28 setembro, 2018

A PRENDA CHEGOU NO FIM.


FC PORTO-TONDELA, 1-0

Em dia de aniversário do FC Porto, houve jogo no Dragão. A equipa portista recebeu o Tondela e viu a sua festa quase estragada. Os beirões estiveram muito empenhados em deixar a sua marca e o FC Porto não conseguia finalizar com êxito as muitas oportunidades surgidas ao longo da primeira parte.

Soares, regressado de lesão, salvou a honra do convento e o dia de aniversário acabou em bem com a prenda a chegar no fim da festa. A vitória acabou por se revelar mais importante do que os meros três pontos. Os azuis-e-brancos passaram para a frente da tabela classificativa e vão visitar o Estádio da Luz com mais um ponto do que o seu adversário directo.


Os jogadores do FC Porto entraram muito bem na partida. Encostaram a equipa do Tondela atrás e jogaram em grande velocidade, não permitindo que a equipa beirã ousasse sequer respirar. Durante a primeira parte, a equipa do FC Porto desperdiçou cinco oportunidades de golo feitas. O desacerto e alguma intranquilidade na hora da decisão foram notórios, mas o guarda-redes contrário também esteve em noite inspirada.

Brahimi deu o mote logo de início com um remate fortíssimo que Cláudio Ramos sacudiu para canto. Marega, por duas vezes, esteve na cara do golo. Primeiro num remate para nova defesa do Guarda-Redes contrário e depois, à entrada da área, o maliano disparou ao lado da baliza. Herrera também colocou o guardião tondelense em sentido, com um disparo colocado, mas a bola teimava em não entrar.

A equipa portista jogou, como é habitual, muito exposta e perante equipas que exploram o contra-ataque isso torna-se perigoso. O Tondela, com jogadores rápidos na frente de ataque, a espaços, causava alguns calafrios para a baliza de Casillas. No entanto, as ameaças não chegaram a concretizar-se.


A terminar o primeiro tempo, o FC Porto também operou uma transição ofensiva, numa jogada fantástica de Otávio. O brasileiro recuperou uma bola na sua área, progrediu no campo e soltou Marega na direita. O maliano cruzou e Aboubakar na pequena área, com tudo para fazer o golo, tropeçou na relva. Logo a seguir, num pontapé de canto, Alex Telles colocou a bola na área e Sérgio Oliveira cabeceou ao poste. A bola não queria entrar na baliza, em definitivo.

A segunda parte mostrou um pouco do que tem sido o FC Porto, na presente época. A equipa mostrou-se nervosa, com uma ansiedade incontrolada e com as ideias de jogo, de certa forma, descoordenadas. Falta aos jogadores desta equipa serenar em momentos de menor inspiração.

O jogo passou por uma fase, praticamente sem oportunidades. A equipa parecia entrar sôfrega e com receio de não conseguir resolver o jogo. Aboubakar desperdiçou uma oportunidade aos 60 minutos e depois disso, a equipa pareceu acusar todos os sintomas revelados, por exemplo, no jogo frente ao V. Guimarães.

O camaronês lesionou-se gravemente no joelho após o cabeceamento por cima da baliza de Cláudio Ramos e Soares entrou para o seu lugar, de forma a desbloquear uma partida que estava a deixar toda a gente com os nervos em franja. No entanto, a época terminou para Aboubakar que terá, no mínimo, seis meses para recuperar de uma delicada lesão.


O ponta-de-lança brasileiro, anunciado como indisponível até ao fim de Novembro, surgiu no jogo desta noite para desfazer a teia beirã e decidir uma partida que estava a tornar-se numa verdadeira encruzilhada. Brahimi rematou à entrada da área, o guarda-redes do Tondela abordou mal o lance e Soares, oportuno, disparou para a baliza. Estava resolvido o jogo e aberto o champagne.

Está por se perceber que, com apenas uma jornada cumprida na Champions League, Soares tenha regressado aos relvados e não tenha sido inscrito na prova milionária por suposta lesão prolongada. O certo é que sem Aboubakar e sem Soares, o FC Porto vai ter que jogar a Champions League com Marega, André Pereira e Adrián López. E já agora que mais ninguém se lesione.

Destaque final para o dia de festa do FC Porto que comemorou 125 anos de história, uma data que culmina, este Sábado, com a Gala dos Dragões de Ouro, no Coliseu do Porto.

Os Dragões não descansam e apontam, de imediato, baterias para o jogo da 2ª Jornada da fase de grupos da Champions League, com a recepção aos turcos do Galatasaray. A partida está aprazada para a próxima Quarta-feira, às 20:00 horas, no Estádio do Dragão.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Temos um grupo forte"

Jogadores de parabéns
“Criámos muitas ocasiões, o golo apareceu aos 85 mas podia ter aparecido na primeira parte três ou quatro vezes. Porém, isso não quer dizer que o jogo tenha sido fácil. Fomos à procura do golo por dentro, por fora, pelos corredores, situações de cruzamento, tivemos uma bola no poste, mas também há mérito do Tondela por ter conseguido adiar o golo. Os meus jogadores estão de parabéns, pela forma como jogámos.”

Enorme vontade de revalidar o título
“Se querem espetáculos, vão ao Coliseu, amanhã têm um grande espetáculo que é a gala dos Dragões de Ouro. Aproveito para dar os parabéns a toda a gente que trabalha neste clube. É de realçar o espírito ambicioso e determinado que esta gente tem, quem trabalha neste clube e quem apoia este clube, os verdadeiros adeptos. Aos pseudo-adeptos, dizer que no último ano ganhámos o campeonato e agora queremos muito revalidar esse título.”


Elogio a um grupo forte
“Temos um grupo forte, um grupo forte no que é o espírito, o acreditar. Apesar de aqui ou acolá faltar algum brilhantismo, esse espírito e essa ambição de querer fazer o melhor está patente no grupo. Lá dentro, quando representamos o FC Porto, toda a gente dá o máximo.”

Pensar na Liga dos Campeões
“Fizemos o nosso jogo, a nossa obrigação de ganhar perante um adversário difícil. Agora temos o jogo da Liga dos Campeões, vamos pensar nesse jogo.”

Sobre Danilo e Aboubakar
“Em consonância com o departamento médico e o próprio Danilo, decidiu-se assim. Fazer três jogos em nove dias, depois de estar cinco meses sem jogar, não é fácil, há alguma fadiga muscular. Quanto ao Aboubakar, presumo que não seja nada de bom, pelo que me foi dito pelo departamento médico.”

Parabéns ao FC Porto pelo 125.º aniversário
"Parabéns ao FC Porto pelos 125 anos de história. Uma história bonita que nos últimos 30 anos, sem dúvida, enriqueceu muito o Museu. 125 anos de gente com uma ambição e determinação incrível."



