FC PORTO-BRAGA, 0-0
Primeira Liga, 8ª jornada
Domingo, 25 Outubro 2015 - 19:15
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 40.809
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto).
Assistentes: Bertino Miranda e Rui Licínio.
4º Árbitro: Daniel Cardoso.
FC PORTO: Casillas, Miguel Layún, Marcano, Martins Indi, Cissokho, Danilo, André André, Imbula, Tello, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Rúben Neves (76' Cissokho), Dani Osvaldo, Evandro, Herrera, Corona (58' Brahimi), Alberto Bueno (62' Imbula.
Treinador: Julen Lopetegui.
BRAGA: Kritciuk, Baiano, Ricardo Ferreira, Boly, Djavan, Alan, Vukcevic, Mauro, Rafa, Rui Fonte, Stojiljkovic.
Suplentes: Matheus, Wilson (84' Alan), Luiz Carlos (67' Vukcevic), Crislan, Aaron, Arghus, Marcelo Goiano (17' Djavan).
Treinador: Paulo Fonseca.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: -.
Disciplina: cartão amarelo a Vukcevic (13'), Marcano (44'), Cissokho (68'), Ricardo Ferreira (73').
O FC Porto recebeu esta noite o Sp. Braga no Estádio do Dragão e falhou a 21ª vitória consecutiva no seu recinto. Depois de conhecer o resultado do jogo da 2ª circular, os Dragões não conseguiram materializar o domínio exercido no jogo e saíram com um amargo de boca.
O FC Porto produziu futebol suficiente para levar de vencida um Sp. Braga muito bem organizado defensivamente, com jogadores acima da média e que teve a estrelinha da sorte nas oportunidades não aproveitadas pelos portistas. Só que frente a uma equipa como a do Sp. Braga não chega. É preciso mais. É preciso mais intensidade, mais pressão e maior aproveitamento das oportunidades de golo.
Por outro lado, Lopetegui não terá sido muito feliz nas opções que fez. Falar à posteriori é fácil, eu sei. Mas sou apologista de que em equipa que ganha, não se mexe. E se já havia mexidas suficientes e forçadas a fazer pelo castigo de Maxi que obrigou à deslocação de duas pedras na defesa (Layún desviado para a direita e Cissokho a fixar-se na esquerda) para quê mexer também no meio-campo e logo com a retirada do jogador que mais tem dado que falar pela Europa fora? Por fim, Tello apareceu no lugar de Corona na ala direita, tentando dar maior profundidade ao jogo portista.
Com isto quero dizer que o FC Porto ficou com um onze desequilibrado. Para além da ausência de Maxi que empresta à equipa uma performance acima da média, o sub-rendimento de Cissokho (onde está a locomotiva de 2009?) e a sua falta de confiança, fazia com que o FC Porto estivesse desde logo limitado. Layún até esteve em bom plano na direita a apoiar o ataque e foi dele que partiram lances de perigo para a grande área mas depois com Tello, jogador rápido e propenso a piques de velocidade, precisava de alguém que lhe colocasse as bolas em profundidade. E quem mais poderia fazer isso? Rúben Neves. Pois, o miúdo ficou no banco depois de mostrar que tem, claramente, lugar cativo nesta equipa.
O FC Porto tentou pegar no jogo na 1ª parte, ante um Sp. Braga com a preocupação de cortar linhas de passe na construção ofensiva portista. No entanto, à medida que os minutos foram passando, o FC Porto foi obrigado a encostrar os arsenalistas na sua retaguarda. O Sp. Braga reorganizou-se defensivamente e construiu uma pedreira à volta da sua área, abdicando completamente de atacar a baliza de Casillas. Foi mais difícil para o FC Porto conseguir encontrar espaços e furar a muralha contrária mas até ao intervalo o FC Porto teve quatro oportunidades de golo que, com uma pontinha de sorte, teria concretizado.
Primeiro foi Aboubakar, numa transição rápida, galgou 30 metros, com um toque de calcanhar tirou um adversário do caminho e à entrada da área rematou fortíssimo, fazendo embater a bola na malha superior da baliza. A seguir Layún num remate também à entrada da área assustou Kritciuk e sobre o fim do primeiro tempo, Tello teve a grande perdida de todo o jogo. Isolado sobre a direita da grande área, rematou contra as pernas do guarda-redes contrário. Na sequência da jogada, A. André atirou em jeito a rasar o poste da baliza bracarense.
