31 maio, 2009

Taça e Jamor... sabor de ganhar a dobrar!!!

Ponto prévio. Serei um dos muitos milhares que inundará a A1 no sentido Norte/Sul, transformando o dito eixo rodoviário, numa espécie de carreiro de formigas com destino ao “formigueiro” Jamor.

Escrever sobre a Taça, é pensar Futebol na sua expressão de fenómeno humano único, onde se rebatem e esbatem influências e diversidades numa aculturação de adaptabilidades sem precedentes na sociedade.

Antes ainda de me diluir na imensa mole humana e me confundir com os cheiros da envolvência e ambiência festiva que emanam daquele minguo “pulmão” de ar puro, atiro para as linhas seguintes a antevisão da Festa da Taça, sem esquecer claro, a mala térmica onde se destacam as minis, os panados, rissóis, bolos de bacalhau e o prato principal, “dobradinha” à boa moda Azul.

A Taça, prova rainha do Futebol Luso, instrumento único capaz de “revitalizar” por momentos o obsoleto Estádio Nacional, tradição simbólica que os senhores da FPF, teimam em manter quando confrontados com condições e funcionalidades atinentes aos Estádios do Euro 2004, tem neste Domingo um confronto inédito.

Calcorreada a reinventada Via TETRA, o Dragão procura no Jamor passos seguros que o comprometam com o sucesso, alimentando a história Azul de títulos, muito por culpa do trabalho de uma equipa a sério que não renega o DNA, quer no Bem quer para o Mal, mas que nos faz ganhar e reagir ao adverso.

Ao terceiro ano, Jesualdo reinventou no terreno de jogo, uma equipa desde as bases do seu 4x3x3, onde se mesclam a arte da táctica com a ciência da técnica.

Num futebol moderno, onde a cada 90 minutos, o espaço para jogar é cada vez menor, interpretar conceitos e quebrar paradigmas, são chaves dos azuis e brancos para fazer emergir uma matriz de jogo naturalmente condicionada pelos nossos padrões técnico/tácticos.

Largos meses leva a época. Bem sei que no mundo da bola só o resultado é imprevisível, no mais, tudo é discutível. O Professor, ainda que não aureado de “mestre da táctica”, consegue transmitir sempre um conceito imperfeito ao onze portista, sem que a estrutura base oscile em demasia.

Um triangulo de meio campo, criteriosamente escalado segundo critérios, cujo vértice inferior dessa geometria, é quem define a largura e a profundidade. Fernando, a melhor “invenção” para um dos posicionamentos mais relevantes da era moderna, é o farol, um relógio, equilíbrio dinâmico defensivo, ritmando a transição, basculando em função da bola, opondo-se zonalmente a progressão de investidas contrárias.

Articulados neste desenho do miolo, os laterais, que definem na sua capacidade, a diferença para escapar às zonas de pressing, oferecendo densidade e benefícios quando em posse da bola, para materializar linhas intermédias de apoio no sentido pratico de sair a jogar, evitando o futebol de pontapé longo.

Epicentro das dinâmicas, a simbiose entre médios interiores e extremos alas, unos nas alternâncias, orientações mais que circunstanciais, pressionando alto, onde forçosamente se encurtam espaços e se impele o rival para o desafio de conseguir jogar entre linhas.

Meireles, pilar táctico, voz de comando, ser hiper-cinético na relação similar mente-corpo, raiz qualitativa do saber recolocar-se quando a equipa perde a bola, é origem de uma imagem que configura no último reduto, um processo defensivo apurado. O médio tampão atenua desequilíbrios, com a criatividade que acrescenta, participando ainda que não esporadicamente no trânsito ofensivo, interligando progressão e aceleração no colectivo azul.

Sem Lucho, há Mariano ou Tommy. Reverte-se um sistema, mantêm-se o modelo. Menos ênfase na posse curta, mas incidência nas transições, maior verticalização, desdobramento do 4x3x3 para o 4x4x2, reinventado ou num mais sui generis, 4x1x3x2, desce a percepção de um jogo onde o argentino speedy Gonzalez, encontra múltiplas linhas de passe, simples na abordagem dos lances, felino, mas naife nos 1x1 face aos defesas, transforma em mistério cada desenlace da jogada.

A opção por um ou outro argentino, veicula-se tanto mais ao que se quer para cada jogo, um jogo onde se queiram lado a lado, maior número de vértices ofensivos, triangulações de apoio, espaço entre linhas e condicionar ou não a saída do 1º passe, hipotecando de sobremaneira a transição no adversário.

Rodriguez, veio comum da máquina Azul, é um veículo transportador de bola, quando incorporado como 4º médio. Preocupa-se menos com a profundidade, até porque Cissokho interpreta bem esse cariz de ofensividade. Como interior, é exímio no pressionar e desagregar dos adversários, vertiginoso no modo como cava distâncias entre linhas, parece obtuso vê-lo perfilhar conceitos corporativistas que redundam num bloco homogéneo.

Um saber posicional que o adequa com a importância de reconhecer os espaços, roubando-os ao adversário, garantido diagonais e apoios aos momentos ofensivo/defensivo, em suma, um jogador de equipa.

Mas se à torrente de jogo não corresponderem os acutilantes aríetes, o Jamor, continuará a ser órfão de uma equipa que não sabe o que é ganhar finais, para que o enguiço se quebre um trio, que não joga junto, mas que representa um papel determinante no todo.

Lisandro e Hulk, permitam-me que confluam as minhas ideias sobre os mesmos. Imagens de combatividade, nervo, explosivos e poderosos, tratam com deslevo a redondinha, ditam os ditames de um futebol objectivo, sabendo quase sempre como fazer a recepção, o passe ou drible, fazendo da raça, um dinamismo muito seu, mesmo que por vezes rocem o individualismo.

Licha, traduz na sua técnica, um carácter cujo colectivo se sobrepõe ao individual, fazendo nascer noutras latitudes da relva, bolas e jogadas de perigo.

Por fim, Farias. Rato de área, astuto, buliçoso, invejável faro de golo, avançado que melhor se relaciona com o Sal do futebol. Alheia-se da partida vezes sem fim, mas raramente não dedilha as “teclas” certas de uma música que o comprometa com o seu dever no campo… GOLOS!!!!

O Tetra, pode bem ser personificado num indomável Dragão, Bruno Alves, símbolo de uma equipa, ostenta a braçadeira, justapondo concomitantemente a camisola e emblema ao coração, luta como corre, é mais que um simples jogador, é um símbolo que vê crescer ao seu lado, Rolando, um garoto que vai bebendo ensinamentos, acrescentado ainda mais valias à visão colectiva deste FC Porto.

A lista dos eleitos, desfez umas das poucas dúvidas que se me suscitavam. Helton não vai mesmo ocupar lugar entre os postes, ele que foi o herói da eliminatória frente aos Leões. Dir-se-á que se desvanecem algumas inconsistências, fruto do jeito sambista e brincalhão do keeper do violão, criando-se a ilusão inspirada de um Homem de balneário, Nuno, capaz de organizar a defesa e efectuar defesas em voo que nos fazem sorrir após algum momento mais “arrepiante”.

Para dançar, assim como para outras coisas na vida, às vezes são precisos dois, ou seja, esta Final carece de um par para se desenrolar.

A juntar à solarenga tarde e a canícula veraneante que fará transpirar todos os poros da pele Draconiana, o aumento das dificuldades crescem mais por força do adversário em contenda, que propriamente pelas condições naturais do tempo, ainda que essas venham a ser no meu ponto de vista, um handicap que pode favorecer a equipa com menor densidade competitiva ao longo da época.

