30 de Agosto de 2008
Liga Sagres 2008/2009
Estádio da Luz, em Lisboa
assistência: 56.436 espectadores
árbitros: Jorge Sousa (AF Porto), José Ramalho e José Luís Melo; Duarte Gomes.
SL Benfica: Quim; Maxi Pereira, Luisão «cap.», Katsouranis e Leo; Yebda e Carlos Martins; Di Maria, Aimar e Reyes; Cardozo.
Substituições: Aimar por Nuno Gomes (50m), Cardozo por Sidnei (65m) e Leo por Ruben Amorim (68m).
Não utilizados: Moreira, Makukula, Binya e Balboa.
Treinador: Quique Flores.
FC Porto: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Fucile; Fernando, Tomás Costa, Raul Meireles e Lucho González «cap.»; Lisandro Lopez e Rodríguez.
Substituições: Tomás Costa por Guarin (46m), Fernando por Hulk (62m) e Raul Meireles por Candeias (81m).
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Lino e Farias.
Treinador: Jesualdo Ferreira.
Disciplina: cartão amarelo a Katsouranis (10 e 58m), Sapunaru (16m), Fernando (20m), Rodríguez (26m), Cardozo (50m), Lucho González (70m), Lisandro Lopez (81m) e Nuno Gomes (83m); cartão vermelho a Katsouranis (58m).
Golos: Lucho González (11m, g.p.) e Cardozo (55m).
Cambaleando de sono, após uma noite mal dormida, o Barbas dirigiu-se para o WC. Esgotado, olhou para o rosto que o mirava, proveniente do espelho. Assustou-se, antes de se reconhecer a si mesmo, reflectido na superfície brilhante. Os olhos encovados, a pele do rosto macilenta e os enormes papos cinzentos, bem debaixo dos olhos, não enganavam. Estava exausto. Engoliu em seco. Uma tarefa simples, mas transformada num acto doloroso, pois a traqueia encontrava-se ressequida. A língua, coberta por uma camada de bilís, exalava um odor agoniante. Com a mão a tremer, abriu o armário dos medicamentos. O tremor acentuado fê-lo deitar abaixo várias caixas de comprimidos. Praguejou em voz alta, sentindo a veia da têmpora a latejar. “Maldita dor de cabeça”, pensou, enquanto enchia um copo de água. O coração acelerado, batendo loucamente, como se fosse uma gazela correndo na savana, aumentava a sensação de vertigem.
Olhou para o relógio. Soltou um gemido baixo. 6.45 da manhã. Ainda faltavam mais de 12 horas para o Benfica-Porto. E o medo, aquele pânico ancestral, já o deixava tolhido. Recuou para a penumbra do quarto, deixando o corpo cansado cair no colchão convidativo. Enrolou-se em posição fetal, começando a proferir, vezes sem conta, como um mantra: “Desta vez vamos ganhar… desta vez vamos ganhar… desta vez vamos ganhar…”
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Chegou mais cedo ao Estádio do que o normal. Estacionou no lugar do costume. Como um autómato, pegou no cachecol vermelho, pendurou-o descuidadamente ao pescoço, alisou os pelos hirsutos da barba e saiu. Parou, olhando para as luzes do Estádio, iluminando o recinto do jogo. Olhou em volta, expectante. Rostos fechados, bocas cerradas num ricto severo. Olhos aguados, faces crispadas, andares pesarosos. A multidão dirigia-se, lentamente, para o recinto. Deslizando, como num vácuo, seguindo as instruções dos stewards. O medo era palpável, na falange de adeptos encarnados. Dentro em pouco iriam encontrar-se com a sua “besta negra”, o pior pesadelo: a recepção aos TRICAMPEÕES nacionais. O Barbas benzeu-se. Entrou no Estádio…
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Durou 20 minutos a aparente bonomia. Frustrado com o que via, humilhado por mais uma lição táctica, dorido por ver as cores azul e branca trocar a bola, confortavelmente, dominando o encontro, entrou intempestivamente em campo. E, com o espírito desportivo que grassa por aquelas bandas, mimoseou o árbitro assistente com umas “carícias”. Foi convidado, de forma educada, a ir dar a volta ao bilhar grande…
***
Feito este pequeno intróito, vamos lá dissecar o jogo grande da jornada, caprichosamente coincidente com a 2ª jornada. Engoli em seco, ao ver a constituição inicial da equipa. Abanei várias vezes a cabeça, exasperado. “Outra vez?”, murmurei, vendo a pequena revolução levada a cabo por Jesualdo. Desde logo saltava à vista desarmada que o 4-3-3 de estimação tinha sido deixado na Invicta. Os vaticínios, durante a semana, falharam todos redondamente. Nada de Hulk na frente de ataque, nada de Lisandro nas alas, numa transformação radical e inesperada, atendendo aos bons sinais deixados na partida com o Belenenses.
