31 agosto, 2018

A ÉPOCA DAS NOSSAS MODALIDADES - BASQUETEBOL / ADV. EUROPEUS.


Na sequência dos posts anteriores hoje irei-me debruçar sobre os adversários europeus da equipa de....
  • BASQUETEBOL
A nossa equipa de basquetebol inicia a época com a eliminatória perante o BC Nizhny Novgorod com jogos no Dragão Caixa a 20 de Setembro e a deslocação a Nizhny Novgorod a 22 de Setembro.

À semelhança do adversário europeu da equipa de andebol, também este adversário foi fundado no ano 2000. As semelhanças com o adversário do andebol não ficam pelo ano da fundação já que também esta equipa não tem títulos nacionais relevantes, sendo as melhores performances o título de campeão da 2ª divisão em 2010 e um 2º lugar na 1ª divisão russa em 2013/14. Na taça russa também a melhor performance é um vice-título em 2011 e 2018.

A nível internacional o ano de 2013/14 foi, ainda, o ano de melhor performance com a presença nas meias-finais.

Na época de 2017/18, o nosso adversário também esteve presente nesta fase da Liga dos Campeões onde defrontaram os Antwerp Giants e cujo desfecho foram 2 derrotas, tendo sido relegados para a FIBA Europe Cup onde jogaram no grupo H e se qualificaram em 1º lugar com um saldo de 5 vitórias e apenas 1 derrota. Na 2ª fase de grupos, disputaram o grupo I e apuraram-se em 2º lugar com um saldo de 3 vitórias e 3 derrotas.

Com esta classificação, nos 1/8 final defrontaram os cipriotas Keravnos Strovolou B.C. onde o desfecho foram 2 vitórias para os russos. Nos 1/4 final o adversário foi o S.S.P. Reyer Venezia Mestre onde uma derrota na 1ª mão em Itália e uma vitória no jogo na Rússia foi insuficiente para lograrem o apuramento. A equipa que eliminou o nosso adversário em 2017/18 acabou por vencer a competição o que dá ainda mais valor à campanhã europeia do nosso adversário.


A nossa presença em 2017/18 iniciou-se com a pré-eliminatória da FIBA Europe Cup perante os israelitas do Bnei Rav-Bariach Herzliya, onde no agregado vencemos por 151-150. Na fase de grupos ficamos classificados no Grupo C, onde a nossa performance se cifrou por 3 vitórias e 3 derrotas, que impediu o nosso apuramento. Um dos nossos adversários na 1ª fase de grupos, Kataja Basket Club, ficou no grupo I e no confronto com o Nizhny Novgorod teve 2 derrotas o que demonstra o valor da equipa que nos calhou em sorte na Liga dos Campeões de Basquetebol.

O plantel do nosso adversário sofreu uma reformulação face à época anterior o que não nos permite aferir a real valia deste plantel uma vez que as performances de 2017/18 foram-no com um plantel claramente diferente do que nos irá defrontar a 20 e 22 de Setembro.

Até à eliminatória com o FC Porto, o nosso adversário irá defrontar 3 equipas eslovenas (Sencur, Olimpija Ljubliana e Zlatorog), os turcos do Besiktas, os Montenegrinos do Buducnost e ainda 2 equipas sérvias (FMP Belgrad e Estrela Vermelha). Deste leque de adversários, podemos notar uma preparação muito forte com adversários de enorme valia, onde podemos dar especial destaque ao adversário Montenegrino que irá participar na Liga Europeia 2018/19.

Tendo o nosso plantel sofrido, como acontece anualmente, algumas mexidas importantes e sendo esta eliminatória numa fase muito precoce da temporada, acredito que será uma eliminatória muito complicada para as nossas cores e o desfecho mais real deverá ser a “despromoção” para a FIBA Europe Cup. No entanto, um pavilhão cheio e com grande apoio a 20 de Setembro, poderá ajudar a criar uma vantagem que permita sonhar no jogo em solo russo pelo que todo o apoio é fundamental no dia 20 de Setembro.

Abraço,
Delindro.

30 agosto, 2018

LIGA CAMPEÕES 2018/2019 - SORTEIO FASE GRUPOS.


Lokomotiv, Schalke e Galatasaray no caminho europeu
FC Porto integra o Grupo D da Liga dos Campeões ao lado de russos, alemães e turcos

O sorteio da fase de grupos da edição 2018/19 da Liga dos Campeões realizado na tarde desta quinta-feira, no Mónaco, ditou que o FC Porto terá como adversários os russos do Lokomotiv Moscovo, os alemães do Schalke 04 e os turcos do Galatasaray. Os quatro clubes integram o Grupo D da mais prestigiada competição europeia de clubes, na qual os Dragões são recordistas de presenças (23) ao lado de Barcelona e Real Madrid.

O Lokomotiv é o atual campeão da Rússia e nunca defrontou o FC Porto nas competições europeias. O plantel orientado por Yuri Semin integra dois internacionais portugueses: o médio Manuel Fernandes e o avançado Éder, que apontou o golo que deu aos ferroviários o terceiro título de campeão do palmarés, no qual ainda juntam sete Taças da Rússia.

O Schalke 04 é o único dos três adversários que já defrontou os portistas em jogos oficiais, sendo que a última vez foi há precisamente dez anos, nos oitavos de final da Champions. É treinado pelo germano-italiano Domenico Tedesco, que conduziu os azuis reais ao segundo lugar da Bundesliga e joga no estádio onde, em 2004, o FC Porto se sagrou campeão europeu pela segunda vez na história, com uma vitória sobre o Mónaco por 3-0.

Os campeões da Turquia voltam a cruzar-se com os portistas pela segunda época consecutiva. Se em 2017/18 foi o Besiktas, desta vez é o Galatasaray comandado por Fatih Terim que, na sua quarta passagem pelo clube, o levou à conquista do 21.º título de campeão nacional. No plantel dos leões turcos alinham dois brasileiros bem conhecidos dos portistas, o central Maicon e o médio Fernando.



CALENDÁRIO DO GRUPO D

1.ª jornada (18/09/18)
Schalke 04-FC Porto (20h00)
Galatasaray-Lokomotiv Moscovo (20h00)

2.ª jornada (03/10/18)
FC Porto-Galatasaray (20h00)
Lokomotiv Moscovo-Schalke 04 (17h55)

3.ª jornada (24/10/18)
Lokomotiv Moscovo-FC Porto (20h00)
Galatasaray-Schalke 04 (20h00)

4.ª jornada (06/11/18)
FC Porto-Lokomotiv Moscovo (20h00)
Schalke 04-Galatasaray (20h00)

5.ª jornada (28/11/18)
FC Porto-Schalke 04 (20h00)
Lokomotiv Moscovo-Galatasaray (17h55)

6.ª jornada (11/12/18)
Galatasaray-FC Porto (17h55)
Schalke 04-Lokomotiv Moscovo (17h55)



FASE DE GRUPOS DA LIGA DOS CAMPEÕES 2018/19

Grupo D: Lokomotiv Moscovo (Rússia), FC PORTO (Portugal), Schalke 04 (Alemanha), Galatasaray (Turquia)

Grupo A: Atlético Madrid (Espanha), Borussia Dortmund (Alemanha), Mónaco (França), Club Brugge (Bélgica)

Grupo B: Barcelona (Espanha), Tottenham (Inglaterra), PSV Eindhoven (Holanda), Inter (Itália)

Grupo C: Paris Saint-Germain (França), Nápoles (Itália), Liverpool (Inglaterra), Estrela Vermelha (Sérvia)

Grupo E: Bayern (Alemanha), Benfica (Portugal), Ajax (Holanda), AEK Atenas (Grécia)

Grupo F: Manchester City (Inglaterra), Shakhtar Donetsk (Ucrânia), Lyon (França), Hoffenheim (Alemanha)

Grupo G: Real Madrid (Espanha), Roma (Itália), CSKA Moscovo (Rússia), Viktoria Plzen (República Checa)

Grupo H: Juventus (Itália), Manchester United (Inglaterra), Valência (Espanha), Young Boys (Suíça)

OS 5 PROBLEMAS QUE ESTÃO A AFECTAR O ARRANQUE DO FC PORTO.


1. Ausência de Marcano
Uns apontam as falhas de Maxi, outros lembram a displicência de Telles. Para mim, nem uma coisa nem outra. Maxi começou a época, aliás, a todo o gás, enquanto que Telles é somente um lateral de calibre selecção brasileira. O maior problema tem dois nomes: Ivan Marcano. Todos os grandes centrais do FC Porto – e eles foram ENORMES – afirmaram-se já depois dos 24 anos.
Estava nas Antas quando vi a estreia desastrosa de Ricardo Carvalho, com as nossas cores, oferencendo um golo de bandeja a um avançado adversário. Viria a ser o melhor defesa do mundo (o melhor de sempre na Premier League), mas naquele dia ainda não estava preparado. Jorge Costa andou por vários empréstimos antes de chegar ao FC Porto e, mesmo quando teve lugar no plantel, suportou ser uma segunda escolha, atrás de Aloísio, Couto e José Carlos. Pepe era fortemente assobiado nos inícios de Dragão e Bruno Alves, também ele, demorou bastante a afirmar-se de azul-e-branco. Dizendo isto, Diogo Leite tem todas as qualidades para ser um central à Porto, mas ainda tem que amadurecer.
Felipe é um grande central, mas vemos hoje que o líder da defesa era claramente Marcano, central rodado, experiente e que, sem necessitar de chamar a atenção, limpava a área com categoria e eficácia.