Um rival, “castores” vindo da capital do móvel, a viverem um momento histórico que contrapõe e contradiz a sensação experienciada com o espectro da descida no inicio da temporada, sobem a palco inquebrantáveis no seu âmago, sobredimensionados num ego de quem não se sente inferior a ninguém, escalpelizando argumentação nas características diferentes que tem os jogos nesta competição, Jóia da Coroa federativa.

Paulo Sérgio é o líder de um colectivo que inunda em vontade de ser um grupo na verdadeira acepção da palavra. Depois de desafiarem o inicio de época escudados num hermético 4x4x2, que tremia a defender, mormente a veia goleadora, o trajecto conferiu ao grupo uma serenidade desenvolta pelas características de um futebol que pisa o relvado com ideias próprias, bem definidas, bem secundado pela inteligência e experiência de algumas das suas unidades.

Viverão talvez muitos, um momento único, estarão talvez reféns do binómio que é ter de jogar um jogo imaginado vezes sem conta, mas que agora se torna real.

Confesso que a ofensividade do processo de ataque foi uma lufada positiva, faltando constatar se o medo supera a coragem de não engendrarem um modelo que amordace o Dragão, conferindo dessa forma alguma audácia táctica.

Numa equipa com um ataque realizador, mesmo quando falamos da taça, (20 golos em 5 eliminatórias), a estratégia a apresentar, passará muito pelo desenho táctico e pela utilização ou não de uma defesa com 3 centrais, num processo defensivo que não deixará de cobrir e obstar ao jogo azul pelas faixas, onde depois os laterais Jorginho e Ferreira serão pedras alicerce da capacidade para evidenciarem um bloco um pouco mais subido com o decorrer do tempo de jogo.

Pedrinha e/ou Paulo Sousa, baluartes coriáceos da máxima, antes quebrar que torcer, são a zona estanque. Gerem ritmos, cerram fileiras, depositam à posteriori a bola nos expoentes máximos da dinâmica atacante Pacense.

Rui Miguel e Cristiano, o primeiro, olho no olho, espalha criatividade e não engana na temporização de jogo, conferindo essência a um futebol de craveira técnica acima da média. O segundo, franzino, velocista de sete fôlegos, hábil, finta e remata sempre num jeito de atirador furtivo, onde só William rivaliza nos dotes de finalizador mais acertivo.

Há depois no plantel, outros que não sendo revelações, são velhos conhecidos cá do burgo, Edson, Carlos Carneiro, Ozeia e Ricardo, todos imbuídos de um espírito de conquista, cujo guardião Cássio é o ultimo obstáculo aos intentos dos Dragões.

As finais são pouco dadas a erros conceptuais, a euforia que grassa na massa adepta é sinónimo de desmedida confiança e ainda que Taça seja festa, convém não ser demasiado efusivo, nem transmitir cenários desmesurados de facilidades, capazes de provocar relaxamento nos Azuis e brancos.

Não interessa agora fazer apologia desta ou daquela funcionalidade individual ou colectiva, pelo que a minha primazia vai mesmo para a Vitória... como tal, façam o favor de jogar a bola e explanar para nós, o vosso melhor Futebol.

Só assim, esta época a ganhar, será mesmo a Dobrar!!!

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Nuno e Ventura.
Defesas: Bruno Alves, Cissokho, Fucile, Pedro Emanuel, Rolando, Sapunaru e Stepanov.
Médios: Fernando, Guarín, Mariano, Raul Meireles e Tomás Costa.
Avançados: Farías, Hulk, Lisandro, Rodríguez e Tarik Sektioui.

30 maio, 2009

Para memória futura

24 de Maio é sempre uma data que celebro com muito carinho.
É a data de aniversário de casamento dos meus Pais. Este ano completaram 40 anos.
Em 2009 calhou igualmente a data do fim do campeonato e com um jogo no Dragão entre as minhas duas equipas: a de coração e a adoptada.
Como a adoptada infelizmente já não dependia deste resultado para subir na tabela classificativa estava ausente qualquer ansiedade no resultado desejando obviamente uma vitória do Futebol Clube do Porto, mas lá no fundo também um golo do Braga para satisfazer a minha filha Gu.
O marido lá em casa bem que tentava assombrar a festa, com a ameaça de que ia chover, ia estar frio e o diabo-a-quatro, como se costuma dizer.
A tarde revelou-se afinal ensolarada, com uma temperatura bastante agradável.
Findo o almoço, estava na hora de ir para o Porto, até porque combinara finalmente conhecer pessoas, que “falando” diáriamente com elas até então não tinha tido o prazer de as conhecer.
Primeira paragem no Velasques, onde alguns colegas da ML do Portal dos Dragões estavam na esplanada após o almoço do Tetra realizado ali perto.
Engraçado como é ligar a cara a pessoas de quem só conhecemos o que escrevem. Foi muito agradável, constatar a simpatia das mesmas, que só pelo simples facto de serem Portistas já era quase que garantido.
Alguns minutos depois, descemos rumo ao Dragão para desta feita conhecer alguns do BiBóPoRtO.
O mais caricato é que para não haver desencontros, tive o especial cuidado de ligar antes ao Presidente cá da casa, que me responde com a simpatia que o caracteriza:
Estou a chegar!
Certo.

(…)
(duplo…)
ok
(aieeee…)

Aproveito para ir olhando os ilustres adeptos que circulam na Praça do Estádio do Dragão, tirando umas fotos (que acompanham estas palavras), quando vejo uma cara, duas que me são familiares. Era o Lucho, o Estilhaço e Estilhaço Jr.
Fico na duvida, vou, não vou. Se eles já estão ali o Sr. Presidente não deve demorar.

( …já estou a chegar, ouvira eu…)

Bem, vamos lá!
Atravessando a onda de adeptos que entretanto chegavam ao Dragão tive então o prazer de os conhecer e de lhes apresentar as minhas filhas e o meu irmão.
Passados largoooos (botem largo nisso) minutos, e no meio de uma imensidão azul e branca, qual D.Sebastião a emergir do nevoeiro surge sua senhoria, Blue Boy.
Tenho igualmente o prazer de conhecer a Mafaldinha de quem a minha filha mais pequena se encantou, enquanto eu e o meu irmão resolviamos o problema do cartão da Gu que a máquina teimava em não ler.
Resolvido este problema, chega então a hora de dislumbrar o meu estádio, a quem eu não via já seguramente quase há uma ano.
E essa parte dá não para explicar, melhor mesmo que toda essa emoção é faze-lo na companhia das minhas filhas. Ouro sobre Azul, é o lema da minha vida.
Tempo ainda para conhecer mais um ilustre Portista que deixa finalmente ao fim de 5 anos de ser virtual para passar a ser um amigo de verdade.

O jogo em si, foi mais de festa do que propriamente um jogo de futebol. Fizemos um golo que permitiu aos tetracampeoes presentes festejarem todo o orgulho de pertencer a esta casa. E um golo do Braga, o qual é inteiramente dedicado à Miss Gu, que vestiu a camisola do Braga durante os 90 minutos. E que ninguém o ouse reclamar...
Ou seja, da minha parte estava toda a gente feliz.
Mas a emoção mais forte ainda estaria para chegar. Findo o jogo, e agradeço ao meu irmão, ter aguardado até ao final do mesmo, o speaker anunciou que Jesualdo Ferreira fazia anos e convida os adeptos a cantarem-lhe os parabéns.
Conseguem fazer ideia do significado desse momento para as crianças presentes no estádio ? Eu falo pelas minhas:
Momento único de espanto, de alegria, de vontade de estar sempre ali naquele Estádio, naquela cadeira, de pertencer a um clube que lhes proporciona emoções destas.