O técnico portista, precavido, optou por uma estratégia calculista, mais comedida em termos ofensivos, mas propiciadora de um maior domínio da partida. Fernando, na sua estreia de Dragão ao peito na Superliga, colmatou o lugar deixado vago por Paulo Assunção. À sua frente, um trio de respeito: a dupla argentino – Lucho e Tomas Costa – e o hiper-tatuado Meireles, servindo de respaldo para as diabruras ofensivas de Lisandro e de Rodriguez. Na defesa, a saída da voz de comando de Pedro Emanuel, capitão de inúmeras batalhas, e a entrada do delfim Rolando. Os dados estavam lançados…
Um dos pontos altos, esperado com ansiedade pela tribo de Neandertais vermelha, era a recepção ao proscrito Cebola. Infelizmente, como não existe, ainda, uma selecção genética, à nascença, para eliminar alguns espécimes que pululam pelos campos do País, lá tivemos que levar com uma dose industrial de impropérios, insultos gratuitos e, claro, estupidez congénita. Nada a que não estejamos habituados…
O jogo começou como muitos outros. Intenso, é certo, com a chama a arder em lume brando, mas numa fase cordata, com as hostilidades a serem remetidas para inglórias acções individuais. Até que…
Sonhei, meses a fio, com a Justiça Divina punitiva. Algo ou alguém que fosse capaz de punir, de forma exemplar, o grande filho da p**a que lesionou com gravidade Anderson. Nunca fui ouvido. Desde desastres de carro, passando por lesões violentas, de tudo um pouco supliquei aos Deuses lá de cima. Não me deram ouvidos. Até hoje.
Passe longo para as costas da defesa encarnada, aproveitando as debilidades defensivas da dupla de centrais, Lucho a esgueirar-se furtivamente e a ser agarrado pelo grego anormal. Grande penalidade justa, convertida com enorme frieza pelo argentino. PUMBA. Golo comemorado a preceito, aqui por casa. Grito estridente, joelhos no chão, junto à TV, e uns piropos menos simpáticos aos protozoários de vermelho. Estávamos na frente…
Com o jogo a subir de intensidade, Lisandro valeu novamente ouro. Não marcou, ele que anda numa fase de divórcio com as redes. Mas salvou um golo cantado pelas bancadas, bem em cima da linha de golo…
Já com a cobarde agressão ao fiscal-de-linha a manchar a noite, Christian Rodriguez passeava classe. Estilo único, cavalgando a faixa esquerda como um puro-sangue, criava dificuldades acrescidas ao último reduto adversário.
Num jogo aparentemente controlado, os fogachos benfiquistas eram, na sua maioria, facilmente contidos. Realce para um, aos 37 minutos, com Aimar a entrar na área portista, mas a ser desarmado em grande estilo por Rolando. Imperial, o jovem central português não acusou a responsabilidade da partida, fazendo lembrar, em muitos aspectos, Pepe. Temos ali um digno herdeiro dos grandes guerreiros de azul do passado. Poderoso, com elevado sentido táctico, forte impulsão e uma capacidade quase sobrenatural de adivinhar o local exacto onde cai a bola, mostrou uma maturidade desconhecida...
