30 março, 2019

GANHAR NA RAÇA.


BRAGA-FC PORTO, 2-3

O jogo de Braga foi um duro teste para o FC Porto na luta pelo título. Teoricamente, os Dragões ultrapassaram o adversário mais forte que tinham pela frente, em jogos fora de casa. Os campeões nacionais mantêm-se colados na liderança da Liga NOS e têm que continuar a vencer os seus jogos, esperando por boas novas do seu rival directo.

O jogo começou muito mal para os portistas. Algo amorfos e, de certa forma, desconcentrados, os Dragões viram o Sp. Braga entrar forte e permitiram que chegasse à sua área com alguma facilidade.


Aos 4 minutos, o FC Porto abriu uma avenida no seu meio-campo e os bracarenses aproveitaram para chegar à área portista com sucesso. Wilson Eduardo correspondeu a um cruzamento de Claudemir com um remate frouxo. Casillas ficou mal na fotografia, tentando defender o lance e protestando com o árbitro auxiliar, em simultâneo.

Este golo fez despertar o FC Porto para o jogo. Os Dragões reagiram e passaram a dominar o jogo com alguma facilidade mas no último passe e na definição dos lances, os jogadores dianteiros estiveram algo desastrados. O perigo rondava a baliza bracarense, mas não passavam de ameaças.

À passagem do minuto 26, o FC Porto chegou ao empate, com alguma justiça. Canto batido por Corona, Felipe desviou ao primeiro poste e Soares apareceu a finalizar de cabeça junto ao poste mais distante.

Esperava-se uma reacção do Braga que, na véspera, prometeu, pela voz do seu treinador, jogar para vencer. Mas foi o FC Porto que continuou a carburar na busca do segundo golo. A produção dos Dragões ia subindo à medida que os minutos passavam e foi já na parte final da etapa inicial que os azuis-e-brancos estiveram perto do 1-2. Primeiro por Alex Telles na conversão de um livre directo, com o guarda-redes bracarense a sacudir para canto e depois num remate atabalhoado de Marega a passar junto ao poste da baliza contrária.

A etapa complementar teve uma fase inicial muito semelhante à primeira parte. Brahimi entrou para o lugar do apagadíssimo Otávio, mas o FC Porto voltou a mostrar total desconcentração.


Com dois minutos jogados na segunda parte, os Dragões viam-se novamente em desvantagem no marcador. Felipe embrulhou-se com um adversário e ficou no relvado. Murilo aproveitou, foi para a área portista e perante o desentendimento entre Casillas e Militão apontou o segundo golo dos bracarenses. Um golo que teve o seu lado caricato e que demonstra a total desconcentração dos jogadores portistas.

Temia-se o pior para os campeões nacionais. Com nova desvantagem, o FC Porto teve que arregaçar as mangas e jogar na raça, mas a reacção não foi imediata. O Sp. Braga teve o ensejo de fazer o 3-1 à passagem dos 60 minutos quando Dyego Sousa rematou à figura de Casillas dentro da grande área. Na resposta, Alex Telles rematou fortíssimo, na área, para a defesa da tarde de Tiago Sá.

Sérgio Conceição voltou a mexer na equipa. Tirou Pepe, fez entrar Manafá e desviou Militão para o centro da defesa. Os Dragões voltavam a assumir as despesas do jogo e tiveram a compensação com uma grande penalidade de Claudemir sobre Éder Militão aos 69 minutos. Alex Telles, chamado a marcar, bateu o guardião bracarense e restabeleceu a igualdade. O lateral portista saiu lesionado, no momento do remate com um movimento do corpo que lhe causou uma bursite.


Para o seu lugar entrou Fernando Andrade que viria a estar no terceiro golo dos Dragões. Aos 80 minutos, em mais uma das muitas investidas dos campeões nacionais, Brahimi cruzou na esquerda para a área e Fernando Andrade foi carregado por trás por Claudemir. Jorge Sousa, sem dúvidas, apontou outra vez para a marca de pontapé de penalti.

Soares assumiu a responsabilidade e bisou na partida, colocando o FC Porto em vantagem, pela primeira vez na partida. Faltavam dez minutos para terminar a partida, que viria a ter sete minutos de compensação, dadas as perdas de tempo da equipa do Minho e o desaparecimento insólito das bolas do recinto de jogo.

O Sp. Braga tentou chegar, de novo, ao empate mas o FC Porto, apesar de passar por alguns calafrios e de mostrar algum nervosismo, acabou por trazer para a invicta três preciosos pontos. Destaques finais para um jogo de emoções, apesar de muitos erros de parte a parte, e para a boa moldura humana verificada na cidade dos arcebispos.

O FC Porto volta a jogar para a Liga NOS na próxima sexta-feira, com a recepção ao Boavista, mas antes terá que se deslocar novamente a Braga para cumprir a segunda mão das meias finais da Taça de Portugal. Os Dragões têm uma vantagem de três golos para gerir nesta terça-feira.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Juntos somos mais fortes"

Equipa demonstrou caráter e vontade
“Sabíamos que seria sempre difícil jogar aqui em Braga, independentemente da estratégia do adversário. Hoje vimos um Sporting de Braga mais baixo em campo, ficou mais difícil ter espaço para explorar a profundidade, como nós gostamos. Tivemos de encontrar outras soluções. Entrámos mal no jogo, nas duas partes, mas a equipa demonstrou muito caráter, muita vontade.

Substituições a pensar na vitória
“As substituições foram sempre pensadas para ganhar o jogo, mesmo com a entrada do Fernando Andrade, quando o Alex Telles se lesionou. Foi um jogo muito competitivo entre duas boas equipas. Defrontámos, é preciso assumir isso, o quarto grande.”


Mexer para acrescentar algo à equipa
“Durante a primeira parte já tinha trocado o Corona pelo Otávio, nos flancos, para haver mais permutas posicionais e colocar mais dificuldades ao Sporting de Braga. Depois, a entrada do Brahimi foi importante, como foram as entradas do Manafá e do Fernando. Fui vendo o jogo e fui metendo colocando sempre jogadores no sentido de dar algo mais à equipa com o objetivo de garantir a vitória.”

Dificuldades provadas pelas ausências
“O cenário teve a ver também com estas duas semanas, em que não tivemos nove jogadores que estavam nas seleções. Grande parte dos jogadores que jogaram hoje não esteve connosco nestes dias.”

Todos os jogos são finais
“Cada jogo é uma final e cada jogo é decisivo. Nunca saberemos que jogo será decisivo para as contas finais do campeonato.”

Uma mensagem para os adeptos
“Durante o jogo, senti que alguns adeptos não estavam como deveriam estar. Devemos estar sempre juntos, como sempre estivemos. Juntos somos mais fortes.”



RESUMO DO JOGO

29 março, 2019

CENTRALISMO: REFLEXOS, MEDOS & COMBATE.


O combate ao centralismo esteve sempre na base da nossa cultura de vitória e superação. Se não desde sempre, pelo menos desde os tempos de Pedroto. Por vezes, isso é mesmo levado ao extremo, quer pelo clube, quer pela região, sendo que nessas mesmas vezes corremos o risco de sermos algo tacanhos e pequenos. Isso acaba por condicionar-nos o crescimento, levando a que olhemos mais para os outros do que para nós próprios. Não acontece sempre, claro, mas acredito que essa reflexão é imprescindível, embora dolorosa. O nosso crescimento também passará por aí, acredito. Porém, às vezes fica muito difícil fazer de conta, ficar calado, ignorar. Enfim… reflexos e medos do centralismo. É preciso continuar a combater isso, por mais arroz do mesmo que possa parecer.

Sobre os reflexos do centralismo...

Mais um na semana que passou. A sério que a Seleção Nacional fez dois jogos seguidos no Estádio da Luz? A propósito de quê? O país é só Lisboa? Não há outra coisa? Algarve, Coimbra, Aveiro, Braga, Guimarães, Leiria? Porto? E mesmo em Lisboa e arredores, não há Alvalade, Jamor, Belém? A sério que esta é a estratégia para termos uma seleção que se pretende cada vez mais nacional e inclusiva? Ou queremos que seja a Seleção Nacional de Lisboa e Benfica? Percebam de uma vez por todas que o país, embora pequeno, é maior que Lisboa, e é muito maior que Carnide.

Sobre os medos do centralismo...

