com que a comunicação social o deixa desempenhar o papel de Robin ds Bosques da «verdade desportiva»:

— Se há alguma escuta no processo em que, claramente, um dirigente de clube negoceia a nomeação de um árbitro do seu agrado para um jogo do seu clube, essa é a da transcrição da eloquente conversa entre o então presidente da Liga, Valentim Loureiro, e o seu apoiante n.º 1 — justa- mente o presidente do Benfica. Curiosamente, sobre esta conversa não racaiu qualquer investigação nem abertura de processo...

— Se há alguma escuta onde, claramente, se detectam indícios seguros de tráfico de influências e batota desportiva é a das escandalosas conversas divulgadas entre Valentim Loureiro e o então presidente do Estoril-Praia, José Veiga. Curiosamente, também nenhum andamento processual foi dado a este assunto...

Será que, quando reclama justiça para o Apito Dourado, Luís Filipe Vieira está a incluir os casos em que ele próprio e José Veiga aparecem implicados, ou o seu critério de justiça só abrange o Norte e, mais especificamente, Pinto da Costa?

3 - E esta noite o FC Porto vai ganhar ao CSKA em Moscovo.

# in Jornal “A BOLA”, 2006.11.21

21 novembro, 2006

Uma Lokomotiv(a) chamada Dragão...

Infelizmente, e pela 2ª vez consecutiva, por motivos profissionais e posteriormente pessoais, não pude ver o jogo ‘on live’ e lá tive que me contentar com a ‘grafonola’ iPod de serviço e com o serviço Vodafone Live… mas que grande fim de tarde. Acho que nem nos meus melhores sonhos, poderia pedir melhor.

Sabíamos de antemão que qualquer que fosse o resultado no jogo de hoje, nada iria ficar decidido em definitivo, e mesmo no pior dos cenários, uma derrota, teríamos sempre uma última oportunidade para rectificar a classificação geral na 6ª e última jornada quando encontrássemos no nosso Estádio do Dragão os ingleses do Arsenal.

Pelo que fui ouvindo através do relato na RR e posteriormente já em casa, já bem relaxado, tranquilo e com um sorriso daqueles de canto a canto, através do resumo na Sportv, confirmei aquilo que já suspeitava… poderíamos hoje ter saído do Kremlin com uma goleada histórica.

Quando soube o onze escalonado pelo Prof. Jesualdo, pensei cá para comigo: ‘hummm, novamente Paulo Assunção e Raul Meireles?... hummm, pelo menos, não está lá o cepo do Ricardo Costa!!... olha, seja o que os Deuses queiram e hoje, aposto, eles vão estar do nosso lado!!”

Sinceramente, não vi no resumo qualquer oportunidade flagrante por parte do CSKA durante todo o jogo… quanto ao FC Porto, bem, só na 1ª parte, além do 1º golo marcado por Quaresma logo aos 2 minutos que ajudou e de que maneira a tranquilizarmos o nosso jogo, mínimo, vi mais 3 oportunidades claras para o completo knockout do adversário. Depois na 2ª parte, além do 2º golo marcado por Lucho aos 60 minutos, mais 2 oportunidades para dilatar a vantagem.

Claramente, colocamos nas ‘cordas’ os moscovitas com a nossa qualidade de jogo e especialmente, com a nossa tranquilidade demonstrada ao longo dos 90 minutos. As nossas linhas estiveram sempre muito próximas e com um pressing a todo o terreno que ‘amordaçaram’ por completo a magia de Wagner Love, Daniel Carvalho, Dudu & Companhia Lda.

Hoje apetece-me dizer que é completamente injusto identificar um jogador portista que se tenha destacado de um qualquer outro; hoje, valemos claramente pelo colectivo quer a defender, quer a atacar. Este jogo, na minha opinião não terá sido mais que, e arrisco-me a dizer, a mais compacta, mais completa e melhor exibição desta época.

Depois de um inicio ‘bastante cinzento’ na fase de grupos com um empate em casa (CSKA) e uma derrota na jornada seguinte em Londres (Arsenal), o nosso FC Porto provou nos restantes 3 jogos para quem ainda tivesse quaisquer dúvidas, que está para lavar e durar nesta Champions League e tem já um pé nos oitavos-de-final.

A verdade é que para já, além de liderarmos o grupo em igualdade pontual com os ingleses do Arsenal com 10 pontos, ganhamos vantagem no confronto directo com o CSKA em caso de igualdade em virtude do empate no Dragão (0-0) e da vitória em Moscovo (0-2)… um empate no próximo jogo, é suficiente para passarmos à fase seguinte.

Se nos lembrarmos que com este resultado e os 10 pontos actuais ainda não conseguimos atingir a classificação directa para a próxima fase, e pensarmos que na época passada no final da 5ª jornada, tínhamos apenas metade dos pontos (5), quero apenas dizer que com a conjuntura actual, além das portas da próxima fase estarem completamente escancaradas, dependemos unicamente de nós para seguir em frente.

Agora, resta-nos no próximo dia 06 de Dezembro, cumprir calendário, que é como quem diz, vencer, convencer e esmagar o Arsenal no nosso Estádio do Dragão… eu quero aquela derrota em Londres vingada e com juros!!

PS Lamento apenas não poder ter a oportunidade de ver ‘ao vivo’ o enorme Thierry Henry que não se deslocará ao Dragão em virtude do 3º amarelo hoje em Londres… é uma pena, porque assim, a vitória até me iria saber melhor.

Como derreter o gelo 'moscovita'…

Daqui a poucas horas, pelas 17h30 portuguesas, o FC Porto vai entrar no relvado do Lokomotiv Stadium, estádio do rival Lokomotiv, para defrontar a equipe do CSKA Moscovo na 5ª e penúltima jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, que ocupa neste momento surpreendentemente e ao contrário do esperado, o 1º lugar do grupo com 8 pontos, logo seguido pelo FC Porto e Arsenal com 7 pontos. No fundo da cauda, com 0 pontos, estão os germânicos do Hamburgo.

Os nossos ‘meninos’ chegaram ontem a Moscovo e à sua espera, encontraram muito frio e neve, aliás, uma temperatura ambiente para esta altura do ano por aquelas bandas. Entretanto, tiveram já oportunidade de se ambientar ao relvado no treino habitual que antecede o próprio jogo. Pelo que se consta, encontraram um relvado em muito mau estado, o que concerteza, não irá beneficiará nem o espectáculo no seu geral, nem a nítida mais valia técnica dos nossos jogadores.

Olhando-se para a classificação actual do grupo, a primeira expectativa de ‘ouro sobre azul’ que me ocorre, seria conquistarmos a vitória e os respectivos 3 pontos, porque de outra forma, e tomando como quase certa (?!) o cumprir do papel por parte do Arsenal, o empate teria para nós o mesmo significado que uma derrota, porquanto, deixava-nos numa posição muito complicada para resolver as contas do grupo na última jornada quando defrontássemos no nosso estádio o Arsenal.

Muitas outras probabilidades matemáticas existem, onde até um empate poderia servir às mil maravilhas para as nossas contas, mas para que isso ocorresse, seria necessário que o Arsenal perdesse o seu jogo, o que admito, não vai acontecer, o que nos leva sempre a encrencar no mesmo, ou seja, temos de jogar para GANHAR!... se ganharmos, excelente; se empatarmos, logo se vê e na pior da hipóteses que será o Arsenal vencer o seu jogo, vai dar tudo ao mesmo (empate ou derrota é igual, tanto faz).