RESUMO DO JOGO

125 ANOS DE HISTÓRIA.


No dia 28 de Setembro de 1893, um comerciante de vinho do Porto descobriu o futebol numa viagem a Inglaterra e decidiu fundar por cá um clube. O seu nome foi António Nicolau d'Almeida e hoje, esteja onde estiver, certamente estará orgulhoso por ver como o "seu" clube cresceu e se tornou um dos maiores do mundo.

Ao longo destes anos todos nem tudo foi fácil, porque em 125 anos é óbvio que as coisas nem sempre correm bem. E é também verdade que a muitos não convém que as coisas nos corram da melhor maneira. Mas contra tudo e contra todos este clube continuou a crescer, e as dificuldades nunca hão-de deixar de existir, mas ainda bem que assim é. Quem ganha mete medo, quem ganha é importuno, quem ganha chateia os outros e quem ganha é o FC Porto.

Podemos bem dizer que somos um clube eclético. Temos títulos em tudo quanto é modalidade. Futebol, andebol, hóquei em patins, hóquei de campo, ginástica, natação, boxe, bilhar... é um sem fim de modalidades que já puderam presenciar ou que ainda vão presenciando a infindável grandeza do nosso clube.

Cada dia que passa o nosso orgulho em fazer parte deste grande clube vai aumentando. Todos os dias mais uma vitória, mais uma adversidade passada, mais uma volta dada por cima.

PARABÉNS FC PORTO
A VENCER DESDE 1893.

27 setembro, 2018

OLIVER, O FANTASMA DE CONCEIÇÃO.


Talvez por um (quase) inesgotável crédito que me merece Sérgio Conceição, tenho vindo a adiar falar de algo que me tem atormentado e angustiado como adepto de futebol, e mais ainda como adepto do Futebol Clube do Porto. Mas as últimas exibições, sobretudo a forma como tão mal temos tratado a redondinha, levam-me a que fale disso já. Antes que seja tarde, digo eu na minha remota e ínfima esperança de que Sérgio Conceição ouça algum sussurro com estas ideias nos próximos dias. Ideias que vêm única e exclusivamente demonstrar a minha total e absoluta discordância para com a ausência de Oliver Torres nas quatro linhas.

“Ah e tal, o mister gosta de quem chega rápido, de quem tem intensidade na recuperação, de quem é agressivo, de quem ganha no choque, de quem vai e vem com tudo.” Pois bem, o “chegar rápido”, a “intensidade na recuperação”, o “ser agressivo”, o “ganhar no choque”, o “ir e vir com tudo”, entre outros, são tudo comportamentos, atitudes ou formas de estar que funcionam como uma espécie de extra mile, não como a essência de tudo. Porque a essência, pelo menos deste desporto, nunca fugirá muito da bola, a redondinha, e do que se faz com ela. Há alguém a tratar a bola melhor que Oliver no meio-campo do FCP? Danilo, Herrera, Sérgio Oliveira? Num momento em que parecemos não saber o que fazer com a bola durante grandes períodos do jogo, não ganharíamos em ter alguém que a sabe tratar como ninguém naquele meio-campo?

“Tratar a bola bem” é decidir com critério, é passar a bola com qualidade, com ideias, é ligar as diferentes fases do jogo, os corredores, o eixo central, receber e dar entre linhas, organizar ideias ofensivamente, desenhar melhores caminhos para a equipa progredir, avaliar em que circunstâncias a equipa fica numa melhor posição perante o adversário, é colocar a bola no espaço que poucos repararam existir, é interpretar e processar o contexto para decidir e executar em conformidade. Escrito assim até parece complicado, mas é a coisa mais simples que há: “tratar a bola bem” num jogo é facilitar o mesmo, “tratar a bola bem” numa equipa é fazer com que ela jogue mais e melhor.  

Sim, eu não só acho que Oliver faz isso como já o vi fazer de azul e branco vestido. Para os haters desta minha ideia, fica um desafio: recuperem a primeira parte do Porto x Benfica de 2016. Vejam o que Oliver fez nesse jogo, como fez, e garanto-vos que compreenderão melhor o que estou a tentar dizer. Não sei também o que se passou naquele Porto x Besiktas do ano passado que arrumou de vez com Oliver do 11, não sei se o treinador teve sérias razões para o encostar, mas sei que é um tremendo desperdício ter um jogador assim no banco, quase sem minutos, quando a equipa vai suplicando por alguém com ideias claras, que as organize, que as pense.

Caro Mister, tem sido muito fácil estar consigo e com as suas decisões em praticamente tudo ao longo deste tempo, mas neste caso há um abismo a separar-nos. Dê lá uma ou duas oportunidades verdadeiras ao miúdo, nem que seja para demonstrar que a razão da decisão está mesmo do seu lado. Enquanto isso não acontecer, ficará sempre a ideia de que estamos a desperdiçar um recurso de ouro que poderia catapultar a equipa para um patamar exibicional diferente. Sexta-Feira lá estarei no lugar do costume, na esperança de ver uma ideia diferente. Ou, pelo menos, a tentativa de. Se assim não for, temo que volte o fantasma...  

26 setembro, 2018

ANTÍDOTOS ANTI-TEIMOSIA, PROCURAM-SE!


Foi em dezembro do ano passado que visitamos as terras do Sado pela última vez. Na altura, de azul e branco alinharam Sá, Maxi, Ricardo Pereira, Marcano, Diego Reyes, Telles, Danilo, Herrera, Aboubakar, Marega, Brahimi. Como se recordarão, sem fazer uma exibição estonteante, mas convincente q.b., o resultado na altura cifrou-se nos 5-0.

No passado fim de semana, os números cifraram-se pelos 2-0, sendo o resultado bem melhor do que se viu a equipa produzir em campo. Comparando nomes, 4 mudanças existem em relação a esse 11. Casillas na baliza, Felipe e Militão no centro da defesa, e Ótavio a substituir Ricardo Pereira como falso extremo. Não será preciso ser um Freitas Lobo do futebol para afirmar, sem grandes dúvidas, que a equipa que entrou no Bonfim no passado sábado, era bem superior à que se apresentou na temporada transacta. Se do meio campo para a frente, os nomes repetem-se, com excepção de Óctavio que oferece coisas a mais, e a menos em relação a Ricardo Pereira, na defesa, teoricamente, apresentamos um claro upgrade.

Se juntarmos a isto que a equipa técnica é a mesma, sem a pressão de 4 anos sem vencer, e até já com o rebuçado de um título esta época, a questão que se coloca é: Porque jogamos tão mal?