Esta semana, uma proposta dos Verdes foi aprovada em Estrasburgo (Parlamento Europeu) com 472 votos a favor. A proposta era basicamente sobre sanções para quem persegue denunciantes de corrupção, sendo que o relatório lembra revelações do Football Leaks e dos Panama Papers. Portugal, país de origem do hacker Rui Pinto, parece ser um dos países menos interessados nisso. Pior, inclusivamente parece existir a intenção contrária. Porque será? A quem é que isso incomoda? Porque é que é mais importante e relevante o “crime informático” do que o conteúdo descoberto nesse mesmo (suposto) “crime informático”? É mesmo medo, ou é só falta de transparência? É mesmo medo, ou é só uma situação muito mal explicada? É mesmo medo, ou é só mais uma pouca-vergonha?

Sobre o combate ao centralismo...

Amanhã, sábado à tarde, 15h30, sol, céu limpo, tempo de primavera. Mar azul na bancada. Jogo difícil, mais uma final. Estamos prontos? Sim, porque não nos enganemos: a melhor forma de combater a palhaçada anterior é dentro das quatro linhas. Até porque se assim não for, há quem aproveite para fazer de conta de que nada se passa.

Para cima deles!

27 março, 2019

UMA VEZ CORRUPTOS, PARA SEMPRE CORRUPTOS.



O primeiro título nacional do Benfica foi extorquido ao Barreirense

Reportamo-nos à que no Barreiro foi a tão tristemente célebre temporada de 1929/30, quando ao Barreirensezinho foi simplesmente “rapado” o título de campeão nacional de futebol. Quase não dá para acreditar como a “coisa” se passou... (O que – como é óbvio – não se encontra devidamente reportado nos livros próprios, por ser - como tão amiúde se passa na política - “bastante incorreto” escrever a verdade).

Os torneios máximos de futebol (em que o Benfica até então não se sagrara campeão!) eram disputados em eliminatórias, ainda não por pontos... Neste 1929/30, o Barreirense venceu o Distrital, levando a melhor no último encontro, em 22 Junho 1930, no Montijo, sobre o valoroso Vitória sadino por 3-0. Na final da relevante Taça Caridade, disputada em 2 Fev. 1930 no Campo Grande, o Barreirense superou à vontade o Sporting lisboeta por 5-1. (A tão bela Taça Caridade encontra-se em bem destacado posto no Salão de Honra do Ginásio-Sede).

Seguiu-se o Campeonato Nacional, tendo o Barreirense afastado sucessivamente os Unidos do Barreiro, o Comércio e Indústria, o Luso F. C., o União de Coimbra, o Boavista, o Sporting de Espinho, e derrotado na meia-final (em duas partidas) o Belenenses, campeão de Lisboa (!). E, sem qualquer derrota ao longo da temporada (!), o F.C.B. vai defrontar as águias lisboetas na finalíssima do nono nacional do desporto-rei. Agora... Segundo o regulamento, essa partida deveria ser disputada em campo neutro. Mas a Associação de Futebol de Lisboa marcou o encontro para o ... Campo Grande, o terreno de jogos do ... Benfica. O benfiquista João de Oliveira (um dos dois irmãos “Bananeiras”) estava suspenso por, semanas antes, ter agredido um árbitro em jogo. À última da hora, este Oliveira foi ... “amnistiado” do seu castigo de oito meses (!) a fim de poder alinhar na final contra o Barreirense. E – o que foi o cúmulo – para árbitro foi designado Silvestre Rosmaninho, um dos sócios mais antigos do Benfica (!). Os protestos do Barreirense caíram em saco roto.

Em 1999 entrevistámos para outro semanário o keeper do F. C. B., o nosso tão saudoso amigo Francisco Câmara. É dele a frase: “O primeiro título nacional do Benfica foi extorquido ao Barreirense”, que aqui repetimos. Chico bem se recordava ... Quanto ao jogo, Zé “Toupeira” inaugurou o marcador para os camarros. O Benfica empatou, num lance ilegal sancionado por Rosmaninho em que adversários empurraram Câmara para dentro da baliza antes da bola entrar! No prolongamento, o ... “amnistiado” João “Bananeira” marcou o segundo tento benfiquista. Com tal arbítrio os barreirenses baixaram os braços. Veio o 1-3 final. E Chico Câmara adiantou: “Passados uns anos leu-se que ... Silvestre Rosmaninho ... fora galardoado pelo seu clube com a Águia de Ouro”. O seu a seu dono. E o Barreirense não foi, nunca seria campeão nacional.

Esta “derrota suja” ficou para sempre cravada na garganta de barreirenses. Sentimos o dever de lembrá-la agora, quando do centenário. Bem, hoje, o poder dos “grandes” da bola, não se processa tão às claras... É mais refinado... (Note-se que estas facetas inconcebíveis referentes à finalíssima do Nacional de 1929/30 não se encontram reportadas no óptimo livro “70 anos de Vida do Futebol Clube Barreirense”, de Rosa Figueiredo).

Como treinador dos alvi-rubros continuava o insigne eng. Augusto Sabo (que em breve deverá ser incluído nos vinculadosaobarreiro.com). Jacinto Nicola Covacich encontrava-se à frente da Direcção do Clube. A Sede do F. C. B. ainda se situava no amplo primeiro andar do lado ocidental do Largo Casal.

Nota: Em 1934, o F.C.B. atingiria, pela segunda vez, a final do Campeonato de Portugal, tendo sido derrotado por 3-4 contra o Sporting. Quase na conclusão do tempo regulamentar, os rubro-brancos remataram à trave. Foi azar... Houve prolongamento, no qual o avançado-centro sportinguista – natural do ... Barreiro! – enfiou a sua quarta e última bola na baliza de Chico Câmara. Ora bolas..., para sempre.

In http://www.jornaldobarreiro.com.pt
Numa altura que um determinado clube carnidense se especializa em dança do ventre, e demais especialidades de cintura e bastidores, para tentar ocultar com uma rede de malha larga aquilo que todos já sabem que são, é pertinente voltar a trazer a público o instinto corrupto que está na génese e alma daquele clube lisboeta.

Desengane-se quem pensar que o mentor do benfica atual é Luís Filipe Vieira. Não é! O atual presidente benfiquista apenas lhes soma os dotes e características próprias do charlatão que é. O benfica, como os próprios se orgulham de dizer, é o clube representativo do povo. Uma arraia miúda e graúda que cresceu a viver às custas de uma mescla de caciquismo, compadrios, mesquinhez e xico-espertismo. Um povo amestrado, feliz por viver numa realidade alternativa em que a sua equipa é dotada dos melhores dos melhores, e a própria é elevada a potência mundial dentro daquela freguesia lisboeta. Um povo, porque infelizmente temos que o reconhecer, são a maioria dos que falam o português de Camões, e talvez por isso mesmo, um povo que nos continua a empurrar para a cauda do sub-desenvolvimento europeu.

Pois se, como a História prova, o Norte não estivesse amordaçado e esvaziado de poder político, talvez nos pudéssemos ombrear orgulhosamente com os nossos parceiros europeus. Da mesma forma que o FC Porto, única instituição verdadeiramente independente fora da área metropolitana de Lisboa, o consegue fazer ano após ano.


Por falar em Centralismo, foi sem surpresa que vimos (quem se deu ao trabalho...) a Equipa das Quinas empatar de forma deprimente os seus dois jogos iniciais para a qualificação do europeu 2020. Um prémio justo para aqueles - Fernando Gomes / Fernando Santos - que conseguiram transformar uma equipa que era de todos nós, na Seleção Nacional do Benfiquistão. Inexplicável como os responsáveis da FPF nem se dão ao trabalho de disfarçar a sua submissão aos interesses avermelhados. Já nem falo no Dragão, mas porquê 2 jogos na Luz? Já que adoram a capital do Império, porque não Alvalade, Restelo, Oeiras? Já tresanda este odor.

Cumprimentos Portistas.

26 março, 2019

UM TESTE DIFÍCIL, SEM MARGEM DE ERRO.


Todos nós nos lembramos seguramente dos vários episódios que têm envolvido o atual treinador do braga em assuntos relacionados com o FC Porto por contraponto com assuntos relacionados com outros clubes.

Lembramos-nos do treinador do braga ter dito que não conhecia pessoalmente Sérgio Conceição depois de terem trabalhado juntos durante 7 meses em braga, um na equipa principal e outro na equipa b. E também nos lembramos da sua postura histérica e excitada nos jogos com o FC Porto em contraponto com as gargalhadas e abraços a adversários no final de jogos em que leva 6.

Não haja a menor dúvida que o adversário que iremos defrontar no sábado irá ser uma equipa com "a faca nos dentes", disposta a morrer em campo para impedir que o FC Porto vença. Sim, assumo claramente o que estou a dizer, o principal objetivo daquela gente não é vencer o jogo e com isso manter o 3º lugar, o principal objetivo na cabecinha daquela gente, daqueles adeptos é impedir o FC Porto de vencer perdendo assim pontos para o 1º classificado. Não estou a inventar nada, no último jogo da época 15/16 frente ao outro rival de Lisboa, numa jornada onde se discutia o título entre os dois rivais da capital, os adeptos do braga estiveram mais preocupados em festejar os golos e o título de outro clube do que propriamente com o seu jogo. É cultural e difícil de sair daquelas mentalidades.