Mas da história não rezam os fracos, certo?… portanto, e se queremos escrever mais uma bela página da nossa história azul e branca, resta-nos ser ‘fortes’, aliás, ‘muito fortes’ e na minha opinião, uma equipa forte seria apostar no seguinte onze:

Hélton
Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Fucile
Paulo Assunção (Raul Meireles), Lucho e Jorginho (Ibson)
Ricardo Quaresma, Lisandro Lopez e Hélder Postiga

E vocês, qual o vosso onze e expectativas para o jogo de mais logo?

19 novembro, 2006

Uma vitória muito ‘briosa’…


Por motivos de compromisso pessoal já há muito assumido, não me foi possível marcar presença neste jogo, e o único culpado disto é o ‘Escarrolari’ porque resolveu num jogo a meio da semana seguinte contra a selecção poderosíssima dos ‘amigos do Borat’, parar o campeonato por um fim-de-semana para descanso… e com isso, lixou-me o esquema, mas tudo bem: cá se fazem, cá se pagam. Eu vou continuar atento… ao teu declínio!

Voltando ao jogo, ainda consegui ver pela TV num café ‘vermelhusco que até dava vómitos’ lá da zona os últimos 20 minutos da 1ª parte… depois disso, foi aconchegar o estômago e viver as incidências pela telefonia (e o homem ouvia mal pá caraças… até me assustava quando o via a tocar na telefonia… lol) e pelo serviço da Vodafone Live via móvel… já não estou habituado a estas coisas do rádio e isto dá-me umas voltas ao cérebro que nem vos conto… rsssssss

Neste jogo, os representantes de serviço foram os já habituais Miau e Caxana… e a primeira vez (e não doeu nadinha… lol) do Azul que teve folga da Azulinha… tens de repetir mais vezes, estás a ouvir?... já não chega ‘rebolar’, é preciso falar com amor, não é?... lol

Quanto ao que fui ouvindo pela telefonia, pelo que me contaram os ‘mitras’ ao final da noite, pelo que vi hoje em resumo nas tv’s e pelo que fui lendo na imprensa escrita, chego à conclusão que foi daqueles jogos a que nos arriscamos literalmente a perder pontos, sem termos feito nada para tal… disseram-me eles: “pá, se tivesse ficado 6-1 aceitavasse e assim, acabou por ficar apenas 2-1 e com sorte mesmo quase nos 90 minutos!”

Sim, pronto, são daqueles jogos ao que me parece, que se podem estar a jogar toda a noite que não se marca ou não se ganha… vá lá que ontem não foi uma dessas noites, porque apesar de todas as incidências do mesmo, acabamos por marcar e acabamos por ganhar mais 3 pontinhos.

Aparentemente o FC Porto controlou o jogo ao longo dos 90 minutos, foi sempre dominador, empurrando a Académica para o seu meio campo, aqui e acolá com um ou outro lance onde tentavam desatar o nó a que estavam submetidos.

Pelos tais últimos 20 minutos que pude ver pela TV, o FC Porto merecia estar já a vencer tranquilamente ao intervalo, mas foi preciso aguardar pelo inicio da 2ª parte (50 minutos) para ‘ouvir’ o 1-0 e Postigol mais uma vez a ‘molhar a sopa’ após um cruzamento com peso, conta e medida do sempre endiabrado Ricardo Quaresma. O jogo foi correndo, ao que parece, com o FC Porto a controlar o jogo, até que talvez fruto de algum ‘adormecimento à sombra da bananeira’, a Académica empata o jogo a 1-1 aos 77 minutos… estava relançado o jogo para os minutos finais.

Há uns tempos atrás, esta seria uma machada brutal no FC Porto e com probabilidades de ainda ficar muito pior… mas o FC Porto vem demonstrando nestas situações aparente tranquilidade e com um aditivo extra para o assalto final nos últimos 13 minutos de jogo… não foi preciso esperar muito tempo, porque aos 83 minutos, Super-Pepe desfaz a igualdade e coloca-nos em vantagem por 2-1, resultado que se manteve até ao final do jogo.

Com este resultado, o FC Porto além de vencer um jogo que esteve muito complicado, assegurou o estatuto de líder isolado no topo da classificação e manteve a ‘moral em alta’ para o jogo de 3ª feira em Moscovo para a penúltima jornada da Liga dos Campeões.

Azul MAIS - Hélder Postiga ‘nonstop’, Ricardo Quaresma endiabrado e para a ‘aparente’ tranquilidade manifestada pela equipa após sofrer um golo.

Azul MENOS - Aparente pouco público nas bancadas (pareceu-me…) e para o sofrimento desnecessário na fase final do jogo.

PS1 - Especial agradecimento ao repórter fotográfico ‘attack attack’ (Miau) de serviço a este jogo.

PS2 - O ‘Bicho’ não está contente em Braga; nota-se na sua cara. Tê-lo visto sentado naquele banco de suplentes deu-me um arrepio tal que nem vos digo. Não é justo para o ‘Bicho’. Não é justo para o FC Porto. Não sou saudosista, mas o ‘Bicho’ e o Vítor Baía fazem parte da mobília da nossa casa e não podem sair de lá a qualquer preço. Até breve ‘Bicho’, eu sei bem que um dia destes, voltarás a estar connosco….ahhh, e antes que me esqueça, ‘muito obrigado’ por Sábado… fiquei deveras feliz com a tua entrada no mundo técnico com o pé direito… foi, diga-mos, um 2 em 1… eheheh

17 novembro, 2006

União dos blog's do FC Porto?

Eis a questão...

Vem este tema a propósito de um e-mail que recebi há cerca de 1 semana e meia atrás, remetido pelo Amigo Rui Tulik do blog ‘FCP Mirandela’, em seguimento de anteriores contactos que têm decorrido já há algum tempo para a possível criação de uma ‘União’, ‘Organismo’, ‘Associação’, ‘Fundação’ ou lá o que queiram chamar de blog’s oficializados e com o aval do próprio clube, FC Porto.

Desde o nascimento deste blog, e logo que tive conhecimento de que o FC Porto estaria a oficializar blog’s relacionados com o tema ‘FC Porto’, resolvi remeter os dados necessários para apreciação, e passados que foram 2/3 dias, ‘voilá’, o endereço do meu blog tinha sido adicionado à lista de blog’s oficializados pelo FC Porto, o que como compreenderão, deixou-me duplamente satisfeito.

A partir desse momento, admito que passei a olhar com ‘outros olhos’ para essa lista de blog’s e um a um, fui-os visitando e comentando aqui e acolá… já nessa altura, alguns endereços ali identificados chamaram-me a atenção ‘negativamente’, porquanto, alguns deles tinham um aspecto demasiado ‘pobre’ ou pouco cuidado em termos visuais, os textos/posts em muitos casos mais não eram do que ‘copys’ do site oficial do FC Porto ou do endereço electrónico dos 3 jornais desportivos e lembro-me de uma situação que me fez ‘sorrir de vergonha’, e que ainda hoje se mantém lá identificada (procurem-no…) de um blog que do FC Porto não tinha nada ou muito pouco, contendo além de ‘feeds’ azuis, também da cor dos ridículos e dos escamas.