Já descontando o confronto com o Chaves (e restantes jogos oficiais...), nos últimos 180 minutos de competição, contra Shalke e Setúbal, foi penoso ver o vazio de ideias que existe na nossa construção ofensiva. Um deserto, cujas miragens passam essencialmente por esticar o jogo com bolas em profundidade, apostando na força de Marega e Aboubakar, ou na pujança para o ganho da 2ª bola. Pensar o jogo no meio campo, com bola no pé, passe, controlo e empurrar o adversário, parece ter sido erradicado do FC Porto, qual lepra se tratasse. Prova disso, é o penoso exílio dos relvados do jogador que, porventura, melhor pensa o jogo em Portugal, como é o caso de Óliver Torres. Que não se enquadre no plano táctico inicial do treinador, é aceitável. Cada um terá a sua ideia de jogo. Não abordar outras opções, quando é visível que a equipa não produz e não consegue controlar os jogos, é que já entra no domínio da teimosia e estupidez. Nomeadamente, quando é notório que alguns jogadores como Herrera, Marega, Telles e mesmo Brahimi, se encontram a anos-luz do que os vimos produzir na temporada passada. Insistir no mesmo, à espera de melhorias que caiam do céu, entra no domínio do optimismo exacerbado, ou sem eufemismos, vocação kamikaze.

Tal como se viu para os lados vermelhos num passado recente, os resultados vão conseguindo manter viva a equipa em todas as frentes, inclusivé em posições que neste momento não causarão insónias de maior à Nação Portista. Ao contrário da perseguição demoníaca a Lopetegui e a NES, o peso do apito aligeirou-se substancialmente, e mesmo a fortuna, aqui e acolá, vai-nos mostrando o seu sorriso. Até um qualquer Guimarães quando menos esperarmos.

É preciso mais. Muito mais. É preciso acordar e deixar de lado teimosias e arrogâncias.

O título de campeão foi especialmente saboroso. Mas para quem vive o FC Porto, como todos nós vivemos, isso já é passado. Muito mais saboroso terá que ser o de Maio próximo. Sérgio Conceição e seus rapazes que nunca se esqueçam disso.


Para os lados da Capital do Império, é divertido assistir sentadinhos nas nossas poltronas as comadres a zangarem-se. Senão veja-se: AQUI e AQUI.

Se para muitos da minha geração, que se deliciaram com os primeiros episódios dos Ficheiros Secretos, ficou marcada a frase do genérico "The Truth is out There", no presente milénio, nada suplanta a tirada profética de FJ Marques: O melhor está para vir...

Cumprimentos Portistas.

24 setembro, 2018

SINAIS PREOCUPANTES.


É evidente que os sinais demonstrados pela equipa nestes quase 2 meses de competição não são os mais animadores, creio mesmo que é caso para dizer que à medida que os jogos se vão desenrolando, a coisa vai tomando uma aparência preocupante, porque em vez de melhorar, a equipa parece piorar, demonstrando sinais de nervosismo e falta de confiança sem razão aparente.

Obviamente não conseguimos encontrar num único fator a justificação para este início de época pouco fulgurante do FC Porto, mas parece-me evidente que neste momento há 3 peças fundamentais deste FC Porto que estão muito longe da sua melhor forma, encontrando-se em sub-rendimento, nomeadamente, Herrera que está num momento de forma terrível, falha passes a um ritmo alucinante e não surge na dinâmica ofensiva da equipa como habitual, parece claramente com a cabeça noutras paragens, compreendo e aceito que os jogadores tenham ambições de jogar em grandes equipas europeias e rechear os bolsos de milhões, mas enquanto têm contrato devem concentrar-se só e apenas no seu clube atual. Outro caso é o de Brahimi, parece que o argelino ligou novamente o “complicador”, tornando difícil aquilo que é simples. Espera-se que o internacional argelino volte rapidamente ao brilhante desempenho que apresentou por exemplo na época passada. Finalmente, o caso mais específico de entre os 3 que apontei é o de Marega. O maliano teve a braços com um processo disciplinar que apenas lhe permitiu entrar em competição à 4ª jornada e isto pesou obviamente na forma em que o jogador se encontra. Ainda assim, mesmo muito longe da sua forma, Marega já marcou um golo e participou ativamente em jogadas que deram outros golos, nomeadamente o 1º golo em Setúbal.

Como nem tudo são más notícias, é com muito agrado que vejo o desempenho de Otávio, um jogador fundamental nos últimos jogos, não só pelo que marca mas pelo que joga, bem como a entrada de Militão, um jogador com excelente potencial e que já demonstra um nível de maturidade muito bom para a idade que tem. Que tudo o que se diz e espera dele seja mesmo uma realidade e tenhamos aqui um belo central, na boa velha tradição de excelentes centrais que o FC Porto nos habituou. Resta-nos esperar melhorias no desempenho da equipa, sendo que as vitórias ajudam e muito, pois trabalhar em cima de vitórias, mesmo que se esteja a jogar pouco, é sempre muito mais tranquilizador do que trabalhar em cima de maus resultados. O problema é que a jogar pouco durante muito mais tempo, e sobretudo quando o nível de dificuldade se elevar, os problemas surgiram com mais intensidade, os maus resultados serão uma realidade inevitável que poderão mesmo colocar em causa os principais objetivos da época. Ao arrepio de algumas ideias que considero peregrinas, continuo a confiar plenamente em Sérgio Conceição para reverter o desempenho menos bom que a equipa tem tido, se há lugar onde a competência é uma certeza absoluta no FC Porto, é no lugar do treinador!

PS: Um departamento de comunicação que tem a desfaçatez de dizer que “uma parede branca é preta”, ou seja, que não consegue ver o que toda a gente viu, nomeadamente que o jogador do Setúbal ajeitou a bola com a mão antes de marcar um golo bem anulado, é a prova mais que provada (como se já não bastassem as que existiam!) que a sua credibilidade está abaixo de zero. Acho que as coisas já atingiram um nível de ridículo, com erros de português pelo meio e tudo, que sinceramente já extravasam aquilo que é minimamente aceitável.

22 setembro, 2018

O BONFIM E A BOA SORTE.


SETÚBAL-FC PORTO, 0-2

O FC Porto mostrou esta noite em terras do Sado que ainda está longe da performance demonstrada na época passada. Presentemente, a equipa de Sérgio Conceição não é, seguramente, uma equipa consistente, capaz de fazer exibições convincentes e mostrar em campo que, com maior ou menor dificuldade, a vitória acabará por surgir com naturalidade.

Há que dizer as coisas. Este grupo de trabalho tem que trabalhar muito mais para não ficar à mercê de equipas como o V. Setúbal que só não conseguiu pontos frente aos campeões nacionais devido a algum desacerto e, se calhar, à falta de sorte. O 0-2 final não espelha o que se passou no relvado, de forma nenhuma.

Viu-se um FC Porto algo trapalhão na fase de construção ofensiva, com alguns passes comprometedores que, perante equipas mais afoitas e de maior qualidade, trará grandes dissabores aos Dragões. Não se pode falhar passes como foi o caso de Felipe que, por mais de que uma vez, cometeu erros de palmatória. Depois, a produção ofensiva dos azuis-e-brancos esteve muito abaixo do normal. Os jogadores mostraram muita lentidão no processo ofensivo e contra-ofensivo, permitindo que os sadinos tivessem sempre tempo para se reposicionarem em campo.