Eu faço o meu papel, mostrando e transmitindo-lhes o privilégio do que é ser-se do Futebol Clube do Porto.
Já lhes prometi, que para o ano iremos mais vezes, e que no final lá estaremos para festejar o Penta.

IV Campeãs,
Heliantia, Gu e Fi.

29 maio, 2009

Em Busca da 'Dobradinha'

Domingo, o FC Porto jogará mais uma cartada decisiva na presente temporada, com a disputa da final da Taça de Portugal, no Jamor. O Paços de Ferreira, orientado pelo jovem Paulo Sérgio e que alcançou a meritória 10ª posição na Liga Sagres, é o adversário. A confiança reina entre os adeptos portistas, como é disso demonstrativa a mais recente sondagem aqui realizada. 122 pessoas responderam à pergunta 'O FC Porto conseguirá vencer a final da Taça de Portugal e consequente dobradinha, no dia 31 de Maio?' e os resultados são, como era esperado, avassaladoramente favoráveis aos 'dragões'. 117 (96%) portistas pensam que 'Sim', 5 (4%) infiltrados acham que 'Não'.

Estou obviamente muito confiante numa boa vitória e em mais uma festa de arromba, na sequência das comemorações inolvidáveis do Tetra. O FC Porto é muito mais forte, possui argumentos individuais e colectivos mais que suficientes para derrotar os pacences. No entanto, as surpresas são frequentes no futebol, muito mais numa competição como a Taça de Portugal, onde elas acontecem ainda mais vezes. A turma de Jesualdo Ferreira terá de se apresentar com a máxima concentração e sem, em nenhum momento do jogo, menosprezar o seu oponente. Esperemos que o fervor das festividades vividas tenham, pelo menos, acalmado, uma vez que a repetição da atitude displicente da última partida do campeonato, frente ao Braga, não é aconselhável.

Este tipo de provas (Taças e Supertaças) têm sido o principal calcanhar de Aquiles da equipa no reinado de Jesualdo Ferreira. Derrotas diante de equipas menores como o Atlético e o Fátima e várias frente ao Sporting ainda estão atravessadas na garganta de alguns adeptos. Jesualdo nunca conquistou a Taça de Portugal e tem agora a oportunidade de o fazer, alcançando também a sua primeira 'dobradinha' no FC Porto. O último a conseguí-lo foi Co Adriaanse em 2005-06. Na época passada, como certamente estarão recordados, dois golos de Rodrigo Tiuí tiraram-nos essa possibilidade. Desta vez, estou seguro de que não vamos vacilar.

Ao que tudo indica, a utilização de Lucho González está bastante complicada, o que constituirá uma baixa de vulto na manobra colectiva azul e branca. Mesmo assim, a equipa tem respondido bem a essa ausência e isso nunca poderá servir de desculpa para um eventual desempenho menos positivo. Se tal se vier a confirmar, julgo que a melhor opção seria incorporar Mariano González no trio intermédio, junto de Fernando e Raúl Meireles, ficando a frente de ataque entregue a Hulk, Lisandro e Cristian Rodríguez. Espero ainda que Nuno seja o dono da baliza, na sequência do que sucedeu ao longo da época nesta competição. Se jogou os jogos da Taça até agora, também merece jogar a final. Na defesa, a única dúvida será entre Fucile e Sapunaru na lateral direita. Se o uruguaio estiver na sua plenitude física, seria a minha aposta.

O Paços, sendo uma equipa modesta e com um orçamento reduzido, comportou-se de forma magnífica nesta prova. Nas meias-finais, eliminou o Nacional, 4º classificado da Liga Sagres, de forma tão surpreendente quanto merecida. Há bons jogadores na Capital do Móvel e, em termos colectivos, Paulo Sérgio conseguiu incutir uma organização bastante interessante. No processo defensivo, após enormes lacunas iniciais, houve uma evolução notória com o decorrer da temporada, embora me pareça que os 'castores' revelam ainda algumas dificuldades. Um FC Porto ao melhor nível marcará certamente ao guarda-redes Cássio. Mas é necessário ter em conta que, ofensivamente, este Paços de Ferreira é uma equipa bem armada, capaz de criar muitas contrariedades ao último reduto portista. Na Liga Sagres, por exemplo, apenas facturaram menos que os 5 primeiros da tabela, ficando mesmo com somente menos um golo marcado que o Braga. Mostraram um poder de concretização superior a equipas como o Leixões, Académica, Guimarães e Marítimo, tidas, à partida, como superiores. Todos os cuidados serão poucos. Jogadores como Rui Miguel, Cristiano, Pedrinha ou William deverão ser vigiados a preceito.

Um outro aspecto acerca desta final, que tem sido discutido ultimamente, é a realização das finais da Taça no velhinho Estádio do Jamor. Estou algo dividido, confesso. Por um lado, considero que, havendo um Estádio Nacional, as finais desta prova devem ser aí disputadas. Em Inglaterra, a final da Taça também é sempre em Wembley e, em França, é sempre no Stade de France. O problema é que o Jamor não apresenta condições mínimas para receber um jogo desta importância e acho que se ele acontecesse em estádios como Braga, Guimarães, Aveiro, Coimbra, Leiria ou Algarve, por exemplo, seria vantajoso para todos, inclusivamente para os adeptos. Uma situação a ser estudada com seriedade no futuro.

Não havendo muito mais a acrescentar, resta-me dizer: vamos a Oeiras para trazer a Taça! Entre o FC Porto no relvado com a atitude correcta e não tenho dúvida que vamos conseguir. Força FC Porto!

É só choradeira…

    Enquanto permite que se discuta em praça pública o seu comando técnico envolvendo um adversário directo e anuncia a composição do seu (uma vez mais…) super-plantel, há um clube que ficou a «escassos» 11 pontos do Tetracampeão e que se entretém em exercícios rebuscados de demagogia. «Onde páram 16 pontos»? O Labaredas dá uma pista… Primeiro corrijam o erro de ortografia no «param», a seguir procurem um espelho e detectem a incompetência generalizada de quem vive de uma tradição esfarrapada.

    Chamam-lhe «verdade inconveniente». Sim, o Tetra do F.C. Porto é de facto uma verdade inconveniente. Especialmente para quem não gosta do clube, resume os seus méritos nos queixumes do costume e teima em não reconhecer a dimensão de elite que os Dragões atingiram.

    Depois de terem tentado jogar a UEFA Champions League na secretaria e não nos melhores palcos do planeta, após novo falhanço do enésimo «melhor plantel de sempre», no encerramento de mais um ano para esquecer, nada melhor que uma contabilidade ardilosa para nos fazer rir. Insistam em lançar poeira para o ar. O verão é longo. E nos meses de canícula, claro, vocês são sempre campeões! Viva a silly season!
fonte: fcporto.pt

28 maio, 2009

Os jogadores, um a um - parte I

Numa temporada que, pese o facto de ainda não ter terminado, poder ser considerada como excelente, mercê não só de nova vitória no campeonato [objectivo prioritário], mas também pela presença na festa maior da final da Taça e por uma competente participação na principal competição europeia, importa dissecar pormenorizadamente o contributo de cada um dos atletas que compuseram o plantel campeão.

Guarda-redes

Helton – Titular indiscutível das redes portistas, manteve a bitola exibicional dos últimos anos. Maduro, decisivo em algumas partidas, é claramente o melhor guarda-redes dos azuis e brancos, e um dos melhores a actuar em solo luso. Merecendo o beneplácito de Jesualdo, correspondeu com a regularidade conhecida, apesar de ter atravessado um período algo comprometedor, coincidente com a pior fase da equipa, quando esta coleccionava derrotas.

