BRAGA-FC PORTO, 2-3
O jogo de Braga foi um duro teste para o FC Porto na luta pelo título. Teoricamente, os Dragões ultrapassaram o adversário mais forte que tinham pela frente, em jogos fora de casa. Os campeões nacionais mantêm-se colados na liderança da Liga NOS e têm que continuar a vencer os seus jogos, esperando por boas novas do seu rival directo.
O jogo começou muito mal para os portistas. Algo amorfos e, de certa forma, desconcentrados, os Dragões viram o Sp. Braga entrar forte e permitiram que chegasse à sua área com alguma facilidade.
Aos 4 minutos, o FC Porto abriu uma avenida no seu meio-campo e os bracarenses aproveitaram para chegar à área portista com sucesso. Wilson Eduardo correspondeu a um cruzamento de Claudemir com um remate frouxo. Casillas ficou mal na fotografia, tentando defender o lance e protestando com o árbitro auxiliar, em simultâneo.
Este golo fez despertar o FC Porto para o jogo. Os Dragões reagiram e passaram a dominar o jogo com alguma facilidade mas no último passe e na definição dos lances, os jogadores dianteiros estiveram algo desastrados. O perigo rondava a baliza bracarense, mas não passavam de ameaças.
À passagem do minuto 26, o FC Porto chegou ao empate, com alguma justiça. Canto batido por Corona, Felipe desviou ao primeiro poste e Soares apareceu a finalizar de cabeça junto ao poste mais distante.
Esperava-se uma reacção do Braga que, na véspera, prometeu, pela voz do seu treinador, jogar para vencer. Mas foi o FC Porto que continuou a carburar na busca do segundo golo. A produção dos Dragões ia subindo à medida que os minutos passavam e foi já na parte final da etapa inicial que os azuis-e-brancos estiveram perto do 1-2. Primeiro por Alex Telles na conversão de um livre directo, com o guarda-redes bracarense a sacudir para canto e depois num remate atabalhoado de Marega a passar junto ao poste da baliza contrária.
A etapa complementar teve uma fase inicial muito semelhante à primeira parte. Brahimi entrou para o lugar do apagadíssimo Otávio, mas o FC Porto voltou a mostrar total desconcentração.
Com dois minutos jogados na segunda parte, os Dragões viam-se novamente em desvantagem no marcador. Felipe embrulhou-se com um adversário e ficou no relvado. Murilo aproveitou, foi para a área portista e perante o desentendimento entre Casillas e Militão apontou o segundo golo dos bracarenses. Um golo que teve o seu lado caricato e que demonstra a total desconcentração dos jogadores portistas.
Temia-se o pior para os campeões nacionais. Com nova desvantagem, o FC Porto teve que arregaçar as mangas e jogar na raça, mas a reacção não foi imediata. O Sp. Braga teve o ensejo de fazer o 3-1 à passagem dos 60 minutos quando Dyego Sousa rematou à figura de Casillas dentro da grande área. Na resposta, Alex Telles rematou fortíssimo, na área, para a defesa da tarde de Tiago Sá.
Sérgio Conceição voltou a mexer na equipa. Tirou Pepe, fez entrar Manafá e desviou Militão para o centro da defesa. Os Dragões voltavam a assumir as despesas do jogo e tiveram a compensação com uma grande penalidade de Claudemir sobre Éder Militão aos 69 minutos. Alex Telles, chamado a marcar, bateu o guardião bracarense e restabeleceu a igualdade. O lateral portista saiu lesionado, no momento do remate com um movimento do corpo que lhe causou uma bursite.
Para o seu lugar entrou Fernando Andrade que viria a estar no terceiro golo dos Dragões. Aos 80 minutos, em mais uma das muitas investidas dos campeões nacionais, Brahimi cruzou na esquerda para a área e Fernando Andrade foi carregado por trás por Claudemir. Jorge Sousa, sem dúvidas, apontou outra vez para a marca de pontapé de penalti.
Soares assumiu a responsabilidade e bisou na partida, colocando o FC Porto em vantagem, pela primeira vez na partida. Faltavam dez minutos para terminar a partida, que viria a ter sete minutos de compensação, dadas as perdas de tempo da equipa do Minho e o desaparecimento insólito das bolas do recinto de jogo.
O Sp. Braga tentou chegar, de novo, ao empate mas o FC Porto, apesar de passar por alguns calafrios e de mostrar algum nervosismo, acabou por trazer para a invicta três preciosos pontos. Destaques finais para um jogo de emoções, apesar de muitos erros de parte a parte, e para a boa moldura humana verificada na cidade dos arcebispos.
O FC Porto volta a jogar para a Liga NOS na próxima sexta-feira, com a recepção ao Boavista, mas antes terá que se deslocar novamente a Braga para cumprir a segunda mão das meias finais da Taça de Portugal. Os Dragões têm uma vantagem de três golos para gerir nesta terça-feira.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: "Juntos somos mais fortes"
Equipa demonstrou caráter e vontade
“Sabíamos que seria sempre difícil jogar aqui em Braga, independentemente da estratégia do adversário. Hoje vimos um Sporting de Braga mais baixo em campo, ficou mais difícil ter espaço para explorar a profundidade, como nós gostamos. Tivemos de encontrar outras soluções. Entrámos mal no jogo, nas duas partes, mas a equipa demonstrou muito caráter, muita vontade.
Substituições a pensar na vitória
“As substituições foram sempre pensadas para ganhar o jogo, mesmo com a entrada do Fernando Andrade, quando o Alex Telles se lesionou. Foi um jogo muito competitivo entre duas boas equipas. Defrontámos, é preciso assumir isso, o quarto grande.”
Mexer para acrescentar algo à equipa
“Durante a primeira parte já tinha trocado o Corona pelo Otávio, nos flancos, para haver mais permutas posicionais e colocar mais dificuldades ao Sporting de Braga. Depois, a entrada do Brahimi foi importante, como foram as entradas do Manafá e do Fernando. Fui vendo o jogo e fui metendo colocando sempre jogadores no sentido de dar algo mais à equipa com o objetivo de garantir a vitória.”
Dificuldades provadas pelas ausências
“O cenário teve a ver também com estas duas semanas, em que não tivemos nove jogadores que estavam nas seleções. Grande parte dos jogadores que jogaram hoje não esteve connosco nestes dias.”
Todos os jogos são finais
“Cada jogo é uma final e cada jogo é decisivo. Nunca saberemos que jogo será decisivo para as contas finais do campeonato.”
Uma mensagem para os adeptos
“Durante o jogo, senti que alguns adeptos não estavam como deveriam estar. Devemos estar sempre juntos, como sempre estivemos. Juntos somos mais fortes.”
RESUMO DO JOGO