Dito isto, terá de ser um FC Porto a um elevado nível para levar de vencida um dos jogos com maior grau de dificuldade até ao final do campeonato. Meio país estará a salivar e esperar por um deslize nosso, será com certeza um golpe desagradável para muitos milhões caso o FC Porto passe o teste de braga.

O chato de tudo isto é que mesmo sendo muito competentes e vencendo em braga continuaremos sempre atrás na classificação com a péssima sensação de não depender de nós próprios, mas essa será infelizmente a nossa realidade até ao final do campeonato, a menos que algo de muito improvável aconteça.

A ver vamos no que dá a deslocação a braga. Apesar da complexidade do momento, há que ter esperança que o grande FC Porto que raramente falha nos momentos decisivos irá surgir na pedreira de braga e dar-nos mais uma grande alegria. FORÇA FC PORTO!!

PS: Foi com algum humor que assisti à excitação geral do país aquando da chegada de Rui Pinto a Portugal. Foram diretos sobre os primeiros passos de Rui Pinto em Portugal, sobre as primeiras palavras de Rui Pinto, sobre o primeiro xixi de Rui Pinto. O país que agora se excitou é o mesmo país onde banqueiros envolvidos na falência de grandes bancos (que custaram e custam milhares de milhões de € aos contribuintes) demoram décadas a irem a julgamento, onde há um ex-primeiro ministro há anos e anos à espera sequer da decisão sobre se vai ou não a julgamento, onde há homens que rebentam o tímpano a mulheres e ficam em liberdade, etc, etc. Dá que pensar.



22 março, 2019

SIR BOBBY ROBSON – O MEU DOCUMENTÁRIO.



A propósito de Bobby Robson, More Than a Manager, documentário agora disponível no Netflix, vieram-me à memória outros tempos e outras histórias, de algo que também ainda está por contar e que, por si só, mereceria um documentário à parte. Falo da história do Departamento de Futebol do Estádio das Antas, daquelas míticas escadas e daquela enigmática entrada para um mundo que era secreto e só acessível a meia dúzia de eleitos.

E esta minha lembrança encerra também uma história curiosíssima com Bobby Robson, Sir Robson, ou por aqui chamado simplesmente de “o Mister”, iniciando um longo percurso português de tratamento dos treinadores por esse curioso nome. Vou contá-la tal como a vivi, tal como de facto aconteceu.

O ano seria 1993 ou 1994, por aí. Desloquei-me às Antas para ver, como de costume, mais um treino do FC Porto. Havia um ambiente especial naquele estádio, na forma de viver o clube, no que o treino representava para os adeptos, no que aquelas instalações logo abaixo do estádio significavam como parte integrante de um complexo onde as equipas de futebol, basquete, andebol, hóquei e natação se misturavam e coincidiam. Os treinos eram vistos pela massa adepta como se de um jogo se tratasse e se algum portista mais ferrenho e mais atento reparasse que um jogador não estava a dar o máximo, era imediatamente chamado à atenção. Misturavam-se portistas de todas as idades, camadas sociais, origens e a verdade é que todos ali pertenciam à mesma família.

Os treinos eram, claro, bem diferentes do que são hoje, mas não tão diferentes como se pode supor. Afinal de contas, pode suceder muita coisa, mas o futebol é algo simples: 22 homens a correr atrás de uma bola e a quererem colocá-la no fundo das redes. Não há muito que inventar ou que mudar. Robson aprendeu com os seus mestres, Mourinho aprendeu com Robson, Villas-Boas aprendeu com Mourinho, Vítor Pereira aprendeu com Villas-Boas e por aí fora. Sérgio Conceição aprendeu com Oliveira, que por sua vez aprendeu com Pedroto. No fundo, o essencial não mudou: o futebol continua, até ver, a ser um desporto de equipa, simples e, por isso mesmo, apaixonante.

Os treinos eram mais básicos do ponto de vista físico, o simples aquecimento com corrida à volta das balizas, as movimentações de aquecimento e estiramento, etc. E depois era treino simples com futebol de ataque, jogadas rápidas, triangulações, cruzamentos para a área e muitos homens a finalizar. Futebol de ataque, rápido, para a frente, à Robson! Lembro-me disso e lembro-me de várias vezes ver a bola saltar as redes do campo de treinos e ir bater num qualquer carro estacionado ali defronte do pavilhão e das piscinas.

Não sei se era da idade ou do facto de ser pequeno e franzino, mas lembro-me das bolas duras da Adidas, pesadas como pedras, que nos faziam olhar para quem batia os cantos e as colocava na área de forma tensa como verdadeiros heróis.

No final do treino, lá iam os jogadores para os banhos e massagens e a nós restava-nos imaginar o que sucederia nesse santuário sagrado: o balneário do FC Porto. Sei que esperávamos muito, de forma interminável até que finalmente, a conta-gotas, lá começavam a sair os jogadores, deambulando perante jornalistas, adeptos comuns e outros funcionários.

O jogador de futebol tinha já uma aura específica, mas não tinha o epíteto de superstar ou de celebridade que hoje tem. Eram, apesar de tudo, homens comuns, que os adeptos tocavam, interagiam, com quem era possível conversar, chegar perto, estabelecer relação. Quase todos os atletas eram portugueses, o que ajudava a aumentar a identificação entre o adepto e o clube. Não que não fossem já admirados ou idolatrados, mas era diferente. Claro que eram assediados, havia a caça ao autógrafo (hábito entretanto perdido em favor da selfie no Instagram), havia as adeptas que iam para os treinos esperar os jogadores, levá-los até ao carro, quiçá oferecendo-se para ir com eles até casa… Existia isso, sim, mas tudo feito de uma forma mais ingénua, mais clara, sem o culto da celebridade que hoje separa indelevelmente os jogadores da sua massa adepta, tornando-os mais distantes, menos individualizados, menos palpáveis, mais desconhecidos.

Num final desses treinos, e já após ter conseguido recolher autógrafos de mais de meia equipa, desde Vinha a Timofte, passando por João Pinto ou Kostadinov, entre muitos outros, eis que surge Sir Bobby, com aquele seu ar traquina de peter pan reencarnado, de criança num corpo de homem já envelhecido. Cabelo branco, olhos infinitamente azuis (olhos que sempre tiveram um brilho especial, sincero, parecendo prestes a rebentar em choro como a maioria dos olhos azuis), calça inglesa larga, em mangas de camisa. Sai apressado, a correr.

É preciso parar e perceber o que significou Robson no FC Porto. Não era apenas mais um treinador, era por si só um espectáculo dentro do espectáculo, um homem especial, um homem do futebol, que vivia e respirava o desporto-rei. Sabia interagir com a bancada, entendia a componente cénica do jogo, sabia ser teatral, enervava-se, vivia o jogo ou, pelo menos, fingia enervar-se e viver o jogo, pois sempre me deu a ideia de Robson ser um homem que actuava para uma plateia, percebendo melhor do que ninguém o que o adepto queria ver, o que o adepto procurava, o que o adepto sentia. No fundo era um entertainer. Robson adorava futebol, respirava aquela relva como se fosse a praia da sua vida e por isso entendia bem o que os outros sentiam.

E foi por isso, creio, que quando sai disparado do Departamento de Futebol a correr em direcção ao carro, com certeza já atrasado para algum almoço previamente alinhavado, pede desculpa a todos e diz que naquele dia não pode parar para autógrafos nem fotografias, “sorry, sorry, I have to hurry….pressa pressa, hoje no possível, sorry!

Robson era de facto um gentleman, um homem com pedigree e de charme irresistível, que não sabe estar mal em nenhuma situação, sempre mais elegante que os outros, mais genuíno, autêntico, carinhoso, afável, um homem que compreendia o outro, que parecia perceber o que os outros sentiam, um autêntico Sir, que era engraçado e espirituoso mesmo sem o saber ou sem fazer deliberadamente por isso.

