assistência: 17.611 espectadores.
árbitros: João Ferreira (Setúbal), Luís Ramos e Rodrigo Pereira; Nuno Campos.
FC PORTO: Nuno; Fucile, Stepanov, Bruno Alves e Benítez; Lucho «cap», Raul Meireles e Guarin; Mariano, Hulk e Lisandro.
Substituições: Hulk por Rodríguez (62m), Mariano por Tomás Costa (74m).
Não utilizados: Ventura, Pedro Emanuel, Rolando, Bolatti e Farías.
Treinador: Jesualdo Ferreira.
LEIXÕES: Beto; Laranjeiro, Nuno Silva, Élvis e Angulo; Roberto Sousa, Bruno China «cap» e Hugo Morais; Zé Manel, Chumbinho e Diogo Valente.
Substituições: Angulo por Nwoko (65m) e Diogo Valente por Sandro (80m).
Não utilizados: Berger, Ruben, Diogo Luís, Castanheira e Paulo Tavares.
Treinador: José Mota.
disciplina: cartão amarelo a Roberto Sousa (34m), Raul Meireles (87m), Bruno China (88m) e Sandro (90m).
golos: Mariano (5m).
De fazer corar muita gente. De querer tapar o sol com a peneira.
É o que me apetece e parece sensato concluir e dizer agora lendo "As Gordas" das Crónicas ressabiadas do costume, online, pós este jogo dos ¼ de final da taça de Portugal.
Não sei se viram o mesmo jogo que eu, mas o que eu vi foi um Jogo como se vêm poucos, que justificaram o bilhete, provavelmente. Apenas pecou por falta de golos, do FC Porto, claro!
Metade do que se viu ontem em campo, feito por certas equipas que agora só vêm jogar, e as primeiras páginas de imprensa hoje iriam ao rubro, quais Soraia Chaves em capas da Playboy.
Sobre o jogo.
O FC Porto apresenta-se praticamente num meio por meio, alguns titulares habituais mais "oficiais", outros que não deixam de ter o estatuto de titulares, mas para estas provas de segunda linha, salvaguardando que dentro das tais de segunda linha, esta Taça de Portugal é a mais importante. Pelo que sim senhor, pareceu-me bem, não seria por aqui que questionaria a legitimidade de Jesualdo na rotatividade de que se impunha.
Apresentados os onzes, soa o apito, rola a bola, sai o Leixões a jogar. As equipas apalpam terreno a ver o chão que pisam, num ritmo calmo e descontraído, molengão mesmo, pareciam embalados pelas ondas do mar, começava a enjoar, estávamos no minuto zero, seria assim até praticamente o minuto cinco...
Aos 4' - Lucho descortina Mariano à direita, que põe em Lisandro no centro da área Leixonense com a baliza extremamente tapada por vários defesas e guarda-redes, o tento de Lisandro ressalta nos defesas, sobra novamente para Mariano, e eu, que já antevia a minha vida a andar para trás, com a típica bola no poste, na barra ou desperdiçada, como tem sido mau agoiro desta época no início dos jogos, vixe Maria olhe que não! Vá-se lá saber porquê, desta vez Mariano - que tem vindo crescendo - resolve! Golo, aos cinco minutos. Nem esperei pela repetição, rebobinei a gravação para trás para ver bem se aquilo era verdade...
Há que reconhecer a frontalidade da equipa de José Mota. É ao que nos tem habituado este Leixões 2008/2009 renascido, jogo pelo jogo, olhos nos olhos, abomina "estratégias de autocarro" e assim eliminou o Benfica desta prova, assim nos roubou pontos para o campeonato, assim fez a campanha que fez em inicio de temporada, e não desaprendeu. Não obstante, é para jogos assim, abertos de parte a parte que este FC Porto renovado me parece melhor formatado. Contra os autocarros é que é o caraças! Pelo que se nos primeiros cinco minutos José Mota não havia entendido em retrair-se ao seu meio campo, não seria agora que passaria a faze-lo. Tinhamos jogo e espectáculo anunciado.
10' - Atrevida como já a conhecemos, a equipa do mar aproveita bem as bolas ganhas, joga-se pela lateral direita de Matosinhos, Nuno de forma fácil, saí da área na altura certa e anula a tentativa bem desenhada pelo leixões, começava o nosso o GR da Taça a mostrar serviço.
O FC Porto permite – e há quem chame a isto humildade (vide o início de jogo em Braga), há quem lhe reconheça posição estratégica de defesa - mas o que é certo é que Matosinhos povoa o meio campo do Porto e consegue 5/6 cruzamentos praticamente durante os próximos sete minutos.
