Data: 28.04.2007
Local: Estádio do Bessa, Porto
FC Porto: Helton; Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves e Cech (Renteria); Lucho González; Raul Meireles e Jorginho (Lisandro Lopez); Hélder Postiga (Anderson), Adriano e Quaresma.
Golos: Ricardo Silva (15’); Zé Manuel (51’) e Lucho González (73’)
Mau, mau, mau, mau demais para ser verdade. Um jogo não digno de um ‘campeão’ que tem (e continua a ter…) tudo para ser novamente campeão, mas que a continuar a dar ‘tiros no pé’ de uma forma tão estúpida e com total inexistência de atitude profissional, arrisca-se a sofrer, sofrer muito nos 3 últimos jogos que restam para o término deste campeonato.
Inexplicavelmente, ou talvez não, o FC Porto entrou em campo com uma passividade e uma subserviência aos caceteiros da Avenida, que mais pareciam uma equipa qualquer do fundo da tabela, apenas com uma única alteração ao onze da última jornada, saindo Fucile por lesão, entrando para o seu lugar Marek Cech.
Bem, do lado contrário, o tal dos caceteiros da Avenida, há muito que um portista que se digne, que sabe muito bem que o campeonato dos ‘mouros do norte’, é ganhar ao campeão nacional… se o Prof. Jesualdo Ferreira não o sabia, e porque anda distraído, coisa que parece estar a acontecer com alguma frequência nos últimos tempos, tamanhos sãos os disparates ‘verbais’ que lança para fora via imprensa, como se todos nós, Portistas que amamos e sentimos o nosso clube apenas e só com uma motivação de fé e paixão, andássemos a dormir ou fossemos burrinhos.
Por isso, não me surpreendeu nada que os do outro lado, apesar de um actual campeonato miserável e sofrido, entrassem com toda a raiva para nos surpreender… surpresa, surpresa mesmo para mim, foi a atitude de ‘fracos’ dos nossos jogadores até aos 72 minutos, que só tem uma palavra para a qualificar: deplorável!!
O corredor esquerdo dos outros, mais parecia uma passadeira estendida, vendo-se insistentemente Bosingwa a ter de lutar ‘sozinho’ com 2 e 3 adversários, porque Postiga é bom demais para defender, só pode!!, e o ‘cego’ do nosso treinador, nunca percebeu que eventualmente uma simples alteração táctica em campo com a troca de Postiga com Quaresma, talvez resolvesse em todo ou em parte, esse problema… com Quaresma deste lado, talvez, talvez digo eu, este lado esquerdo não se tivesse tornado uma passadeira… assim, foi o que sabemos.
Fruto deste sufoco, aos 15 minutos, no seguimento de um canto, Ricardo Silva eleva-se sobre Bruno Alves e inaugura o marcador para os caceteiros da Avenida (1-0). Como há muito não acontecia, voltávamos a entrar a perder no jogo (julgo, salvo erro, que a última vez aconteceu na 1ª volta, no jogo da Madeira com o Nacional, onde ganhámos por 1-2).
Logo a seguir, só um ‘super’ Hélton poderia magistralmente com uma defesa do outro mundo, manter o resultado em 1-0, depois de um cabeceamento de Cissé no centro da área que estava completamente isolado.
Nos últimos 15 minutos da 1ª parte, constatamos que afinal, existiam 11 jogadores azuis-e-brancos em campo, quando Bruno Alves e depois, Adriano, tiveram o golo nos pés, mas os remates esbarraram já por esta altura, na muralha defensiva dos caceteiros da Avenida. Entretanto, intervalo.
Para os segundos 45 minutos, Anderson entrou para o lugar do nulo e desinspirado Postiga e esperávamos uma reacção ‘à campeão’ do FC Porto… puro engano. Ainda estavam decorridos apenas 5 minutos da 2ª parte, aos 51 minutos, e Zé Manel percorre isolado todo o meio campo e bate Hélton que mais uma vez nada podia fazer, ficando o resultado em 2-0.
Continuando no mesmo desde o 1º minuto em que o FC Porto era uma completa nulidade em campo, volvidos mais alguns minutos, Zé Manel tem nos pés a possibilidade, num 3 para 1, de aumentar o resultado, tendo Hélton conseguido resolver o lance, com alguma sorte à mistura.
Aos 73 minutos, surgiu o lance que poderia (e deveria!!!) ter mudado o rumo do jogo… mais uma vez, puro engano nosso. Anderson isola Adriano, que finta o guarda-redes adversário e cai (derrubado ou provocou o contacto?). O árbitro foi peremptório e assinalou grande penalidade, tendo como consequência adicional, a expulsão do guarda-redes adversário. Lucho, na conversão, reduz e coloca o jogo em 2-1.
É então que o jogo se torna de sentido único com o FC Porto a encostar o adversário às costas, com oportunidades a sucederem-se em grande ritmo. Apesar disso, era desesperante a falta de calma e a muita pouca cabeça para o ataque final. Não percebo como é que a faltarem 20 minutos para o final do jogo, a jogar contra 10 adversários, se começa a insistir até ao final do jogo no futebol pontapeado para a área adversária, não entendo mesmo.
Eu acho que, penso que, acho até mesmo que vem nos livros que nestes casos, a atitude a tomar, chama-se esticar jogo com jogadores bem abertos nas laterais e então sim, cruzar bolas para o interior da área adversária… o que vimos, e com muitas culpas do treinador, foi afunilar jogo pelo centro, e era ver o até então já irritante Quaresma a jogar sozinho, para querer fazer tudo sozinho. Desesperei mesmo, e enquanto estava neste estado de espírito, chegou o final do jogo.
Com este resultado e principalmente, com este tipo de atitude ao longo dos 90 minutos, chamo ‘brincar com a sorte’ e às vezes, acreditem, dá mau resultado, muito mau resultado mesmo.
Esta época desportiva, quando tudo apontava para que fosse um passeio tranquilo e triunfal até à glória final, os jogadores? o treinador? não sei! acharam por bem complicar as coisas para, quiçá, colocar umas pitadas de emoção para o final do campeonato. Eu continuo a acreditar, como sempre acredito e sempre acreditarei, mas espero bem que com estas brincadeiras, não se venham a ‘foder’, senão, vai ser o carago, ai vai, vai!
Azul + : Super ‘Hélton’ (que nos livrou de uma humilhação até ao 72 min), o já habitué ‘Bosingwa’ (o único que corria, corria, corria…) e para ‘Anderson’ que trouxe alguma excitação e magia ao jogo.
Azul - : uma bolinha só pró ‘Quaresma’ (porque será que me tenho recordado de Adriaanse nos últimos jogos?), ‘Ricardo Costa’ sem classe (que até contagiou o colega do lado, Bruno Alves), enfim… foi digamos que uma ‘branca no geral’ para (quase) todos os jogadores.
Arbitragem: pouco a referir, a não ser que, na grande penalidade marcada, na minha opinião, foi muito esforçada, mas que nem isso serviu de mote para o assalto final com ‘cabecinha’ à muralha defensiva dos caceteiros da Avenida.
PS – os meus parabéns aos campeões do FC Porto que no sábado passado, em Fânzeres, conquistaram o hexacampeonato em hóquei em patins defronte dos “mouros pidescos anti-25 de Abril” que equipam de ‘côr de vinho’ com uma vitória por um concludente 5-0 e fechando o play-off em 3-0. Brilhantes heróis!