Fiquei decepcionado, como qualquer miúdo de 8 ou 9 anos, com a saída rápida de Robson. Era o autógrafo que mais desejava e talvez por isso decidi não me dar por vencido e seguir atrás do Mister, que já subia a rampa em direcção ao seu automóvel, apressado mas dizendo adeus a toda a gente, no seu jeito gingão inglês. Até que Robson repara no miúdo que segue atrás dele, de caderno – um caderno de capa dura, amadeirado, muito pequeno, com folha de qualidade superior, oferecido pelos Avós – e caneta na mão. O primeiro impulso é pedir desculpa, “sorry kid, I can’t, it’s too late, tarde, tarde, sorry”. Mas logo depois, como se a sua consciência lhe estivesse a dizer algo como “mas vais deixar aqui a criança triste sem o autógrafo?”, gira sobre si mesmo, dá uns passos para descer a rampa, aproxima-se de mim e diz “Sorry kid”, pega na caneta, assina no caderno e faz-me uma festa na cabeça. Bobby Robson nunca esqueceu as suas origens do nordeste inglês, onde cresceu numa região mineira e onde o sentimento de pertença à comunidade é mais forte do que tudo. A sua extrema humildade saltava à for da pele, era-lhe intrínseca.

E assim, de forma rápida, deu meia volta a correr e em duas passadas alcançou o carro, saindo imediatamente depois das Antas. Este é o Robson que eu recordo, mais do que o Robson do documentário, que por acaso até negligencia, talvez em demasia, a passagem do britânico por Portugal. Para uma criança como eu, é óbvio que Sir Bobby ficou para mim como para Paul Gazza Gascoigne:

“It’s Sand, Earth and Sir Bobby”

Para finalizar esta recordação, e para provar que nada disto é fantasia ou fruto da minha imaginação, partilho uma fotografia desse dia, onde juntamente com o meu primo, me deixei fotografar logo à saída do departamento de futebol com um dos meus ídolos: o grande capitão e eterno nº2 João Pinto. Parece já que foi noutra vida, mas por incrível que pareça é mesmo a nossa vida.

Rodrigo de Almada Martins

21 março, 2019

NO PAÍS DAS AVESTRUZES.


Em registo diferente do habitual, deixo-vos três curtos apontamentos do que foi a recente semana desportiva, mais fora dos campos, do que propriamente nos mesmos.


Ficou-se a saber na passada semana, que o conhecido homem de mão de Luís Filipe Vieira, César Boaventura, alegadamente tentou subornar os jogadores Lionn e Cássio, na altura atletas do Rio Ave, para "facilitarem" no jogo que iria opor Vilacondenses contra vermelhos, referente à época de 2015/16. A nota que gostaria de realçar, é que a acusação de Lionn não foi feita num dos infindos programas de debate televisivo, nem sequer após uma noite de copos com os amigos. Estas declarações foram feitas num Tribunal da República Portuguesa, sob juramento.

Ao momento que escrevo esta crónica, do Conselho de Justiça da Liga, Federação Portuguesa de Futebol, Secretaria do Estado para o Desporto ou Ministério Público, a energia das movimentações deixariam embaraçada a célebre estátua do "Pensador" de Rodin.

Aguardo pacientemente e bem sentado, que as diversas instituições a cargo da Justiça em Portugal, se resolvam a tirar a cabeça dentro do profundo buraco onde se encontram, e decidam fazer aquilo para o que foram criadas. Actuar!


Num período de crescente proliferação de artistas de stand-up comedy, não consigo deixar de destacar o slb como os incontestados réis do género. Este tipo de comentários no pasquim carnidense são de levar qualquer adepto portista à exaustão por gargalhadas. Lá no fundo, até compreendo os "pobres" benfiquistas. Habituados que estavam a ganhar às custas dos ASSALTOS que os senhores de preto nos andaram a fazer anos a fio, com destaque para as épocas 2014/15 e 2016/17, devem estranhar que através do melhor acerto do VAR, já se marquem algumas infracções que anteriormente nunca seriam equacionadas pelo árbitro a favor do FC Porto. Vermelhos por travar jogadores isolados à frente da baliza. Penalties por clara mão na bola...

Bons velhos tempos aqueles em que um guarda-redes podia dar um soco na cara de um jogador do FC Porto, sem que o árbitro visse algo anormal.


Por maior que seja a rivalidade com determinados clubes, por mais escaldante que seja a partida em questão, ou por maior animosidade que certas personagens nos induzam, há um principio basilar inultrapassável: O do respeito pelo próximo.

Rivalidade, sim. Violência, não!

Muito bem o FC Porto a actuar com celeridade, perante um energúmeno (que em nada honra envergar as nossas cores. Ao contrário do que se vê em determinados clubes lisboetas, onde se assassinam adeptos e ainda se orgulham do facto em cânticos, no Dragão assumimos erros e atuamos em conformidade.

Para justiça cega, já bastam de avestruzes em Portugal.

20 março, 2019

DEPENDER DE OUTROS, NUM PAÍS DESTES.


Não tenhamos a mínima ilusão, a partir do momento em que perdemos a possibilidade de depender apenas de nós próprios, após perder um jogo que não se podia perder de forma alguma, as coisas complicaram-se de uma forma não digo irreversível, mas quase.

Porque depender de outros fatores significa mesmo depender de todo o tipo de outros fatores, sejam eles desportivos, arbitrais, meteorológicos ou de outra qualquer índole (sim, no futebol português a natureza dos fatores parece por vezes ter uma abrangência maior que o normal...).

Quando foi a Moreira de Cónegos, o FC Porto defrontou uma equipa concentrada a 1000%, centro-campistas super-agressivos, avançados em pressão o jogo praticamente o jogo todo e defesas-centrais que limparam tudo e mais alguma coisa, pelo ar, pelo chão, à cacetada, à cabeçada, etc, etc. Este fim-de-semana, olhamos para o 1º golo sofrido pelo Moreirense e vemos que o defesa-central cónego deixa passar a bola por entre as pernas de forma quase ridícula permitindo o avançado ficar isolado, olhamos para o 4º golo sofrido e vemos os defesas após um canto numa sequência de ressaltos do mais palerma que pode existir permitindo que o adversário marcasse a seu bel-prazer. Depender de outros fatores é depender disso, de palermas, pinos e idiotas com uns, mas que se transformam em "Beckenbauers" com outros.

Depender de outros é depender de critérios diferentes no mesmo jogo, é depender de árbitros e VAR´s com diferentes graus de visão. É depender de uns com "olho de falcão" e outros que não vêm um palmo à frente dos olhos.

Depender de tudo isto, num país em que há vários jogadores que acusam (declarações em tribunal sob juramento) um agente de lhes tentar aliciar para perder um jogo mas que toda a gente assobia para o ar.

Depender de tudo isto, num país em que há um processo de corrupção relacionado com "e-mails" mas em que aquilo que se discute é a forma, quem e como divulgou os e-mails (quando nas escutas do apito dourado alguém se preocupou com o facto destas estarem no youtube há anos e anos?!?!).

Depender de tudo isto, num país em que há "mala ciao", "vouchers", "emails", "e-toupeiras", "operação lex"...

Em suma, é uma valente BOSTA ter que depender de outros num país destes. Pior, um campeonato em que já tivemos uma excelente vantagem mas que a perdemos de forma incompetente (é verdade, temos de ser sérios, ao contrário dos outros), só nos podemos culpar a nós próprios. Porque agora a depender de outros, as coisas ficam muito, muito difíceis. É uma sensação de frustração olhar para a tabela classificativa e perceber que o nosso rival jogou miseravelmente durante grande parte da época com um treinador que foi corrido (do qual segundo o Presidente os adeptos iriam ter muitas saudades) e com adeptos a pedir a cabeça de tudo e todos na estrutura. É difícil não ficar com azia.

PS: Paulo Gonçalves era assessor jurídico da SAD, representava o clube nas reuniões da Liga, andava sempre "debaixo das saias" de Vieira, dele se diziam maravilhas ao nível da competência e conhecimento jurídicos, mas... o que raio tem ele a ver com aquele clube?!?!? Nada! Um agente que negoceia a saída do treinador que foi corrido há 2 meses (mas que dele se diziam maravilhas) e que passa a vida com posts odiosos sempre contra o FC Porto, o que ele tem a ver com aquele clube?!?!? Seguramente, nada!

16 março, 2019

OBJECTIVO CUMPRIDO.


FC PORTO-MARITIMO, 3-0

O FC Porto cumpriu mais uma etapa de uma série de finais até ao fim da época. Em igualdade pontual com o rival directo, o FC Porto não pode perder pontos sob pena de comprometer de vez as contas do título. A recta final da prova está aí ao virar da esquina e qualquer erro, por mínimo que seja, poderá ser fatal. Por isso, o objectivo do campeão nacional passa por ganhar jogo a jogo e esperar pelos resultados do seu adversário.

A vitória desta noite dos dragões é justa, mas escassa. Os campeões nacionais apresentaram o mesmo onze dos dois jogos anteriores. Sérgio Conceição não mexeu mais no onze desde a vitória frente à Roma e o certo é que os Dragões venceram sempre.