2. Falta Músculo a meio-campo
O Porto de Conceição é capaz de passar 80% dos jogos a atacar e a carregar nos adversários. No entanto, nenhuma equipa no mundo pode dispensar um verdadeiro carregador de piano. Isso ficou bastante claro desde aquela mítica saída de Makelelé do Real Madrid. O clube madrileno aprendeu isso e hoje em dia não dispensa Casemiro à frente da defesa. O Barcelona não admite vender Busquets. O City de Guardiola utiliza Fernandinho, o Bayern joga com Javi Martínez. O FC Porto, fruto da difícil lesão de Danilo, joga com dois médios box-to-box, mas que não apresentam, nenhum deles, as normais características de um trinco.
Mesmo a nível de cultura FC Porto, o chamado trinco que protege a zona defronte dos centrais assume já uma importância histórica. Vários nomes de eleição fizeram essa posição: Paulinho, Paredes, Costinha, Assunção, Fernando e agora Danilo.
Herrera e Sérgio Oliveira vinham dando conta do recado, mas, para um campeonato inteiro, a falta de um trinco na verdadeira acepção da palavra é dramática para qualquer equipa. A ausência do português tem até uma dupla consequência: além de não termos ninguém fadado para proteger a zona 6, temos Herrera mais preocupado em defender e incapaz de pressionar mais à frente. Assim, o regresso de Danilo poderá soltar Herrera para funções mais adiantadas, dando-lhe liberdade de pressionar e de iniciar a construção em terrenos mais próximos da baliza.

3. O Fantasma chamado Abou
No ano passado, Abou e Soares apareceram como a dupla de eleição do ataque de pré-época do FC Porto. Notava-se no camaronês uma enorme alegria em campo. Entretanto, Soares lesionou-se (tal como agora…) e Marega saltou para o 11. Nesse arranque demolidor, Abou fez quease a totalidade dos 30 tentos com que viria a acabar a época. Este Aboubakar é um jogador totalmente diferente: triste, acabrunhado, lento, de ombros caídos, sem chama, incapaz de surgir desmarcado para armar o remate. Nenhuma equipa grande resiste à ausência de um grande avançado.

4. As Lesões e a Menor Concorrência
Começar uma época sem Danilo não é fácil; ver um reforço como Mbemba chegar e lesionar-se no 1º treino muito menos; depois foi a vez de Soares, num filme já com demasiadas repetições; agora são as queixas musculares de Brahimi e Corona. Ou os jogadores estão a trabalhar pouco ou estão a trabalhar com cargas demasiado pesadas. A rever com atenção.
No ano passado, Iker teve em José Sá uma sombra. Ricardo Pereira nunca pôde descansar, pois Maxi é um profissional de corpo inteiro. Alex Telles tinha em Dalot uma alternativa mais do que viável. Felipe, Marcano e Reyes tinham todos estatuto de titulares. Danilo tinha Sérgio Oliveira a morder-lhe os calcanhares. Abou, Soares e Marega degladiavam-se por um lugar no 11. Hoje em dia, fruto de saídas importantes e de lesões, há jogadores em claro sub-rendimento e de alguma forma acomodados. Esperemos que João Pedro, Mbemba e Militão sejam opções credíveis e comecem a lutar por um lugar no 11, tal como Oliver já agora.

5. Incapacidade de controlar o jogo
Há uma diferença entre dominar um jogo e controlá-lo. Sérgio Conceição é especialista na primeira arte, mas ainda é um treinador tenro na segunda. Sou um dos maiores apreciadores do estilo de Conceição, pois veio trazer ao FC Porto aquilo que lhe faltava nos últimos 4 anos: capacidade de rasgar e dinamitar os autocarros adversários, fruto de uma maior capacidade de explosão no último terço do terreno, aliando a isso uma alma e um carácter à Porto.
Se no capítulo ofensivo, Sérgio Conceição só poderá ser comparado a Bobby Robson e a André Villas-Boas, tal é a velocidade e dinamismo que imprime no último terço do terreno, no capítulo de controlo do jogo já desde o ano passado que se notam lacunas evidentes. Este Porto só vê baliza e parece só saber divertir-se quando a ordem é atacar. Ora, uma das maiores qualidades da equipa de José Mourinho era essa mesma: ser mestre em baixar o ritmo, arrefecer os ânimos e dar o domínio do jogo ao adversário, mantendo ainda assim o controlo do mesmo. Com Mourinho a ganhar 2x0, os jogos entravam naquela toada morna, de faltas e faltinhas a meio-campo, com jogadores no chão a simular lesões, trocas de bola entre os centrais e o guarda-redes, e, de tanto sono que dava, os 90 minutos surgiam como um alívio para todos. Não era tão bonito como agora, mas era mais eficaz.

Rodrigo de Almada Martins

29 agosto, 2018

HÁ DERROTAS QUE MATAM, OUTRAS QUE DESPERTAM!


A ideia de que há derrotas que matam, outras que despertam já tinha sido lançada há várias décadas pelo génio de Saint-Exupéry, porém o passado sábado fez questão de a recuperar na sua máxima essência. Sim, porque perder para o Campeonato no nosso Dragão não acontecia há mais de dois anos.

Está nas mãos (na verdade é mais nos pés até) do nosso plantel e do nosso treinador provarem que esta derrota servirá muito mais para despertar a equipa que foi campeã no ano passado do que propriamente para matar qualquer esperança de provar que a época anterior foi muito mais do que... o Herrera aos 90.

Eu prefiro acreditar que foi uma derrota para despertar, porque vi atributos à Campeão na reação ao que aconteceu. Por parte de adeptos, equipa, treinador, clube, universo azul e branco.   

Vi adeptos verdadeiros
Os verdadeiros apoiam sempre, não viram as costas ao primeiro embate, nem levantam o rabinho da cadeira rumo ao carro ou ao metro antes do jogo acabar só porque não estão a gostar do que estão a ver. A maioria apoiou e não abandonou a equipa à angústia já de si praticamente inevitável por via daquela derrota.

Vi reações inteligentes
Inteligentes e realistas, percebendo que nem somos os magos da bola porque demos 5-0 ao Chaves num grande jogo, nem somos tão fraquinhos que deixámos o VSC virar um 2-0 no nosso estádio para 2-3. Somos, isso sim, uma equipa de campeões, que está ainda à procura não só da melhor forma e dinâmica, mas também tentando reinventar-se por forma a disfarçar alguns problemas e limitações que tem. A boa notícia é que os rapazes podem muito mais do que mostraram até agora. A má notícia é que essas tais limitações são ainda mais visíveis no plantel do que na equipa-base propriamente dita. Quando o calendário apertar…. You know what I mean.

Vi coragem no treinador   
Todos sentimos que não merecemos mais do que a sorte que tivemos. O mais incrível foi vermos Sérgio Conceição assumi-lo, sem desculpas, com toda a frontalidade e honestidade do mundo. O mister disse o que todos sentíamos naquele momento, mas que raramente ou quase nunca ouvíramos em passados comparáveis. Aquela flash interview + conferência de imprensa foram, na minha humilde opinião, um dos momentos mais marcantes (na imprensa) do seu legado de um ano e poucos meses na cadeira de sonho. Porque é bom para o clube (e mais ainda para a equipa) admitir o que é responsabilidade nossa com coragem e sem truques, e porque isso é também salutar para o futebol de mais alto nível. Os grandes, os verdadeiros grandes, conseguem ser ainda maiores quando perdem.  Mesmo que seja a coisa que mais odeiam fazer nesta vida.

Vi reações honestas na hora em que fomos beneficiados  
Ninguém teve problema de, prontamente, admitir que aquele segundo golo devia ter sido invalidado por offside e só algo muito anormal podia justificar a sua validação. Dito assim até parece óbvio e quiçá de um bacoco regozijo, já que é uma questão de dignidade apenas. Mas eu lembro-me de um certo jogo no ano passado de um golo anulado ao Herrera (que estava em jogo assim por, pelo menos, um metro) onde se andaram a contar histórias da carochinha só para não admitir o que mais custava: que o FCP deveria ter vencido aquele jogo. E também posso lembrar o famoso jogo da Vila das Aves onde uma falha no sistema do VAR permitiu que o Benfica fosse beneficiado. Acusem-me de ser faccioso, mas a reação pública não foi mesmo a mesma, não foi sequer comparável.