Bem antes do intervalo, a prova definitiva de que os Deuses da Fortuna nos viraram as costas. Depois da Supertaça e da bomba de Lucho devolvida pelo poste, foi a vez de Lisandro rematar para golo, mas com o esférico a bater caprichosamente no ferro da baliza de Quim. Oportunidade soberana de, definitivamente, encerrar as festividades.
Se a 1ª metade acabou com uma oportunidade desperdiçada, a 2ª iniciou-se da mesma forma. Guarin, substituto de Tomas Costa, serve na perfeição Licha, mas este deslumbra-se com a oferta e falha a sua estreia a marcar, nesta edição da Superliga.
Numa segunda metade repleta de emoção, o Benfica chega ao empate numa falha clamorosa de Helton, oferecendo a bola para o cabeceamento de Cardozo. O esforço titânico de Bruno Alves quase impedia a bola de se anichar nas redes. Castigo injusto para a melhor equipa em campo, fustigada por uma série de factores aleatórios, bafejando o opositor.
Se os Deuses da Fortuna nos viraram as costas, os da Justiça descarregaram as sentenças pendentes todas sobre Katsouranis. Aos 60 minutos, após mais uma dura falta sobre Cebola, o árbitro da partida [corajoso e não se deixando intimidar pela turba] expulsou o prevaricador helénico.
Até ao fim, com mais um homem e com Hulk em campo, os portistas bem tentaram o golo redentor, prémio justo ao labor. Esteve perto, por várias vezes. Fucile e Candeias, novamente irreverente e sem medo de encarar o adversário directo, estiveram perto da consagração. Não era, infelizmente, o nosso dia. E no ar, pese o empate, ficou o sabor agridoce da frustração pela perda de dois pontos…
Melhor em campo: Difícil escolha, mas opto por Christian Rodriguez. Raça, força, potência, uma enorme capacidade de ignorar o ambiente adverso, resistindo às picardias e agressões dos antigos companheiros, provocou várias vezes o pânico na área encarnada.
Arbitragem: Pouco a dizer. Apenas um OBRIGADO. Pela coragem. Pelo estoicismo. Pela capacidade de análise, mesmo apitando numa panela de pressão. Pela argúcia em destrinçar os lances polémicos, mesmo correndo risco de agressão. É que, bem vistas as coisas, há quem queira ganhar de qualquer forma. Na Luz estão habituados a isso. Não estão é habituados a arbitragens isentas...
31 agosto, 2008
30 agosto, 2008
O primeiro Clássico
(quando quiserem informações da APAF é só dizer…)
Apitou no passado dia 01 de Dezembro de 2007 o tão famigerado SL Benfica vs Futebol Clube do Porto, no qual Ricardo Quaresma calou - é verdade! – calou os seis milhões (não estavam lá todos) com um golo que valeu por muitos.
Um jogo sem casos de maior, onde conseguiu manter um fio de jogo coerente tendo-se tornado o mais indicado para jogos considerados proprícios a desentendimentos. Ao contrário do exuberante Carlos Xistra aquando da sua nomeação para a final da Taça de Portugal, Jorge Sousa é comedido nos comentários, tendo vindo a remeter-se ao silêncio.
O jogo terá início às 20:45 e para os que não podem marcar presença no estádio, a transmissão estará disponível na Sport TV1.
Lisandro Lópes, que já marcou por duas vezes aos encarnados no Estádio do Dragão, referiu que gostaria imenso de marcar na Luz… nós, enquanto adeptos estamos contigo! Vai em frente! Marca e dá a marcar!!
Julgo não estar enganada, ao dizer que as atenções estarão viradas para Christian Rodriguez… a ver vamos como se sai o rapaz.