Apesar de tudo, o FC Porto não fez uma primeira parte muito conseguida. Os azuis-e-brancos tentaram, como sempre, entrar com grande intensidade e agressividade, mas esta noite os homens de Sérgio Conceição revelaram alguma incapacidade para explanar, da melhor forma, o seu futebol.


O Marítimo reforçou o seu meio-campo com cinco homens no apoio à sua defesa, deixando um único avançado perdido entre os centrais portistas. Aos oito minutos, o jogo parecia ficar facilitado para a equipa portista. Lucas Áfrico foi expulso, após derrubar Marega que seguia isolado para a baliza maritimista. Mas o facto é que esta expulsão fez com que a equipa insular se unisse mais, tornando-se mais solidária e recuasse o seu bloco defensivo.

Esta estratégia funcionou contra o FC Porto porque não foi capaz de jogar com a intensidade desejada. Apesar disso, assistiu-se, na primeira parte, a quatro oportunidades soberanas para os Dragões inaugurarem o marcador, mas Marega, em três situações, não foi eficaz e o guarda-redes contrário esteve em noite inspirada. A terminar o primeiro tempo, Herrera rematou com estrondo à trave e na sequência do lance Danilo introduziu a bola na baliza após um cabeceamento, mas o trinco portista estava em fora-de-jogo.

Ao intervalo exigia-se mudanças na equipa portista. Éder Militão não emprestava profundidade ao corredor e Otávio deambulava entre o miolo e a ala. Talvez por isso, Sérgio Conceição meteu Manafá na direita, deslocou Militão para o centro da defesa e Pepe ficou nas cabines.

O jogo mudou de figura. Os ataques à baliza maritimista passaram a ser mais intensos e adivinhava-se o golo portista. Depois das primeiras ameaças, chegou o lance que iria abrir o marcador na noite agradável no Dragão.


Aos 56 minutos, Manafá investiu pelo corredor direito, cruzou para o coração da área e Soares rematou, mas Gamboa abriu os braços e a bola, que se encaminhava para a baliza, bateu no braço esquerdo do jogador insular. O árbitro, recorrendo à tecnologia do VAR, assinalou a respectiva grande penalidade. Alex Telles, sem hesitar, colocou o FC Porto a vencer e desbloqueou o problema.

A partir daí, a fortaleza maritimista começou a abrir brechas com alguma facilidade. O FC Porto dominava e controlava o jogo com total segurança. Casillas foi, praticamente, um espectador em campo, tal a ausência de trabalho ao longo dos 90 minutos.

Aos 72 minutos, na cobrança de um pontapé de canto, Militão saltou e cabeceou para a baliza de Charles. Ainda deu a sensação de que Marega terá tocado no esférico, mas depois de visualizadas as repetições, o golo foi atribuído ao central brasileiro. Por outro lado, o VAR analisou o lance por suposto fora-de-jogo de Marega, mas o maliano estava atrás do último defensor verde-rubro.


Entretanto, Sérgio Conceição fazia mais substituições. Brahimi e Óliver entravam para os lugares de Otávio e Herrera. O argelino, em gestão de esforço, desenhou algumas jogadas de perigo e causou calafrios à equipa de Petit, mas tanto Soares como Marega não aproveitaram as boas solicitações do extremo portista.

Danilo viu novo golo invalidado a sete minutos do fim, novamente por fora-de-jogo, Soares cabeceou ao poste, dois minutos volvidos, e a um minuto dos 90, Brahimi pegou na bola pela esquerda e fez o resultado final de 3-0, batendo Charles sem apelo nem agravo.

Resultado certo, objectivo cumprido e mais três pontos na luta pelo título que promete ser intensa até à última gota. As competições vão parar agora por um período de 15 dias para compromissos das selecções nacionais. Será um momento importante para reflexão e para a equipa técnica portista preparar a recta final da época da melhor forma que promete ser intensa e muito quente.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Todas as vitórias são importantes"

Dificuldade de ter mais um em campo
​“Normalmente, as equipas que ficam com inferioridade numérica, juntam-se mais, ficam mais solidárias. O Marítimo ficou praticamente com 10 jogadores atrás da linha da bola. Fomos previsíveis na primeira parte, a cruzar muitas vezes para a área, mas de uma forma algo previsível para o adversário. Faltava um bocadinho de velocidade no ataque. Mesmo com pouco espaço, podíamos ter mais mobilidade. Mesmo assim conseguimos três ou quatro oportunidades de golo que nos podia ter deixado em vantagem antes do intervalo.”

Melhorias na segunda parte
“Na segunda parte, optei por fazer algumas modificações, naquilo que era a nossa dinâmica ofensiva, ou seja, na nossa construção. Dei mais largura com a entrada do Manafá, do outro lado com o Alex e muita gente por dentro e criámos situações mais rápidas. O jogo foi mais agradável e conseguimos chegar naturalmente aos golos e ficariam outras tantas ocasiões em que podíamos ter feito mais. Fizemos a nossa obrigação que era vencer o jogo.”


Continuar o caminho vitorioso
“Todas a vitórias são importantes. Obviamente que me importo com o resultado dos rivais, mas isso não tem de servir de vitamina. O resultado do adversário não pode interferir minimamente com o nosso trabalho nem pode ter peso sobre se estamos mais felizes ou não. Temos de fazer o nosso caminho. Disse, na antevisão do jogo que se conseguíssemos ganhar estas nove finais, a contar com este jogo, podemos estar mais perto de conseguir aquilo que queremos, que é vencer o campeonato.”

Oito finais pela frente
“Não somos campeões se ficarmos em igualdade pontual. Estou convencido que os jogos até ao final vão ser jogos muito difíceis. À medida que caminhámos para o final do campeonato, independentemente se estamos a jogar contra as equipas que ainda estão a lutar pelo título, como o Braga ou o Sporting, que ainda vamos defrontar, ou contra as equipas que estão a lutar para se manter na primeira liga, todos os jogos serão difíceis. Ao conseguirmos ganhar, jogo a jogo, e chegarmos ao fim com essas vitórias conquistadas, poderemos estar felizes no final.”



RESUMO DO JOGO

15 março, 2019

O MOMENTUM MUDOU.


No futebol, confesso, sou de feelings. Não sou apologista de crenças adivinhatórias ou espíritas, mas sim de ler o que se passa nas entrelinhas, as declarações dos intervenientes, o jogo jogado, a forma e ímpeto dos jogadores, o momentum. E esse momentum é o que me leva às premonições, às tais adivinhas, aos feelings. Feelings, wo-o-o feelings…..

No jogo em casa, contra o principal rival, é justo dizer que não estava com boas sensações. As coisas são o que são e, de facto, o momentum do rival era superior, mais colorido e mais entusiasmante. Sentia-se no ar que a equipa que que vinha jogar ao Dragão aparecia numa boa fase, vibrante até. A derrota, em nossa casa, doeu muito e os portistas dignos desse nome certamente que dormiram mal  nas noites seguintes. Já dizia alguém que “o problema não é perder, mas sim a cara com que a gente fica”. Bem verdade.

Sucede que o momentum, esse algo indefinido mas que tudo define, mudou. Desde logo porque o FC Porto, depois dessa derrota, venceu dois jogos bastante complicados, cada um à sua maneira: frente à Roma, permitindo mais uma saborosa qualificação para os quartos-de-final da maior competição de clubes do mundo; diante do Feirense, num jogo fora de portas, perante uma equipa aflita (e todos sabemos como custa vencer equipas que estão para lá da linha de água). Pelo contrário, depois da vitória no Dragão, o nosso rival não venceu os dois jogos que disputou: Dínamo de Zagreb (derrota, fora) e Belenenses (empate, casa).

A época é longa e ainda vai no adro. Abril está a chegar e Maio, o mês de todas as decisões, ainda parece distante. Vêm aí pausa para selecções, mais jogos europeus, mais Taça de Portugal e, claro, jogos do campeonato. Só os mais fortes sobrevivem, diz o lema. E Abril e Maio aí estão para o provar. As pernas, essas, vão pesar, as lesões vão reaparecer, o cansaço acumulado vai originar cansaço mental, os treinadores serão postos à prova e, a dada altura, terá que haver cedências, fazer opções, tomar decisões.

O rival, parece-nos, já as fez, apostando tudo no campeonato nacional. Tem ainda uma meia-final da Taça de Portugal para jogar, onde o rival Sporting tudo fará para salvar o que lhe resta da época. O FC Porto, esse, irá a Braga com a eliminatória praticamente ganha, mas convém não deixar o adversário galvanizar-se durante os – longos – 90 minutos (vide Atlético Madrid em Turim).