Talvez o desgaste provocado pela Champions League, esta semana, possa explicar parte da exibição do FC Porto. Mas não explica tudo. Se realmente, os jogadores do FC Porto se apresentam, nesta altura da época, num patamar inferior ao exigível, se calhar Sérgio Conceição deveria pensar melhor antes de repetir o mesmo onze. O jogo com o Schalke 04 foi um jogo de alta rotação, com níveis de exigência altíssimos e, talvez por isso, alguma rotatividade no jogo desta noite teria sido mais sensato.

A equipa do V. Setúbal foi uma equipa bem organizada defensivamente, com muitos homens na sua rectaguarda. Lito Vidigal teve a preocupação de preparar a sua equipa para aproveitar as falhas defensivas dos Dragões e tentar contra-golpes com jogadores rápidos na frente de ataque.

No entanto, o FC Porto continua a ser feliz no Bonfim há mais de três décadas. Este estádio continua a ser talismã para os azuis-e-brancos. O FC Porto parece que joga em casa sempre que se desloca ao Sado, apesar das condições do relvado. Aos 17 minutos, Marega, lançado em profundidade, cruzou, Maxi dividiu a bola com um defensor contrário dentro da grande área e a bola sobrou para Aboubakar que só teve que rematar para o fundo das malhas.

O mais complicado parecia estar ultrapassado, mas o FC Porto colocou-se a jeito. Primeiro com o desacerto defensivo que já focámos nesta crónica e depois porque tal postura permitiu à equipa da casa ganhar alguma confiança para tentar o golo do empate.


Cinco minutos depois do golo inaugural, Hildeberto aproveitou uma perda de bola da equipa portista a meio-campo, escapou-se para a área e terá sido tocado por Felipe à entrada da área. Uma falta e cartão avermelhado terão ficado por mostrar ao central portista. O jogo prosseguiu, o árbitro mandou jogar e o VAR não assinalou nada.

A etapa complementar foi mais sofrida para a equipa do FC Porto. Muito lentos, sem ideias e incapazes de impor autoridade dentro das quatro linhas, os jogadores azuis-e-brancos viram os sadinos colocar uma bola dentro das suas redes logo a abrir a segunda parte. Num lance conduzido pela esquerda, a bola foi colocada na grande área e Valdu Té introduziu a bola na baliza de Iker Casillas.

Mas antes tinha sido detectado o controlo da bola com o braço por parte do avançado do V. Setúbal. O árbitro assinalou o golo, mas o VAR actuou de seguida. Recorrendo às imagens do jogo, o juiz da partida anulou o golo à equipa da casa.

O V. Setúbal continuou a carregar e a impor velocidade no jogo. O FC Porto era sujeito a um desgaste desnecessário e isso impedia os Dragões de jogar com cabeça e clarividência. Sérgio Conceição via o meio-campo perder o controlo e decidiu retirar Otávio para lançar Sérgio Oliveira. O jogo ficou mais equilibrado, mais disputado a meio-campo e os sadinos passaram a não ter tanta facilidade em chegar à baliza de Casillas.


Aboubakar deu o lugar a André Pereira e o miúdo aproveitou para entrar e ajudar a decidir o jogo. Aos 78 minutos, numa jogada individual a meio do meio-campo contrário, o jovem avançado portista foi derrubado por Vasco Fernandes. Na conversão do livre, Sérgio Oliveira rematou fortíssimo, mas na abordagem ao lance, o Guarda-Redes Joel Pereira ficou mal na fotografia.

O jogo ficava praticamente decidido com o 2-0 e a sorte do jogo sorria à equipa portista. Sérgio Conceição refrescou a ala esquerda com a saída de Brahimi e a entrada de Corona. E quase fazia o pleno, em termos de aproveitamento nas substituições. Depois de André Pereira e Sérgio Oliveira terem estado nas decisões do segundo golo, Corona desperdiçaria uma clamorosa oportunidade para fazer o 3-0, nos minutos finais.

O jogo acabaria pouco depois. Os destaques vão para a fraca produção azul-e-branca e para a sua inconsistência defensiva. O regresso de Aboubakar aos golos e estrelinha do Dragão são as restantes notas de registo na noite do Bonfim.

O FC Porto vai regressar à competição, na próxima Sexta-feira, no Estádio do Dragão, com a recepção ao Tondela a contar para a 6ª Jornada da Liga NOS. Jogo que antecede a 2ª Jornada da Champions League, diante do Galatasaray, também a realizar no seu reduto.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Era importante dar esta demonstração de força"

O chip
“Era um jogo importante para nós, não só pelas dificuldades que sabíamos que íamos encontrar, mas também pelo facto de chegarmos aqui depois de um jogo da Champions, numa situação em que é sempre difícil mudar o chip. No ano passado, por exemplo, empatámos da Vila das Aves depois do Besiktas e acabámos por perder em Paços de Ferreira depois do Liverpool, e era importante dar esta demonstração de força. A vitória é completamente justa.”

O relvado
“A qualidade exibicional não foi brilhante, porque o Vitória também se preocupou muito em condicionar o nosso jogo – e quando falo em condicionar, falo da estrutura da equipa que apresentou de início e do relvado, em que era muito difícil dominar a bola e fazê-la circular. Acho inconcebível o estado do relvado. Fica difícil para uma equipa que tem de assumir o jogo, jogar com qualidade e procurar chegar à baliza adversária. Estamos habituados a ter todo o tipo de dificuldades. As equipas fazem de tudo para roubar pontos ao campeão nacional e nós temos que fazer de tudo para tentar contrariar isso. É muito difícil jogar aqui, contra uma equipa que também tem um impacto físico importante.”


Mais golos
“Poderíamos ter feito mais dois ou três golos, mas isso seria exagerado também para aquilo que fez o Vitória, que fez um jogo competente, tentou defender-se ao máximo, abordou o jogo com três centrais, numa estrutura um pouco diferente da habitual, mas é como eu digo, nós é que temos de ser capazes de ultrapassar essas dificuldades.”

Uma equipa muito capaz
“Nós, treinadores, andámos sempre à procura daquilo em que podemos melhorar. Este é o processo normal de evolução da equipa. Sei que tenho uma equipa muito competitiva, muito capaz e que não era fácil jogar contra dez jogadores em cima da grande área, em especial no primeiro tempo. Soubemos ter alguma paciência, tentando entrar por fora, por dentro, tentando criar dificuldades no último terço. Não foi um jogo brilhante, mas a vitória é completamente justa.”



RESUMO DO JOGO

20 setembro, 2018

LUSA MESQUINHEZ.


Na passada sexta, levei pela primeira vez a minha filha ao Dragão. A beleza e grandiosidade do estádio, as bandeiras no relvado, a massa humana pintando orgulhosamente de azul as bancadas do nosso palco de sonhos ao som do hino... Ambiente bonito. O ideal para moldar as recordações de uma criança.