Nuno – Será, provavelmente, o guardião no palco do Jamor, prémio justo e merecido a um profissional veterano, que faz do trabalho a sua principal arma. Comedido nas suas declarações públicas, preferindo o resguardo à mediatização, é louvado pelos seus técnicos, pelo companheirismo e espírito de corpo que imprime a um plantel onde se sente de corpo e alma. É sempre um garante de qualidade, harmonioso entre os postes, seguro na posição.

Ventura – Poderá ser a “next big thing” portista, uma espécie de Vítor Baia do século XXI. Jovem a quem auguram um futuro promissor, tem bebido a influência de treinar diariamente com colegas de sector mais experientes, recolhendo ensinamentos preciosos para o futuro. Poderá sair, na próxima época, como forma de afirmação, antes de um regresso que se pretende apoteótico. Jesualdo agraciou o seu empenho, conferindo-lhe minutos no jogo com o Trofense, permitindo que as faixas de campeão engalanem o peito do jogador.

Laterais

Sapunaru – O internacional romeno chegou ao Dragão numa conjuntura pouco favorável. Por cá, carpiam-se ainda mágoas pela saída de Bosingwa, dono e senhor da ala direita, posto mítico por onde já passaram vultos históricos. Inseguro, incapaz de lidar com uma pressão mediática desconhecida até então, Sapunaru ameaçou, desde cedo, redundar num fracasso difícil de explicar para quem vinha com o rótulo de melhor defesa-direito do leste europeu. Os mais pacientes, neste caso, relembraram que o período de adaptação de um jogador é sempre diferente, de caso para caso. E, na fase mais decisiva da temporada, quando Fucile padecia dos crónicos problemas físicos, o romeno soube dizer presente. A exibição personalizada em Madrid, frente a um Atlético ambicioso, deu o mote para um final de época em grande estilo, com os jogos de grau de dificuldade mais elevada a não provocarem pruridos nem inibições nos seus intentos.

Fucile – O internacional polivalente do Uruguai, capaz de colmatar as necessidades da equipa no lado direito e esquerdo viu as suas intervenções serem sistematicamente cerceadas por arreliadoras lesões. Pedra base no esquema de Jesualdo, foi um dos mais castigados jogadores portistas, com as sempre incómodas viagens intercontinentais, para servir as cores do seu País, a fazerem mossa física no corpo franzino. Intermitente, nas suas aparições a titular, é um garante de qualidade.

Benitez – Em linguagem cinematográfica, quando um filme de orçamento elevado e aspirações artísticas falha estrepitosamente, é apelidado de “flop”. E este argentino nunca conseguiu ultrapassar esse rótulo que lhe foi colocado, como uma segunda epiderme. Um fracasso, incapaz de corresponder ao que se pretende de um lateral moderno. A evitar, no futuro, a sua utilização. Deve ser um dos que ganhará uma carta de alforria, na temporada 2009/10. De preferência, para bem longe.

Cissokho – Pelo desconhecimento do grande público, a revelação do ano, de Dragão ao peito. O jovem francês, descoberto pelo Setúbal nos escalões inferiores francófonos, chegou à Invicta no mercado de Inverno, quando os responsáveis portistas ansiavam por um salvador, capaz de estancar as avenidas que se criavam no flanco-esquerdo, quando os opositores nos pressionavam. Os primeiros passos, com a bela camisola das listas verticais azuis e brancas, foram titubeantes, com alguns lapsos próprios de quem ainda andava à procura do seu ritmo. Aparentando alguma ingenuidade, um pouco inocente na forma como defendia a posição, foi sempre amparado pela sapiência do treinador, que viu ali um filão a explorar. E a explosão subsequente deu razão a Jesualdo. Poderoso fisicamente, municiador do ataque em doses massivas, par perfeito para Rodriguez, tornou-se um dos impulsionares do brilhante desemprenho portista, fora de portas. A Europa abriu a boca de espanto, perante o desplante do francês, capaz de chegara Old Trafford e tratar por tu as megas-estrelas de Ferguson. É um diamante em bruto, futebol feito de promessas, excitante de ver jogar. Para regalo de muitos, fica a imagem de apresentação, para guardar num cantinho da memória. A cavalgada épica, em Braga, galgando terreno, fintando sucessivos adversários, numa jogada que merecia ter redundado em golo.

Centrais

Bruno Alves – Poderia ser lacónico na apreciação do Bruno. Bastava escrever as palavras mágicas. Capitão. Aquela braçadeira mítica é usada apenas por um pequeno punhado de predestinados, que congregam em si as características únicas necessárias para serem seleccionados. Qualidade. Raça. Estoicismo. Mística. Bruno Alves foi isso. E muito mais. Foi uma das peças nucleares no xadrez de Jesualdo. Uma espécie de general, entre o seu exército, destacando-se pelos dentes cerrados, olhar concentrado, pronto para mais uma batalha. Sempre na linha da frente, onde o perigo espreita. Com uma invulgar capacidade de salto, fez dos céus um espaço restrito, onde ele era dono e senhor. Aprimorou a marcação de livres, conseguindo juntar alguns golos ao seu pecúlio. Como verdadeiro exemplo do que se pretende de um capitão azul e branco, reagiu com dignidade e brio ao seu pior momento na época: o atraso fatídico, no teatro dos sonhos de Manchester, que permitiu o golo de Rooney, foi ultrapassado à bomba, abrindo caminho com um golo de livre a mais uma vitória portista, no jogo seguinte da Superliga. A escolher um dos momentos, teria que ser aquele minuto 20, em Alvalade, na 1ª volta do campeonato. O Porto era um combatente encostado às cordas, sucessivamente esmurrado pela Naval, Leixões e Arsenal. Bruno resgatou o orgulho tripeiro, numa magistral cobrança de uma falta, a 30 metros da baliza de Rui Patrício. Deixará saudades, se sair no defeso que se avizinha.

Rolando – O delfim de Bruno Alves, alma-gémea na luta das trincheiras. Jogador multifacetado, defendendo com garra e classe, juntando a esses predicados uma apetência especial pelas balizas adversárias. Marcou no Funchal, ao Marítimo, em Coimbra e em Guimarães. Por uma estranha coincidência, os seus golos preciosos foram sempre obtidos longe do reduto do Dragão. Sólido e inexpugnável, beneficiou claramente da experiência obtida pela parceria com Bruno Alves. E, como o parceiro marcou na Champions [Arsenal], Rolando não quis ficar atrás. Em Kiev, num dos seus golpes de cabeça que se tornaram imagem de marca, colocou o Porto novamente nos trilhos da mais elitista competição de clubes. Maduro, de uma forma ainda precoce, será um dos pilares defensivos do ataque ao penta.

Stepanov – O sérvio passou ao lado da temporada, nunca conseguindo impor-se como opção ao duo de titulares. Jogando esporadicamente, nas competições e jogos menores, raramente mostrou predicados que mostrassem o porquê da sua contratação. Será, por certo, uma carta fora do baralho, na preparação da época que se avizinha.

Pedro Emanuel – Um jogador importante, pese a sua saída do lote dos imprescindíveis. Jogador abnegado, de personalidade forte e vincada, é uma voz reconhecida no balneário, desempenhando aí um papel fundamental, na coesão reconhecida do grupo de trabalho. Notoriamente em final de carreira, o veterano atleta nunca mostrou, publicamente, sinais de insatisfação, sendo visível o seu constante incentivo aos jogadores do onze titular. Opção, em algumas ocasiões, para postos onde se mostrou pouco rotinado, correspondendo na altura às necessidades da equipa, afectada por lesões, o ex-boavisteiro é claramente um atleta que incorporou a mística única que se vive [e sente] em quem veste aquela camisola sagrada.

continua na próxima semana...

