Taça de Portugal, final
18 de Maio de 2008
Estádio Municipal de Oeiras, em Lisboa
Assistência: --- espectadores
Sporting CP: Rui Patrício; Abel (Tiuí, 91m), Tonel, Polga e Grimi; João Moutinho «cap», Miguel Veloso, Iazmailov (Pereirinha, 76m) e Romagnoli; Derlei (Gladstone, 116m) e Yannick.
Não utilizados: Tiago, Ronny, Vukcevic e Farnerud.
Treinador: Paulo Bento.
FC Porto: Nuno; Fucile, Pedro Emanuel «cap», Bruno Alves e João Paulo; Lucho, Paulo Assunção (Tarik, 112m) e Raul Meireles (Kazmierczak, 104m); Mariano (Lino, 79m), Lisandro e Quaresma.
Não utilizados: Ventura, Stepanov, Bolatti e Farías.
Treinador: Jesualdo Ferreira.
Disciplina: cartão amarelo a Paulo Assunção (36m), Abel (54m), Raul Meireles (96m), Derlei (101m) e Lucho (113m); cartão vermelho a João Paulo (71m).
Golos: Tiuí (111m e 117m).
azul + : Raul Meireles (VIPortista), Nuno, Lucho, Mariano.
azul - : João Paulo, Fucile, Quaresma e Lisandro.
arbitragem: Olegário Benquerença (Leiria) Valter Ferreira e Luís Salgado… o título deste post, já diz tudo e nada mais tenho a acrescentar, senão repetir-me: "Olegário, rima com vigário!!".
Tremenda desilusão, essa é que é essa… poderia começar esta narrativa por vários pontos ilustrativos do que se passou ontem no Estádio Municipal de Oeiras, mas não poderia deixar de dizer que, agora que tudo já passou, após uma fantástica viagem com outros 5 amigos das lides futeboleiras, caímos é verdade, mas de pé, como bravos Dragões que somos e demonstramos em campo, jogando cara-na-cara, mais de 50 minutos (!) com um jogador a menos e em momento algum, fomos inferiores.
Reconheço que nesta hora, os habituais abutres da presa indefesa andarão a pairar por tudo quanto é lado, numa busca desenfreada pelo/s culpado/s, porque alguém terá que assacar com essa responsabilidade, levando à letra a máxima de que “se a culpa não é do cú, será das calças”. Tenho vergonha destes Portistas “de jornal” ou melhor ainda, os “das vitórias”.
O grande culpado da derrota de ontem, no sentido figurativo, é claro, quanto a mim, trata-se de apenas um: o estarmos mal, muito mal habituados… o de vencermos mais vezes, o de conquistarmos mais vezes, o de lutarmos mais vezes, o de sorrirmos mais vezes, etc, etc. Se não se sentem bem nesse papel, só vos deixo um conselho: mudem de clube, porque não nos fazem falta nenhuma!
Ontem, estive até ao último momento naquelas bancadas já quase despidas do azul-e-branco da minha paixão, olhando ao redor e sentindo de igual modo a tristeza que invadiu toda aquela mole de gente anónima, fantástica, guerreira e que nunca vira a cara à luta, ainda a tempo de assistir a mais uma das habituais cargas policiais sobre tudo o que mexia, incluindo mulheres que foram autenticamente varridas por homens cobardes de bastão em punho, assistindo até a um Pai, qual protector “taliban” do seu rebento, afagando a sua filha de muita tenra idade ao colo, que procurando fugir dos bastões que varriam os ares naqueles instantes, por uma sorte, não se estatelou com a criança pelas escadas abaixo… direi apenas que mais uma vez, MERDA de país que tem homens cobardes como estes que usam e abusam da autoridade, não separando o trigo do jóio.