Na segunda parte, o Sp. Braga procurava sair em contra-ataques rápidos quase sempre conduzidos por Rafa e o perigo andou perto da baliza portista. O FC Porto, necessitado de materializar as oportunidades em golo, tentou o cerco à baliza arsenalista mas isso criava um espaço na sua defensiva e expunha-se ao perigo de sofrer um golo contra a corrente.
Foi possível ver em inúmeras jogadas os 10 jogadores portistas cercarem a área contrária num assalto que não teve as consequências pretendidas. Julen Lopetegui fez alterações. Aos 58 minutos de jogo, Brahimi saiu com uma lesão muscular, entrando Corona e depois com a necessidade de intensificar mais o ataque Bueno entrou para o lugar de Imbula, obrigando A. André a recuar no meio-campo. Mas o FC Porto não conseguia marcar. Bueno ainda teve um ou dois apontamentos mas não passou disso mesmo.
Rúben Neves foi a última aposta do treinador basco. A cerca de 15 minutos do fim da contenda, o prodígio entrou para o lugar do apagado Cissokho. Indi passou para lateral esquerdo e Danilo Pereira recuou para o eixo da defesa, formando dupla com Marcano. O sufoco na baliza do Sp. Braga foi intenso mas oportunidades flagrantes não surgiram. O Sp. Braga fechou-se cada vez mais e terminou o jogo a guardar a baliza de Kritciuk a sete chaves.
O FC Porto perdeu dois pontos por culpa de um adversário que foi defensivamente quase perfeito e também por culpa própria pois deveria ter sido mais intenso e pressionante durante a primeira parte, criando ritmos de jogo elevados. Dessa forma, criaria mais oportunidades de golo e, consequentemente, com maiores probabilidades de êxito e, por outro lado, desgastaria um adversário que iria ressentir-se na 2ª parte por ter menos 48h de descanso face à jornada europeia cumprida.
Não foi o FC Porto competente para produzir mais, não estavam os jogadores inspirados, fica a sensação amarga do empate em casa. O FC Porto defronta o União na Madeira no próximo sábado, antes de mais uma jornada europeia que prossegue no médio oriente frente ao Maccabi de Israel.
DECLARAÇÕES
Lopetegui: “Quando não acertas na baliza, és penalizado”
O nulo frente ao Sporting de Braga, na oitava jornada da Liga NOS, terminou com uma série de 20 jogos consecutivos do FC Porto sempre a vencer no Estádio do Dragão. Para Julen Lopetegui, a falta de eficácia no capítulo da finalização acabou por penalizar os azuis e brancos, que tiveram pela frente um adversário “muito defensivo” e que nunca criou perigo junto da baliza do "espectador" Casillas.
“O Sporting de Braga fez o jogo que entendeu que tinha de fazer e, no que nos diz respeito, fizemos tudo o que podíamos para ganhar, mas quando não se acerta com a baliza, as coisas complicam-se. Tivemos várias oportunidades para marcar que seriam suficientes para ganhar e a realidade é que eles não criaram perigo junto da nossa baliza. O Sporting de Braga foi muito defensivo e o Casillas foi quase um espectador, mas não conseguimos concretizar as oportunidades que construímos e isso penalizou-nos. Rematámos quase 20 vezes e merecíamos ganhar, mas perdemos dois pontos que não queríamos perder. Estamos tristes, mas vamos ganhar 99 por cento dos jogos a jogar assim”, afirmou Julen Lopetegui após o desafio com a equipa minhota.
Sublinhando a forma como o FC Porto buscou incessantemente a vitória sem perder o controlo do jogo, Julen Lopetegui relembrou que o campeonato não se decide à oitava jornada. “Tentámos de tudo, tínhamos muita gente no ataque e, mesmo assim, nunca perdemos o controlo do jogo, até porque estivemos muito bem em termos defensivos. Tivemos muito jogo e muitas oportunidades frente a uma equipa que não deixámos atacar e que adoptou uma postura defensiva, mas falhámos muitas chances de golo e, no futebol, quando não acertas com a baliza, és penalizado. Ainda estamos na oitava jornada e falta tudo por determinar. Acredito que, no final, vamos ser campeões. Sem nenhuma dúvida”, acrescentou o treinador dos Dragões.
ARBITRAGEM
RESUMO DO JOGO