E agora queria ver…. Resiliência
Resiliência... na equipa, nos adeptos, na estrutura, em todo o lado. Resistir à adversidade, adaptar-nos à diferente circunstância que nos trouxe tão inesperada derrota. Evoluirmos na aprendizagem, com os erros cometidos. Não repetir erros. Potenciar o que de bom temos feito. Enfim, o bê-á-bá de uma reação à Campeão. E para acabar, uma dica “provocatória”, reforçada nos últimos dois jogos. Oliver de início, Mister! Porque não? Eu sei que é um assunto polémico, mas eu sou um dos que quer combater a ideia de que no seu 11 só cabem os jogadores da passada larga, do choque, da corrida e da “intensidade”.   Sim, Oliver ainda remata à baliza como se estivesse nas escolinhas, mas nos pés dele a bola é mais redonda. Quantas bolas perde? Quantas vezes deixa a equipa numa melhor posição depois de soltar a bola? Quantas vezes vê o que mais ninguém viu? A sério que um jogador com estes pés não tem mais minutos? Das últimas vezes que vi Oliver entrar, fiquei sempre com a sensação (se calhar foi só mesmo sensação às tantas) de que a equipa ficou melhor, de que a equipa ganhou qualidade de jogo. Vá lá Mister, não queria começar a ser chato com este assunto. Só uma vez, num jogo a sério qualquer. E atenção que Domingo é para voltar a ganhar. Just saying….


28 agosto, 2018

RUI FILIPE - A MORTE HÁ 24 ANOS.


Parece mentira, mas não é. Foi a 28 de Agosto de 1994, há exactamente 24 anos, que o nosso querido Rui Filipe nos deixou em direcção ao céu mais azul.

O autor do primeiro golo daquela que foi a maior epopeia futebolística do futebol português – o Penta Campeonato – viria a morrer em Vale de Cambra, num desastre de viação, quando cumpria um jogo de castigo.

Nesse mesmo dia, o inaudito aconteceu e o FC Porto teve que ir a jogo no já extinto Estádio Mário Duarte, derrotando o Beira-Mar. Dizia o Prof. Hernâni Gonçalves, também já falecido, que “no FC Porto ganhar não é o mais importante. É a única coisa”. Este jogo foi a excepção que confirma a regra. Todos os jogadores naquele dia – assim como todos os adeptos – trocariam de bom grado essa vitória pela vida de Rui Filipe.

Além desse golo que viria a inaugurar a dinastia do Penta, Rui Filipe figurou e inscreveu o seu nome na lista de marcadores numa das maiores vitórias internacionais fora de portas do FC Porto, naqueles 0x5 de Bremen que dizimaram o então campeão da Alemanha.

Não esquecemos.
Saudade imensa!

Rodrigo de Almada Martins

27 agosto, 2018

NÃO PEÇAM MILAGRES A SÉRGIO CONCEIÇÃO.


É verdade que, como disse Sérgio Conceição após o jogo do Dragão, os jogadores têm de fazer melhor. É verdade também que o próprio Sérgio tem de fazer melhor, tal como refletem as suas declarações após o jogo, o técnico português não se escudou em desculpas fáceis, nem em lugares-comuns, disse claramente que a equipa esteve mal e mereceu a derrota, valorizando também o mérito do seu adversário.

Mas uma coisa também é tão verdade como as anteriores... A SAD têm de fazer MUITO melhor do que aquilo que tem feito nos últimos anos, sobretudo na política desportiva, nomeadamente, política de contratações/vendas.

Dito isto, é muito fácil bater e criticar em todas as direções, dizer que está tudo mal depois de uma derrota retumbante como aquela que ocorreu no sábado em pleno Dragão. No início de agosto antes ainda da 1ª jornada do campeonato emiti neste espaço a minha opinião sobre a construção do plantel. Obviamente depois do que se viu no Jamor e no Dragão frente ao Vitória, reforço e reitero de forma preocupante aquilo que já era o meu enorme desagrado sobre a forma como os processos relacionados com a construção do plantel têm decorrido. Demorou uma eternidade para colmatar as saídas de 2 centrais, com a agravante de um deles se ter lesionado logo no primeiro jogo que fez. Gastou-se 6 Milhões de € em 2 jogadores que uma ou duas semanas após terem sido contratados foram dispensados, um rapaz Saidy que nos últimos anos não conseguiu ser titular nos colossos europeus Celtic e Saint Etienne e outro rapaz chamado Ewerton que jogava no mesmo de clube de onde tínhamos ido buscar outro rapaz chamado Paulinho. Cometer um erro uma vez ainda percebo, cometer o mesmo erro num espaço de meses, ainda por cima com o mesmo clube...

É bom que todos coloquemos a mão na consciência e reflitamos sobre o seguinte: Diogo Leite terá com certeza imenso potencial e um futuro brilhante mas comparemos o jovem português com Marcano? André Pereira terá com certeza imenso futuro mas comparemos com Soares ou Marega? Se juntarmos a isto, as lesões de Mbemba, Danilo e Soares, bem como as lesões durante o jogo do Dragão de Brahimi e Corona, se calhar temos também algumas luzes sobre o porquê das coisas terem corrido tão mal nos últimos dois jogos.

Já se percebeu algo muito simples, o FC Porto arrecadou mais de 65 milhões de € com saídas de vários jogadores este defeso e apenas gastou pouco mais de 20M com aquisições, sendo 6M€ dos quais na dupla Saidy + Ewerton, ou seja, o FC Porto está com enormes dificuldades em movimentar-se no mercado, tem falhado todos os alvos prioritários para o reforço da equipa (menos os dois centrais, também era o que faltava...) e é pouco crível que até ao fecho de mercado, algo de relevante e interessante aconteça para os lados do Dragão em matéria de entrada de jogadores.

Não peçam é depois milagres a Sérgio...

PS: Sábado foi um dia de acontecimentos raros, o FC Porto perdeu no Dragão e foi beneficiado pela arbitragem.

25 agosto, 2018

AVISOS DO JAMOR NÃO TIVERAM ECO NO DRAGÃO.


FC PORTO-GUIMARÃES, 2-3

O jogo da semana passada, no Jamor com o Belenenses, pouco ou nada serviu de aviso para os jogadores da equipa do FC Porto. Apanhados a vencer nos jogos por duas bolas de diferença, os jogadores azuis-e-brancos têm uma estranha relação com a superioridade e a vantagem durante as partidas. Depois de 2-0, frente ao Belenenses e do mesmo resultado, diante do V. Guimarães, os portistas deixaram-se empatar.

Mas, na semana passada, ainda foram a tempo de salvar a honra do convento. Hoje, o cenário inverteu-se. O FC Porto acabou por perder o jogo por 3-2 e deixou os primeiros três pontos, de uma forma inadmissível para quem almeja ser novamente campeão. Este jogo trouxe-me à memória dois encontros do passado da história do FC Porto. O primeiro avivou-me o episódio da última derrota caseira com o V. Guimarães, na longínqua época de 95-96 pelo mesmo resultado. Mas nesse ano, o FC Porto já era virtualmente campeão. O segundo jogo de que me lembrei, de imediato, foi a derrota caseira com um desconhecido da Eslováquia, de nome Artmedia. Nesse jogo, na época 2005-06, os azuis-e-brancos passaram pelo mesmo cenário. De uma vantagem de 2-0 permitiram a reviravolta para 2-3, em pleno Estádio do Dragão.


Sérgio Conceição deixou um claro aviso à navegação. Ou a equipa do FC Porto adopta a postura que tão bons resultados deram na época passada, ou vamos voltar ao passado recente, sem títulos e sem glória.

O jogo começou com pouca inspiração azul-e-branca. Algo manietados pela estratégia vimaranense, os jogadores do FC Porto tinham certas dificuldades em criar linhas de passe para chegar à baliza do Douglas. Apesar disso, Herrera, num remate desviado, e Felipe tiveram as suas oportunidades, nos primeiros 20 minutos, obrigando o Guarda-Redes Douglas a defesas de grande categoria.

A partir daí, o FC Porto passou a ter maior domínio e aproximou-se da baliza contrária. Dois minutos antes do golo, Maxi isolado na cara de Douglas, deixou para Aboubakar que permitiu o corte de João Afonso. Um golo completamente feito, desperdiçado pelo avançado camaronês. Não marcou Aboubakar, mas facturou Brahimi logo a seguir. Jogada excelente de combinação entre o argelino e André Pereira, com Brahimi a rematar fortíssimo para a baliza de Guimarães. Estaria feito o mais difícil.

Três minutos depois, Otávio rasteira João Carlos Teixeira na área portista e o árbitro manda seguir. Penalty claro que ficou por marcar. Aos 43 minutos, André Pereira, na cobrança de um livre do lado esquerdo, fez o 2-0 em posição irregular e o árbitro validou sem hesitações. Muito estranho dois erros consecutivos deixados passar em claro pela equipa de arbitragem. Depois veio-se a saber que as comunicações com o VAR, à semelhança do que aconteceu na Vila das Aves, na época passada no jogo entre o Desp. Aves e o Benfica, não estavam a funcionar.


Claramente uma falha grave que tem de ser corrigida para não termos que rever mais situações deste género. Por outro lado, nós, portistas, estamos aqui para reconhecer os erros e as situações em que somos beneficiados, ao contrário de outros que continuam a assobiar para o lado como se nada se passasse. Cada um que tire as suas conclusões.

Ao intervalo o jogo parecia estar, definitivamente, decidido e, com mais golo ou menos golo, os três pontos pareciam estar entregues. Mas tal como se viu em Belém, o FC Porto voltou a cometer os mesmos erros. E quem comete erros destes, jogo após jogo, acaba por sofrer as consequências. Algum dia o caldo acabaria por entornar. Os jogos têm 90 minutos + 4,5, 10, 11 minutos de descontos. Não têm 45, 50 ou 60 minutos. E os jogadores do FC Porto que se mentalizem disso mesmo. Um jogo só termina quando o árbitro apita e até lá, o FC Porto tem que jogar no máximo.