O jogo começa, pardacento, com fogachos azuis e brancos, insuficientes para aquecer a brisa fresca de uma noite de fim de verão. No relvado, a bola move-se, eventualmente, nos intervalos em que algum jogador vestido de cinzento não se encontra inerte no chão. Uma boa escolha de equipamento. Cinzento, como que envergonhado das suas cores originais. Cinzenta como a mentalidade desportiva que trouxeram. Mesquinha, tacanha, reles. Os minutos continuam a correr mais do que a bola. Alguém com uma camisola garrida não parece muito importado com isso. Nem com isso, nem com o cumprimento de simples regras deste desporto, como infrações em locais proibidos. Talvez o som ensurdecedor dos assobios que enchiam a noite, lhe afagasse a virilidade. Quem sabe. A equipa de azul e branco mostra-se agora mais afoita, desperta. Com mais coração do que arte, a tão desejada união é alcançada. A da bola com a rede. De energia renovada e maleitas curadas, a equipa cinzenta tem um assomo de coragem em olhar o adversário de frente. Talvez comovido, o deus da fortuna convence o parceiro deus da competência a fechar os olhos por breves instantes. Este, submisso, acata o pedido. Empate. Sem nada que o justificasse. Daí até ao final, uma feira medieval instalou-se dentro das quatro linhas, com a trupe cinzenta a evocar os picos das pestes do séc. XIV, tal era a facilidade com que a brisa nocturna fazia tombar fortes atletas. Um final épico ainda foi festejado, contudo não fazia parte do argumento.

Sim. Esta foi a estreia da minha filha no Dragão.
Um suposto espectáculo sabotado por duas das três equipas em campo

Pasmo-me quando vejo determinados agentes desportivos preocupados com a saúde do futebol nacional. Não são as investigações e denuncias de alegados crimes que matam o futebol. Veja-se o exemplo italiano. O papel da justiça é punir criminosos, seja no futebol, política ou outra área qualquer.

O que mata o futebol em Portugal, é esta atitude mesquinha, este subterfúgio de utilizar expedientes rascas, este total desrespeito por adversários e espectadores. Não me refiro à perda de tempo, quando a 5 minutos do fim, uma equipa vence outra pela margem mínima, numa final, ou num jogo decisivo. Essa ansiedade/medo é humana e compreensível. Contudo, não foi isso que vimos sexta-feira, ou em inúmeras vezes em Portugal. Por cá, os jogadores vêm incutidos do balneário para perder tempo de qualquer maneira. Para enervar o adversário. Para simular e mentir. Desde o primeiro minuto. Tudo isto a coberto dos energúmenos da nossa comunicação social que pactuam com este tipo de jogo sujo.

Dizer que os pobrezinhos dos pequeninos não têm outras armas, é pura falácia. Em todos os campeonatos, existem sempre equipas fracas. Contudo, seria inimaginável ver-se em Inglaterra, Alemanha, Espanha ou França o tipo de comportamento que vemos nos nossos relvados. É uma questão de atitude de alguns (demasiados) treinadores lusos, infelizmente baseada numa certa forma de ser de muitas franjas da população lusitana.

Sinceramente, tinha curiosidade de saber se Daniel Ramos se orgulharia que os seus filhos presenciassem a atitude rasca que o pai incutiu na sua equipa na passada sexta. Fica a questão!

Cumprimentos Portistas

PS. Por falar em equipamentos cinzentos, não sou nada fã do nosso terceiro equipamento. Haveriam opções bem melhores.

18 setembro, 2018

UM PONTO MUITO CURTO.


SCHALKE 04-FC PORTO, 1-1

O FC Porto regressou pela terceira vez ao estádio onde se sagrou campeão europeu. Os Dragões, em três duelos forasteiros com o Schalke 04, continuam sem vencer. E desta vez perderam uma oportunidade soberana de sair com os três pontos no bornal. Oportunidades não faltaram para isso e em jogo jogado os azuis-e-brancos produziram o mais que suficiente para ganhar a partida.

A etapa inicial do encontro começou com os alemães a tentarem assumir o jogo, mas o FC Porto respondia à altura e chegava com alguma facilidade à baliza contrária. Aos 12 minutos, os Dragões têm a primeira grande oportunidade de se colocar na frente do marcador.


Um lançamento lateral para a área, efectuado por Alex Telles, foi interrompido por Naldo com a mão esquerda. O árbitro assinalou de pronto o pontapé de penalty. Alex Telles converteu o castigo máximo com pouca convicção e o marcador manteve-se inalterável.

Depois deste lance o jogo mudou um pouco. O Schalke 04 cresceu na partida, tornou-se mais agressivo e foi superior ao FC Porto. Os portistas sentiram a oportunidade desperdiçada e permitiram a ascensão germânica. Os Dragões foram um pouco apertados e não foram tão lúcidos nas saídas para o ataque. A falta de clarividência e alguma lentidão do meio-campo portista emperraram o jogo azul-e-branco.

No entanto, o Schalke 04, apesar de tentar o “assalto” à baliza de Casillas, não criou oportunidades dignas de registo. O intervalo ajudou a equipa portista a recuperar alguns índices de confiança para encarar a etapa complementar.


Numa jogada estudada, muito semelhante à que deu o golo ao FC Porto, na Turquia, na época passada, frente ao Besiktas, quase que abriu o marcador. Alex Telles simulou um livre para a grande área, colocou na direita, Otávio cruzou para entrada fulminante de Felipe. O remate do brasileiro bateu, casualmente e de uma forma extremamente feliz, na perna do Guarda-redes germânico. Segunda oportunidade de ouro para os homens de Sérgio Conceição se colocarem na liderança.

Os alemães procuraram responder, mas o FC Porto tinha o jogo relativamente controlado. Aos 63 minutos, o FC Porto beneficiou de um pontapé de canto, a bola foi aliviada pela defesa do Schalke 04, sobrou para Herrera que, de seguida, perdeu o esférico. Os alemães lançaram uma rápida transição ofensiva, apanhando em contrapé a equipa portista.

McKennie, lançado em profundidade, desmarcou Embolo na área e, perante Casillas, rematou para a baliza. Corona e Otávio em cima da linha não conseguiram reagir ao remate do jogador da equipa alemã.


Se o resultado era injusto até aqui, depois do golo germânico percebia-se que o FC Porto estava a ser demasiado castigado perante a sua ineficácia. Mas ainda havia muito jogo para se disputar. Os alemães, letais no contra-ataque, perante a equipa do FC Porto bastante subida no seu estilo de jogo, teriam agora ainda mais espaços para explorar.Mas aos jogadores de Sérgio Conceição não restava senão partir em busca do golo.