Sinceramente, estas situações atrás referenciadas nunca pensei serem possíveis, porquanto eram blog’s oficializados pelo FC Porto e estavam identificados no próprio site oficial do clube, o que na minha modesta opinião, era e continua a ser mau demais para ser verdade. Toda esta ‘confusão’ só poder ter uma explicação: nítida e total falta de fiscalização e actualização.

Como podem ver pela minha lista de links directos, tenho vários blog’s de referência que visito regularmente porque, não desfazendo todos os outros, entre os blogs que conheço relativos ao meu FC Porto, estes marcam a diferença pelo lay-out, pela qualidade dos textos, pelos assuntos em discussão e pela permanente actualização… pontualmente, e caso a caso, vou adicionando um ou outro que mereça essa distinção pelo seu aumento de qualidade. Posto isto, não entendo e não percebo como alguns dos meus blog’s linkados não fazem parte dessa lista do site oficial, e só o entendo porque provavelmente os seus administradores não fizeram esse pedido (se o fizeram, então é que não entendo mesmo!), e depois vemos lá outros que é a miséria total em termos de conteúdo e de objectividade… avancemos.

Recuperando a objectividade do tema aqui em discussão, sempre defendi… aliás, acho mesmo que desde o nascimento desta coisa a que chamam de ‘blog’, os grandes princípios na criação de um blog devem obrigatoriamente passar pela sua independência e total liberdade de opinião, pelo menos, é o que acontece neste blog… todos os meus escritos não são mais que a minha voz; umas vezes totalmente apaixonada, outras vezes menos, mas isso é fruto apenas de uma bola que entra ou de uma bola que teima em bater no poste… apesar de qualquer texto mais ou menos apaixonado, há uma certeza absoluta: serei Portista até morrer, seja qual for a circunstância!

Portanto, sou por princípio apologista desta ideia e vejo-a com muito ‘bons olhos’ porquanto sinto-me capaz de dar o meu contributo desinteressado, mas como já diz o ditado: para ser mulher de César, não basta ser, tem de se parecer!

O que quero dizer com isto é tão só que ‘estou de mente completamente aberta’ para ouvir o que daqui vai sair em termos do convite formulado pelo Amigo Rui Tulik para um encontro em Mirandela, ainda sujeito a confirmação, para entre todos nós, aqueles que entenderem dar o seu contributo desinteressado para se avançar com esta ‘organização’, fecharmos ali mesmo um documento-base com as nossas exigências/ideias para o colocar em análise junto da comissão técnica que foi já eleita pelo FC Porto para acompanhar este dossier.

Algumas das ideias que estão já listadas, e como exemplo, são:

- Reconhecimento oficial deste organismo;
- Maior divulgação dos blogs oficiais do FCP (Revista Dragões, Site Oficial, etc…);
- Mais conteúdos oficiais para os blogs;
- Criação de uma base de informação privilegiada sobre as actividades do FCP;
- Uma base de dados exclusiva para os blogs oficiais do FCP (fotos, artigos, vídeos…);
- Disponibilização de um espaço no Estádio para no mínimo, uma vez por ano, realizar-se um encontro anual dos blog’s oficializados pelo FCP; etc, etc, etc…

Muitas mais haverão e eu próprio já me encarreguei de lançar mais umas ideias para o documento final, depois, no final, logo se verá se estão criadas ou não as condições para se avançar ou não com esta ‘ideia original’ para a frente… a ver vamos.

O meu único ‘cavalo de batalha’ neste meu potencial contributo desinteressado para ajudar no erguer e avançar desta ideia, passa unicamente por continuar a manter total independência e liberdade de opinião no ‘meu’, repito, no ‘meu’ blog’… de outra forma, estou ‘fora’ naquele preciso momento!

Se acaso estiverem interessados em dar o vosso contributo desinteressado e aderirem a esta ideia, e provavelmente alguns de vós já conhecerá até o assunto mais em pormenor pelo facto de terem recebido um e-mail nesse sentido, é favor contactarem o Amigo Rui Tulik do blog ‘FCP Mirandela’ através do e-mail blog_fcpmirandela@hotmail.com e pedirem o envio do documento com as ‘Condições de Acesso para Membros Fundadores’, onde se encontram já definidas algumas das linhas base, documento este que por motivos óbvios, ainda não se encontra fechada até à realização do tal encontro que provavelmente poderá vir a ser realizado em Mirandela.

Poderá estar nas nossas mãos ou não, logo veremos, uma nova orientação na relação do FC Porto com os seus adeptos, sócios e simpatizantes… a ver vamos.

E vocês, o que pensam desta ideia?... Digam de vossa justiça.

16 novembro, 2006

Parabéns ‘puto’ Dragão…


Dia 16 de Novembro de 2003, um frio de rachar… era finalmente chegado o grande dia porque todos os Portistas ansiavam há muito - a inauguração do novo Estádio do Dragão.

Perante 52.000 almas Portistas, comigo incluido, era hora de celebrar e festejar este momento mágico e sublime. Com esta obra monumental e imponente, mostramos ao ‘mundo’ o espirito do ser Portista, de sermos diferentes e de sermos únicos em Portugal… e arredores.

Este Estádio do Dragão é tão só mais uma manifestação da força do «Dragão» e do FC Porto no inicio do século XXI.

Feliz 3º Aniversário 'puto'!!

15 novembro, 2006

Um museu e um pavilhão… de papel

Antes de ir ao assunto em si, fui ‘provocado’ no bom sentido da palavra obviamente, pelos comentários no anterior post do Miau e do Jorge… sinceramente, este era também um dos assunto que tinha em mente abordar nesta semana de ‘paragem futebolística’, mas o Amigo Zirtaev do blog ‘Portistas de Bancada’ resolveu antecipar-se e estragar a festa… lol… se quiserem ler esse post, podem fazê-lo clicando aqui, visto que é um daqueles blogs que vale sempre a pena visitar tal como eu que o faço diariamente, mas avancemos.

Vou fazer aqui uma critica construtiva (e não destrutiva…) ao Grande PdC, porque para mim, tenho-o como o melhor Presidente do Mundo, mas, e há sempre um mas, gostaria de ver o dinheiro do clube investido em algo mais positivo, o que verdadeiramente, não acho que tenha acontecido nos últimos anos, basta olhar para as fortunas gastas em contratações mais que duvidosas, as fortunas gastas em indemnizações a certos treinados, etc, etc.

É um facto indesmentível quanto a mim que desde Maio de 2003, aquando da conquista em Sevilha da Taça UEFA, desde aí para cá, o dinheiro tem abundado e de que forma, sendo certo obviamente que não somos nenhum Barcelona, Real Madrid, Manchester ou Chelsea em termos económicos, mas que entraram pequenas fortunas nos cofres, acho que nem vale a pena discutir essa questão.

Já se passaram cerca de 3 anos sobre a inauguração do Estádio do Dragão e quando penso em certas e determinadas situações que possam parecer questões laterais e de menor importância naquele imenso Estádio, de verdade, não o são. E porque não o são? Eu explico.

Até essa data, o FC Porto era um clube que se orgulhava das suas modalidades ditas amadoras e hoje quando olhamos para elas, reparamos que essas encontram-se espalhadas por tudo quando é lado nas redondezas da cidade do Porto… aquilo é Gondomar, aquilo é Santo Tirso, aquilo é Matosinhos, etc, etc… ai que saudades de há uns anos atrás, quando ainda antes de entrar para o velhinho Estádio das Antas para ver o meu FC Porto jogar, ainda havia tempo para ver um jogo de hóquei, de andebol ou de básquete no antigo Pavilhão Américo Sá… que saudades desses velhos tempos!