Sucede que o empate frente ao grupo comandado por Mestre Silas – a propósito: grande trabalho deste treinador ao leme de um clube que já não se sabe bem no que se transformou e que por si só mereceria uma crónica em separado – veio alterar todas as previsões e análises feitas. Com efeito, depois da vitória no Dragão, um empate caseiro frente ao Belenenses acaba por vir provar a imaturidade e falta de estaleca da equipa de Lage. As contas fazem-se no fim, a verdade é que o rival segue na frente e que se o campeonato terminasse hoje, o FC Porto não seria o campeão nacional.

Mas não há sombra de dúvida de que este empate fez soar os alarmes na segunda circular e na comunicação social deste país: afinal ainda há quem lhe resista, ainda há quem vá a luz e não leve 10x0, ainda há clubes dispostos a lutar por pontos contra o nosso rival. E essa é uma boa novidade, pois até aqui assistimos a um passeio de Bruno Lage, sem dificuldades de maior e em ritmo de passeio. Mas algo parece ter mudado, não sabemos se se trata das lesões, do cansaço acumulado, da pressão de ir na frente, mas de repente temos algo a que nos agarrar. Que ninguém nos diga que é impossível, porque não é. Já não somos os favoritos a vencer o campeonato, isso é certo, mas vamos vender cara a derrota. E esse é o maior capital que atribuo a Sérgio Conceição: a incapacidade em desistir, em garantir que todos dão o extra-mile, a certeza de que não restarão gotas de suor para expelir, a plena noção de que ali está um bando de guerreiros que não baixa os braços. Este Porto vai à luta e tem estofo e espírito de campeão, não se rende com facilidade.

E é a isto que temos que nos agarrar. Não é muito, bem sei, mas é alguma coisa. O momentum mudou, os benfiquistas já não entram nos escritórios de peito feito e com piadolas básicas, as nuvens deslocaram-se e compete ao FC Porto aproveitá-las. O mundo muda rapidamente e no futebol não é excepção. Temos que fazer a nossa parte e esperar que os outros não tenham estofo de campeão. Porque e isto é escamoteável, os campeões somos nós, o FC Porto. É a isso que nos agarramos.

Rodrigo de Almada Martins

LIVERPOOL É O ADVERSÁRIO NOS "QUARTOS" DA CHAMPIONS.


FC Porto jogará a primeira mão em Anfield Road, em Inglaterra.

O FC Porto vai defrontar o Liverpool nos quartos de final da Liga dos Campeões, na sequência do sorteio realizado esta sexta-feira na sede da UEFA, em Nyon (Suíça).

A primeira mão, a 9 ou 10 de abril, será realizada em Anfield Road, com o Estádio do Dragão a ser o palco do segundo jogo, a 16 ou 17 de abril.

Durante o sorteio, os Dragões ficaram ainda a conhecer os potenciais adversários nas meias-finais da prova: Manchester United ou Barcelona.

Os campeões nacionais chegam a esta fase depois de terminarem no primeiro lugar do Grupo D, com 16 pontos, e de eliminarem a Roma nos oitavos de final.

A final da Liga dos Campeões realiza-se a 1 de junho, no Estádio Metropolitano, em Madrid (Espanha).

Oitavos de final da Liga dos Campeões:

Liverpool-FC Porto
Barcelona - Manchester United

Ajax - Juventus
Tottenham - Manchester City

fonte: fcporto.pt

14 março, 2019

SORRIR EM MAIO.


A época tem sido muito boa: meia-final da Taça está a correr muito bem, a Champions tem sido fantástica e estamos na luta taco-a-taco pelo campeonato. Para o que falta, partilho convosco três notas que julgo serem as mais importantes para o que nos resta: As nossas prioridades, Os nossos adversários, A nossa equipa. É tudo quanto mais interessa neste momento, na minha humilde opinião, de quem quer apenas nada mais nada menos que o mesmo que todo o universo azul e branco: chegar a Maio a sorrir.

As nossas prioridades
O mais importante é o Campeonato. É aí que devemos concentrar as energias, o foco, a maior atenção. É esse o único/principal (escolham) objetivo da época que ainda não está garantido. Tudo o resto está feito (Champions) ou bem encaminhado (Taça). Na Champions cumprimos e superámos as expectativas. O que vier agora é um extra, um add-on, um sonho. Na Taça, estamos a ganhar 3-0 no intervalo da eliminatória e o Jamor está ao virar da esquina, ou da Pedreira.

Os nossos adversários
Na Champions, ainda não sabemos quem nos calha na rifa. Mas sejamos realistas: o que mais interessa a partir de agora é jogarmos sem pressão. Libertarmos a equipa da tensão e acreditarmos que aquilo é 11 contra 11 e depois logo se vê. Se pintar, espetacular. Se não pintar, missão cumprida à mesma. Se nos calhar um Ajax, Tottenham ou Man United, todos ficaremos a sonhar que será possível chegarmos às meias. Se sair um dos outros tubarões, não será impossível claro, até porque este mágico clube já nos provou várias vezes que nada é, e será bonito vermos a nossa equipa sonhar connosco nas quatro linhas, mas será igualmente importante não nos esquecermos daquilo que é o nosso campeonato.
Na Taça, acredito que seriedade e competência, mesmo que com alguma gestão (ponderada) de recursos,  serão suficientes para nos permitir a passagem. Até porque jogaremos com eles duas vezes seguidas em Braga, e é essencial percebermos que um jogo é uma batalha, e o outro é a guerra.  
No Campeonato, a noite de segunda-feira provou que eles também falham, embora de facto estejam muito mais competentes do que estavam no início de Janeiro, por exemplo. Estou convencido de que se fizermos o nosso trabalho, será suficiente. Recomendaria, pois, foco total em nós próprios, porque eles vão acabar por perder pontos num dos nove jogos.  

A nossa equipa
A atitude e a vontade são absolutamente intocáveis nesta equipa. Se há coisa que podemos todos ter a certeza, é que esta equipa nunca cairá por falta de querer. E isso já diz muita coisa. Mas vamos ao futebol em si. Sobre aspetos defensivos, será óbvio reconhecer que do ponto de vista de posicionamento estamos algo distantes do ideal, dá a sensação de existir alguma falta de rigor. Na maioria dos casos, esse desalinhamento tem vindo a ser compensado pela mais valia individual (velocidade, capacidade no 1:1, reatividade, etc.), e isso explica o facto de sofrermos poucos golos e pode, mesmo que pareça controverso, explicar alguma displicência também. Olhemos para Pepe a título de exemplo: uma falha de posicionamento claro no auto golo de Felipe na Feira, mas recuperações incríveis a evitar o 2º golo do Feirense já depois dos 90´e na receção à Roma a tirar o golo (praticamente) certo a Dzeko no prolongamento. Quanto a aspetos ofensivos, dá a clara sensação que critério e elaboração ausentam-se muitas vezes, sobretudo quando fora das quatro linhas estão os melhores na decisão, como Oliver Torres. Isso parece ser essencial, pois a ansiedade e a pressa podem dificultar-nos a vida nos jogos que faltam. Boas notícias nas bolas paradas, onde parece que voltámos à boa forma (jogo na Feira é prova disso), não só pelas notáveis capacidades de Militão, Felipe, Pepe e Danilo, mas também pelo trabalho espetacular que tem sido feito no Olival (vejamos a diversidade de soluções e jogadas “inovadoras” de bola parada que vão surgindo de jogo para jogo). Para terminar, seria importante que a malta da frente aumentasse os índices de aproveitamento das muitas oportunidades de golo que temos vindo a criar. A margem de erro é muito diminuta, para não dizer zero. Exige-se, pois, concentração máxima nos 9 jogos de campeonato que faltam.

Em suma, foco no essencial! Porque o nosso objetivo é só um… sorrir em Maio.

13 março, 2019

5 PONTOS PARA O FRANCISCO.


Com o inestimável contributo de Vlachodimos e Rúben Dias contra o Belenenses, o ponto final a tender para o parágrafo, que sobrevoava a Liga 2018/19 desde aquela malfadada noite no Dragão, transformou-se numa vírgula, onde a luta de nervos e arcaboiço de Homens para suportar a pressão, vão ser decisivos para a obtenção dos louros de campeão.

Depois de um período tremido, que quase deitou tudo a perder, o Dragão dá mostras de se erguer orgulhoso. Prova disso, os recentes resultados, e a entrada e saída de jogadores chave no 11 principal, sem que de momento possamos afirmar categoricamente qual a nossa melhor equipa. Na defesa, meio campo e ataque, alternativas multiplicam-se, ao ponto de vermos um Brahimi no banco, sem fazer falta à equipa.