Aqui, que ninguém nos ouve, vamos ganhar por três a zero, golos de Lisandro (não o vamos contrariar), Hulk e … Christian.
Lista de convocados:
Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Benítez, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Fucile, Lino, Sapunaru e Rolando.
Médios: Raul Meireles,Tomás Costa, Guarín, Lucho González, Cristian Rodríguez e Fernando.
Avançados: Hulk, Lisandro, Candeias e Farías.
Mais logo, veremos se a minha intuição não falhou…
Heliantia.
29 agosto, 2008
Sorteio da Liga dos Campeões 2008/09
Sobre esta matéria, importa questionar até quando vai o clube continuar a assistir em silêncio a esta vergonhosa conduta de um homem que teve tanto de jogador brilhante como tem de dirigente imbecil. Será que esse infeliz vai continuar a conspurcar o nome e o prestígio do FC Porto e ninguém do clube faz nada?! Ninguém diz nada?! Esta passividade perante ataques injustificados vindos do exterior não faz parte da essência dos nossos valores. Silêncio estratégico? O bom nome do clube deve prevalecer sobre tudo e mais alguma coisa. O palhaço francês deve ser posto no devido lugar com uma resposta contundente. Já chega!
Voltando ao futebol, que é aquilo que realmente interessa, pareceu-me um sorteio assim-assim. Podia ter sido melhor, mas também podia ter sido pior. Tendo em consideração a distribuição das equipas pelos diferentes potes e os adversários possíveis à partida, julgo que o cabeça-de-série que nos calhou foi dos mais favoráveis. Chelsea, Manchester United, Inter, Real Madrid ou Barcelona seriam bem piores. Por outro lado, as equipas provenientes dos potes 3 e 4, Fenerbahçe e Dínamo Kiev, são equipas inferiores ao FC Porto e claramente ao nosso alcance. Havia formações bem mais acessíveis e que poderiam 'facilitar' o caminho para os oitavos-de-final, nomeadamente Basileia, Celtic e Steaua Bucareste (pote 3) e Cluj, Anorthosis Famagusta, Aalborg e Bate Borisov (pote 4). Mas também existiam equipas muito complicadas, como por exemplo Marselha e Zenit (pote 3) e Atlético Madrid e Fiorentina (pote 4). O sorteio foi, portanto, na minha opinião, de média dificuldade e julgo que o FC Porto tem obrigação de se qualificar para a fase decisiva das eliminatórias.
Facilmente se conclui que Arsenal e FC Porto são os favoritos do grupo e que ambos deverão lutar pelo primeiro lugar. Sim, é verdade que estou bastante confiante. O Arsenal parece-me ligeiramente mais fraco que o que encontrámos há duas temporadas e, mesmo sabendo que os ambientes que nos esperam em Kiev e Istambul serão infernais e que especialmente o Fenerbahçe tem um plantel de excelente nível, se o FC Porto se quer assumir como grande clube europeu que é, não se pode assustar com este grupo. Nove pontos em casa (no mínimo sete), mais dois/três fora, e o apuramento será conseguido, na pior das hipóteses em segundo lugar. Oxalá a equipa possa crescer no tempo que falta para a entrada na cena europeia e Jesualdo Ferreira seja capaz de encontrar as soluções devidas para ultrapassarmos estes obstáculos:
ARSENAL
Arsenal Football Club (Inglaterra)
Fundado em 1886
Estádio: Emirates Stadium (Londres, 60.000 lugares)
Presidente: Peter Hill-Wood
Treinador: Arsène Wenger
Equipa-tipo (4-4-2 clássico): Almunia; Sagna, Touré, Gallas, Clichy; Eboue, Fabregas, Denilson, Nasri; Van Persie, Adebayor.