Lembro-me também por muitas vezes ter-me deslocado ao Porto com um grupo de amigos, era eu ainda um ‘putito’, apanhávamos o comboio bem cedinho em Espinho e lá ia eu todo “Sr. Contente e Feliz” fazer as minhas comprinhas de ‘souvenirs’ na Loja Azul, já que o dinheiro não era muito (ia a semanada quase toda… lol) e aproveitando o tempo que ainda nos restava antes de irmos novamente para Campanha a pé, dávamos ainda uma saltada ao antigo museu que estava localizado por baixo da arquibancada e deliciávamo-nos com toda aquela magia que pairava no ar que nos extasiava a alma e nos engrandecia o orgulho Portista até ao infinito… que saudades desses velhos tempos!

Um museu de um clube é uma espécie de local sagrado e abençoado. É um repositório da história desse clube e das suas conquistas.
No nosso caso, era lá que poderíamos expor taças que são únicas em Portugal, como é o caso da Supertaça Europeia e das duas Taças Intercontinentais.
Era lá que poderíamos expor a Taça do Arsenal e tudo o que ela significou para os adeptos em 1948.
Era lá que poderíamos expor as chuteiras do Pinga, as luvas do Barrigana ou o boné do Pedroto.
Era lá que poderíamos expor as taças das conquistas no Hóquei, no Basquetebol, no Andebol, na Natação, no Atletismo, no Ciclismo e em tantas outras modalidades.
Era lá que poderíamos levar filhos, familiares, amigos ou conhecidos, para sentirem a grandiosa história do FC Porto.
Era lá que poderíamos ir para recordarmos e nos emocionarmos com as glórias vividas.
Era muito mais coisas...

Por isso Sr. Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, pode não lhe parecer, mas acredite que estes são dois temas que podendo numa primeira visão parecer insignificantes se equiparados aos ‘milhões’ que o futebol movimenta, são elementos tão importantes em termos de grandeza e de significado para os atletas, para uma comunidade, para uma cidade e para uma região, como o nosso magnifico Estádio do Dragão.

São também estes pequenos pormenores que nos ajudam a formar psicologicamente e emocionalmente como Portistas… ainda não existem, senão no papel… peço-lhe que esqueça a contratação de um qualquer Léo Lima, de um qualquer Sonkaya, de um qualquer Alain, de um outro qualquer que mesmo que muito esforçado, nunca nos trará nenhum ‘aditivo’ e com esse dinheiro, mande finalmente erguerem-se os tão desejados Museu e Pavilhão que por ora, não passam de um esboço num qualquer papel.

Não se esqueça disso Sr. Presidente… não nos desiluda e surpreenda-nos!!

Miguel Sousa Tavares – Nortada

Os pensadores do futebol…

Paulo Sousa já ontem aqui o escreveu e eu subscrevo: a chegada de Jorge Valdano como colunista de A BOLA é uma grande aquisição deste jornal e, para mim pessoalmente, uma honra tê-lo como companheiro de escrita. De há muito que sigo, mais ou menos regularmente, as suas crónicas sobre futebol e também acho que ninguém escreve como ele, reunindo em si duas qualidades raras: a experiência do futebol vivido por dentro, como jogador, treinador e director desportivo, e a capacidade de abstracção e reflexão vista de fora.

Justamente, e como dizia também Paulo Sousa, Valdano é um bom exemplo da capacidade de observação e reflexão que o futebol de hoje exige a todos: jogadores, treinadores, comentadores. Longe vai o tempo em que os jogadores se poderiam dividir simplesmente entre bons e maus, conforme a sua técnica e a sua força. Longe vai o tempo em que a um génio inato e autodidacta, como Eusébio, bastava apenas soltar o seu instinto e o seu génio para fazer toda a diferença. O verdadeiro génio dos tempos modernos é um jogador como o infortunado Anderson (por isso mesmo infortunado...), que pensa e executa em movimento e que, tal como os grandes jogadores de bilhar, quando está a executar uma tacada, já está a pensar na seguinte.

Hoje, o futebol, quer jogado, quer ensinado, quer pensado, exige essa outra qualidade, cada vez mais decisiva: a inteligência na leitura do jogo, do seu fluxo, do seu movimento. Como escreveu ontem Paulo Sousa, se ele chegou ao topo não foi por ser capaz de fintar três adversários numa cabina telefónica (como Valdano escreveu sobre Futre), ou por ser capaz de correr os 90 minutos sem parar. Foi porque teve a lucidez suficiente para perceber que o futebol requer inteligência de jogo e que essa se aprende ouvindo, lendo, observando, reflectindo. Aliás, e perdoem-me mais um elogio à gente desta casa, mas as próprias crónicas de Paulo Sousa (que leio sempre com imenso prazer e utilidade) reflectem a continuação dessa mesma atitude que o caracterizou como jogador e onde o conhecimento por dentro do futebol se alia ao seu estudo e observação visto de fora. E não é por acaso, certamente, que ainda há tempos, ouvindo na televisão os comentários a um jogo, feitos por um jogador ainda no activo — Rui Costa — pude constatar igualmente que a mesma inteligência que o distinguiu sempre como jogador continua a acompanhá-lo quando, esporadicamente, o vemos no papel de observador.

E lembrei-me de tudo isto também a propósito dos comentários de outro ex-jogador e ex-treinador, João Alves. Alves foi um grande jogador, mas no tempo em que o ritmo e a dinâmica do futebol eram diferentes e ele tinha tempo e espaço para o seu futebol, o que hoje não aconteceria. Mas Alves foi também um treinador fracassado e dá-me ideia, a avaliar pelo seu desabafo contra os «pseudo-intelectuais» que falam sobre futebol, que ele não percebeu as razões do seu fracasso. Devo dizer, em primeiro lugar e com o devido respeito, que sempre que oiço o discurso depreciativo contra os «intelectuais», sei que estou em presença de alguém que acha que a ignorância é uma virtude e que na vida, seja em que actividade for, é possível progredir e ter sucesso sem se dar ao trabalho de ler alguns livros, aprender algumas coisas com os outros e reflectir de vez em quando. Faz-me sempre lembrar a frase do general Newton Cruz, expoente larvar da antiga ditadura militar brasileira: «Quando oiço alguém falar de cultura, apetece-me puxar da pistola!» Também constato que, de cada vez que alguém quer diminuir o valor da cultura ou inteligência alheia, trata-a por «pseudo-intelectual». Parece assim que para esta gente nunca ninguém é suficientemente credível para merecer simplesmente a classificação de «intelectual»: todos os que sabem mais do que eles ou pensam melhor do que eles, não passam de «pseudo-intelectuais». O que será, para eles, pergunto-me, um verdadeiro «intelectual» — alguém que leu mais de mil livros, viu mais de 500 filmes, visitou mais de 50 museus?