Em sentido inverso, a derrota europeia, anexa ao semi-desaire caseiro, poderá criar (criou?) as dúvidas necessárias ao deslumbramento que grassava pelas bandas vermelhas. Nesse maremoto de sentimentos, mantenho a opinião de que é importante a manutenção do slb na Europa do futebol. A sua eventual queda, iria levá-los a concentrar (ainda) mais esforços na Liga, obtendo alguma vantagem sobre o nosso, já de si, complicado calendário.

Neste momento de renovadas esperanças depois da desilusão do clássico, não quero deixar de prestar o meu tributo a Francisco J. Marques. Indirectamente, a ele devemos o conforto da jornada de consagração da época passada, e 5 pontos perdidos pelo slb nesta época. Para alguém demasiado racional como eu, para acreditar em coincidências ou sorte, as diferenças de prestações de Tondela e Belenenses contra mouros, antes e pós divulgação dos emails são gritantes.

Ainda bem para os clubes, adeptos e suas cidades, que finalmente se podem orgulhar dos emblemas que envergam. Ainda bem para a verdade desportiva, onde cada vez mais, passa a ser necessário - para todos - suar a camisola a quem quiser vencer.

Cumprimentos Portistas.


10 março, 2019

A VITÓRIA DO SACRIFÍCIO.


FEIRENSE-FC PORTO, 1-2

Depois de 120 minutos exigentíssimos frente à Roma, no jogo da Champions League, os campeões nacionais cumpriram mais uma jornada na Liga NOS. Sérgio Conceição repetiu o onze da noite europeia e isso traduziu-se em menos qualidade de jogo, menos lucidez e menos frescura física da parte dos seus jogadores.

Para tornar a situação mais difícil, o Feirense entrou muito bem no jogo e logrou adiantar-se no marcador logo aos 4 minutos, num auto-golo de Felipe. Ao cortar um lance de perigo, o central brasileiro introduziu a bola na própria baliza perante a pressão de um avançado contrário.



Os Dragões tiveram alguma dificuldade em entrar no jogo, dada a boa réplica emprestada pelos fogaceiros, mas com o decorrer do tempo, a equipa portista assentou o seu jogo e começou a acercar-se da baliza contrária. Primeiro, em ensaios de bolas paradas e depois, na concretização efectiva do mesmo tipo de lances.

Foi assim que à passagem dos 19 minutos, Danilo correspondeu com um cabeceamento fortíssimo, após canto cobrado por Corona. Com o empate reposto, o FC Porto passou a dominar e a controlar o jogo, apesar da luta intensa empregada pelos jogadores da equipa da casa na zona do miolo.

Aos 35 minutos, Pepe colocou os azuis-e-brancos na dianteira do marcador. Num livre descaído na meia direita do meio-campo feirense, Telles colocou a bola na área e depois de alguma confusão, a bola sobrou para o internacional luso-brasileiro que fez um golo muito semelhante ao que obtivera há duas jornadas em Tondela.


Ao intervalo, o jogo estava perfeitamente controlado pelos Dragões. Esperava-se uma segunda parte de reacção da parte da equipa da casa e algumas alterações na equipa de Sérgio Conceição, depois do jogo desgastante frente à Roma.

Nem uma coisa, nem outra. O Feirense não conseguiu reagir ao longo de quase toda a segunda parte. E o técnico portista demorou muito a fazer substituições. O jogo arrastou-se, não foi bonito de se ver e traduziu-se numa etapa complementar pobre e sem interesse.

Marega, aos 70 minutos, e Corona e Otávio, aos 85 minutos, cederam os seus lugares a Brahimi, Manafá e Óliver Torres, respectivamente. O jogo já pedia há muito frescura na equipa campeã nacional.


O Feirense ainda ameaçou, de facto, a baliza de Casillas nos últimos minutos. Primeiro, numa desatenção total de Telles e Pepe, aos 89 minutos, que deixou Crivellaro em posição de atirar à baliza, mas Pepe, num último suspiro, cortou a bola “in extremis” para a linha de fundo. Depois, aos 91 minutos, Briseño apareceu à entrada da área a rematar à meia volta, dando a sensação de golo. Casillas viu passar o esférico junto ao poste.

Assim terminou o jogo, com três pontos conquistados que mantêm o Dragão na luta pelo título. Não há margem para mais erros. O FC Porto tem que vencer os seus jogos e esperar por uma escorregadela do seu adversário para assumir a liderança.

Os campeões nacionais regressam ao trabalho na Terça-feira, pelas 18 horas, para dar início à preparação do jogo com o Marítimo, que se realiza no próximo Sábado.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Foi uma vitória justa contra um adversário duro"

Resposta à desvantagem
“Viemos defrontar um adversário que está cada vez mais pressionado à medida que o fim do campeonato se aproxima, estavam muito motivados por jogar contra o campeão nacional. Depois de um jogo de Champions, muito cansativo, não era fácil vir aqui à Feira, daí que tenhamos conseguido uma grande resposta à desvantagem. Podíamos até ter acabado a primeira parte com mais golos. Houve aqueles problemas com a luz que também dificultaram as coisas. Na segunda parte houve alguma falta de frescura e optei por tirar o Marega, que estava cansado. Quando entrou o Edinho, pus o Oliver para jogarmos com dois no meio campo, depois pus também o Manafá porque o lateral esquerdo deles tinha cartão amarelo. Quisemos sempre marcar mais um. Foi uma vitória justa contra um adversário duro, que está a tentar tudo para reverter uma situação nada fácil.”


Os perigos da vantagem tangencial
“Sabemos dos perigos de uma vantagem pela margem mínima. Quisemos sempre ir à procura de mais um golo. Houve ali uma escorregadela e isso é sempre perigoso nestas circunstâncias. Estivemos sempre em alerta em relação ao que o adversário podia fazer. Tivemos oportunidades para o 3-1 e mais um golo para nós seria mais justo.”

Jogo traiçoeiro
“Foi um jogo num contexto muito difícil. Quis responsabilizar os jogadores, por isso coloquei o mesmo onze que defrontou a Roma para o plantel perceber que este jogo era tão importante quanto o da Roma. Quis responsabilizá-los no sentido de ganharem maturidade. É importante saber estar com a Roma e saber estar com o Feirense.”



RESUMO DO JOGO

08 março, 2019

TORCENDO PELO INIMIGO.


Nesta última semana que se passou, muito se decidiu sobre a presente época portista. Em três jogos, um deles decisivo e outros dois não mortais, mas quase, o sabor que nos fica é bem agridoce. Apesar de racionalmente o pecúlio ser positivo, visto que passamos uma eliminatória de Champions, e colocámos praticamente um pé e mais alguns deditos do outro no Jamor, o que o coração nos diz, é que trocávamos de bom grado estes dois bons resultados, por uma vitória com números semelhantes contra o nosso rival de sempre.

Não conseguimos, essencialmente pela pecha que Sérgio Conceição ainda não encontrou antídoto. Mais do que na finalização, que como se sabe, tem humores variáveis para todos, é no controlo do jogo que temos - e muito - que crescer.

Falhámos estrondosamente contra vermelhos, quando a ganhar, bastaria só ter a bola e irritar o adversário, até lhe desferir a estocada final, como aliás o fizemos na Taça da Liga. Íamos cometendo o mesmo erro contra Romanos, onde após conseguir o mais difícil, o golo que nos colocou em vantagem, voltamos a ceder o domínio e iniciativa de jogo aos italianos, até eles marcarem um golo que poderia ter sido o nosso canto do cisne. Felizmente o coração, a raça e a energia do Dragão, empurrou a equipa para a frente, conseguindo um resultado bastante importante para nós, e para um país que não nos merece.

Ao contrário da frente de ataque, onde na falta de um matador puro, continuamos a caçar com gato, para o meio-campo existem soluções que permitem diversos tipos de gestão do jogo. Quem tem jogadores "monstruosos" como Danilo, Herrera e Óliver (e o Otávio de anteontem) não se pode queixar de falta de matéria-prima. Sérgio Conceição é exímio a meter o sentimento e coração na alma dos jogadores. Mais do que nomes e tácticas, seria um grande upgrade para a equipa, se conseguisse pô-la a usar a cabeça nos momentos chave. 

Se nas taças aparentemente cumprimos, para já, os mínimos exigíveis, e na Champions até superamos as expectativas iniciais, no campeonato vamos precisar de manter o foco... e torcer pelo slb na Europa. 

A pior notícia que poderíamos ter, é que a equipa lisboeta consiga preparar as próximas 10 jornadas descansada e sem pressão. Se conseguirem as meias-finais, ou mesmo a final da Liga Europa, a ambição na cabeça dos jogadores poderá dividir-lhes o foco e consequentemente, abrir a hipótese de serem surpreendidos cá dentro do burgo. Já o vimos em tempos recentes. 