Taça de Portugal: Informações úteis

Na expectativa de facilitar a chegada dos adeptos do FC Porto ao Estádio do Jamor, a propósito da final da Taça de Portugal, o site oficial do clube disponibiliza, desde já, algumas informações relevantes, a ser tomadas em consideração.

O jogo entre Dragões e Paços de Ferreira realiza-se no próximo domingo, 31 de Maio, às 17h00, e é do máximo interesse que todos os que vão acompanhar a partida ao vivo se desloquem para o recinto com a devida antecedência, de modo a evitar qualquer tipo de transtorno.

- Rota de acesso rodoviário para quem se desloca do Norte: A1 (saída do «Carregado», direcção A10); A10 (saída A9 – CREL); A9 (direcção Av. Marginal; Acesso ao P1 e P2.

- Rota de acesso rodoviário para quem se desloca do centro de Lisboa: A5 (direcção Cascais); Saída Caxias – Av. Marginal; Acesso ao P1 e P2. [Nota: Na A5 não utilizar a saída com sinalização laranja «Estádio»; prosseguir e utilizar sempre a saída Caxias – Av. Marginal).

- A CARRIS vai disponibilizar um serviço especial no dia do jogo (Carreira 28F, entre os Restauradores e o Estádio do Jamor), cujo percurso passamos a identificar: Restauradores, Rossio, Pr. Comércio, Rua do Arsenal, Av. 24 de Julho, Calvário, Rua da Junqueira, Belém, Rua Pedrouços, Algés (alteração de zona – suburbana), Marginal e acesso ao Estádio (termina junto às Piscinas). [Notas: Os passageiros podem entrar em qualquer uma das paragens ao longo do percurso; este serviço não aceita passes, aceita apenas os seguintes bilhetes: tarifa de bordo e bilhetes carregados em «7 colinas», «Viva Viagem» e «Lisboa Viva», validados para 2 zonas; horários de partida nos Restauradores: 14h00, 14h30, 15h00, 15h30, 16h00, 16h30; após o final do jogo, enquanto a afluência de clientes o justificar, realizam-se viagens no sentido inverso].

- Os adeptos do FC Porto devem estacionar no Parque 1 (próximo da Porta Sul) e entrar no Estádio do Jamor pela Porta Sul, referida nos bilhetes como Porta Maratona. [Nota: Apesar de o acesso ao interior do Estádio do Jamor poder ser efectuado por qualquer porta, é de todo recomendável que os adeptos do FC Porto utilizem a Porta Sul, pois esta dá acesso directo ao «Topo Sul», bancada que lhes está reservada].

MAPA - Clique AQUI para visualizar/imprimir o mapa de acessos do estádio.

fonte: fcporto.pt

27 maio, 2009

Intensamente



Para os mais distraídos poderia até ser mesmo S. João onde não faltou sequer um balão, azul e branco e adornado com Dragões, lançado da Praça da Liberdade.

Alguns juravam até que a anormal quantidade de polícia existente junto da General Humberto Delgado era apenas para facilitar o acesso ao Exmo. Sr. Presidente da Liga e ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara aquando da abertura dos Paços do Concelho ao Clube que, contra quase tudo e contra muitos tolos, teima em demonstrar pelo mundo fora de que tipo de aço é forjado o Dragão.

Mas estavam enganados.
O primeiro preferiu rumar a sul, consciente da maior importância da entrega do troféu da Liga Vitalis.
O Bino é de diferente opinião. Que tal figura, meia calva e anafada, teve medo de ser novamente assobiado e deu de frosques.

Do segundo nem sinais.
Ou melhor, o Rato avistou-o pelas bandas da Alameda mas apenas em versão cartaz de campanha eleitoral.
Não tão anafado como o primeiro mas tb. meio calvo e de costas para o imponente Dragão.
Com os dois pés no Porto, pode-se ler...

Quanto aos Paços mais do mesmo.
Continuaram fechados a grilhetas ferrugentas e incompreensíveis.
Cegos, surdos e mudos para o Concelho.
Com os dois pés no Porto, claro...

Mas o Tone pouca se importa com essas coisas.
E enquanto tentava explicar, em inglês de praia, a um casal de estrangeiros a razão de tantas barracas no meio de uma avenida, olhava à sua volta e sorria.
Sorria porque aquilo que via era o verdadeiro FC Porto. Não apenas um FC Porto do Minho a Timor mas um FC Porto europeu e mundial.
Sorria porque estava rodeado de Portistas anónimos num local emblemático onde o Armani se junta, sem vergonha, à boutique do Zé Manco.
Sorria porque estava rodeado de Portistas anónimos que não hesitam em insultar aqueles que merecem ser insultados.
Sorria porque estava rodeado de Portistas anónimos que trocam o ve pelo be. Com orgulho e sem ponta de medo.
Sorria porque a noite era mágica e algo de especial pairava no ar. Algo que se sentia e não se podia explicar.
Sorria porque os Portistas anónimos sentiam-se livres e juntavam-se numa comemoração singular. Num espírito de festa e de alegria que raramente se vislumbra no duro quotidiano.
Sorria porque era uma festa que ninguém poderia entender.
Apenas sentir.
Intensamente.

A menina dança a Valsa?

O momento mais alto da história do FC Porto até então, foi a vitória na Taça dos Clubes Campeões Europeus na época de 1986-87. O FC Porto teve um percurso quase perfeito até à final. O jogo decisivo disputou-se frente ao Bayern de Munique. Ninguém ousava vaticinar o triunfo dos portistas, mas na noite de 27 de Maio as estrelas foram Futre, Madjer - autor de um portentoso golo de calcanhar, e Juary, autor do golo da vitória.

Acaba por ser quase uma injustiça fazer destaques individuais, tal era a categoria da equipa. Começaram melhor os Germânicos, chegando ao golo numa jogada fortuita, finalizada por Koegl. Os Dragões não conseguiam disfarçar algum nervosismo, e Rummenige teve nos pés a hipótese do 2º golo. O intervalo foi bom conselheiro... o treinador Artur Jorge conseguiu incutir nos jogadores a coragem e a confiança suficientes para darem a volta ao resultado.

O FC Porto fez uma grande 2ª parte, vulgarizando completamente o Bayern. Futre quase empata, numa jogada digna de Diego Armando Maradona. A 10 minutos do final, Madjer marcou um dos mais belos golos de sempre da história de competição, de calcanhar, empatando o jogo. Dois minutos depois, o mesmo Madjer cruza para novo golo do FC Porto, apontado por Juary.

Até final, os Dragões dominaram completamente o jogo, tendo tido oportunidades para dilatar o marcador… e a Taça dos Campeões finalmente era nossa!

Bayern Munique 1-2 FC Porto

27 de Maio de 1987
Taça dos Clubes Campeões Europeus 1987, final
Estádio do Prater (agora Ernst Happel), em Viena (Áustria)

árbitro: Alexis Ponnet (Bélgica).

Bayern Munique: Pfaff, Eder, Nachtweih, Pfluegler, Winklhofer, Flick (Lunde 81m) Matthaeus, Brehme, Koegl, Hoeness e Rummenigge.
Suplentes não-utilizados: Aumann, Willmer, Bayerschmidt e Kutschera.
Treinador: Udo Lattek.

FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Eduardo Luís, Celso, Inácio (Frasco 65m), Jaime Magalhães, André, Sousa, Quim (Juary 45m), Futre e Madjer.
Suplentes não-utilizados: Zé Beto, Festas e Casagrande.
Treinador: Artur Jorge

Marcadores: Koegl (24m), Madjer (77m) e Juary (79m).