Alguma justiça chegou dez minutos volvidos. Marega, em disputa na grande área, ganhou a bola e foi tocado no tornozelo por um defesa contrário. Segunda grande penalidade prontamente assinalada pelo árbitro do jogo. Otávio chamou a si a responsabilidade de bater o lance. O médio brasileiro, muito bem, empatou o jogo colocando alguma justiça no marcador.

Oito minutos depois, o FC Porto teve novo lance de perigo na área da equipa de Gelsenkirchen. Canto batido por Alex Telles, bola rechaçada para a entrada da área e Otávio rematou para defesa aparatosa do Guarda-redes alemão. A equipa do Schalke 04 tinha a sorte pelo seu lado e tentou nos minutos finais apostar no jogo aéreo, mas sem resultados práticos.


Um empate muito pequenino na estreia da edição 2018-19 da UEFA Champions League é a sensação que fica entre todos os portistas. Apesar de tudo poderá ser um ponto importante para as contas finais da fase de grupos.

Destaques finais para o regresso de “Danilão”, essencial no meio campo azul-e-branco, e para a exibição segura e personalizada de Militão no centro da defesa portista.

O FC Porto vai preparar desde já o jogo com o V. Setúbal, no Bonfim, aprazado para a noite do próximo Sábado. A Champions League vai regressar nos inícios de Outubro com a recepção do FC Porto aos turcos do Galatasaray.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Não foi um jogo brilhante, mas consistente"

Aquele penálti...
“Antes de mais, temos consciência da prova em que estamos inseridos. Isto é a Liga dos Campeões e todos os jogos são difíceis, muito competitivos e frente a equipas com características diferentes daquelas a que estamos habituados em Portugal. Entrámos bem no jogo, tivemos uma grande oportunidade para marcar e, a partir dos 25 minutos, o Schalke apostou num jogo mais direto, mas estávamos precavidos. O Schalke marcou num lance em que há um ou outro erro individual. Não baixámos os braços e creio que fomos sempre superiores, mesmo não fazendo um jogo brilhante. Tivemos mais posse de bola, mais remates e ainda falhámos um penálti. Não foi um jogo brilhante, mas consistente. Foi pena não termos concretizado o penálti, pois acredito que até o jogo teria sido diferente.”

Danilo e o crescimento da equipa
“Preparamos os jogos sempre para ganhar. Não perder é positivo, mas ganhar era melhor. Procuramos sempre marcar posição quando entramos em campo, pois somos o FC Porto. Agora vamos pensar no Vitória de Setúbal, pois é o próximo adversário que temos. Somos uma equipa competitiva e é de louvar o regresso de um jogador importante para nós, o Danilo. Há coisas positivas e outras não tão boas, mas faz parte do crescimento da equipa. A haver um vencedor, na minha opinião, seria o FC Porto.”


O futuro próximo
“Tivemos o Éder Militão, que chegou há pouco tempo e que fez um belíssimo jogo na estreia na Liga dos Campeões, e o Danilo, que voltou agora após uma paragem de cinco meses e que fez um jogo fantástico. Há jogadores que ainda não estão na forma que quero e que sei que podem atingir, mas tudo vem com o trabalho. O futuro só depende de nós e daquilo que fazemos em campo. Estou muito otimista com o futuro próximo do FC Porto e tenho a certeza que voltaremos a ter o andamento da época passada. A forma como os jogadores interiorizam o trabalho é incrivél, e depois têm uma entrega ao jogo fantástica.”

Ambição na Liga dos Campeões
“Somos livres para sonharmos o que quisermos e isso é importante. Trabalhamos para ganhar, mas temos consciência de que a Liga dos Campeões é uma competição difícil e que está reservada para um grupo de equipas que sabemos quais são. Os que têm maior potencial financeiro devem sonhar ainda mais do que nós. Temos uma vontade enorme de ganhar todos os jogos, mas quero é ver a equipa a crescer. No mínimo, queremos passar a fase de grupos.”



RESUMO DO JOGO

14 setembro, 2018

A MALAPATA DA TAÇA DA LIGA.


FC PORTO-CHAVES, 1-1

O FC Porto tem, de facto, uma estranha relação com a Taça da Liga. Desde a sua estreia no panorama desportivo nacional, os azuis-e-brancos não se dão bem com os ares desta competição. Ano após ano, os azuis-e-brancos têm grandes dificuldades em levar de vencida os seus adversários e em chegar ao derradeiro jogo de uma prova que nunca foi vista com simpatia pelo FC Porto. Sérgio Conceição, no entanto, desde que ingressou no clube, faz questão de mostrar que a Taça da Liga é um troféu para vencer e esta noite voltou a reforçar essa ideia.


Apesar de tudo, o resultado alcançado vai obrigar o FC Porto a fazer dois resultados convincentes nos próximos dois jogos: em casa com o Varzim e, no Jamor, com o Belenenses. Os Dragões empataram em casa com o Desp. Chaves, pela primeira vez na sua história, num jogo em que os flavienses estiveram mais preocupados em promover o anti-jogo do que em contribuir para o espectáculo dentro das quatro linhas.

Sérgio Conceição operou algumas mexidas na sua equipa, com destaque para as estreias de Vaná e de João Pedro. Os azuis-e-brancos entraram com intenção de marcar cedo e Felipe revelou-se o protagonista desta fase do jogo. Primeiro com um desvio de calcanhar para defesa do Guarda-redes contrário e depois, num cabeceamento à figura do mesmo.

O Desp. Chaves alimentava as perdas de tempo, a simulação de lesões e jogava completamente com o relógio. Depois dos 5-0 com que foram brindados na 1ª Jornada da Liga NOS, Daniel Ramos preparou a equipa para fazer este jogo miserabilista. Marega ainda tentou o golo aos 22 minutos, mas a sorte nada quis com o maliano.


O árbitro, complacente com a postura da equipa transmontana, deu dois miseráveis minutos de compensação, no final da primeira parte, o que levou à reacção enérgica e intempestiva de Sérgio Conceição. Com esta reacção do treinador portista, o homem do apito, provavelmente para mostrar algo a alguém, mandou, de imediato, o timoneiro portista para as cabines.

Na segunda metade, a parte inicial continuou com a mesma toada. O FC Porto com vontade de marcar e de chegar à baliza contrária e o Desp. Chaves a contar com a aprovação do juiz de campo para explanar o seu anti-futebol a toda a largura do campo.

Brahimi e Hernâni entraram para tentar resolver o jogo e com as suas presenças, o FC Porto aproximou-se perigosamente da baliza contrária. Até que aos 74 minutos, o argelino, a passe de Herrera, entrou na grande área, pela esquerda, cruzou, a bola sobrou para Hernâni que, num remate espontâneo, bateu António Filipe. Estava feito o mais difícil.