Esta fobia de alguma gente do nosso futebol à presença em cena de «pseudo-intelectuais» discorrendo sobre futebol não é apenas um reflexo corporativo de treinadores fracassados ou comentadores encartados defendendo o seu feudo. É um verdadeiro instinto de medo, de autoprotecção. Que alguém possa ver da bancada mais e melhor do que eles vêem sentados lá em baixo, que alguém possa explicar que o futebol é um jogo simples de entender e não uma ciência oculta de conhecimento reservado a quem faz aqueles cursozecos de Verão, que alguém possa gozar e usar de uma liberdade de pensamento e de opinião que a eles, por interesses envolvidos com as partes envolvidas no jogo, lhes está vedada ou não é exercida, seguramente mete-lhes medo. O seu estatuto ficará certamente em perigo no dia em que a Sport TV, por exemplo, perceber que não basta ser treinador no desemprego para se ser capaz de saber comentar um jogo de futebol na televisão (há quem o faça bem e comedidamente, como Rui Águas, e há quem só seja suportável com o som desligado...).

O futebol moderno está carregado de exemplos de grandes jogadores que foram treinadores falhados e, inversamente, de jogadores sem história que se tornaram grandes treinadores: Arsène Wenger, Alex Ferguson, José Mourinho. De novo, o que fez a diferença não foi o conhecimento empírico sobre os meandros do futebol, mas a capacidade de aplicar a inteligência e a reflexão à estratégia escolhida para triunfar. Aliás, quando penso em alguns treinadores que vi actuar — desde logo, o exemplo que mais me vem à cabeça é José Mourinho — é impressionante constatar como quase sempre as suas opções e variações — tácticas, estratégicas e de jogadores — coincidem com o diagnóstico da bancada. É claro que por vezes discordamos e muitas vezes sem razão, pois escapam-nos dados de conhecimento que eles têm sobre o estado físico ou anímico de determinado jogador, sobre os pontos fortes e fracos do adversário, sobre o critério disciplinar do árbitro, etc. Mas, ao contrário do que alguns treinadores encartados pensam, da bancada vê-se muito bem o jogo e não é raro ouvir opiniões fundamentadas e inteligentes ou verificar que há um largo consenso de opiniões, que deriva daquilo que é fácil de ver a olho nu, sem necessidade daquele palavreado oco sobre as «compensações», a «equipa compacta e coerente» e outros chavões que tais. Mas nunca vi a bancada tomar por génio um banal caceteiro ou tomar por dispensável um desequilibrador. E constantemente vejo treinadores a fazer isso.

Bem-vindos sejam, pois, o Jorge Valdano, o Paulo Sousa e todos aqueles que, porque insistem em pensar, nos ajudam a pensar também e fazem de nós «pseudo-intelectuais». No futebol, como em tudo o resto.

# in Jornal “A BOLA”, 2006.11.14

14 novembro, 2006

A nossa loja Azul… da Nike

Ora mais um tema que concerteza levantará muita celeuma entre todos nós, mas as verdades são para ser ditas e assumidas ‘doa a quem doer’!

Lembro-me muito bem como se fosse hoje da nossa Loja Azul no velhinho Estádio das Antas… era um espaço pequenino, multicolorido de azul e branco, agradável, mas honrado, onde imperava apenas um paixão, um sentimento, uma mística e um símbolo: o do FC Porto.

Entretanto, mudamo-nos para a nova casa, o novíssimo Estádio do Dragão, aquele que é considerado com um dos mais belos e modernos estádios do mundo. Entretanto, já se passaram praticamente 3 anos e o que aconteceu?

Desde a primeira hora que entrei naquele espaço, e esse momento aconteceu precisamente no dia da inauguração do Estádio, aquilo soa-me a um ‘frio’ tal que ainda hoje, passado que foi todo este tempo, não me consigo recompor… é incrível o desrespeito que permitiu um qualquer iluminado transformar aquele espaço, que deveria ser a 1ª imagem da nossa força, do nosso brio, da nossa mística, da nossa voz… numa loja oficial da NIKE!!!

Ainda hoje, esporadicamente, e quando me sinto tentado, volto a entrar de novo naquele espaço e sempre na secreta esperança de ver algo que me ‘reconquiste’, algo que me faça sentir orgulhoso de lá levar alguém para ver ‘in loco’ as cores da minha paixão… infelizmente (ou não…), continuo a ser apenas um sonhador, apenas um sonhador.

Entramos e o que vemos num espaço com cerca de 400 m2?... 90% do material exposto, diz unicamente respeito a uma marca desportiva, e quando refiro essa marca, não me estou a referir a material alusivo ao nosso FC Porto, mas sim a referir-me a sapatilhas, a t-shirts, a chapéus, a pólos, a sweats, a fatos de treino, a óculos, etc, etc, etc alusivos a essa marca desportiva… aquilo são camisolas da selecção… aquilo são camisolas do Brasil… aquilo são camisolas da Holanda… e eu pergunto-me: afinal, onde está o nosso material?

Olho, olho e volto a lançar o olhar e ‘voilá’… num cantinho recantado, logo na minha esquerda quem está a entrar na loja, finalmente vê-se uns pontinhos azuis como que a dizer: “estamos aqui, estamos aqui… olha para aqui… não nos vês?”… admito, só com muito esforço, consigo deslumbrar material alusivo ao meu FC Porto num espaço com nada menos, nada mais que 400 m2, repito, 400 m2… é coisa pouca, não acham?

Às vezes penso para mim… ‘mas que raio, então eu que vivo num pequenino T2 com uns míseros 90 m2 de área global, tenho mais coisas em casa alusivas ao meu FC Porto do que estes tristes?”… se alguém souber responder, que responda!!

Se bem se recordam, recentemente, penso que entre Junho ou Julho deste ano, o FC Porto celebrou com a empresa TBZ um contrato de cedência de exploração comercial da marca e das áreas comerciais do F.C. Porto válido por 10 anos… nessa altura, lembro-me de ter pensado para mim: “finalmente, alguém com know-how para tomar conta da mercearia”… enganei-me redondamente, porque desde aí para cá, aquilo nem para igual ficou; mudou para pior e não só a Loja oficial no Estádio… hoje, quando em lazer passo por perto daquela loja no Arrábida Shopping, lembro-me muitas vezes de pensar para com os meus botões “esta coisa aqui, é digna de um clube qualquer do 3º mundo!”

Só como um aparte… na última viagem que aqui os ‘mitras’ fizeram recentemente a Alvalade, e porque este era um tema que andava há muito na minha mente para aqui publicar, tive o especial cuidado de visitar a loja do Sportêm só por curiosidade, porque ao que julgo saber, a TBZ está a explorar as marcas e espaços dos 3 grandes.

Nem queiram saber o que ali encontrei… sim, aquilo é uma loja a sério, visto que olhasse para onde deitasse o olhos, só se viam 2 cores… a cor verde oficial do clube e a cor amarela do equipamento alternativo. Havia de tudo, de todos os gostos e feitos, para todas as carteiras, da peça mais ridícula à mais bela, e mais alguma coisa ainda… como eu costumo dizer, ‘era um tal fartote, que era só escolher”.

Quantos desejos tenho eu de um dia, um dia digo eu, entrar na minha Loja AZUL, a verdadeira, e lá encontrar apenas uma cor (o azul) e um símbolo (o do FC Porto)… sou um sonhador, lembram?... resta-me continuar a sonhar que esse dia há-de chegar!

E vocês, o que pensam da nossa Loja Azul… da Nike?

12 novembro, 2006

Paragem ‘tuga’...

... prá malandrice

Vem este titulo a propósito de mais um fim de semana sem futebol em Portugal, o que se compreende, dado que a meio desta semana, vai ocorrer um jogo entre a Selecção de Amigos do Escarrolari e a fortíssima selecção do Cazaquistão, motivo mais que suficiente para dar o merecido descanso aos meninos.