26 maio, 2009

Um Dragão concentrado/corajoso pode festejar já 5ª

Começo por me confessar. O meu comportamento durante os jogos de andebol não é nada recomendável. Mas não há nada a fazer. É a modalidade que mexe mais comigo (no final do jogo sentia-me cansado e quase afónico ainda fui para o Dragão ver os tetracampeões de futebol). E depois o sector onde tenho lugar anual, está cheio de Portistas ferrenhos (já lhe chamam tribunal do Dragãozinho) e diga-se que todos juntos (sector 4 e mais uns quantos do sector 5), não ficamos nada a dever ao grande apoio da claque Portista no topo Sul do pavilhão.

O andebol do FC Porto com a qualidade que o plantel possui, e este público dedicado e apaixonado, não dá hipóteses em casa. Mas, eu até acredito que já esta quinta seja possível festejar o título na Luz, sem ser necessária a "negra" de novo no inferno do Dragãozinho!!!

Também em grande estiveram os nossos hepta do hóquei que iniciaram a final, batendo a Juventude de Viana por 5-2 num fim de semana onde assisti ao vivo às 3 modalidades: andebol, futebol e hóquei...

FC Porto está a uma vitória do título!
(FC Porto 2-1 Benfica, na final do play-off à melhor de 5 jogos, ou seja 3 vitórias)

  • FC Porto, 33 - Benfica, 26

Na última quinta-feira, o FC Porto havia perdido na Luz (32-27) num jogo onde Inácio Carmo foi o melhor marcador do FC Porto com 6 golos, logo seguido de Eduardo Filipe e Tiago Rocha com 5 golos cada. Foi um jogo onde o FC Porto cometeu muitas falhas técnicas e apitado pela dupla "terrible" de Leiria. A mesma que vai apitar o jogo 4 já esta quinta-feira. Parece que não há outros árbitros para levarem o SLB ao colinho até à negra. Pode ser que o Sr. Nicolau se lembre de uns adeptos que este domingo fizeram questão de o cumprimentar com muita cortesia, e pelo menos uma vez na vida, procure ser isento, ele, e o seu colega Caçador.

Com a final empatada, o Lucho e mais 1937 espectadores entraram este último domingo no Dragãozinho com a garganta afinada, não parando um segundo no apoio ao FC Porto. A 1ª parte foi equilibrada, mas na parte final, o Dragão deitou fogo a sério e logo assustou a águia que na 2ª parte, foi completamente humilhada. Com 14-10 ao intervalo, o FC Porto rapidamente chegou aos 10 golos de diferença, levando ao êxtase absoluto os adeptos Portistas. Eduardo Filipe com 9 golos esteve em grande nível, bem secundado por Filipe Mota com 6 e Ricardo Moreira e Inácio Carmo com 5 golos cada. Também fantástico esteve o nosso guarda-redes, Hugo Laurentino, com defesas do outro Mundo!!!

O FC Porto venceu por 33-26 e os Benfiquistas resignados, sairam de cabeça baixa, não encontrando desta feita, nenhuma desculpa para mais uma derrota convincente. O título está perto, e acredito até ser possível alcançá-lo no pavilhão do inimigo em mais um jogo apitado pela dupla que «faz sempre as coisas pelo outro lado». Esta quinta-feira, na Luz, há jogo às 21h (sporttv1) e se necessária, a negra será no Dragão Caixa na noite da quarta-feira seguinte (3 de Junho às 21h). Pode ver um vídeo do jogo de domingo, clicando aqui.

É esta a equipa que vai ser campeã Nacional, ao 4º ou ao 5º jogo, tanto faz... e no final, terei orgulho em todos eles, os meus guerreiros, que segui em TODOS os jogos esta época disputados na condição de visitados, tanto na Póvoa de Varzim, como agora no Dragão Caixa!!!

A RTP é uma vergonha, mas nem isso afecta os heptacampeões...
(FC Porto 1-0 Juv.Viana, na final do play-off à melhor de 5 jogos, ou seja 3 vitórias)

  • FC Porto, 5 - Juv.Viana, 2

A RTP só serve os interesses do Benfica. Nada de novo. Mas mesmo assim, não resisto a referir que é lamentável, vergonhoso até, que durante toda a época, só transmitissem jogos desses tristes que nada ganham e que pela 1ª vez na história do hóquei, não transmitissem a final do campeonato só porque, para surpresa desses ignorantes, a final desta época contempla duas equipas Nortenhas e não a da Capital do Império. Mas isso pouco importa. Os heptacampeões encontraram no opositor um duro adversário, mas Reinaldo Ventura e Emanuel Garcia fizeram juz à eficácia do campeão e bisaram. O capitão Filipe Santos fez o golo restante da nossa vitória por 5-2 num pavilhão de Fânzeres bem composto e onde também estive.

O 2º jogo da final, é sábado, pelas 21.30h, em Viana (J.Carpelho e Luis Peixoto são os árbitros). No 3º jogo, que será dia 3 (mesmo dia da possível negra no andebol...), teremos em Fânzeres, os árbitros Rego Lamela e José Pinto.

EDUARDO FILIPE
O nosso lateral esquerdo, Eduardo Filipe, fez domingo uma brilhante exibição, apontando 9 golos fantásticos, deixando a multidão em delírio. Não me parece ser possível que o Eduardo pondere sequer deixar de jogar... ele ataca, defende, joga o tempo inteiro, assiste para o pivot, para os pontas, penetra aos 6 metros, remata de 9, 10 e 11 metros, em resumo, está numa forma admirável e o FC Porto só tem a ganhar com a sua manutenção no plantel.

No futebol, e falando dos Sub17, este domingo realizou-se a 1ª ronda da fase final de juvenis com o FC Porto a empatar em Alcochete a zero com o Sporting, num jogo bem conseguido dos nossos miúdos e onde Maia, o nosso guarda-redes, defendeu um penalty. Os sub15 tinham empatado a uma bola no mesmo recinto na última quarta-feira, dia em que o FC Porto (90% da equipa eram juniores) venceu a Liga Intercalar Nacional, batendo nos penaltys o Mafra. Domingo às 11h, teremos no Vitalis Park, um FCPorto - SL Benfica em iniciados, e à mesma hora no Olival, este clássico repete-se, mas nos juvenis. Pena, é que nesse mesmo dia e a essa hora, eu esteja em viagem para o Jamor...

No basquetebol, os sub14 continuam em grande e ganharam mais um jogo (75-66 ao Galitos), enquanto os juniores A começam a jogar a fase final em Albufeira, já esta sexta feira.

No hóquei em patins, destaco o empate positivo (1-1) dos juniores em Barcelos, enquanto nos outros escalões, ganhamos com facilidade.

Por fim, no andebol, os infantis ganharam fora ao Boavista por 18-16, enquanto os juniores foram afastados da fase final. Os iniciados lutam pela fase final, tentando um dos 2 primeiros lugares na etapa que se jogará este fim de semana em Santo Tirso.

Um abraço do Lucho.

Que ninguém diga irrepetível...

Já passaram 5 anos desde essa noite memorável de Gelsenkirchen, na Alemanha (26 de Maio de 2004), onde o FC Porto já bicampeão Nacional, encantou toda a Europa vencendo a Champions League no ano seguinte à conquista da Taça UEFA em Sevilha.

Em 1987, os meus gritos de criança após o golo de calcanhar de Madjer, ainda hoje são recordados pela minha mãe. Nessa noite, adormeci feliz e sonhei com mais e mais vitórias do clube do meu coração. Nessa noite de Viena, ganhamos a Taça dos Campeões Europeus e 17 anos depois, conseguimos triunfar de novo nesta competição, agora denominada de Champions League, sem que mais nenhuma outra equipa Portuguesa lograsse atingir essa glória suprema em todo esse período.