Na etapa complementar, tudo se inverteu. Sérgio Oliveira fez-se a um lance na sua área, de forma irresponsável e inconsciente e Ola John, aproveitando a má abordagem do médio portista, provocou a grande penalidade. Estavam jogados 63 minutos. André André reduziu o marcador para 2-1 e abriu o jogo.


O FC Porto, sentindo ou não sentindo o golo, manteve-se amorfo, sem ideias e sem capacidade para dar a machadada final no jogo. O V. Guimarães cresceu, continuou a jogar com critério, com qualidade na construção do seu jogo e foi extremamente eficaz no último terço do terreno. Por isso, o empate acabou por acontecer sem surpresa. Eu sentia na bancada que tal cenário estaria para acontecer. Numa investida vimaranense, Florent cruzou para a área e, perante a apatia da defesa do FC Porto, Tozé rematou forte e cruzado, ao ângulo inferior da baliza de Casillas. Faltavam cerca de 15 minutos para os 90 minutos.

Havia ainda muito para jogar, mas da parte dos Dragões não se viam ganas, nem vontade indómita de reverter o mau resultado que estava a acontecer. Falta de postura, de agressividade e de intensidade eram bem patentes na equipa de Sérgio Conceição. Brahimi e Corona, dois dos principais desequilibradores dos azuis-e-brancos, tinham saído por lesão e Marega, regressado e com poucos minutos em campo, nada acrescentava ao jogo ofensivo do FC Porto.

Até que perto dos 90 minutos veio o balde de água fria no Dragão. Num lançamento de linha lateral para o a equipa forasteira, a bola foi interceptada por Diogo Leite, mas escapou para Welthon. Este, com todo o tempo do mundo, fez o que quis. Dominou e assistiu Davidson, operando a reviravolta impensável.


Os campeões nacionais acordaram depois do terceiro golo, mas já era tarde demais. Óliver, numa jogada fenomenal, rematou à figura de Douglas. Marega e André Pereira, logo de seguida, desperdiçaram uma soberana oportunidade e a terminar o tempo de descontos, Herrera e Maxi, noutro lance, não fizeram melhor do que os seus antecessores.

Com este resultado, o FC Porto perdeu uma oportunidade soberana de ganhar dois pontos aos seus rivais directos e só se pode queixar de si próprio. Para além de ter tido uma postura pouco digna de um campeão nacional, a equipa azul-e-branca vai ter que repensar muito bem sobre a sua conduta e a Sérgio Conceição exige-se que opere mudanças imediatas porque há, com certeza, jogadores que querem mostrar o seu valor e reclamam a sua oportunidade.

Uma derrota justíssima, perante uma equipa que, para além de ter sido prejudicada pela equipa de arbitragem, soube manter a sua filosofia e procurou a sua sorte, num jogo que deve servir de claro aviso à navegação portista. O FC Porto recebe o Moreirense, no próximo Domingo e aos Dragões exige-se, nada mais, nada menos que os três pontos de uma forma convincente.





DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos de fazer mais e melhor"

Pouco FC Porto
“Faltaram-nos algumas coisas importantíssimas, mesmo quando estávamos a ganhar 2-0. Podíamos e devíamos ter feito mais. Apesar de o Vitória não ter criado perigo na primeira parte, estivemos lentos na circulação, além de ter faltado agressividade ofensiva e rapidez no nosso jogo. Independentemente do 2-0, faltaram-nos algumas coisas. O que senti depois disso é que deixávamos passar o tempo, sem sermos a equipa agressiva e intensa que somos habitualmente.”

Derrota justa
“Foi a primeira derrota em casa para o campeonato desde que sou treinador do FC Porto e há coisas que temos de rever e pensar. Também temos de pensar naquilo que nos levou a ganhar o campeonato na época passada e que neste momento não estamos a fazer. Temos de nos olhar olhos nos olhos e falar sobre o que não estamos a fazer. Por aquilo que fizemos neste jogo, a derrota é justa.”


Sem desculpas
“Não há desculpas, temos de fazer mais e melhor. Não sei se o Brahimi e o Corona contraíram lesões ou não, mas alguma coisa foi. A própria equipa não foi ao encontro do que eu estava à espera. Os jogadores que estiveram em campo tinham qualidade suficiente para segurar a vantagem ou até fazer mais golos. Uma das caracerísticas da nossa equipa é que não tira o pé do acelerador mesmo a ganhar. É preciso ter humildade e respeito pelo adversário, independentemente do resultado. Essa é a base. Depois do 2-0, senti a equipa com pressa que acabasse o jogo, sem alegria e sem prazer. É a análise que faço e já o disse aos jogadores.”

O apoio dos adeptos
“Isso é bom, faz bem ao ego, mas temos de ser nós a puxar pelos adeptos, a agradecer o apoio e a justificar a presença de quase 50 mil pessoas no Dragão. O público merecia outro tipo de atitude e de imagem neste jogo.”



RESUMO DO JOGO

24 agosto, 2018

PLANTEL - ANÁLISE SECTORIAL.


Ao final de uns meros 3 jogos oficiais, todos vitoriosos, podemos dizer que começamos aprensivos, passamos a eufóricos na abertura do campeonato e arrefecemos os ânimos na deslocação ao Jamor. Bem-Vindos à montanha-russa chamada futebol.
Parece ser pois tempo de assentar arraiais e tentar perceber o que pode de facto valer este plantel. Isto atendendo ao que já se viu e, mais importante, ao que ainda não se viu.

BALIZA
Começando na baliza, dizer peremptoriamente que Iker Casillas é claramente o melhor guarda-redes a actuar em Portugal. A saída de Rui Patrício torna as contas mais fáceis, além disso. A veterania do espanhol compensará a perda de algum fulgor físico e mais se diga que, numa posição tão sensível como a de guarda-redes, a experiência é um posto. A prestação de Casillas no FC Porto tem vindo sempre a evoluir, fruto de uma cada vez maior empatia do jogador e da sua família com os portuenses, e não será tão descabido assim esperar pela melhor época de Iker de dragão ao peito. A José Sá, creio, tem noção que lhe resta esperar por uma lesão do espanhol.

CENTRAIS
Na zona central, as duas baixas de vulto (Marcano e Reyes, este último nunca se tendo afirmado em pleno com as nossas cores) já se fizeram notar na Supertaça e no Jamor. Diogo Leite apresenta-se para já como um central experiente, tal é a forma descomplexada e mandona com que joga, mas claro está que ainda tem um percurso a fazer para cimentar a sua posição. A facilidade com que domina o jogo aéreo, ainda assim, remete-nos para centrais como Fernando Couto, Jorge Costa e Bruno Alves, na senda da velha tradição portista de dominar o jogo pelo ar.
Felipe será naturalmente o patrão da defesa e a dupla de matulões Militão/Mbemba parte para já atrás na luta por um lugar no 11. Muito embora pense claramente que Militão será talvez a melhor contratação do FC Porto nos últimos 5 anos – central com chancela de canarinha e com potencial para protagonizar transferência sonante a breve trecho – creio que se avizinha difícil que o brasileiro e Mbemba possam neste momento ganhar um lugar ao lado de Felipe. Diogo Leite reunirá as preferências dos adeptos por ser menino da casa, mas no nosso clube não costuma existir complacência com erros, pelo que ao mínimo deslize surgirá o apontar de dedo à inexperiência e juventude do jovem central. E se é certo que os erros de Diogo Leite irão acontecer mais cedo ou mais tarde, seria interessante que os adeptos azuis e brancos recordassem as várias enterradelas que tiveram de suportar por parte de Otamendi, Mangala, Maicon, Marcano, entre muitos outros.
Mas em súmula, parece-me que uma zona que conta com Felipe, Diogo Leite, Militão (pode jogar a central, lateral e até trinco) e Mbemba poderá deixar confiantes os adeptos portistas.

LATERAIS
Antecipando as contas de um campeonato e de uma Champions League que se prevêm durinhos, inspira cuidados – essa sim! – a lateral-esquerda, onde dificilmente Alex Telles aguentará uma época como a anterior. E se no ano transacto, houve Dalot para suprir a ausência de um dos melhores laterais-esquerdos da história do FC Porto – não apenas pelo que joga, que é muito, mas principalmente pelo que não fala (nem ele nem o seu empresário) – este ano não há simplesmente ninguém para permitir descanso ao brasileiro. Será que Sérgio Conceição confia em Militão ou Maxi para aquele lugar?
Na direita, ao contrário da euforia em torno de Maxi – que a meu ver começou a época como o jogador em melhor forma de todo o plantel, o que mostra bem o profissionalismo e compromisso do uruguaio – mantenho-me algo apreensivo, pois não acredito que o experiente jogador aguente uma época a este ritmo, feita de esticões e de sprints, tão ao gosto de Conceição. Será importante a sua presença no 11 até Dezembro e depois, acredito, cederá o seu lugar mais vezes a João Pedro ou Militão. O primeiro será um lateral mais à imagem de Ricardo Pereira, uma espécie de carrillero pela banda direita, enquanto que o segundo será um lateral do estilo Thuram ou Lichtensteiger, i.e., forte no jogo aéreo e a fechar ao centro, mas com mais dificuldades na saída em velocidade pelo corredor.