Enquanto este tipo de atitude profissional se mantiver nas mentes dos dirigentes portugueses que estabelecem os calendários desportivos para uma época completa, procurando ao que parece, encontrar toda e qualquer justificação para meter um fim de semana prolongado, nunca passaremos da ‘2ª divisão’ em termos futebolísticos na Europa do futebol.

Concerteza que a meio da semana, outras selecções irão ter os seus encontros para a fase de apuramento do Euro 2008 e o que vemos? Na Inglaterra, o campeonato não parou, na Itália não parou, em França não parou, na Alemanha, não parou, etc, etc, etc.

Em Portugal, e quiçá, fruto do excesso de jogos que os nossos profissionais têm ao longo de uma época desportiva, em nada comparado com outros países, tais como os que atrás referi, em que os profissionais ‘de lá’ levam uma vida super calma e hiper tranquila, só pode ser por esse motivo, toca a dar descanso aos nossos meninos porque eles bem merecem (e não, não estou a ser irónico ;-)), que pobres coitados, andam cansadinhos de tanto trabalhar ‘pó bronze’.

É por estas e por outras que muitas vezes digo: ‘Europa? Mas qual Europa? África sim!’

E vocês o que pensam destas paragens pá malandrice?

PS – O que de bom têm estas paragens é que temos a possibilidade para colocar em dia alguns assuntos que gostaríamos de ver discutidos, mas que por falta de tempo ou de oportunidades, vão ficando para trás… um deles, já aqui está… outros dois, ao longo desta semana, os colocarei a discussão.

10 novembro, 2006

Um olhar de relance ao 'azul e branco'

Renovação do 'mister' até 2008
Atendendo ao reflexo do trabalho desenvolvido, acho bem, muito bem. Não começamos assim tão bem, o que tem concerteza explicação com o facto de termos a poucos dias do inicio de época ficado órfãos de ‘mister’, mas aos poucos, ainda que com um ou outro solavanco de permeio, as coisas estão a superar as minhas expectativas iniciais, admito!

Bruno Moraes com mialgia de esforço
Faço votos para que não passe de uma ‘nuvem passageira’ e nos próximos dias tudo volte ao normal, porque para além de o ‘puto’ estar a atravessar uma fase de crescimento motivacional e físico, e ser uma maior-valia para o nosso plantel, até pelos golos facturados nos últimos jogos, merece toda a sorte do mundo.

Bosingwa motivado
Depois do castigo imposto pelo ‘mister’, ainda hoje ‘guardado a sete chaves’ quanto aos porquês motivacioniais, parece-me que o nosso Zé regressou com novo alento e ‘limpo das ideias’… espero bem que tenha juizinho porque já tem idade para isso. Não quero acreditar que as palavras de Jaime Pacheco ditas há uns anos atrás, venham alguma vez a ser uma verdade indesmentível… vá lá oh Zé, ganha-me juízo, carago!!

Postiga em alta
Depois do desterro, de regresso aos bons velhos tempos e em alta total… sempre acreditei em ti, pronto, vá lá, nunca te rotulei como um dos ‘mal-amados’ (termo com direitos de autor do amigo Zirtaev) e hoje, sinto-me recompensado por toda esta espera. Força Postiga, estamos contigo. (só um reparo… aquele agradecimento de ontem também ao Escarrolari, era escusado; estiveste mal nesse ponto, mas pronto, és novo e eu já te perdoei… lol)

Ibson para breve
Vamos lá puto, corda na sapatilha com isso... espero muito de ti. O pior já lá vai; agora é sempre a subir, sempre a subir rumo ao novo título e todos, somos poucos. Tu és daqueles que fazes sempre falta, sempre!! Anda lá, despacha-te.

Lucho e o piscar d’olhos do Atlético de Madrid
Pois, está bem… sonhem, sonhem mais um pouco, pode ser? Que tal mandarem para cá o Torres em troca e mais uns milhões, pode ser? Assim, talvez pensemos no assunto, caso contrário, promoções, promoções só no Jumbo!!

Jorge Costa a caminho de ser adjunto em Braga?
Há coisas que não entendo, não entendo mesmo, mas por ora, reservo-me ao direito de só mais tarde revelar o meu sentimento. A ser verdade, olha, boa, muito boa sorte para o teu 1º jogo, não te esqueças, ok?

Azuis no grupo de amigos do Escarrolari
Boa sorte Postiga, Quaresma e Raul Meireles… obviamente para quando regressarem!! Até lá, força Cazaquistão e meus meninos, nada de meterem o pé e depois virem lesionados, ok? Por isso, desejo-vos para essas férias, um bom descanso!!

PS Lembram-se de um tal de Ministro?... lembram-se das palavras deles há uns bons meses atrás?... mas será que deixou de ser lambe-botas por causa de uma mísera convocatória para um passeio turistico?... diz ele: “Há que acatar com bom senso as decisões do seleccionador. Mas se não estiver na próxima convocatória, já é uma situação diferente”… lol lol lol… vai uma aposta que a concretizar-se na próxima convocatória, ainda nos vamos todos rir a bom rir com as revelações bombásticas que poderão cair?... lol lol lol… eu estou curioso, muito curioso… lol lol lol… Escarrolari, estou contigo nesta!!!... Ministros na ‘tua’ selecção, nunca mais, ok?... lol lol lol

09 novembro, 2006

Se a demência mental pagasse imposto…

Mais uma brincadeira… mais uma piada… mais uma provocação… mais um ‘vómito e diarreia mental’ própria e digna dos mentecaptos ridículos.

Ó faxabôre, sai lá mais uma queixinha… cliquem aqui para ler o rídiculo no seu pior.

Blá... blá... blá... parece que a azia ainda não passou. Já agora, depois de ler tudo e me ter rido que nem doido, só uma perguntinha nada inocente: e o resultado satisfaz? ou querem repetir o jogo?

Quem semeia ventos, colhe tempestades… não gostaram dos cânticos? será que no cesto do pão, a acústica é assim tão má que ele não ouve os insultos proferidos aos visitantes e quando lá vai o Grande PdC, ao próprio? Bem… agora só faltava que ao entrar para um estádio de futebol, me tapassem a boca com fita-cola para não poder vociferar quando me der na real gana, só faltava mesmo… tão humanos e bem educados que eles são, coitadinhos!

Porque será que se esqueceram de mencionar o ‘dedinho’ do Al Beiga, porque será?... querem ver que afinal o que ele estava a comunicar para a bancada era como que a dizer, ficamos a ‘um’, a ‘um’ golo do empate?... ou então, era a dizer que só queria mais um na baliza do Benfas, seria?... pronto, foi mesmo esquecimento.

Apareceram por lá uns 28 cromozitos de vermelho vestidos que entraram no estádio… querem ver que afinal eram adeptos do FC Porto infiltrados?

Se existe alguém com razão de queixa, e porque a tem, é mesmo o FC Porto que se viu privado do seu melhor jogador à data para os próximos 3/4 meses por uma entrada assassina nem sequer sancionada por um tal grego… ups, grego não, que isso é xenofobia… um tal Katsouranis de seu nome.

Esta mania da perseguição já ‘mete nojo’; este estado doentio já pertence ao foro clínico. Em suma, mais uma nuvem de nada; o velho truque para enganar tolinhos (mas eles gostam assim…).