O Arsenal dispensa apresentações, é uma equipa sobejamente conhecida, superiormente comandada por um dos melhores treinadores mundiais. Parece-me mais fraca que na época 2006-07, quando os defrontámos também na Champions, perderam esta temporada elementos importantes como Hleb, Gilberto Silva, Flamini e Senderos, mas também contrataram, por exemplo, o experiente Silvestre e o pequeno génio Nasri. O sistema de Wenger assenta num 4-4-2 em linha, onde o duo de meio-campo Fabregas-Denilson assume papel preponderante na dupla função defesa-ataque (recorde-se que o checo Rosicky continua a recuperar de lesão). Nas alas, preferencialmente jogam Eboue e Nasri, o primeiro mais rápido e rectilíneo, o segundo mais talentoso e com movimentos mais interiores. O supersónico Theo Walcott é igualmente uma opção a ter em conta para actuar numa faixa. Na defesa, além do quarteto já citado e que tem quase lugar cativo, há ainda boas alternativas como Djourou, Silvestre ou Traoré. Na frente, a dupla fantástica Van Persie-Adebayor, com Bendtner ou Carlos Vela à espreita de uma oportunidade, além do ainda lesionado Eduardo da Silva. Uma equipa de grande qualidade.
FENERBAHÇE
Fenerbahçe Spor Kulubu (Turquia)
Fundado em 1907
Estádio: Sukru Saracoglu Stadium (Istambul, 50.509 lugares)
Presidente: Aziz Yildirim
Treinador: Luís Aragonés
Equipa-tipo (4-4-2 clássico): Volkan Demirel; Bilgin, Diego Lugano, Edu Dracena, Roberto Carlos; Kazim Kazim, Appiah, Alex, Emre; Semih Senturk, Daniel Guiza.
Devo dizer que não conheço a fundo esta equipa, daí que o onze que apresento possa sofrer algumas alterações. De qualquer forma, apesar da superioridade portista, o Fenerbahçe constitui-se como um oponente deveras complicado. Para se perceber a aposta forte para esta temporada, basta lembrar que os turcos contrataram tão somente o treinador campeão europeu em título, o espanhol Luís Aragonés. Além disso, recrutaram nomes importantes da estirpe dos também espanhóis Daniel Guiza ou Josico, do turco Emre ou do chileno Maldonado, para juntar a algumas estrelas já existentes como Volkan Demirel (guardião titular da Turquia no Euro'2008), Roberto Carlos, Alex, Kazim Kazim, Deivid ou Semih Senturk. Acreditando nas ideias habituais do 'Velho Lobo', a formação otomana apresentar-se-á num 4-4-2 clássico. Será sempre uma equipa fortíssima em casa, impulsionada pelo fanático público turco. Muita atenção às 'bombas' de Roberto Carlos, à força de Appiah, à criatividade de Alex, à velocidade de Kazim Kazim ou à veia goleadora de Senturk, Guiza e Deivid.
DÍNAMO KIEV
Football Club Dynamo Kyiv (Ucrânia)
Fundado em 1927
Estádio: Dínamo Lobanovsky (Kiev, 16.900 lugares); Olímpico (Kiev, 80.000 lugares) nas competições europeias.
Presidente: Ihor Surkis
Treinador: Yuriy Syomin
Equipa-tipo (4-4-2): Bogush; Dopilka, Betão, Diakhaté, El Kaddouri; Vukojevic, Aliyev, Yussuf, Mykhalyk; Milevskiy, Bangoura.
Os ucranianos não estão na primeira linha do futebol europeu. Em todo o caso, possuem alguns valores individuais susceptíveis de criar problemas a qualquer rival, pelo que todo o cuidado é pouco. Mais a mais, o frio que sempre se faz sentir na capital ucraniana e o fervor do público afecto ao Dínamo são pontos em desfavor dos 'dragões'. Dentro do campo, muita atenção à dupla atacante formada por Milevskiy e Bangoura, sendo que os defesas Betão e El Kaddouri e os centrocampistas Yussuf, Aliyev e Mykhalyk são detentores também de boas referências. O atacante Kravets, sempre pronto a saltar do banco, é igualmente um dos destaques positivos desta equipa.