MEIO-CAMPO
No meio-campo surgem interrogações, muito devido ao papel que Danilo poderá ter nesta temporada, assim que regressar da lesão – oxalá tudo decorra sem problemas de maior. Se por um lado, o Comendador é um jogador que por si só garante máxima segurança e coesão defensiva, por outro foi no momento da sua lesão que Sérgio Oliveira e Herrera agarraram o meio-campo e empurraram o FC Porto definitivamente rumo ao título de campeão do ano passado. Neste momento, Sérgio Oliveira é peça imprescindível do xadrez de Conceição e Herrera é Herrera, o que deixa tudo dito. A forma como ambos pegaram no jogo frente ao Desportivo de Chaves – a combinarem quase de olhos fechados e a mostrar total sintonia fruto das rotinas ganhas na época passada – mostra que só sairão do 11 em caso de lesão.
Inventará Sérgio Conceição um meio-campo a três para albergar Danilo Pereira? Ou acredita o nosso treinador na necessidade de ir efectuando uma rotação nos lugares centrais, de forma a evitar a fadiga de elementos nesta zona nevrálgica do terreno? Será Conceição capaz de fazer de Danilo um box-to-box e libertá-lo da típica posição 6 a jogar à frente da defesa? Ou Danilo estará reservado mais para os jogos fora de casa, onde normalmente é necessário mais músculo a meio-campo? A curiosidade é grande, veremos.
A maior interrogação deste plantel continua a ser, ainda assim, o papel de Oliver no futebol de Conceição. Homem de toque curto e de bola no pé numa equipa de voltagem e de jogo de constantes rupturas e desmarcações, o pequeno espanhol tem-se visto como peixe fora de água. Não consigo conceber Oliver neste futebol de alta tensão de Conceição, embora defenda que, em determinados jogos, faria bem à equipa parar para pensar, pôr a bola no chão e olhar em redor. Nem sempre o ataque de granadas resolve a coisa e há momentos em que faria bem ter alguém a pensar e a organizar o jogo. Parece é, infelizmente, faltar sempre algo a Oliver para dar aquele salto necessário a quem se quer assumir como titular: mais golo, mais acutilância, mais rasgo, mais originalidade. Em suma: mais futebol de rua e menos futebol de academia. Falta audácia e risco a Oliver.

ALAS
Sendo eu um fã incondicional de Yacine Brahimi (para mim o jogador mais espectacular e mais match-winner a actuar em Portugal, o que não significa que seja o mais importante, pois esse para mim é Herrera), mantenho-me ainda um feroz descrente do instável Jesus Corona.
A aparição em grande forma de Otávio neste início de época faz parecer que talvez não haja necessidade de ir ao mercado por um extremo que seja garantia de golos e assistências. Sim, é certo que Otávio parece finalmente ter pegado, mas todos sabemos que o brasileiro é um atleta de cristal e que as lesões musculares lhe surgem com frequência. Assim sendo, seria interessante garantirmos um alternativa a Brahimi e Corona, já que Marega (caso seja reintegrado) previsivelmente vai manter-se a jogar em terrenos mais adiantados. Hernâni continua a ser um caso difícil de deslindar, pois o talento de sobra que dispõe, falta-lhe no discernimento e frieza que é preciso ter quando se joga de azul-e-branco vestido.

AVANÇADOS
A zona avançada do FC Porto conta com muitos executantes. Não conta com um deus-sol esclarecido, isto é, um qualquer Jardel, Falcao ou Jackson Martínez desta vida, aquilo a que com propriedade poderemos chamar um grande ponta-de-lança. Existem, no entanto, isso sim, vários avançados de qualidade.
Os nomes mais cotados são claramente Aboubakar (melhor marcador da equipa no ano passado), Marega (melhor marcador da Liga) e Soares (acabou a época em grande forma). O primeiro é capaz do melhor e do pior, seja marcar 30 golos por época, seja eclipsar-se inexplicavelmente na fase descisiva da temporada; Marega é muito útil para furar e rebentar com os autocarros das equipas pequenas, fazendo uso dos seus sprints e arrancadas no espaço crítico entre o central e o lateral. É o jogador do plantel mais propenso a esticar o jogo, embora seja curto para jogar em apoios ou quando é necessário construir com critério, nomeadamente nos jogos mais exigentes do ponto de vista táctico (Champions); Soares é para mim o avançado mais completo e talentoso, mas as lesões musculares não lhe permitem nem a regularidade nem os golos desejados. Sobram ainda duas interrogações: André Pereira e Marius. O português parece estar enquadrado no jogo colectivo da equipa e a entender-se naturalmente com Aboubakar, enquanto que o jovem do Chade, além do poderio físico, é um completo ponto de interrogação face ao que pode efectivamente dar à equipa.

Rodrigo de Almada Martins

23 agosto, 2018

SPORT LISBOA E PAPAGAIOS INTERESSEIROS.


A minha memória é razoável mas já lhes perdi a conta...

Quais estrelas cadentes, os papagaios do Benfica são uma instituição. Desde Gaspar Ramos a José Marinho, passando por António Figueiredo, José Manuel Capristano, José Manuel Antunes, António Sala, João Malheiro, Luís Filipe Vieira (na sua versão pré-Presidente), José Veiga, João Gabriel ou Luís Bernardo, todos estes ex-dirigentes ou funcionários mostraram características comuns: inveja visceral do sucesso do FC Porto, necessidade de elucidar as massas de que esse sucesso era baseado em jogos de bastidores, comportamentos interesseiros e um discurso pejado de incoerências ao longo dos anos, travestido no entanto de uma tentativa constante em apresentá-lo de forma cativante e pretensamente moralista.

O último a saltar para a ribalta foi Varandas Fernandes, indivíduo que partilha uma característica interessante com alguns dos seus atuais correligionários de direção: começou por ser um crítico do Vieirismo que se converteu em devido tempo num dos seguidores do profeta vermelho.

O regime está podre e não se recomenda. O discurso está gasto, a mensagem é vazia e está desfeita para todos aqueles com um mínimo de capacidade para ir além da visão facciosa com lentes vermelhas.

Mas não nos iludamos. Enquanto houver microfones à frente destes sujeitos, jornalistas incapazes de os confrontar livremente e comentadores controlados por uma pouco secreta central de informação, dificilmente teremos a definitiva saída de cena destes indivíduos cuja sobrevivência e manutenção do estilo de vida está dependente destas aparições que deveriam fazer corar de vergonha qualquer um cuja vida se norteie por princípios de ética e coerência.

A luta continua, e desengane-se quem acha que o fim está próximo.

PS: Razão tinha o visionário Vieira... O que ele queria era tacho e quando o tivesse não passaria de um incompetente que serviria pessimamente o Benfica...


19 agosto, 2018

MÃO JUSTICEIRA.


BELENENSES-FC PORTO, 2-3

A mão da justiça quando bem empregue, acaba por resultar num final feliz. Esta tarde, no jogo realizado no Estádio do Jamor, casa emprestada do Belenenses, o FC Porto apresentou o mesmo onze da 1ª Jornada. Os azuis-e-brancos foram conscientes de que só um FC Porto, com muita vontade e garra, poderia trazer os três pontos no bornal.

Primeiro porque o Belenenses é, por tradição, um adversário difícil, depois porque esta equipa orientada por Silas revela ser um conjunto bastante competente em campo e, por último, nos últimos cinco anos, o FC Porto só venceu o Belenenses por uma vez, na condição de visitante.


O jogo no relvado do Estádio de Oeiras mostrou ser um jogo pouco interessante e algo lento. O forte calor que se fez sentir e a relva alta e seca não permitiram jogo rápido e bonito, como se pretende.

O Belenenses adaptou-se melhor às condições do jogo, tanto que as duas primeiras ocasiões de perigo foram desperdiçadas pelos avançados azuis. Mas depois o FC Porto reagiu, pegou no jogo e acercou-se mais da baliza contrária. Apesar disso, o meio-campo portista esteve pouco inspirado e sempre manietado pela equipa de Belém. A equipa azul-e-branca estava, de certa forma, partida e isso fez com que a ligação entre sectores não fosse a melhor.

Aos 26 minutos, no entanto, o FC Porto inaugurou o marcador. Livre batido junto à bandeirola de canto por Alex Telles, apanhou Diogo Leite, no coração da área, que cabeceou para a baliza contrária. O Guarda-redes belenense ainda tocou na bola, mas o remate forte e colocado fez com que a bola batesse nas redes. Até ao intervalo, o FC Porto procurava gerir o ritmo da partida, mas o Belenenses mais adaptado e melhor fisicamente não baixa a velocidade.

O intervalo chegou sob um calor arrasador. Na etapa complementar, os Dragões não poderiam ter pedido melhor. Aos 18 segundos, Otávio interceptou uma autêntica oferta de Délcio, à entrada da área do Belenenses, contornou o Guarda-redes e ampliou o marcador para 2-0.


O jogo parecia estar decidido, mas foi puro engano. O Belenenses acusou o golo, mas recusou atirar a toalha ao chão. Continuou a fazer o seu jogo de pé para pé, sempre com a bola controlada desde a sua área, independentemente da maior ou menor pressão do FC Porto.