Esta ‘nova queixinha’ só pode ter sido escrita aqui pelo ‘mare witle’. Seja lá o que fôr que ele esteja a falar, aquilo deve fazer todo o sentido na cabeça dele… LOL... um jogo que terminou em 3-1 (?!?); bem, com aquele 'tinto', até admira só ter visto 3-1, podia ter sido bem pior, sei lá, uns 5-3, uns 8-5... LOL

O outro 'mister'...

BANCO

Durante algum tempo, por força da inexistência de argumentos razoáveis e racionais para justificar o afastamento compulsivo de Vítor Baía da Selecção Nacional, e enquanto o guarda-redes do FC Porto dava o seu contributo para a conquista da Taça UEFA, da Liga dos Campeões e de dois campeonatos nacionais, entre outros títulos menos mediáticos, criou-se uma espécie de mito. Rezavam essas lendas que o guarda-redes portista, por sinal recordista mundial de títulos, pura e simplesmente não podia sentar-se no banco de suplentes sem provocar uma revolução. Bem vistas as coisas, quando anda com aquela barba de três dias, Baía não consegue disfarçar as semelhanças com Fidel Castro e todos sabemos como Scolari é avesso a evoluções, perdão, revoluções. Há uma outra teoria, que fala de uma eventual incapacidade de Ricardo para lidar com a pressão de ter Baía ali mesmo ao pé, pronto para discutir a titularidade em pé de igualdade, mas essa nunca vingou, ninguém sabe exactamente porquê.

Certo é que a última temporada desmontou esse mito de um Vítor Baía incapaz de se sentar no banco de suplentes sem ter um ataque de urticária. Suplente e amigo de Helton, Baía nunca foi o foco de instabilidade para a equipa - nem para o companheiro - que alguns visionários adivinhavam, assumindo a condição de referência de um plantel jovem que abraça a sua experiência. É evidente que Baía não gosta de ser suplente, e é natural que ainda queira jogar, mas a sua importância, no banco como no relvado, é indiscutível.

NEGÓCIOS À PARTE

"Tento ajudar os meus companheiros, mas a figura do treinador é soberana"
Vítor Baía, guarda-redes do FC Porto

# Jorge Maia, n’O JOGO de 2006.11.08

08 novembro, 2006

Miguel Sousa Tavares – Nortada

Não aconteceu nada…

1 - Passou mais de uma semana desde que Katsouranis partiu a perna a Anderson e lhe provocou uma ruptura de ligamentos do pé. Sim, já sei, vão dizer que foi sem querer, que entrou à bola, etc e tal. Que fosse: o facto é que, com dolo, com negligência ou sem culpa, partiu-lhe a perna e rompeu-lhe os ligamentos. Ou há dúvidas sobre isso?

Passou-se uma semana... e nada se passou. O Conselho de Disciplina da Liga (outrora tão rápido a suspender preventivamente jogadores do FC Porto, através dos célebres sumaríssimos), entendeu que o assunto não merecia sequer a abertura de um processo de inquérito ao jogador do Benfica— muito menos a sua suspensão preventiva, a sua condenação a alguns jogos de suspensão ou, no limite e como alguns espíritos ingénuos poderiam imaginar, a suspensão do jogador benfiquista até que o portista estivesse de volta ao campeonato — que, sem ele, ficou infinitamente mais pobre. Nem Katsouranis foi minimamente incomodado por aquela entrada, pelos vistos, banal, nem o impávido Lucílio Baptista viu a sua complacência questionada pelo Conselho de Arbitragem. Não fosse o pobre do Anderson ter sido operado, estar agora a sofrer com dores e ter pela frente apenas a perspectiva de um longo, incerto e doloroso processo de recuperação fisioterapêutico, e dir-se-ia que, de facto, nada se passou no Dragão, ao fatídico minuto 23 do jogo da semana passada. Lucílio Baptista foi renomeado para um jogo desta semana e Katsouranis tem até sido o jogador mais decisivo do Benfica: marcou o primeiro golo no Dragão, quando poderia estar já expulso, e marcou contra o Beira-Mar, quando poderia estar suspenso. Pelo contrário, se alguém ainda, dez dias depois, regressa ao assunto, é para dizer, muito a propósito, que já basta de falar nele. Mas quando um jogador do Beira-Mar tem uma entrada dura, mas infinitamente mais suave que a do Katsouranis, sobre o Miguelito, o público da Luz e os comentadores reclamam em uníssono a sua expulsão. Assim se vê a força do Benfica!

O que não iria por aí agora se, em lugar do Anderson, tem sido o Simão a sair do Dragão com uma perna partida e uma ruptura de ligamentos, depois de um corte «perfeitamente normal» de um jogador portista!

E se tivesse sido o terceiro jogador do Benfica a sair arrumado, no mínimo para um mês, após menos de meia hora de jogo contra o Porto, em três dos últimos quatro derbies?!

Entretanto, achei deliciosas as explicações avançadas pelos simpatizantes benfiquistas para justificarem a limpeza com que o melhor jogador do campeonato foi despachado para o hospital e para o estaleiro. Para além da entrada «perfeitamente normal e legal» do Katsouranis, houve dois outros argumentos invocados, qual deles o mais extraordinário. O primeiro, sustentava que o Anderson já tinha entrado em campo lesionado, pressupondo, portanto, que o Katsouranis não teve nada a ver com o assunto: foi o departamento médico do FC Porto que, por sugestão maquiavélica de Pinto da Costa, tinha mandado o miúdo para o campo com uma perna partida e uma ruptura de ligamentos... e ele foi! O segundo, aliás também veiculado no site oficial do Benfica, dizia que o Anderson havia regressado ao jogo após a entrada do Katsouranis (de facto, regressou, durante trinta segundos e a pé coxinho...) e que, no final, até havia festejado em campo a vitória. Logo... Logo, das duas uma: ou foi a tentativa de regresso e os festejos que lhe causaram fractura do perónio e ruptura de ligamentos, ou ele, realmente, não tinha nenhuma dessas lesões e foi operado, engessado e retirado dos relvados durante largos meses apenas para que o FC Porto se pudesse queixar da dureza do Benfica. Isto ouvi eu da boca de pessoas que tenho como inteligentes e intelectualmente honestas. Caramba, o que o futebol nos faz! Custa assim tanto reconhecer que o futebol não pode consentir jogadas daquelas, sob pena de se resumir a um jogo onde o talento tem de pagar tributo no hospital?

2 - Com a mesma facilidade e o mesmo resultado, os três grandes da Liga dos Campeões desembaraçaram-se dos seus adversários domésticos, não acusando o cansaço que outras equipas da Champions acusaram neste fim-de-semana.

Domingo, na Luz, o Benfica fez uma boa e convincente exibição contra o Beira-Mar — além do mais, levantando uma questão que já aqui me coloquei: como se justifica que uma equipa que, ao fim de dez jornadas de campeonato, já tem mais seis jogos oficiais disputados que o seu adversário e que, a meio da semana teve um compromisso europeu de grande grau de exigência, apresente uma condição física infinitamente melhor que a outra? É que, se a qualidade técnica de uma equipe depende do talento dos seus jogadores e este depende da capacidade financeira do clube, já a preparação física, a mim, parece-me depender apenas do trabalho feito durante a semana. E aí não há diferenças justificáveis entre «grandes» e «pequenos».