Infelizmente, e por nossa incompetência, será essa a maior esperança. Por isso, vamos lá à remontada contra o Zagreb, slb!

Cumprimentos Portistas

06 março, 2019

ENTRE A ELITE DA EUROPA.


FC PORTO-ROMA, 2-1 (3-1 após prolongamento)

O FC Porto acaba de escrever mais uma página bonita na sua história. Não sendo inédito, nem raro, é, contudo, um momento importante na vida do clube. Os Dragões atingem pela sexta vez um lugar entre os 8 melhores da Europa e contrariam a versão de que esta é uma prova feita apenas para os clubes dos países mais ricos e privilegiados da Europa.

Com um orçamento limitado e com menos jogadores inscritos na prova do que os outros clubes participantes, os campeões nacionais têm feito uma caminhada quase imaculada. Além disso, os pontos amealhados e os milhões adquiridos ajudam a explicar a excelente prestação da equipa portuguesa. Nesta prova, desde 1992/93, o FC Porto é, de longe, a única equipa portuguesa com pergaminhos na Champions League e das poucas fora dos países Top-5 que apresenta grandes resultados e performances na prova.


Sérgio Conceição estava determinado a levar de vencida a equipa italiana da Roma. Para isso, o treinador portista sabia que precisava de uma equipa poderosa, em termos físicos, principalmente na zona do miolo. Por isso, sem surpresas deixou Óliver de fora e apostou em Danilo para apoiar Herrera. Brahimi ficou no banco para ser lançado mais tarde e, no seu lugar, surgiu Corona. Otávio preencheu a ala direita, com indicações para apoiar também a zona do miolo. Na defesa, Militão substituiu Manafá. De resto, tudo igual ao último jogo.

O jogo começou muito bem para a equipa portista. À semelhança do jogo com o benfica, a equipa de Sérgio Conceição, apoiada por um mar azul, encostou a Roma às cordas e criou bastantes embaraços para a baliza defendida por Olsen.

O treinador da Roma, Di Francesco, apresentou-se com muitas cautelas defensivas. Surgiu uma defesa com três centrais, promovendo o anti-jogo e as perdas de tempo, sobretudo praticadas pelo seu guarda-redes, na colocação da bola em jogo. O árbitro turco, muito conhecido pelas suas “habilidades”, compactuou com este tipo de estratégia que só desprestigia a prova.


Os campeões portugueses atacavam com muita intensidade, sobretudo pela esquerda, com Corona e Alex Telles a combinarem diversas vezes e a colocar a equipa romana em sobressalto. O defesa brasileiro do FC Porto teve uma oportunidade soberana de golo mas rematou às malhas laterais.

Aos 26 minutos, surgiu o primeiro golo do FC Porto, com alguma naturalidade. Marega recuperou uma bola, deixou em Corona que correu para a grande área. O mexicano devolveu o esférico a Marega que assistiu Soares para encostar a bola para as redes. Estava feito o que já era merecido até aquela altura.

No entanto, o FC Porto continua a cometer alguns erros que colocam, por vezes, as vitórias em causa. Militão, na direita, teima em não convencer. Revela algumas dificuldades quer a defender, quer a atacar. Aos 36 minutos, o central brasileiro derrubou Perotti. De Rossi converteu o castigo máximo, repondo a igualdade.


Ao intervalo, o resultado era injusto, mas castigava a falta de concentração e de rigor da equipa portista. Os azuis-e-brancos sabiam que estavam em desvantagem na eliminatória e que precisavam de um golo para, pelo menos, igualar a mesma.

A segunda parte iniciou-se como a primeira. O FC Porto com um fulgor ofensivo alucinante e intenso, continuava a criar grandes dificuldades no reduto romano. A equipa transalpina usava e abusava das perdas de tempo e do anti-jogo, não incomodando minimamente Iker Casillas.

Soares, num golpe de cabeça, e Marega, num remate cruzado, deixaram o aviso para o que viria a suceder. Aos 53 minutos, Corona cruzou com conta, peso e medida e Marega, ao segundo poste, surgiu desmarcado a bater o guarda-redes Olsen. Estava reposta a igualdade na eliminatória.


A partir daí, o FC Porto teria que ter cuidados redobrados. É que um novo golo da Roma obrigaria o FC Porto a fazer dois golos por causa da regra dos golos fora de casa em caso de empate.

Sérgio Conceição apostou nas entradas de Brahimi e Fernando Andrade para os lugares de Corona e Soares. O FC Porto teve sempre sinal mais na partida, com diversas situações para alvejar a baliza romana. A equipa italiana não chegava à baliza portista. Zaniolo, decisivo no jogo da primeira mão, era uma sombra do que tinha mostrado e Dzeko jogava muito sozinho, perdido entre a defensiva portista.

Atingidos os 90 minutos, o FC Porto teve que cumprir 30 minutos penalizadores e injustos. No prolongamento, apesar do domínio azul-e-branco, o jogo ficou, de certa forma, mais partido. Marega ainda dispôs de um lance para ampliar para 3-1, mas Dzeko também não aproveitou uma oferta de Pepe à entrada da área.


Até que aos 118 minutos, chegou a justiça no marcador. Maxi rematou cruzado à entrada da área e Fernando Andrade foi agarrado pela camisola por Florenzi. No estádio não foi perceptível, mas Fernando Andrade reclamou bastante. O VAR de serviço alertou o árbitro para o lance e depois de alguns minutos de “suspense”, o Dragão explodiu de alegria. Penalti e possibilidade de sentenciar a eliminatória.

Alex Telles converteu o castigo máximo com superioridade e colocou o FC Porto entre a elite dos 8 melhores clubes da Europa. Antes de terminar, destaque para a tentativa da Roma de obter uma grande penalidade que não existiu mas que a comunicação social portuguesa se encarregou de repetir até à exaustão, espumando-se de raiva. E ainda tempo para os três minutos de descontos concedidos pelo árbitro turco, convertidos em cinco longos descontos.

Com esta passagem, os Dragões atingem a marca de 79 milhões de euros na prova e vão para os quartos-de-final à espera do adversário que será conhecido, no próximo dia 14 de Março. Entretanto, os azuis-e-brancos preparam desde já a próxima jornada da Liga NOS, onde, no próximo Domingo, deslocam-se a Santa Maria da Feira para medir forças com o lanterna vermelha do campeonato.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Fizemos um jogo a roçar a perfeição"

Corrigir para voltar aos triunfos
“Era importante voltarmos a ter, quando comparado ao último jogo, algumas características que para nós são fundamentais. Voltámos a ser uma equipa muito pressionante, com a reação à perda de bola muito forte e com muita vontade de chegar à baliza adversária, e percebendo que, por vezes, isso fica difícil para o adversário. Demonstrámos um bom misto entre aquilo que é o futebol mais ligado e o futebol mais vertical, mais na profundidade. A relação entre Otávio, o Marega, o Corona e o Soares na frente, com o sentido posicional dos nossos dois médios, quer na fase defensiva quer na ofensiva, deu num jogo de grandíssima qualidade. Isso deve-se principalmente aos jogadores, que interpretaram na íntegra aquilo que queríamos e que tínhamos preparado para o jogo. Disse, na palestra, aos meus jogadores, que a Roma poderia mudar qualquer coisa na estrutura base da equipa. Conhecendo o futebol italiano e o momento em que a Roma atravessa, percebi que poderiam mudar alguma coisa e fazer aquilo que já fizeram este ano, que foi jogar com três centrais.”

Ausência de Brahimi
“No jogo passado ficaram outros de fora. Somos um grupo que tem qualidade, aquilo que pensei inicialmente para o jogo foi sem o Brahimi, no próximo jogo se calhar o Brahimi já estará. Todos estão disponíveis, todos querem jogar, há uma competitividade sã em todo o balneário e isso é o que faz do nosso grupo forte.”


Inteligência dentro de campo
“Foi uma prova de grande maturidade, de grande tranquilidade, de perceber que o nosso conjunto é forte, com este lado emocional saudável, consciente de que é preciso ter inteligência no jogo e entender o que o jogo está a pedir. Temos cometido alguns erros sem bola, que obviamente analisámos, percebemos e corrigimos, e hoje a minha equipa fez um jogo quase a roçar a perfeição.”

Próximo jogo já em mente
“Agora temos de pensar no Feirense, no domingo. Queremos, no fim de jogo, estar de volta ao primeiro lugar, apesar de um dos nossos rivais ter um jogo a menos. Mesmo assim, queremos passar para primeiro outra vez.”



RESUMO DO JOGO