Em suma, o FC Porto tem boas perspectivas de se qualificar para os oitavos-de-final da Champions e fazer uma carreira interessante, mas não pode nunca deixar de estar atento aos adversários saídos em sorte, nem de jogar nos limites da seriedade, motivação e concentração. Se isso acontecer, estou em crer que vamos superar o trajecto da época passada. E como seria inesquecível ver a cara de frustrado de Platini a entregar o 'caneco' ao nosso capitão. Batoteiros? Não. Vencedores!
17 de Setembro: FC Porto - Fenerbahçe
30 de Setembro: Arsenal - FC Porto
21 de Outubro: FC Porto - Dínamo Kiev
5 de Novembro: Dínamo Kiev - FC Porto
25 de Novembro: Fenerbahçe - FC Porto
10 de Dezembro: FC Porto - Arsenal
28 agosto, 2008
O Clássico, mais um conto clássico.
Acho giro a flagrante necessidade que tantos adeptos benfiquistas têm de enfatizar, e em bicos dos pés, sobre os atletas Portugueses medalhados em Pequim serem afectos daquele clube. A carência de sucesso é tal, que nem reparam no ridículo que é debitarem com um resultado que por aí pulula onde se lê «Benfica - 3, Portugal - 0», sendo que o terceiro trata-se da medalha de Di Maria pela selecção... Argentina.
É o habitual, ou admiram-se que por aqueles lados reclamem como seu o mérito de terceiros? Colher proveito dos títulos desportivos dos outros?
E bem vistas as coisas, hum, ham, - já deve andar a matutar Luís F. Vieira - nem deveria ser "A Portuguesa" a tocar na cerimónia protocolar com o nosso atleta! Era o nosso hino, bem alto, é que até os chineses sabem de cor o hino do Benfica, e depois, mais um record para o Guinness, bandeira do glorioso bem desfraldada e o culminar em êxtase com milhares como nunca vistos a entoar: "...são papoilas saltitantes." - O Nelson Merecia!
Isto não pode ficar assim! Hum, ham. Não! Vou pedir ao Vital Moreira para equacionar um parecer que sirva de recurso para o TAS, pois estão-se a passar coisas inadmissíveis nas Olimpíadas. Nos nossos atletas não podem constar nenhumas alusões a águia nem ao Benfica mas disfarçadamente qualquer pessoa no mundo pode vir a associar o nome de uma cidade na palavra em letras garrafais que exibem, PORTUGAL. Não pode ser! Talvez o Freitas do Amaral consiga argumentos suficientemente aflorados para que, mais tardar até Londres 2012, se mude a denominação da Nação para BENFICAL.
Companheiros Portistas, orelhas no ar! Terá afiliação clubística o Presidente do Comité Olímpico? Diz que não se recandidata, mas depois já recandidata se tiver o apoio das federações e tal... Olha que eles sabem como se resolvem as coisas por outros lados... eu se fosse a vocês até começava a dormir mal de noite. Imaginem que eles arranjam maneira de substituir o Nelson-dos-cinco-milhões à direita pelo Nelson saltitante, e põem a Vanessa a fazer o corredor esquerdo. Saímos de lá com os rins todos partidos. Já não digo nada, daquelas almas há que esperar de tudo!
Maluco, eu? Ouvi dizer que foram convocados a comparecer no relvado da Luz para o próximo clássico... Ah, não tem nada a ver! Pronto. Já não está cá quem falou. Sendo assim passemos a assuntos sérios.
No Sábado, o Futebol Clube do Porto... - desculpem, é só um minuto... (é o que bLuE? Esgotei o meu espaço? Pá, só mais quinze - vinte linhas! Dez? Não?...)
Peço desculpa. Parece que desperdicei um post a falar sobre coisas supérfulas. Com equipas de «Flores, el quique y sus papoilas saltitonas». Damn It !