Mas, além do mais, porque o jogo já estava ganho e a exibição tinha sido bem aceitável, pior se compreendem os assobios que o público da Luz reservou à entrada em campo de Mário Jardel. Será porque ele foi um extraordinário avançado que para sempre ficará ligado à história dos nossos campeonatos? Porque, depois de vários trambolhões na vida, tenta, com todo o brio e dignidade, regressar, aos 34 anos, ao jogo que o imortalizou? Ou será porque jogou nos rivais, Porto e Sporting e não jogou no Benfica? Mas, se é por isso, o público da Luz faria bem em lembrar-se que, se ele não jogou no Benfica, é porque Manuel Vilarinho — que ganhou as eleições a Vale e Azevedo acenando com um contrato assinado com Jardel — posteriormente não honrou o contrato, nem perante o Benfica, nem perante o próprio Jardel.

Em Alvalade, frente a um Braga que, não consigo perceber porquê, alguém inventou também como candidato ao título, o Sporting obteve mais uma vitória sem grande esforço nem talento. Não só o Braga se encarregou de entregar logo o jogo, em autogolos, antes mesmo de o Sporting ter feito um remate, como, no resto do tempo, a equipa de Carlos Carvalhal exibiu um futebol indigente.

Em Setúbal, finalmente, o FC Porto tratou de ganhar rápida e esclarecedoramente e o único verdadeiro obstáculo que enfrentou foi mais um árbitro complacente com entradas de arrepiar ás pernas dos jogadores azuis e brancos. E aí vão três vitórias consecutivas sem Anderson e o fim de um ciclo terrível ultrapassado com distinção. É um FC Porto a subir de forma e de convicção, com um ressuscitado Postiga, um Quaresma regressado aos grandes dias e um Lucho, enfim, a aproximar-se do que vale. E um treinador «normal», que não complica nem inventa. Este é, uma vez mais, o grande candidato ao título.

3 - Depois de ter dado ao Benfica 15 milhões de euros, em troca da utilização do ridículo nome de Caixa Futebol Campus para o centro de estágios do Seixal (nome que, obviamente, ninguém utiliza), a Caixa Geral de Depósitos é agora suspeita de ter dado idêntica quantia pela utilização dos direitos de imagem do seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari. Parece que, lá pela Caixa, estarão muito contentinhos por terem vencido a «concorrência» e terem obtido o exclusivo da imagem do seleccionador. Mas eu temo que seja outro exemplo de investimento sem retorno publicitário adequado: é que, à força de emprestar a sua imagem para tudo e mais alguma coisa, os anúncios com Luiz Felipe Scolari já não conseguem interessar ninguém, apenas incomodar ou irritar as pessoas. Mas, enfim, cada um sabe de si e tudo estaria muito bem se a Caixa, ao mesmo tempo que nega o valor de 15 milhões avançado para o contrato com Scolari, não se negasse igualmente a dizer qual é, então, o valor acordado. Serei eu que estou desactualizado, ou a Caixa ainda é um banco 100% público e Portugal ainda é uma democracia, onde o destino dado aos dinheiros públicos não pode constituir segredo de Estado?

# in Jornal “A BOLA”, 2006.11.07

06 novembro, 2006

Um passeio no Sado…

E ao fim da 9ª jornada, o FC Porto continua isolado no 1º lugar com 22 pontos, 7 vitórias, melhor ataque e melhor defesa e com a alegada ‘Anderson-dependência’ a passar completamente despercebida, para desespero do ‘abutres de serviço’… e parafraseando o nosso Mister, ‘apenas estamos a 60%’… imaginem quando estivermos a 61%, ninguém nos vai parar.

Se pensarmos que já defrontamos Braga e Sporting fora de casa, e recebemos o SL Benfica até esta jornada, esta análise leva-nos a pensar que nem é bom, nem é mau… é excelente! Por tradição, este era um daqueles jogos com médio-alto grau de dificuldade, o que pelo 2º ano consecutivo, não se veio a confirmar… este mais que o anterior, foi um passeio turístico tranquilíssimo apenas para ver os golfinhos do Sado.

Desta vez, o Prof. Jesualdo não me surpreendeu com o onze titular: Hélton, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Fucile, Paulo Assunção, Lucho, Jorginho, Quaresma, Lisandro e Postiga.

Como já disse, a entrada em jogo do FC Porto foi brutal e intensa, sem sequer deixar os jogadores setubalenses perceber que afinal o jogo já tinha começado… com 4 minutos de jogo apenas, Lisandro faz 0-1 e inaugura o marcador com um cabeceamento ao 2º poste, depois de uma cruzamento magistral de Quaresma que sobrevoa Nelson que fica muito mal na fotografia. No reatamento, aos 6 minutos, Hélder Postiga, na 2ª tentativa, recebe um passe com mel de Jorginho, afasta um adversário e remata para o fundo das redes, fazendo o 0-2. Melhor? Nem na farmácia!

A partir daqui, e assumindo sempre as despesas do jogo até ao final da 1ª parte, o FC Porto mais não fez que gerir o jogo e o resultado, porque nitidamente, notava-se que os jogadores do Setúbal estavam praticamente derrotados. Lá foi surgindo mais uma ou outra situação com perigo, com a inacreditável perdida de Lucho depois de lançado por Quaresma, frente a frente com Nelson, mas o marcador manteve-se inalterável.

Para os segundos 45 minutos, quem esperava um Setúbal mais atrevido, enganou-se redondamente. Apesar do ritmo de jogo ter acalmado, o FC Porto continuou a controlar o jogo, sem que nunca permitisse qualquer veleidade aos verdes-e-brancos.

Apesar de ter criado diversas oportunidades para alargar a vantagem no marcador muito mais cedo, apenas aos 77 minutos, chegamos aos 0-3, na cobrança de um livre directo por Ricardo Quaresma que com um forte remate e colocado, não deu qualquer hipótese de reacção a Nelson.

Até ao final do jogo, foi gerir e criar mais uma mão cheia de oportunidades, já depois das entradas de Marek Cech, Bruno Moraes e Alain, mas estes não estavam para ai virados.

Agora, com a paragem do campeonato por 1 semana, há tempo para descansar e descansar… para se voltar em força para a próxima jornada no Dragão, em que defrontaremos a equipa da Académica.

Azul Positivo - Entrada há matador em jogo; mais um golo de Quaresma com dedicatória especial ao Vítor Baía, porque o respeitinho é muito bonito e o pulso no ‘comando’ do plantel, mantém-se inalterável.

Azul Negativo - A minha nota de destaque pela negativa vai para a narração do comentador-palhaço de serviço na SPORTV ao lance ocorrido aos 55 minutos, numa disputa de bola mutua entre Bruno Alves e Mbamba… aquela narração ao melhor estilo de “assassinato público” do jogador Bruno Alves, com chamadas de atenção para o lance entre este e Nuno ‘atira-te pró chão’ Gomes da época passada é do mais estúpido, nojento e porco que me recordo dos últimos tempos. Então um lance duro (é verdade…), mas em que vão os dois ao lance de pé em riste na disputa da bola, tem alguma coisa a haver com a ‘paragem de relógio’ da época passada?... poupem-me a continuar ouvir estes ‘palhaços ignorantes, ridículos e frustrados’ comentadores de serviço; há coisas que parece, nunca irão mudar, definitivamente!!