17' - Como consequência da pressão alta imposta/admitida, o Leixões ganha mais um canto, Nuno mais uma vez bem, a sair e afastar de punhos em riste, espantando fantasmas para fora de sua área, mas o leixões cada vez mais acredita, continua na carga, e habilidoso, Diogo Valente saca, com boa matreirice, uma falta à Lucho, que lhe fez "duas festas" na camisola no limite da entrada da área. Valdemar Duarte, esse mestre-mor-do-bitaite-e-notas-de-rodapé, ocupação também designada em Portugal por «narrador/relator de jogos de futebol», via confirmados motivos para elogiar o critério do árbitro, apenas com muita pena, imagino eu, que a criteriosa falta não tivesse sido dentro de área. «Faltou um bocadinho assim» Terá comungado o homem com os seus botões... Azar, o livre nem sequer dá em nada, segue pra bingo. Rola a bola!
20' - O FC Porto lá começa a espalhar o jogo para o campo do vizinho, a defesa azul e branca sobe no terreno, e sim, eu também achava que os do Mar já haviam “abarcado” tempo demais por terras alheias, era a vez do FC Porto se fazer ao mar.
21' - Excelente jogada colectiva pela esquerda Portista, arrancada de Benítez, a cruzar para Lisandro no centro do terreno que atabalhoadamente, não consegue concretizar.
22' - O leixões, que até tinha o saldo a favor, com menos faltas cometidas , mais cruzamentos e remates a baliza, via-se agora obrigado a recorrer à falta grosseira, quais “traineiras” autênticas, para os do FC Porto parar. João Ferreira lá começa a avisar os do mar. E é esta a diferença que encontro no tal modo de defender, que chame-se o que quiser. O FC Porto soube-o fazer no devido tempo organizado, com recurso a falta cirúrgica se necessário, quando os papeis se invertem um Porto rápido nas transições, a trocar bem a bola, pode-se considerar que o Leixões não tinha outros meios nem argumentos para os parar, pelo que...
33' – Primeiro cartão amarelo da partida a Roberto Sousa, por entrada dura sobre Mariano.
34´- O jogo continuava a dar espectáculo, uma bola perdida por Bruno Alves na saída da nossa área que tentava virar para a direita do meio campo, é interceptada por Diogo Valente, que num rápido e curto contra-ataque, cruza pela esquerda na área, bola cabeceada, o leixões vê a jogada por Nuno negada. Bom ataque dos do mar, soberba defesa a ganhar!
37´ - A lateral esquerda do porto vai não volta a dar nas vistas, o Leixões continua a ir a jogo.
42´- Jogo dividido, FC Porto a praticar um futebol apoiado, troca a bola, jogo vivo, o Leixões responde com algumas outras vezes de oportunidades criadas ou “sobradas”. Partida imprevisível, equilibrada, jogo empatado em remates, «seis – seis» diz Valdemar-que-nunca-sabe-estar-calado, mas o empate que ele queria sei eu... tás cá com uma sorte...
44'- falta tirada a Hulk, duvidosa, muito duvidosa, penso eu, mas sem repetições, até porque entretanto ia-se para intervalo, que conveniente.
E foi mais ou menos isto, em traços gerais, o cronómetro da primeira parte e o que vi. Duas equipas que deram um bom espectáculo.
O melhor e algo mais desequilibrado estaria guardado para a segunda parte.
E entra um FC Porto diferente de atitude na segunda parte, não para defender mas para atacar, logo com uma boa jogada que acaba em remate perigoso. Ao contrário do Leixões na primeira parte, é só agora aos 48 minutos de jogo decorridos, que o FC Porto ganha o primeiro canto. Entretanto, mais dois minutos decorridos e temos tempo para ver Lisandro executar um grande remate de fora de área para defesa muito apertada de Beto - «Mais uma» - diz o Valdemar!
O FC Porto continua a insistir no ataque, Lisandro e companhia vai dando que fazer à defesa do Mar, aos 55' mais uma “traineirada” violenta e em força que deixou o nosso Lixa “lixado”. Faltou o cartão amarelo, até porque além da violência, impediu um promissor ataque. Mais um minuto, e aqui vai disto, desta vez o contemplado com a “traineirada” foi Hulk. Volta a faltar o amarelo. E como não há duas sem três, no minuto seguinte, mais uma falta por marcar, com Meireles estendido no chão, Na TVI ninguém viu nada nestes 4 minutos de traineiras atracadas... tudo bem o critério do apito era algo lato, deixava-se jogar.