O anti-jogo flaviense, de repente, desapareceu do relvado do Dragão. O Chaves procurou, então, modificar alguma coisa e, numa jogada pela esquerda, a bola foi cruzada para a área portista onde Eustáquio surgiu no segundo poste a bater Vaná. Uma injustiça de todo o tamanho que viria, ainda, a ser acrescentada por uma grande penalidade sobre Aboubakar sonegada, escandalosamente, pelo árbitro da partida.

A terminar o jogo, Jefferson obrigou Vaná à defesa da noite e, logo a seguir, Aboubakar colocou a bola na baliza do Chaves com a mão. O árbitro assinalou o golo, mas depois a decisão foi revertida, e bem, pelo árbitro auxiliar.

É um ensaio pouco inspirador para a estreia na UEFA Champions League, mas não há jogos iguais. O FC Porto poupou algumas peças do seu onze habitual e, com certeza, que na próxima Terça-feira dará uma resposta cabal, na Alemanha quando defrontar o Schalke 04, num saudoso estádio, em Gelsenkirchen.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "O árbitro teve pouca mão no jogo"

Tempo útil de jogo muito curto
“Tivemos entre 12 a 15 minutos de tempo útil de jogo na primeira parte. Cada reposição de jogo do guarda-redes demorava 20, 30 ou 40 segundos, por isso é que me vim embora. Ao intervalo, disse que o tempo útil de jogo era muito curto, muito curto. Obviamente que não falei neste tom, falei num tom mais exaltado, mas foi isto que disse. Vi o árbitro com pouca confiança, com pouco caráter, com algum receio até durante o jogo, pareceu-me estar pouco seguro. A minha expulsão teve a ver com isso, com a forma de estar dele. Estavam lá 12, 15 pessoas que podem testemunhar isso. Não foi por algo mais, foi exatamente isto que se passou e com testemunhas.”

Faltou maior dinâmica e velocidade
“Houve alguma ineficácia da nossa parte. Sabemos que as equipas do Daniel Ramos, quando a equipa adversária joga com dois avançados, encaixam um médio defensivo junto aos centrais. Faltou-nos alguma dinâmica, alguma velocidade na circulação também. Penso que tivemos algumas ocasiões de golo e, não fazendo um jogo espetacular, merecíamos sem dúvida ganhar este jogo.”


Ambição intacta na Taça da Liga
“Queremos ir mais longe nesta competição e eu quero ganhá-la. Vamos fazer tudo para que isso aconteça. Mas temos de meter gente competente, gente que contribua para o espetáculo. Penso que a Liga deu lucro e hoje por exemplo, se tivéssemos aqui o VAR, teríamos conseguido um resultado melhor que o empate.”

Moldura humana bastante interessante
“Esteve uma moldura humana bastante interessante, esta empatia e este envolvimento que eles conseguem criar com a equipa é importante. Da nossa parte, devíamos ter feito um pouco mais, para além daquilo tudo que falei. Um adversário com constantes perdas de tempo, com constante antijogo, foi por isso que falei ao intervalo, porque o árbitro teve pouca mão no jogo.”



RESUMO DO JOGO

05 setembro, 2018

ENGRENAGENS EMPERRADAS.


Em época de reentrés, também eu faço aqui a minha, após um curto e merecido período de férias. Por limitação geográfica (e tecnológica), o reset nas incidências futebolísticas foi quase total, excepto no pontual retorno nostálgico ao velhinho relato para acompanhar as incidências dos jogos com Belenenses e Guimarães.

Como tal, não me vou alongar em acontecimentos de Agosto, debruçando-me essencialmente no que vi a partir deste fim de semana.

Não foi nada auspicioso o que vi.

Vi basicamente os mesmos nomes do ano passado, com uma atitude insegura que nos remete para a pavorosa época Lopetegui/Rui Barros/Peseiro.

Numa óptica optimista, poderá ser apenas um momento fugaz, facilmente ultrapassável se solidificado com vitórias nos próximos compromissos. É tradicionalmente sabido que o período de transferências tem um grande impacto psicológico nos jogadores, especialmente nas equipas vendedoras como o são as nacionais, o que se reflete forçosamente dentro das quatro linhas. A juntar a este foco de instabilidade, é sempre necessário tempo para a adaptação a novos métodos e rotinas de jogo nos jogadores que entram, por forma a que consigam substituir e acrescentar valor àqueles que saíram.

Isto poderá justificar o que se passou no Jamor e no Dragão com o Vitória. Depois de 2 jogos mal conseguidos, e pressionada com as vitórias dos rivais, é compreensível que a equipa se sinta em brasas, como se viu neste jogo com o Moreirense.

De um ponto de vista mais pragmático, existem diferenças no discurso de Sérgio Conceição, que podem inconscientemente estar a prejudicar a equipa. Ao contrário da época passada, onde o treinador passou sempre uma mensagem assertiva de confiança e crença absoluta no êxito, independentemente das rasteiras e contratempos colocados no seu caminho, a presente temporada trouxe um Sérgio menos humilde, quer com jogadores, quer com a direcção.

Não que a razão não lhe assista. Alguns jogadores eram efectivamente fracos demais para um clube como o FCP, e a SAD - mais uma vez - geriu o dossiêr de contratações, com a leveza de um elefante numa loja de cristais. Contudo, tais quezílias podem provocar fissuras na confiança da equipa. As recentes analogias entre a qualidade de jogo e enologia, ou os parabéns a um adversário, que praticamente marcou golo em todas as vezes que chutou à baliza, podem transformar a fissura, num pequeno buraco. Daí ao colapso...

Para bem de todos, e principalmente do FC Porto, esperemos que a silly season e o fim da janela de transferências, tenham trazido alguma paz de espírito à equipa, e ao seu treinador.

Independentemente das críticas que Sérgio Conceição possa merecer, ou não, é de um absurdo total, e de uma insultuosa ingratidão, o burburinho tímido de alguns portistas - se lhes podemos chamar assim - a pedir a cabeça do treinador. Haja decoro!


Lista A: Casillas, Vaná, Maxi Pereira, Éder Militão, Felipe, Alex Telles, Jorge, Óliver, Herrera, Danilo, Bazoer, Otávio, Sérgio Oliveira, Hernâni, Brahimi, Aboubakar, Marega, Corona, Adrián López e André Pereira

Lista B: Diogo Costa, Chidozie, Diogo Leite e Bruno Costa.

São estes os escolhidos para atingir os Oitavos da Champions.

Olhando para o grupo que nos calhou, e para um FC Porto de outros tempos, diria que era para fazermos o pleno de pontos. Para o Porto atual, apesar de termos obrigação de passar esta fase, ela estará longe de ser um mero passeio. Sendo, teoricamente, um grupo mais acessível do que o da temporada passada, não é menos verdade que, teoricamente, o nosso plantel também é mais fraco do que o da época passada.