Mas também, não quero começar já a empanturrar-vos com o clássico, temos tempo, temos tempo. E assim faço um "passe de letra" para o Bruno Pinto. A bola fica do teu lado. ;-)
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No sábado não terei hipótese de assistir ao vivo ao clássico. Apesar de não ser necessário pedi-lo, algum de vós que esteja lá presente, faça-me o favor de aplaudir por mim aqueles dois Portugueses Medalhados que deverão ser lá homenageados. Até porque bem vistas as coisas, não deixando de ser um pouco bizarro, no entanto e ao mesmo tempo irónico, nada como juntar o Campeão Olímpico de Triplo Salto com o Tri-Campeão de futebol Português, naquele palco. Fez-se "Luz" naquelas cabecinhas. Depois continuem no espírito do aplauso, azuis e brancos, mais 90 minutos. Não é pedir muito, ou estou-me a esticar?
TRIabraços, à campeão!
27 agosto, 2008
Bom ou mau presságio?
De inicio, fiquei bastante triste porque não gosto nem um pouco que o FC Porto perca, mas por outro lado, comecei a pensar cá para comigo: "no ano passado, por esta altura, também perdemos o mesmo troféu para os tais, mas a meio do campeonato, já éramos campeões nacionais e não tínhamos equipa à altura para fazer face à discussão do primeiro lugar".
Será que perder a Supertaça, poderá ser um bom presságio?
Este fim de semana, para inicio da liga Sagres, o FC Porto mostrou porque é TRIcampeão nacional e porque não anda a brincar dentro das quatro linhas, mesmo que os pasteizinhos se tenham esforçado por não passarem a dormir no jogo e tentado fazer frente do Dragão. Mas, mostramos quem é o mais forte e tudo tem para ser consagrado novamente campeão.
Começámos o campeonato a ganhar e espero que a nossa equipa faça o mesmo que fez na época passada (tirando a parte dos deslizes), lutando sempre até à última gota para ganhar o TETRA, a Taça de Portugal, a Champions e tudo o que mais houver... mostremos a todas as más línguas que o FC Porto só sabe ganhar dentro de campo... e não fora dele.
Por tudo isso, estou esperançada que esta derrota de meados deste mês, e à semelhança da época desportiva transacta, seja tão só um (muito) bom presságio para o Futebol Clube do Porto, vencendo tudo e todos!
Saudações azuis e brancas,
Sodani
26 agosto, 2008
O pulsar do Dragão nos últimos 12 meses
A época desportiva do FC Porto começou em Agosto de 2007 e a 1ª competição disputada foi a Supertaça Portuguesa de futebol que acabou por ser perdida para um Sporting que na final de Leiria beneficiou e muito da prestimosa ajuda de Bruno Paixão. Ainda no mesmo mês a vingança foi servida no Dragão com um míssil de Raul Meireles a derrotar o Sporting na 2ª ronda da BwinLiga.
Chegamos a Setembro e desta feita não deixamos escapar mais uma supertaça. O mérito tem que ser dado à nossa equipa de hóquei que arrecadou o trofeu ao bater o Cambra por 5-1 no pavilhão do Infante de Sagres. Antes desta conquista sobre patins já se tinha iniciado a Champions League no relvado do Dragão com um empate que soube a pouco diante do Liverpool. Setembro terminou com um milagre de Fátima deixando o País em festa com a eliminação dos azuis e brancos na taça da Liga em futebol.
Outubro foi mês de andebol com o FC Porto a bater de forma clara o Sporting por 27-23 em Santo Tirso, com Eduardo Filipe em grande.