Até que aos 54 minutos abriu-se a etapa da mão justiceira. Num remate à queima, Diogo Leite ofereceu o corpo à bola, mas esta bateu-lhe no braço. O jogo prosseguiu e dois minutos depois o VAR de serviço decidiu que o árbitro de campo deveria assinalar pontapé de penalti. Dito e feito. O Belenenses reduziu para 1-2 e relançou o jogo.

O FC Porto acusou a responsabilidade e começou a mostrar falta de criatividade e de poder de decisão na hora de atirar à baliza. Licá desperdiçou o empate, mas logo a seguir Brahimi, numa jogada individual, rematou contra o Guarda-redes Muriel. O jogo manteve-se num impasse.

Ao FC Porto estava a faltar tranquilidade para segurar a vantagem e, também, alguma frescura física e mental. E foi já bem perto dos 90 minutos que os Dragões permitiram o empate à equipa de Belém. Cruzamento na direita de Fredy e Keita cabeceou, completamente à vontade, para a baliza de Casillas. Estava-se a adivinhar o cenário. Era um castigo algo merecido para os portistas.


Só que, tal como escrevi acima, a etapa da mão justiceira ainda estava por encerrar. Aos 92 minutos (que belo minuto!), Felipe cabeceou na grande área, após canto de Alex Telles. A bola foi aliviada e Herrera, à meia volta, rematou fortíssimo contra o corpo de Henrique e bateu no poste. Segundos depois, o VAR deu a sinalética ao árbitro para ver as imagens.

A bola acabou por bater no braço do jogador belenense que, no momento do remate, aumentou a volumetria do seu corpo, impedindo que a bola fosse na direcção da baliza. Com bola na mão se marca um penalti, com outra também se podem marcar dois. E assim, com toda a frieza, Alex Telles acabou por dar alguma justiça ao resultado.

O FC Porto não fez um bom jogo, mas alcançou um importante resultado que mantém a equipa na frente da tabela classificativa.

Destaque final para o primeiro golo da carreira de Diogo Leite, como senior e para a grande demonstração de qualidade da equipa de Belém. Estou curioso para ver como vai actuar este Belenenses ao longo da época. Fico na expectativa para ver se foi apenas um jogo inspirado ou, se frente a outros adversários, vai apresentar uma performance tão ou melhor do que a evidenciada na tarde deste Domingo.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi uma vitória difícil, suada e justa"

Cenário complicado
“Houve calor e uma relva diferente do que estamos habituados, mas isso era para as duas equipas, embora o Belenenses treine aqui diariamente. A relva torna a circulação mais lenta, obriga a mais um toque na circulação, mas não quero entrar por aí. Houve mérito do Belenenses, uma equipa que tem qualidade e uma dinâmica interessante.”

Vitória merecida
“Há dias em que, como dizia um treinador meu, pode-se praticar um futebol champanhe, e em outros dias é mais um vinho tinto da tasca, que não deixa de ser saboroso, por vezes, também. Penso que a vitória é merecida, criámos mais ocasiões, tivemos situações para matar o jogo mas penso que se ajusta esta vantagem mínima.”


Faltou controlo do jogo
“Acho que pecámos exatamente por não saber controlar o jogo no momento de vantagem de dois golos. Devíamos ter mais bola. O 2-1 é uma perda de bola nossa e o golo do empate surge de um lançamento lateral nosso. Faltou-nos um bocado de matreirice. Foi uma vitória difícil, suada, mas sem dúvida justa, por tudo o que se passou no jogo. Conseguimos chegar à vantagem, mas não tivemos a mesma eficácia defensiva do primeiro jogo. No início da segunda parte, quando fizemos o 2-0, sentimos que o jogo estava controlado mas não o conseguimos controlar. Aí, com mérito, o Belenenses chegou ao empate e depois fomos à procura da vitória. É justa a vitória, sem dúvida nenhuma, frente a um adversário que nos dificultou ao máximo a nossa tarefa.”

Duas grandes penalidades
“Independentemente de os penáltis terem sido bem ou mal assinalados, houve o mesmo critério. O Carlos Xistra e o João Capela estão de parabéns por isso.”

Sobre o mercado
“Não faz sentido nenhum o mercado estar aberto quando se inicia o campeonato. É demasiado tempo de instabilidade que se cria nas equipas. Acho que quando se iniciam os campeonatos, o mercado devia fechar. Em janeiro a mesma coisa. Temos de viver com uma situação que não é agradável para ninguém.”



RESUMO DO JOGO

18 agosto, 2018

FOTO MÍSTICA #12 - QUINZINHO [1995 ou 1996].


O FOTO-MÍSTICA é um espaço de registo e divulgação da história do FUTEBOL CLUBE DO PORTO. O objectivo é recordar os seus momentos, os seus valores, os seus princípios, a sua cultura, a sua marca, a sua dimensão, as suas gentes. Numa palavra: a sua MÍSTICA. Todos são convidados a participar nesta viagem. Se pretenderem ver divulgada uma fotografia em especial, podem enviar e-mail para rodalma@hotmail.com .


Época: 1995/1996
Local: impossível de confirmar
Data: 1995 ou 1996
Resultado: impossível de confirmar
Aparecem na fotografia: Quinzinho

Às vezes é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma, dizia um personagem d’O Leopardo, filme maior do mestre do cinema italiano Luchino Visconti.

Aos 88 minutos da primeira jornada do campeonato 2017/2018, diante do Chaves, lembrei-me disso mesmo quando Marius Mouandilmadji, avançado nascido no Chade, se estreou a marcar de azul-e-branco, dirigindo-se imediatamente à bandeirola de canto para celebrar o golo. O resultado sentenciava a partida nuns conclusivos 5x0 e os portistas sorriam. Desde logo porque é sempre bom começar a ganhar, mas também porque os avançados africanos têm um je ne sais quoi: eles trazem magia, imprevisibilidade, alegria, magia negra ao jogo. Ver Marius a correr para a bandeirola de canto e inventar um passo de dança traz à memória outros avançados africanos. A nível internacional podemos recordar Roger Milla no Mundial 90; a nível interno um nome ecoa no coração dos portistas: Quinzinho.

Quinzinho (de seu nome Joaquim Alberto da Silva) foi um avançado que se notabilizou ao serviço do FC Porto na década de 90, não tanto pelos golos marcados – que foram poucos (apenas 8 distribuídos por duas temporadas de azul e branco) – mas pela alegria que transmitia às bancadas. Era o chamado rebuçado dos adeptos.

Sir Bobby Robson mandava Quizinho aquecer atrás do banco de suplentes das Antas e como que as bancadas se agitavam. Rapidamente a turba se esquecia do jogo e pedia a Robson, alto e bom som, que fizesse entrar o angolano Quinzinho. A relação entre os dois era digna de figurar nos compêndios: de um lado estava um apaixonado pelo jogo, um homem que respirava futebol de ataque e que adorava o futebol sem “rodriguinhos”, ao primeiro toque. Tudo em Robson inspirava vertigem, tabelas, triangulações, futebol simples, rápido e com a baliza na mira. Um futebol de alta-voltagem, electrizante.

Só que Quinzinho era o ponta-de-lança africano celebrizado por Jorge Bem, o tal Umbabarauma. O seu mundo era outro. Quizinho adorava fintar, torcer os rins aos adversários, jingar no relvado, correr campo fora sem grandes preocupações tácticas ou defensivas. E, quando facturava, apressava-se a mostrar os seus dotes de dançarino de kuduro/kizomba. Sir Robson, no banco, exasperava-se com tais façanhas. Era um Sir, odiava esse tipo de festejos, não gostava de os ver, desesperava-se, tapava a cara, virava-se para a bancada e de costas para o jogo, protestava com Quinzinho. Era também, no fundo, uma encenação de Robson, que percebia como poucos o conceito cénico e artístico do jogo, o futebol como espectáculo de massas.

Óbvio que, perante um treinador britânico, um avançado africano teria sempre dificuldades em impôr-se. Quizinho nunca foi uma opção real para Robson, que o utilizava mais para responder aos caprichos da bancada do que para resolver reais problemas que o jogo trazia.

Quinzinho foi, sem dúvida, um personagem mítico dos anos 90 portistas. A sua áurea inspirava alegria, ânimo, imaginação. Os dragões sempre gostaram de jogadores objectivos e de toque simples, para a baliza. Mas Quizinho era a excepção que confirma a regra: a Quinzinho tudo era permitido, desde toques de calcanhar falhados, fintas em zona proibida, invenções que não lembravam ao diabo, toques habilidosos, a Quizinho tudo o adepto perdoava. Fossem Capucho ou Chainho a arriscar tais artes e seriam imediatamente vaiados e intimados a não repetir a proeza. Quizinho foi pois, de facto, um epifenóneno que ninguém é capaz de explicar. Já era assíduo das Antas na altura e, confesso, também eu pedia a plenos pulmões a entrada do Quinzinho. Aquela corrida desenfreada, aquela fome de bola, o sorriso rasgado quando estava quase a entrar, aquela magia sempre prestes a explodir, aquela imprevisibilidade e potência física, parecia que Quinzinho tinha sido ali colocado para apimentar o jogo e o espectáculo.

Numa reportagem da RTP dos anos 90, perguntaram a Quizinho como festejaria um golo marcado mesmo no final da partida. A resposta saiu natural: “Ao meu jeito de festejar... dançando!”