Mais do que a surpresa de Adrián López, ou mesmo Hernâni, estarem entre os escolhidos, estranha-se que Bazoer, um recém-chegado, que vem de duas épocas medianas no Wolfsburgo (e por empréstimo...), seja preferido a João Pedro, que seria a alternativa lógica a Maxi. Assim, para substituto de Maxi, teremos Éder Militão, que por sua vez terá sair do eixo da defesa, cedendo o lugar a Diogo Leite. Se alguma lesão acontecer a um elemento da defesa, teremos que passar à fase do improviso. Confuso, no mínimo, para um sector onde rotinas e estabilidade é meio caminho andado para o sucesso.

Contratar 2 defesas laterais de raiz numa pré-época, e ter que se socorrer à pressa da renovação de um pré-reformado para garantir os mínimos de qualidade a um flanco, não é azar. É incompetência.

Cumprimentos Portistas

PS.- Surgiu já fora do alcance desta crónica, mas nunca é tarde para referir. Parece que nova bomba vai rebentar para os lados galináceos. Desta vez, não é Francisco J. Marques o protagonista principal. É o próprio Ministério Público. Algo me diz que o gabinete de crise vai ter que fazer horas extra :-)

02 setembro, 2018

REGRESSO ÀS VITÓRIAS.


FC PORTO-MOREIRENSE, 3-0

O FC Porto regressou, esta noite, às vitórias na Liga NOS depois de um terrível percalço na última jornada e que tirou a liderança da prova aos azuis-e-brancos. O jogo não foi famoso, nem mostrou a qualidade a que nos habituou o treinador Sérgio Conceição.

A equipa não está oleada nem de perto, nem de longe. Há muito trabalho pela frente e muitas afinações para fazer. Sérgio Conceição agradece esta paragem para compromissos de selecções. Primeiro para trabalhar um maior e melhor entrosamento dos novos jogadores e depois para delinear estratégias, de forma a preparar a equipa para o próximo ciclo de jogos com a Champions League pelo meio.


O jogo com o Moreirense foi uma partida em que o FC Porto teve uma entrada satisfatória, mas depois a etapa complementar deixou muito a desejar. A equipa responde bem na etapa inicial e tem uma quebra na segunda parte. Assim se verificou nos jogos com o Belenenses e com o V. Guimarães, com desfechos antagónicos. O Moreirense mostrou bons apontamentos e incomodou o FC Porto, de certa forma.

No onze inicial, destaque para a estreia de Éder Militão e para o regresso de Marega à titularidade para ocuparem as vagas de Diogo Leite e André Pereira, respectivamente.


Nos minutos iniciais, o FC Porto mostrou o habitual ascendente e chegou a beneficiar de uma grande penalidade sobre Aboubakar, revertida, à posteriori, e bem pelo VAR. Mas aos 15 minutos, após a cobrança de um pontapé de canto, Militão subiu ao segundo andar, desviou a bola para Herrera atirar para a baliza de Jhonathan. Estava feito o mais difícil. Os Dragões mantiveram o acelerador a fundo e o 2-0 chegou perto da meia hora, após bela jogada pela meia direita com Marega a rematar cruzado ao poste e Aboubakar a recargar para o fundo das malhas.

Sobre a primeira parte estamos conversados. Típica etapa inicial dos Dragões, idêntica à do jogo com o V. Guimarães. Na segunda parte, o marasmo regressou para atormentar a equipa azul-e-branca. Há atletas que estão fora de forma e outros que revelam a idade nas pernas, como é o caso de Maxi Pereira. Para além disso, os portistas não estão a gerir bem os ritmos e dinâmicas durante os jogos e isso tem colocado a própria equipa em sobressalto. Nota para a intervenção de Herrera aos 70 minutos quando tratou de reunir as tropas num momento de paragem instantânea no jogo.


O Moreirense dividiu a etapa complementar com o FC Porto, quer no domínio territorial, quer nas oportunidades de golo. Apesar de tudo, o jogo acabou por correr bem aos Dragões que, ao cair do pano, sentenciaram o jogo com um golo de Marega a concluir uma bela jogada de Otávio pela esquerda. Um resultado algo exagerado perante a produção de jogo das duas equipas em campo.

Valeu pelo resultado e pelo regresso de Danilo à competição, cinco meses após longa paragem por lesão. Um regresso muito aplaudido nas bancadas do Dragão. Notas finais para a estreia muito interessante de Militão e para a bela moldura humana que, mais uma vez, pintou o anfiteatro de azul e branco.

O FC Porto regressa à competição no fim-de-semana de 15-16 de Setembro com o Desp. Chaves, num jogo a contar para a Taça da Liga que antecede o jogo inaugural da Champions League. A Liga NOS só regressa no fim-de-semana de 22-23 com a deslocação dos Dragões ao Estádio do Bonfim.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Iremos voltar a ser tudo aquilo que fomos"

Entrada forte no jogo
“Foi uma entrada forte no jogo, em que conseguimos fazer dois golos contra uma equipa que veio aqui discutir o jogo, uma equipa chata, com qualidade. Hoje em dia, toda a gente trabalha bem, de forma organizada, e se baixarmos um pouco a intensidade, o nosso ritmo, não fica fácil. Mais de 50 por cento dos jogadores que entraram hoje em campo chegaram mais tarde, o Brahimi esteve sem treinar vários dias, o Marega esteve fora, ainda não tem ritmo de jogo, o Danilo esteve de fora e voltou, é de realçar, assim como o golo do Marega. O regresso do Danilo é extremamente importante para o grupo. É um jogador importante até pelo seu espírito.”

Vinho tinto ou champanhe?
“Hoje foi um bocadinho das duas coisas. Tivemos convidados que vieram para participar na festa. É de louvar o trabalho que o Ivo Vieira tem feito no Moreirense. Como disse, acho que é uma equipa que vai conseguir vencer mais jogos fora que em casa.”

Satisfeito pelo resultado
“Era importante dar uma resposta, principalmente no resultado. Iremos voltar a ser tudo aquilo que fomos, de certeza.”


Sobre a paragem
“É importante esta paragem, neste momento. Temos alguns jogadores nas seleções, isso é positivo, há que trabalhar estes novos jogadores e inseri-los no contexto da equipa.”

A importância dos adeptos
“Somos todos um. Estamos todos aqui a lutar pelo mesmo, pelas vitórias. Espero que surjam muitas, porque eles merecem. Mesmo na segunda parte, em momentos em que estivemos menos bem, puxaram por nós.”

O abraço dos jogadores a Moreno
“O Moreno está com um problema familiar, vai ter de se ausentar, e somos todos importantes no clube. Há um respeito grande por toda a gente que trabalha, seja o roupeiro, seja o homem que trata da relva, merecem o mesmo respeito que as pessoas mais importantes do clube.”

Militão na seleção do Brasil
“Os meus parabéns ao Militão. Um jovem de 20 anos chegar à seleção do Brasil é de louvar. Parece-me uma pessoa equilibrada, não só no jogo como fora dele.”



RESUMO DO JOGO