Por fim, ausentei-me então dali, para não me massacrar ainda mais ao assistir dos festejos adversários, com uma única certeza que me acompanhou até casa: saí dali ainda mais Portista e orgulhoso das minhas cores, do meu clube, do meu emblema, do que quando lá cheguei! Não tenham quaisquer dúvidas disso e vos garanto, na próxima, nas próximas, nas que houverem, sempre que a minha vida me permitir, mesmo percorrendo centenas de quilómetros, mesmo sacrificando a minha vida familiar em detrimento do meu clube, mesmo com bilhetes estupidamente caros para assistir a um desafio de futebol sem o mínimo de condições (com pulguedo por tudo quando é sitio), mesmo perante tudo isso, lá estarei novamente na vã esperança de voltar a ser feliz… aos outros, desejo-lhes bom passeio no shopping da moda, na esplanada à beira-mar ou no descanso e conforto do sofá caseiro… aparecendo no dia seguinte, com ares de “mais papistas que o papa”.
Falando agora do futebol jogado, diria que venceu quem marcou… e fê-lo por 2 vezes, numa altura em que o estouro físico por parte dos azuis-e-brancos, era já mais que evidente e ilustrativo do trabalho hérculo a que se viram obrigados após mais de 50 minutos a jogar com menos um em campo, depois de 2 meses a jogar partidas só para cumprir calendário sem qualquer tipo de pressão, e com a cabeça de muitos jogadores já nos contratos assinados, a assinar em breve ou com naturais expectativas de o vir a assinar. Sendo assim, nada a fazer, senão lamentar a nossa derrota a esperar que muito em breve, voltemos a sorrir.
Na entrada em campo, a meia-surpresa com a inclusão de Mariano, aliada ao facto de mais tarde se constatar que João Paulo estava na esquerda da defensiva, com Fucile a ocupar o seu lugar natural, esta última variante, foi quanto a mim, um claro tiro no pé… por parte do Prof. Jesualdo Ferreira.
Ao contrário do esperado (talvez, não tanto por mim), entramos mal, lentos, desconcentrados e pouco ou nada organizados, dando a ideia em largos momentos do jogo durante a primeira parte, que a desorganização era de tal ordem, que nem se defendia como mandam os livros, nem se atacava como mandam as regras, havendo um meio-campo que estava ali completamente perdido, salvando-se Raul Meireles que fez um jogo, na minha opinião, completamente incansável até que o físico venceu finalmente a vontade. Ontem, este foi o verdadeiro jogador à FC Porto.
Nuno, ia conseguindo suster as investidas dos verde-e-brancos, cabendo em grande parte a este, o facto da baliza se ter mantido inviolada durante grande parte do jogo, altura em que realizou duas defesas fantásticas perante Derlei que surgiu cara-a-cara, mas por mérito do guarda-redes, não conseguiu inaugurar o marcador.
Caminhava já o relógio para os últimos 15 minutos, quando o FC Porto dispôs do primeiro remate à baliza adversária, se assim se pode chamar, fruto de um cabeceamento fraco de Lisandro, que neste jogo, esteve completamente irreconhecível para o que nos habituou e com isso, a nossa frente-de-ataque ressentiu-se e de que maneira.
No imediato, na melhor fase de jogo do FC Porto, Mariano Gonzalez no seu estilo aparentemente trapalhão e quase sempre no limite para cair sem que ninguém lhe toque, consegue uma arrancada do meio-campo, ultrapassando 3 adversários e no último instante, desmarca Lisandro que perante Rui Patrício, não o conseguiu bater, com um remate com pouco convicção.
Ainda antes do intervalo, golo anulado ao Sporting por fora de jogo de Romagnoli que estava ligeiramente adiantado à defensiva azul-e-branca. Entretanto, chegou o intervalo.
Para os segundos 45 minutos, sem qualquer alteração, o FC Porto entrou um nada melhor que o adversário, conseguindo até criar alguma superioridade a meio-campo, apesar da forte pressão do oponente. Mesmo sem grandes oportunidades de golo, o jogo ia-se mantendo intenso no meio-campo, mas sem grandes incómodos para quaisquer das defensivas, que com o passar dos minutos, se foi tornando mais monótono.
Quando restavam apenas 20 minutos para o final da partida, Lisandro entra na área adversária e é literalmente abalroado pelo defensor contrário, ficando aqui uma clara grande penalidade por assinalar, porque carga de ombro é uma coisa, ir à dobra e abalroar um adversário, são coisas completamente diferentes… mesmo assim, Lisandro volta a levantar-se, recupera a bola e quando volta a entrar na área, cai de novo (derrubado?) ao tentar ultrapassar um adversário, sempre com o árbitro a fazer vista grossa.
