competição: Liga Campeões 2007/08, grupo A, 3ª jd
data: 24.10.2007
local: Estádio Vélodrome, em Marselha (França)
espectadores: 45.000
fc porto: Helton; Bosingwa, Bruno Alves, Stepanov, Jorge Fucile; Raul Meireles (Leandro Lima, 72m), Paulo Assunção, Lucho Gonzalez; Mariano Gonzalez (Postiga, 46m), Quaresma e Lisandro Lopez.
golos: Lucho González (78m, g.p.)
Ainda anda por aqui um trago de injustiça que não há forma de desaparecer. Não se pode dizer que tenha sido um resultado negativo, até atendendo ao resultado surpreendente no outro jogo do grupo com uma vitória caseira dos turcos do Besiktas sobre o Liverpol por 2-1, mas agora que terminou o jogo, mais se torna verdade que no futebol, não há justiça… há apenas 3 resultados possíveis: vitória, derrota ou empate, não importa como!
Por tudo o feito e visto ao longo dos 90 minutos, a vitória esteve sempre ali tão perto e como prémio mais que merecido para o FC Porto, mas no final, temos que nos contentar com um sabor agridoce da divisão dos pontos… e não é que podia até ter sido pior, quando os franceses sem nada o prever e ter feito até essa altura, fizeram o 1-0?
O Prof. Jesualdo Ferreira resolveu, qual Sherlock Holmes da pior espécie, voltar a mexer no onze esperado por todos e jogar 45 minutos com 10 jogadores apenas, após nova aposta e colocação em campo do seu
‘protegido’, um tal de Mariano González que não joga, não corre, não ataca, não defende, não faz nada, senão tirar-me do sério por completo. Mas, e há sempre um mas, o culpado não é ele, mas sim o tal Sherlock Holmes que só ele lá saberá explicar as suas opções
(que mais ninguém entende!). Quer-se dizer, o Tarik, em pleno Ramadão e com naturais quebras fisicas pelos motivos óbvios, era titular e mais que cumpria!... agora que se acabou o Ramadão, volta para o banco e entra para o seu lugar um jogador sem qualquer ritmo de jogo e que tem desperdiçado completamente todas as oportunidades que lhe têm sido dados… todas! Provavelmente, andamos todos a ver o filme ao contrário… enfim.
Mesmo com 10 jogadores, durante os primeiros 45 minutos chegamos e sobramos para os franceses que mais não faziam que assistir sem poder de reacção ao nosso controle das operações em todas as zonas de campo e que ao fim de 20 minutos, já tinha colocado a bola por duas vezes consecutivas no mesmo poste da baliza defendida por Mandanda, ambas por intermédio de Raul Meireles.
Os da casa pouco ou nada assustavam, procurando num ou noutro lance tentar responder com jogadas de contra-ataques que invariavelmente, morriam a meio-campo, na pior das hipóteses, na nossa defensiva.
Mesmo abrandando o ritmo de jogo nos últimos 20/15 minutos da 1ª parte, o FC Porto continuou a comandar as operações, sem que os franceses conseguissem soltar-se das amarras e do colete de forças a que estavam vetados. Chegou o intervalo com nota de destaque para a injustiça que o resultado de 0-0 demonstrava para as nossas cores.
Como que a dar-me razão, para os segundos 45 minutos, o Prof. Jesualdo Ferreira resolveu equilibrar as forças quanto ao nr. de jogadores em
campo de ambos os lados da barricada, colocando finalmente o FC Porto a jogar com 11 elementos, já que fez entrar Postiga para o lugar do
‘inconsequente e nulo total’ Mariano González.
Logo aos 50 minutos de jogo, Postiga teve uma arrancada em direcção à baliza isolado, mas como é norma neste, apesar de muito lutador e esforçado, conseguiu assustar-se com o guarda-redes adversário e não foi capaz de colocar a bola dentro da baliza, quando parecia o mais fácil.
Por esta altura, já eu comentava comigo próprio que a jogar desta forma e a não conseguir concretizar as oportunidades que criávamos e com muito azar à mistura nos primeiros 45 minutos,
“não tarda nada, vamo-nos f&%$#”… e não é que já estava a adivinhar? Antes não estivesse, carago.
Completamente contra a corrente do jogo, e num lance áereo de insistência dos franceses, a bola vai cair nas costas da nossa defensiva, aparacendo Cissé a colocar a bola nos pés de
Niang, apesar da muita pressão de Stepanov, onde bastou desviar a bola para o fundo da baliza… estava
concretizada a maior injustiça no jogo até aquele momento, com o marcador a passar a contar
1-0 para os da casa, estavam decorridos
69 minutos.
De imediato, Raul Meireles é substituído por Leandro Lima na procura de dar maior magia e criatividade ao meio-campo do FC Porto. Acusando algum descontrole emocional por esta altura, parecíamos começar a querer complicar o que até ali então estava a ser fácil, desde que colocando a bola de pé para pé.
Até que aos
77 minutos, Lucho faz uma abertura magistral para o interior da defensiva adversária, surgindo Lisandro nas costas do defesa francês com uma diagonal de livro e é derrubado pelo guarda-redes adversário, sendo de imediato apontada a marca de grande penalidade pelo árbitro espanhol. O próprio
Lucho colocou a bola para o lado esquerdo, não permitindo veleidades ao guarda-redes. Estava conseguido o empate a
1-1, resultado que mesmo assim, continuava com um sabor a injustiça, mas que tinha aqui sido amenizada.
Para os últimos 10 minutos do jogo, os meio-campos de ambas as equipas quase que desapareceram e o jogo tornou-se completamente partido de parte a parte, apesar de uma ou
outra situação de maior perigo criado por qualquer das equipas, mantendo-se o resultado em 1-1 até ao apito final do árbitro.
O que aconteceu hoje foi
‘futebol’, puro e duro…
dia 06 de Novembro, é hora de cobrar no
Estádio do Dragão esta injustiça perante o mesmo
Marselha. Com 2 jogos em casa
(Marselha e Besiktas), temos tudo para garantir e carimbar o apuramento para a fase seguinte.
Neste momento, e cumpridos que estão
3 jornadas desta 1ª fase de grupos, a classificação encontra-se ordenada da seguinte forma:
Marselha (7pts),
FC Porto (5pts),
Besiktas (3pts) e
Liverpool (1pt).
Moral da história: andamos nós aqui há uns bons pares de semanas a discutir alegremente o
'sexo do anjos', entre o que importará mais, se jogar menos bem e ganhar
(o que tem normalmente acontecido), se jogar bem
(o que hoje aconteceu). Ironia das ironias, hoje não ganhamos! Afinal, como ficamos?
azul + : Lucho (man of the match), mas toda a equipa esteve bastante bem.
azul - : Mariano González e o Prof. Jesualdo Ferreira pelo mesmo motivo.
arbitragem: Manuel Mejuto González (Espanha), tecnicamente irrepreensível, mas disciplinarmente deixou muito a desejar se nos recordarmos de 2 agressões nítidas aos joelhos de Raul Meireles, ainda na 1ª parte e Quaresma na 2ª parte, pelo autor do golo francês Niang que há muito deveria ter ido tomar banho… e ainda teve a distinta lata de no final do jogo, aparecer nas imagens televisivas com cara de poucos amigos para com o
‘amigo espanhol’ a protestar sabe-se lá bem o quê… enfim.