Rodrigo de Almada Martins

16 agosto, 2018

5 GOLOS, 5 APONTAMENTOS "SEM PAPAR GRUPOS!".


O Campeão em título arrancou a defesa do cetro da melhor forma, com 5 golos sem resposta ao Desportivo de Chaves. Depois da vitória na Supertaça, o regresso ao Dragão com 5 Golos que dão confiança e sublinham superioridade. 5, um número redondo também para organizar ideias e tirar os principais apontamentos do que se passou nos últimos dias.

1. A Exibição do Futebol Clube do Porto

Categórica exibição. Futebol empolgante, quer do ponto de vista coletivo quer do ponto de vista individual. Com intensidade e agressividade sobre a bola que não deixaram o adversário respirar, e muito menos jogar. Viu-se também muita velocidade no pós-recuperação a potenciar a eficácia das transições ofensivas. E muita presença na área e nas suas imediações de jogadores azuis e brancos, oferendo múltiplas soluções e combinações de jogo. Para rematar com “Chave” de ouro há também que destacar as bolas sempre inteligentes, bolas com ideais, bolas com propósitos, bolas com intenções. Por outras palavras, sem muito pontapé para a frente ao estilo “Sobe equipa!”. Resultado: 5 golos de jogadas com sentido e uma esmagadora maioria de remates já dentro da grande área adversária. Mister, repita lá isso mais vezes por favor!
Nota de rodapé: Que o pontapé para as costas da defesa adversária seja apenas uma alternativa de entre várias, e nunca a solução principal. Nem que seja enquanto Marega está “encostado”. Ou enquanto a equipa revelar esta capacidade, no mínimo.

2. O que quis dizer Sérgio Conceição

O “Temos de fazer mais e melhor este ano” pode ser lido como uma mensagem de alerta e exigência ao plantel, mas também um aviso à navegação de que talvez seja preciso mais qualquer coisa. O “Vamos encontrar dificuldades e não chega fazer o mesmo que na época passada. Temos de fazer mais e melhor este ano para conseguirmos ganhar” acaba por confirmar isso mesmo. Sérgio está a querer subir os padrões, e isso é a maior garantia de que temos mesmo um grande treinador, alguém não só extremamente competente e apaixonado pelo que está a fazer, mas também perfeitamente consciente da realidade e das dificuldades que o esperam durante a época. Em suma, seria bom ter mais um ou outro reforço para melhorar a equipa. Porém, se não forem mesmo (verdadeiros) reforços, é melhor irmos à luta assim sem mexer mais!

3. O Mar Azul

Sintonia, empatia, alegria. Confiança e apoio forte. Sem ninguém desarmar, tudo a remar para o mesmo lado. Incondicionalmente, indefetivelmente. Constantemente a empurrar a equipa. É assim que tem de ser, é assim que se quer. Se der, é também isto que é necessário para o fim-de-semana no Jamor. É que temos feito maus resultados contra o Belenenses (a derrota do ano passado assustou muita gente), e portanto, temos já aqui uma oportunidade espetacular de começar a “fazer mais e melhor este ano”. Com tudo e todos, “Para cima deles!”

4. Arbitragem e tentativas de aproveitamento

Preferível sempre falar de futebol, da equipa, do que estamos a fazer bem e do que podemos fazer melhor. Foco em nós próprios, apenas. Mas esta campanha hipócrita, descarada e sem-vergonha de tentar associar a arbitragem do jogo a um benefício (absolutamente falso, diga-se) da nossa equipa é claramente uma tentativa de começar já a condicionar as coisas e a desviar atenções mais importantes. Vamos então ao essencial dos três lances polémicos:
Maxi devia ter visto cartão amarelo. A entrada é dura e arriscou em demasia. Maxi tem de ter mais cuidado, e o amarelo seria mais do que justo. Agora alto e paira o baile: a bola estava completamente jogável tanto para Maxi como para Luis Martins, pelo que pedir vermelho aqui só mesmo se se for da mesma cor. Pior do que isso é comparar esta entrada com a de João Teixeira (que levou a um justo cartão vermelho). Pé alto, pitons a ver-se, a deslizar de carrinho a 1 ou 2 metros de Sérgio Oliveira. Haja o mínimo de honestidade, ou então usemos o humor para responder. A comparação é que não dá mesmo para ser levada a sério.
Devia ter sido assinalado penalty sobre Otávio. O árbitro não viu, o VAR também não. No dia anterior, não aconteceu o mesmo mais a Sul. O penalty não teve influência nenhuma no resultado e no jogo, mas e se tivesse? Pois, que ninguém se distraia do essencial!
Brahimi tem também de se controlar mais. Não porque merecesse vermelho, até porque todos sabemos que a polémica nasce apenas de um aproveitamento conveniente e mafioso de um único frame em que Brahimi coloca a mão (erradamente) no pescoço a Niltinho, mas sobretudo porque situações destas vão expor sempre o jogador a situações de polémica, não existindo como se sabe absolutamente nada que previna desfechos mais prejudiciais. No fundo, Brahimi precisa de ter mais cuidado, e o Porto precisa de ridicularizar o avermelhado pedido de comparação (e tratamento) desta situação com a de Samaris. Fica uma sugestão: coloquem-se ambos os vídeos em imagem corrida. E uma música infantil a acompanhar. Haters vão dizer... (o quê?)

5. A Imprensa invertebrada

Comparem os “casos” Marega e Jonas lado a lado, bem como o respetivo tratamento que cada um teve pela imprensa. As capas de Jornal que se fizeram sobre cada situação e os especiais de informação nas Televisões. Para os mais distraídos, eis um resumo preguiçoso: Marega quer sair, recusa-se a treinar, o Porto não o quer deixar sair e a situação é já extremamente delicada, o jogador está desmotivado e o ambiente com o clube agudizou-se. Já o caso Jonas é “bem diferente”: O Pistolas adora o clube onde está, mas tem propostas irrecusáveis de fora. Por acaso, também não tem jogado, mas porque tem um problema nas costas apenas. Entretanto, tem uma proposta do seu clube para renovar que o enche de felicidade e na verdade as propostas de fora não eram assim tão irrecusáveis. Quer terminar a carreira no Benfica, e os crónicos problemas de costas também não são assim tão significativos. Blá, Blá, Blá… dá para levar tudo isto a sério?


A luta tem de continuar com respostas em campo como as que temos dado, com uma procura e vontade constantes em tentarmos melhorar, com um apoio cada vez mais forte, unido e assíduo, e com firme atenção e pronta reação a todas as tentativas cénicas de ludibriar os dados deste jogo. Como se diz à boa maneira Invicta, “Sem papar grupos!”.

15 agosto, 2018

A ÉPOCA DAS NOSSAS MODALIDADES - ANDEBOL / ADV. EUROPEUS.


Como prometido, vou agora começar a abordar um pouco sobre os futuros adversários europeus das nossas modalidades...
  • ANDEBOL
Será a primeira equipa em competição no Dragão a 2 de Setembro e a deslocação à Roménia a 8 Setembro.

A jovem equipa do Potaissa Turda, fundada em 2000 na cidade de Turda, participa na liga romena, uma liga com coeficiente similar à nossa.


Ao nível de troféus nacionais é uma equipa com um palmarés vazio, já que as melhores classificações são o 3º lugar alcançado em 2013/14, 2016/17 e 2017/18.

Ao nível internacional, a primeira participação ocorreu em 2014/15, com a presença na Taça EHF, onde após ultrapassarem os israelitas do Maccabi Tel Aviv e os italianos do Junior Fassano, caíram perante os crotas do RK Nexe. Após o interregno em 2015/16 os romenos voltaram em 2016/17 às competições europeias e logo com uma longa caminhada que só terminou na final onde foram derrotados pelo clube do Cashball.

A presença europeia em 2017/18 podia parecer destinada ao insucesso após este jovem clube ter chegado a uma final europeia, mas os romenos foram-se superando e não só chegaram à final, como venceram a competição ao derrotarem o AEK Atenas.

O plantel dos romenos é composto maioritariamente por jogadores locais com um pivot Sérvio, Nenad Savic, jogador com 37 anos com 1,87m e 106kg.

Estando a nossa equipa em período de assimilar as ideias do novo treinador, poderemos ter uma eliminatória bastante equilibrada, mas acredito que a experiência internacional do nosso treinador possa permitir que no fim o apuramento seja Azul e Branco.

Na próxima semana, trarei algumas informações sobre os russos do Nizhny Novgorod que visitarão o Dragão a 20 Setembro e nos receberão a 22 de Setembro.

Abraço,
Delindro.

14 agosto, 2018

“BOLAS”, “PADRES” E OUTRAS PARVOÍCES.


O canal que atualmente detém o direito exclusivo de transmissão da Liga Portuguesa (com a exceção dos jogos em casa de um clube) lançou um anúncio promocional em que os vários comentadores desse canal solicitam num café várias “bolas” correspondentes às competições por si transmitidas, terminando com a empregada do café a mostrar uma bandeja com um conjunto de "bolas de berlim".