Desculpável ou talvez não, com toda a gente a protestar estes 2 lances, João Moutinho recupera a bola e quando tenta lançar um contra-ataque, João Paulo, talvez fruto do nervosismo destes 2 lances que antecederam este lance, tem uma entrada a pés juntos que por si só, justificou o vermelho directo… não vou discutir se tocou, se não tocou… aquela entrada, por si só, e seja de que cor equipe o jogador, é para vermelho e não adianta escamotear a verdade.
O que discuto é porque razão, mantendo estes critérios disciplinares, Grimi ainda se mantinha em campo por aquela altura, na sequência de morder os calcanhares de Quaresma por 3 vezes, passando incólume disciplinarmente até ao final do jogo… e porque razão Abel, depois de um amarelo, joga claramente ao homem (Raul Meireles) para impedir um contra-ataque a meio-campo e não é sancionado com o segundo amarelo e consequente vermelho? Como digo, não discuto o João Paulo, porque quanto a mim não tem discussão, discuto apenas Grimi, Abel e o Olegário “Vigário”! Na dúvida, que sempre se prejudique o FC Porto, esta é a verdade!
Inexplicavelmente ou talvez não, foi a partir deste momento, com apenas 10 jogadores em campo, já com Lino no lugar de Mariano, que o FC Porto mostrou mais união, mais alma, mais raça, mais querer e se superiorizou ao Sporting que se limitou a trocar bolas longe da nossa defensiva, com os azuis-e-brancos a parecerem multiplicar-se nas disputas de bola. Agora, sim, este era o meu FC Porto!
Chegou entretanto o final dos noventa minutos regulamentares, sem mais oportunidades de golo ou lances de perigo, à excepção de um lance de Djaló que levou a bola a passar ao lado da baliza de Nuno, tendo este a bola controlada.
Iniciada a primeira parte do prolongamento, novo golo do Sporting anulado, desta vez a castigar jogo perigoso de Derlei na pequena área que atingiu Pedro Emanuel na cara depois de tentar executar um pontapé de bicicleta.
Ainda estavam apenas decorridos 5 minutos da primeira parte quanto aconteceu mais uma das diabrites do Olegário “Vigário” que apitou para o final da mesma… perante a estupefacção de todos os presentes e jogadores… menos do próprio que há muito já tinha perdido o tino ao que andava ali a fazer.
Recomeçado o jogo, o FC Porto ia-se conseguindo aguentar estoicamente perante a superioridade numérica dos verde-e-brancos, até que num rápido lance de contra-ataque, Lisandro é derrubado por Anderson Polga quando se preparava para entrada na grande área pelo lado esquerdo do ataque, e Olegário “Vigário” volta a assobiar para o lado sem que marcasse a competente grande-penalidade… e iam já 2 por marcar, para não dizer 3!
Na resposta, aos 111 minutos de jogo, Tui entra na grande área, remata cruzado, com a bola a embater em Pedro Emanuel e a trair Nuno que nada podia fazer, vendo ainda a bola a embater na trave. Estava feito o 1-0 para o Sporting e nesta altura, pressenti claramente o nosso fim, porque alguns jogadores, notava-se a olhos vistos, há muito que não podiam com uma gata pelo rabo.
De seguida, Tarik entra em cena para o lugar de Paulo Assunção, quando na minha opinião, já o deveria ter feito há muito mais tempo, porque não sendo um portento técnico, consegue fazer algo que poderia ter sido útil ao FC Porto na altura mais complicada de jogo… esticá-lo!
Já numa altura de desnorte, com Bruno Alves a jogar a ponta de lança, Tiuí na pequena área, aproveita um corte defeituoso de Lino e com um pontapé de bicicleta, bata Nuno pela segunda vez, elevando a vantagem para 2-0 aos 117 minutos.
O final do jogo chegou entretanto num instante e com isso, a perda da possibilidade de conquista da dobradinha. Já o disse atrás, e volto a repeti-lo: ganhou, quem marcou!
Que chegue rápido Agosto para a Supertaça em Leiria, Coimbra, Aveiro, onde quiserem… lá estarei de novo, sempre na vã esperança de voltar a ser feliz!
Hoje, ainda mais Portista que ontem!