Confesso-vos que a final de 2004 (tema deste post) frente ao Mónaco (3-0 para o Porto, golos de Carlos Alberto, Deco e Alenichev), teve para mim um momento marcante, o 2º golo do Porto, uma bela jogada concluída pelo genial Deco. Foi aí que fiquei com a certeza que, mais uma vez, o meu Clube ficaria na história do futebol Europeu e Mundial. Mas o momento em que todos nós, Portistas, acreditamos a sério que esta conquista dos guerreiros de Mourinho seria possível, foi quando Costinha ao minuto 90 empatou o jogo no terreno do Manchester United e garantiu dessa forma o nosso passaporte para os quartos-de-final.

Esse golo, sempre que o recordo, deixa-me de lágrimas nos olhos, recordando toda aquela alegria que senti naquele instante. Só pelo momento que o FC Porto me proporcionou naquele jogo, eu disse à minha namorada (hoje minha esposa), que assistiu a toda aquela minha euforia, que muitas pessoas não sabem o que perdem por não sentirem o futebol como eu. O Mundo poderia acabar naquele instante que tudo o resto não tinha importância.

O FC Porto, felizmente, tem-nos proporcionado variadíssimos momentos de magia. E eu, hoje aqui, curvo-me uma vez mais, perante o clube que amo, o clube que proporciona momentos felizes, como estes aqui recordados, a todos os adeptos anónimos como eu, mas ferrenhos e dedicados a esta causa azul e branca. Obrigado, FC Porto!

Termino explicando porque escolhi para o título deste post a frase que Mourinho termina o seu livro dedicado à Taça UEFA, ganha pelo FC Porto em 2003, uma conquista que ele nessa altura, considerava difícil de voltar a suceder, mas terminava a prosa com um: "mas que ninguém diga irrepetível". De facto, o Special One, tinha razão. A glória repetiu-se e logo no ano seguinte.!!!

Só mesmo num clube "Special" como o FC Porto, não é Mr. José Mourinho?

25 maio, 2009

3 anos de paixão azul-e-branca!!

25 de Maio de 2006 - 25 de Maio de 2009



mensagens de felicitações

"Parabéns ao Bibó Porto Carago pelo 3º aniversário do Blogue. No seguimento das vitórias, ou nos momentos que implicam mais reflexão sobre a vida do clube, é sempre um apoio consultar o Bibó Porto. No primeiro caso, é o prolongamento da festa; no segundo, a recolha de dados ou de pontos de vista para gizar a opinião mais esclarecida. Muitas vitórias tanto para o blogue, como para o FCPorto, ou seja, vitórias, sempre! No fim do mês há mais, teremos dobradinha à moda de Oeiras para o jantar! Não fará mal porque a gente deita-se tarde. Abraço."

Dr. Pedro Baptista (ex-deputado do PS e Professor Universitário)

"Para um clube como o FC Porto, um blog à sua altura. Muitos parabéns por estes 3 anos (espero que por muitos mais) de excelente trabalho. Um grande abraço e BIBO PORTO".

Paulo Gonçalves (ex-jogador de andebol do FC Porto)

"Forte abraço desde Luanda, fazendo votos para que o blogue continue com a mesma força de sempre nos próximos anos. Conheço a dedicação que exige manter um espaço como o vosso na blogosfera pelo que só gente apaixonada o pode fazer. Parabéns!"

Paulo Jorge Pereira (ex-treinador de andebol do FC Porto)

"Como tudo na vida, quando começamos alguma coisa é na perspectiva que possamos desenvolver um bom trabalho, e quando esse trabalho tem como objectivo a partilha de ideias, discussão e análise sobre temas que temos uma paixão muito grande, então é para nós um sentimento da realização dos nossos sonhos, por isso, curvo-me e saúdo dando os meus sinceros parabéns pelo 3º aniversário do blog - BIBO PORTO carago - continuem procurando sempre a melhoria deste blog, porque os desafios e a responsabilidade são cada vez maiores"

Alberto Babo (ex-jogador e ex-treinador de basquetebol do FC Porto)

"Venho desta forma e com grande alegria felicitá-los pelo aniversário do vosso Blog e dizer que é com muito interesse que eu todos os Dragões visitam a vossa página, principalmente pelo facto de destacarem todas as modalidades do nosso clube. Espero que continuem motivados para seguir com este trabalho e melhora-lo sempre que possível. Um grande abraço."

Filipe Santos (actual capitão da equipa de hóquei do FC Porto)

“Muitos parabéns pelo 3º aniversário!! Sempre que a disponibilidade me permite, passo pelo blog para dar uma vista de olhos. Espero que continuem com o bom trabalho, sempre em prol de todas as modalidades do nosso grande clube. Um abraço.”

Nuno Marçal (actual capitão da equipa de basquetebol do FC Porto)

"Parabéns pelo 3º aniversário e votos de muitos mais anos de vida. Não "blogo" por aí além, mas quando o faço, passo sempre por aí. E bibó Porto, carago!"

Álvaro Magalhães (escritor)

"Continuem a proporcionar momentos únicos como aquele com que eu fui brindado ("A minha primeira vez no Pavilhão das Antas")! Continuem a analisar o desporto Portista e Português com seriedade e integridade! Bom trabalho..."

Nuno Quidiongo (ex-jogador de basquetebol do FC Porto)

"É um regozijo constatar que o - Bibó Porto, carago! - sobrevive, celebrando já o 3ª Aniversário. Como o conteúdo e o alimento do vosso blog são os inúmeros êxitos do FC Porto, auguro-vos - LONGA VIDA. Parabéns!"

Alípio Jorge (actual vice-presidente do FC Porto e da FC Porto SAD)

"O Bibó-Porto-Carago é, seguramente, um dos melhores blogues Portistas. Por um lado, porque não se esquece que, que o Futebol Clube do Porto é principalmente, mas não apenas, um clube de futebol. A cobertura que é feita às outras modalidades é excepcional. Por outro lado, porque é um espaço de tolerância, onde se cruzam opiniões díspares, onde se faz o debate tendo sempre, como pano de fundo o nosso clube, que é o Melhor do Mundo."

Rui Moreira (Presidente da Associação Comercial do Porto)

"Poucos se recordarão, mas em tempos de edições trissemanais dos principais jornais desportivos e mingua informativa generalizada, o "blogue" dos portistas dos anos 70, era mesmo o lendário Jornal o Porto, onde encontrava o que então se chamava fervor clubista, algo parecido com o que encontro hoje em muitos dos blogues que se vestem de azul e branco. Foi nesse jornal, que recebia via correio, entre "pinhais, rio e mar", como diria o poeta Régio, que celebrei condignamente as lendárias vitorias da equipa de Basquetebol liderada pelo "Impossível" Dale Dover, ou chorei copiosamente a morte de um Grande Artista chamado Fernando Pascoal das Neves, Pavão, o meu ídolo de infância. Mas é agora em blogues como o vosso que palpita o Coração. Esse mesmo. O que nunca deixará de bater em todos os momentos. Como aquele em que numa tarde quente de Maio, maduro Maio de 1978, logo após o ainda hoje inigualável ritual azul e branco, desci a Avenida com o meu Pai, que braço dado com o eterno Miguel Arcanjo celebrava, 19 anos após ter sido um dos heróis de Torres Vedras, o Momento que está na génese do que as novas gerações vivem ano após ano. Alguém disse: "vai ali o Miguel Arcanjo, mas o outro não me recordo". Não perdi tempo, e disse-lhe: é o meu Pai! obrigado."