Continuando em linguagem de pastelaria, pode dizer-se que esse canal ao longo dos últimos anos 5 anos perdeu num primeiro momento os direitos de transmissão dos jogos caseiros de um clube, bem como os direitos de transmissão da Premier League (entretanto recuperados) mas manteve o preço da "bola de berlim". Agora perdeu os direitos de transmissão da melhor competição de clubes a nível mundial a UEFA Champions League, da Liga Espanhola, Liga Francesa e Liga Belga e ainda assim manteve intacto o preço da "bola de berlim". Digamos que nos últimos anos, a "bola de berlim" oferecida, já não tem qualquer recheio e tem muito menos açúcar mas o preço mantém-se.

Falando numa linguagem mais séria, a ideia cada vez mais evidente aos olhos de alguém minimamente atento a estas negociatas do futebol é a seguinte: 75% do capital da Sporttv é detido pelas 3 operadoras mais relevantes do mercado português (25% Altice, 25% Nos e 25% Vodafone), sendo que duas delas, no caso a Nos e Altice, detêm a maioria dos direitos de transmissão dos clubes da 1ª liga para os próximos longos anos. Ou seja, estão concentrados no grupo de empresas Sporttv/Altice/Vodafone/Nos os direitos de transmissão daquela competição que obviamente todos querem ver: a liga portuguesa. Nada disso foi considerado errado pela Autoridade da Concorrência, uma entidade que, é sempre bom lembrar, tem por objetivo proteger os interesses dos consumidores de eventuais negociatas obscuras das empresas. A questão aqui será perceber se a Sporttv continuará a fazer uso da sua posição dominante no mercado de direitos de transmissão da Liga Portuguesa para fazer literalmente aquilo que quer e bem entende, ao arrepio das mais básicas regras do mercado livre. Poderemos perfeitamente chegar a um cenário em que a Sporttv perca os direitos de TODAS as competições que detém, mantendo apenas os direitos da Liga Portuguesa e mesmo assim mantenha inalterável o preço do "bola de berlim"...

Ainda na temática dos anúncios promocionais desse canal, foi engraçado ver a forma como foi anunciado o jogo de acesso aos playoffs da Champions League... Numa missa com um coro a cantar o hino da Champions League! "Vamos ter os padres que escolhemos e ordenamos, mas missas que celebramos, temos é de rezar e cantar bem". Muito bom!!

Para finalizar as parvoíces do clube mais idiota de Portugal. Já não há adjetivos que classifiquem as idiotices e parvoíces do departamento comunicacional dessa agremiação (nem português correto sabem escrever...), um clube que está atolado em processos judiciais por corrupção, tráfico de influências e sabe-se lá mais o quê mas que tem a lata de abrir a boca por causa de uma multa a um treinador... Enfim.

11 agosto, 2018

ESTREIA DE GALA.


FC PORTO-CHAVES, 5-0

O FC Porto fez a estreia na presente edição da Liga NOS com uma retumbante vitória e uma exibição de gala.

Sérgio Conceição, apesar do resultado e da primeira amostra, disse querer muito mais do que viu no relvado. Deixou um claro aviso à navegação de que para vencer a liga, o FC Porto vai ter que produzir mais.

O treinador portista colocou o onze com que iniciou o jogo da Supertaça e deu-se muito bem com isso. A entrada dos Dragões, no jogo, foi terrível para o Desportivo de Chaves. Muita pressão sobre a saída de bola condicionou a equipa transmontana.

Aboubakar, aos nove minutos, desperdiçou uma clamorosa oportunidade de golo, após cruzamento de Sérgio Oliveira. Cinco minutos volvidos, o camaronês compensou a equipa. Junto à linha de fundo da área flaviense, Otávio pressionou Ghazaryan, ficou com a bola e cruzou para área. André Pereira deixou passar o esférico, Aboubakar recebeu e atirou para o fundo da baliza. Estava aberto o marcador, num estádio em ebulição.


O FC Porto mostrava-se insaciável. Os Dragões queriam mais e as oportunidades sucediam-se. Maxi apareceu desmarcado na direita, cruzou atrasado e André Pereira, com tudo para ampliar o resultado, rematou ao lado do poste esquerdo de Ricardo.

Aos 20 minutos, os azuis-e-brancos aumentaram o score. A equipa portista, completamente balanceada para o ataque, tocava violino para os sócios. Combinação perfeita entre Sérgio Oliveira e Otávio, com o brasileiro a cruzar na direita e a assistir Aboubakar, na perfeição.

O Chaves não conseguia respirar. Parecia uma equipa de jogadores saídos de um filme de terror. Remetidos na sua defensiva, os flavienses eram incapazes de fazer o seu jogo. 

Logo a seguir e, no espaço de quatro minutos, Brahimi, o melhor em campo, desperdiçou duas oportunidades flagrantes. Primeiro, num remate de pé esquerdo a corresponder a uma assistência de Felipe. E depois, numa combinação com André Pereira, com a bola a passar em cima da linha de baliza.


A fechar a etapa inicial, o argelino marcou o golo merecido. “Slalom” à entrada da área e remate colocado com o pé direito, definiram o resultado de 3-0 ao intervalo.

A etapa complementar recomeçou como terminou o primeiro tempo. Carrossel portista em grande velocidade e oportunidades desperdiçadas em catadupa. Aboubakar foi o perdulário da noite com três boas oportunidades. A primeira no minuto inicial, com um cabeceamento sobre a barra; a segunda, oito minutos depois, num remate desviado, em última instância, por um defesa flaviense; a última aos 68 minutos, num remate para a bancada.

No entanto, aos 70 minutos, Corona deu um pouco de lógica ao resultado. O mexicano, acabado de entrar, interceptou um passe a meio-campo, cavalgou em direcção à área pela zona central, driblou Marcão e rematou fortíssimo, sem hipóteses para Ricardo.


O Desportivo de Chaves, completamente perdido em campo, não se via em termos ofensivos. Impotente, incapaz e completamente alheada do jogo, a equipa flaviense desejava que o jogo terminasse para regressar a Trás-os-Montes.

Mas a dois minutos dos 90, os flavienses viram o cenário ficar mais negro. Maxi Pereira foi à linha e cruzou para o coração da área. Sérgio Oliveira, numa tentativa de remate, colocou a bola na cabeça de Marius que fez o 5-0.

Destaques finais para mais uma exibição soberba de Maxi, para o regresso de Aboubakar aos golos e para uma exibição de gala da equipa azul-e-branca. No entanto, Brahimi foi a estrela da noite. O argelino foi o pior pesadelo dos flavienses. Criou jogo, rasgou a defesa contrária, desperdiçou golos e terminou com uma ovação do estádio.

O FC Porto desloca-se, no próximo Domingo, ao Estádio do Jamor para cumprir o jogo da 2ª Jornada da Liga NOS, diante do Belenenses.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos de fazer mais e melhor este ano"

Entrada forte
“Foi a entrada que nós queríamos, um pouco à imagem do que foi na época passada: uma equipa muito pressionante, a reagir muito rápido à perda de bola, a deixar pouco espaço ao adversário, e depois com uma dinâmica muito interessante na zona ofensiva. Com um pouco mais de agressividade ofensiva, o resultado podia até ser mais volumoso. Com bola, fomos uma equipa com uma dinâmica muito forte, com os jogadores a interpretarem muito bem o que foi preparado para este jogo. Hoje foi um daqueles jogos onde a equipa esteve muito forte nos diferentes momentos do jogo, associando sempre a parte ofensiva à parte defensiva.”

Dificuldades pela frente​
“Vamos encontrar dificuldades e não chega fazer o mesmo que na época passada. Temos de fazer mais e melhor este ano para conseguirmos ganhar. A ambição, a paixão, a alegria com que jogamos continua a mesma. A exigência também é a mesma e os jogadores estão totalmente comprometidos com isso.”


Máxima exigência
“O grupo é forte. Temos gente que quer trabalhar, que dá uma resposta adequada à minha exigência, ao meu rigor. Eles já sabem como eu sou e como o clube é, é um clube com uma exigência muito grande. Os jogadores estão muito comprometidos, com uma ambição e uma paixão muito grandes. Não preciso dos jogos para me darem confiança, o trabalho diário é que me dá confiança. Em relação aos jogadores ausentes, não me pronuncio. O jogador mais importante do FC Porto é a equipa. Só dessa forma poderemos criar um grupo forte.”

O mesmo onze
“São escolhas que eu faço em função do que é o jogo, da resposta que os jogadores me dão e da estratégia. O Corona entrou muito bem mais uma vez, o Marius entrou bem, o Adrián entrou muito bem. Se ficou um dissabor da minha parte, foi pelo Adrián não ter conseguido fazer o golo na oportunidade que teve.”

Elogios para Adrián López
“Ele tem feito com que seja uma aposta, porque trabalha de uma forma muito séria. É um jogador que nos dá coisas diferentes em relação aos outros avançados. Fiquei triste por ele não ter feito o golo, porque merecia. É um jogador que conhecia por ter jogado em outros clubes e com certeza que da forma como está a trabalhar agora, tem lugar no plantel, sem dúvida nenhuma.”

Mar Azul
“É bom ver esta sintonia, esta empatia que existiu sempre durante a época passada, sentir esta confiança, este envolvimento por parte do público, é sinal que estão connosco e que se revêm na forma como trabalhamos. Todos juntos somos mais fortes.”



RESUMO DO JOGO