Sessenta minutos de jogo, e às duas por três, Valdemar começa-se a entusiasmar (ainda mais) com o jogo, ou, perdão, com a possibilidade do FC Porto sofrer golo, mas Stepanov faz-lhe a desfeita de desviar o remate tenso de Diogo Valente, outra vez Diogo Valente, para canto.
62' – E o Professor troca Hulk por Rodriguez, e comenta o “adjunto” de microfone de Valdemar que «hulk não esteve bem na partida», não resistiu ao bitaite! Os mesmos que na quarta jornada desta Taça de Portugal passaram tempos infinitos a vomitar alarvices sobre o rapaz, até que ele os calou - comentadores, estádio, e país - naquele tal golo que eliminou o Sporting da prova. Portanto, expliquem lá ao senhor adjunto dos microfones, que há jogadores que NÃO sabem jogar mal. Têm é jogos menos conseguidos, vá!
Substituição portanto feita, e, não tem nada a ver, mas o jogo assume uma posição novamente mais repartida.
Aos 70´ Lisandro lembra-se de inventar com passe de calcanhar, bola perdida, equipa Portista aflita, acaba a jogada travada em falta, com um livre perigoso para a nossa baliza. Valeu-nos a falta também, de eficácia do marcador, bola contra a barreira.
74' – Mariano sai, Tomás Costa entra, e este último elemento mostra-se significativo para voltar a por as coisas no sentido certo, o FC Porto volta a “fazer-se ao mar”, com uma sofreguidão tal, que impressiona, e sem exageros, Guarin em área atacante, finta tudo e todos, até ele mesmo, volta para aqui, volta para ali, e - «esqueceu-se que o futebol tem baliza» - mais uma bela tirada de Valdemar, apesar de que esta até eu lhe perdoei, e acrescentei, «e mais 9 jogadores a quem passar. Espera-se mais um bocadinho naquelas voltas, que até o décimo elemento (Nuno) ia lá ajudar».
Mas a saga continua, há tempo para mais uma grande jogada de insistência à baliza de Matosinhos , Lucho põe a bola em Bruno Alves (vejam bem onde andava naquela altura o N.º2) que cruza a bola em jeito a fazer arco, Beto saí da baliza do Mar, há embrulhada na área, sobra outra vez para Lucho e aqui vai disto... olhó petardo, bola na trave... sai por cima.
O Leixões volta e meia neste quarto de hora final “desafogava-se”, ganha uma bola a meio campo saída de pontapé de baliza, mostra mais uma vez boa coordenação de ataque, ala esquerda a trabalhar, bola cruzada, cabeceada, e mais uma vez Nuno a cumprir, defesa soberba.
Mais dez minutos de Porto, Porto, Porto, mas marcar que é bom e eu gosto, nada. Tudo bem, ganhamos a partida, mas ainda teria de ouvir os bitateiros do microfone: «Não foi um jogo bem conseguido». Referiam-se como é lógico, ao desempenho do FC Porto.
Prontos! Eu dou-lhes o desconto. Para eles um jogo bem conseguido será deixar ganhar quem interessa em campo. De preferência de forma escandalosa e descarada. Temos pena que as equipas predilectas destes comentadores já não disputem a única prova (graças a Deus) que lhes cabe comentar (TVI).
Agora um Jogo, com duas boas equipas, a praticar um excelente futebol, onde há quem tenha que gerir muito bem o calendário face às várias frentes que disputa, que dá para acabar em festa de “olés” na bancada, e ganha a equipa que bem feito o balanço foi a que mereceu ganhar, «Não foi um jogo bem conseguido». Fazer-lhes o quê?
E foi uma espécie de tentativa de crónica do jogo. Agora deixo a caixa de comentários para os verdadeiros entendidos de bancada. Façam favor!
Melhor em Campo – Nuno. Parte-se do princípio que eleger o guarda-redes como melhor em campo significa um jogo encostado às redes da respectiva equipa. Ou que foi salvo, ou minorada a derrota de um jogo pela intervenção do GR. Não vou por aí, apenas de salientar, que das poucas vezes que Nuno foi chamado a intervir sempre defendeu, nunca comprometeu. Fossem os restantes elementos da equipa de tal eficácia a cumprir as suas missões nas respectivas posições, e teríamos 7 ou 8 golos marcados, meia dúzia de excelentes passes de ruptura, grandes “trincadelas”, bailados pelos flancos, etc... Portanto, mérito desta vez ao Nuno.
Pior em Campo - o relator/comentador do jogo, vale?