Álvaro Costa (locutor da RDP-Antena 3 e apresentador na RTPN do programa Liga dos Últimos)

"... fico com pena porque já perdi o timing. Mesmo atrasados, aqui ficam os parabéns para quem arranja tempo e tem paciência para os blogues que são um modo de diversão de muitaa gente."

Manuel Serrão (empresário ligado à organização de salões e desfiles nas áreas têxtil e da moda)

"Parabéns ao ao BIBO PORTO CARAGO pelo 3º ano de serviço ao clube, mas principalmente aos seus adeptos, pois promove todas as modalidades do clube e desta forma dá informação que em mais nenhum blog ou jornal podemos ter. Espero dar os parabens durante muitos e bons anos."

Ricardo Tavares (ex-jogador de andebol do FC Porto)



a nossa prenda para o teu ambiente de trabalho


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o video comemorativo, num regresso ao passado...

Que festa bonita, carago!

assistência: 50.019 espectadores.

árbitro: Pedro Proença (Lisboa), Tiago Trigo e Ricardo Santos; José Gomes.

FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap» e Cissokho; Mariano, Fernando, Raul Meireles; Lisandro, Farías e Rodríguez.
Substituições: Farías por Hulk (59m), Mariano por Tomás Costa (71m) e Rodríguez por Sektioui (82m).
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Stepanov e Guarín.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

SC BRAGA: Eduardo; Filipe Oliveira, André Leone e Evaldo; Alan, Frechaut «cap», César Peixoto e Edimar; Rentería e Matheus.
Substituições: Edimar por Luís Aguiar (65m), Eduardo por Mário Felgueiras (79m) e Matheus por Zé Manel (87m).
Não utilizados: Dani, Aníbal, Januário e Nani.
Treinador: Jorge Jesus.

disciplina: cartão amarelo a Bruno Alves (15m), Edimar (20m), Evaldo (36m), Rentería (72m) e Hulk (84m).

golos: Farías (42m) e Edimar (56m).


The End. O jogo de hoje, no Dragão, deveria ter uma mensagem aos adeptos, impressa no bilhete. “Lamentamos pela interrupção, mas prometemos ser breves. O palco dos sonhos voltará, daqui a umas semanas, com os protagonistas do costume”.

É com um misto de nostalgia e orgulho que assisto ao baixar do pano, no encerramento de mais uma temporada. Época longa, feita de combates diários, agruras várias, pontuada por inúmeros momentos inolvidáveis, daqueles que ficam permanentemente gravados no córtex cerebral.

O golo de Lucho, na Luz, concretizando com frieza a grande penalidade. O remate certeiro de El Comandante, na fria Ucrânia, resgatando o Porto de 3 derrotas seguidas. O pontapé magistral, feito de uma raiva explosiva, de Bruno Alves, no Alvalade XXI, para o campeonato. Ou a cavalgada épica de Hulk, no mesmo palco, para o jogo da Taça. A esperança surgida quando Rodriguez desfeiteou Van der Sar, em Old Trafford. Momentos únicos. Singulares. Que nos fizeram a todos sorrir, festejar, celebrar, sentindo o coração a bater mais forte, ufano.

Não sendo os últimos 90 minutos da época, este jogo com o Braga representou a despedida de um palco mítico. Fechou com chave de ouro. Com festa. Com celebração. Porque, é bom dizê-lo, os campeões que vestem de azul e branco “never walk alone”. Por tudo o que fazem, pela forma briosa como defendem um emblema lendário, merecem ser parabenizados. Sem grandes solenidades, mas com imensa alegria. Eles são os nossos heróis. E daqui, sentindo sempre aquele arrepio único na espinha, sinal de enorme sentimentalismo, sai um OBRIGADO em letras garrafais.

Com as luzes da ribalta viradas para os jogadores do plantel portista, com um público ávido de emoções nas bancadas, era de esperar que o futebol saísse algo prejudicado. Assim foi. Este Porto-Braga teve momentos quase intragáveis, tamanha foi a descompressão sentida em ambos os lados da barricada. Um jogo a feijões. Um encontro em que interessava apenas o apito final do árbitro, ponto de partida para a efusiva comemoração.

Os pupilos de Jesualdo apresentaram-se na máxima força. Com os prováveis titulares de hoje a serem também potenciais candidatos a pisarem a relva do Jamor, daqui a uma semana. Sem qualquer surpresa táctica, com Mariano a desempenhar o papel habitualmente a cargo do lesionado Lucho, a partida iniciou-se em toada morna, com o perigo a escassear, junto de qualquer área.

Alguns fogachos do trio mais ofensivo portista, todo ele com sotaque sul-americano, mas sem provocarem qualquer mossa na bem estruturada defensiva bracarense. A partida tornou-se quezilenta, com a benevolência habitual de Pedro Proença a permitir a rudeza excessiva da equipa comandada pelo “génio da táctica”.

Foi pois com alguma surpresa que o placard sofreu alterações. Jogada de insistência de Lisandro, no lado esquerdo, culminada com um cruzamento a que acorreu Farías. O argentino, bafejado pela sorte, viu a bola embater no seu corpo e anichar-se caprichosamente nas redes de Eduardo. O intervalo, cirúrgico, chegou logo de seguida.

A 2ª metade ameaçava ser mais do mesmo. Sensaborona. Até que Alan, numa assistência primorosa, permitiu que o empate surgisse. Estava dado o mote para o campeão se insurgir contra o rumo dos acontecimentos. Jesualdo lançou Hulk. E, coincidência ou não, a entrada do brasileiro catapultou os Dragões para um patamar exibicional mais consentâneo com os seus pergaminhos. Futebol fluido, jogado em velocidade, passes verticais, de risco, procurando as entradas dos médios, empurrando o opositor para as proximidades da sua baliza. O golo da vitória esteve perto. Várias vezes. Algumas, por inépcia e sofreguidão, falhado na hora H. Outras, como num remate admirável de Hulk com defesa correspondente de Eduardo, por mérito adversário.

Foram 20 minutos finais que mostraram a raça do campeão. O que deixa no ar a pergunta: onde é que o vigente titular do ceptro nacional esteve, nos 70 minutos anteriores?

É uma questão retórica. Todos sabem [e desculpam] alguma negligência e desleixo profissional, quando o ambiente em redor da equipa tolda o lado racional. Hoje, dia de festa, percebe-se que a concentração competitiva tenha cedido a outros prazeres. Afinal, o CAMPEÃO fez por merecer, anteriormente, esta espécie de greve de zelo. Para o ano há mais. A caminho do penta…

Melhor do Porto: Difícil a eleição, pelos motivos acima indicados. Jogo na segurança, evitando injustiças na última crónica de um jogo, na temporada 2008/09. Helton, Bruno Alves e Rolando, seguros como sempre, não descurando em nenhum momento a guarda das redes portistas. Fernando, estereótipo da formiga incansável, junta-se a este trio, procurando a bola, pressionando os adversários, tentando sair com o esférico de forma jogável. A finalizar, a referencia ao Incrível. Continua o mesmo. E isso transmite tudo. Debelada a lesão, o fulgor, a explosividade, a capacidade quase sobrenatural de rematar de forma violenta, continuam intactas. Ainda bem. Temos uma Taça pra conquistar.

Arbitragem: Irritante, como é apanágio do juiz em questão. Uma série de erros de interpretação, culminando no patético amarelo mostrado a Hulk, quando este foi [novamente] carregado em falta. Pedro Proença é um juiz mediano, com um ego sobredimensionado. Só ele é que ainda não o percebeu.