Em Novembro a magia Africana encantou o Dragão e uma jogada magistral do Marroquino Tarik (1º golo) entrou para a história num jogo da Champions que o Porto acabou por ganhar ao Marselha. Ainda em Novembro Fânzeres encheu para um grande jogo de hóquei entre Porto e Benfica que terminou empatado 6-6 com um golo providencial de Pedro Moreira a 13 segundos do fim. Mas o melhor estava ainda por acontecer, no andebol depois de brilhante exibição em Santo Tirso (30-23) o FC Porto garantia na Capital Francesa o apuramento para os oitavos de final da Taça das Taças eliminando o Paris Handball com um decisivo golo de Bosko no segundo final.
Dezembro chegou com uma vitória fantástica do Porto na Luz materializada com uma trivela de Quaresma e dias depois o Besiktas perdia no Dragão 2-0 e o apuramento dos Dragões (em 1º lugar) para os oitavos de final da Champions League estava consumado e com isso os Portistas puderam ter um Natal feliz.
Janeiro de 2008 foi mês de dois clássicos no mesmo dia, em futebol e andebol, ambos em casa do Sporting. No andebol ganhou o Porto mas no futebol venceu o Sporting que foi extraordinariamente feliz nessa partida. Apesar de tudo o Dragão seguia isolado e muito tranquilo no 1º lugar.
Fevereiro, mês de folia e de samba, foi também o mês da nossa equipa de basquetebol que em Vagos derrotou a favorita Ovarense na final da Taça da Liga (67-64). O trofeu foi erguido pelos pupilos de Babo após um fabuloso triplo de Gentry num jogo em que Nuno Marçal voltou a deslumbrar. Seguiu-se um clássico de hóquei na Luz ganho pelos Dragões (4-2) com grande exibição de Reinaldo Ventura. No final do mês o FC Porto era eliminado na Rússia nos oitavos de final da Taça das Taças de andebol mas toda a caminhada dos pupilos de Resende era elogiada.
Chegamos a Março e logo no início mais uma grande festa para as cores azuis e brancas, a nossa equipa de andebol ganha a Taça da Liga derrotando (23-18) na final, em Portimão, o Sporting. Grandes exibições de Candeias e Bosko. Mas o mês de Março trouxe também duas desgraças. A primeira aconteceu no Dragão frente ao Schalcke da Alemanha nos oitavos da Champions League. O Porto ganhou o jogo (golo magnífico de Lisandro) mas no desempate por penaltys a sorte nada quis connosco. Logo de seguida a nossa equipa de hóquei era também afastada da final four da Liga Europeia ao perder em Vic por 4-0 quando até a derrota por 3 golos nos servia...
Abril iniciou-se com a semana que antecedeu o tricampeonato da nossa equipa de futebol. No penúltimo dia de Março Lucho marcou um golo tardio no Restelo e a festa ficou desde logo anunciada para o primeiro fim de semana de Abril. O Dragão rebentou pelas costuras e mais de 50 mil pessoas festejaram o tri com uma goleada das antigas (6-0) ao Estrela ainda com 5 jornadas por disputar. No basquetebol perdeu-se por um ponto a Taça de Portugal diante do Guimarães e no andebol o São Bernardo afastava com enorme surpresa o FC Porto nos quartos de final do play-off (acabamos em 5º). Abril marcou também o nosso apuramento para a final da Taça em futebol no Jamor depois da vitória clara em Setúbal e terminou da melhor forma com mais uma enchente no Dragão para se assistir ao Porto/Benfica ganho pelos Dragões com 2 golos do nosso matador Lisandro. No final do jogo era com cara de alívio que Chalana, treinador do Benfica, encarava os jornalistas, escapara a uma goleada.
Maio marcou o final do campeonato de futebol ganho há muito pelo Porto de Jesualdo que acabou com 20 pontos de avanço sobre o Sporting (2º) e 23 sobre o Benfica (4º). Maio, um mês de grandes recordações Europeias para o nosso clube, foi, desta feita, marcado por um domingo negro em que perdemos duas finais da Taça de Portugal. No futebol perdemos no prolongamento no Jamor diante do Sporting (novamente com uma arbitragem cirúrgica, desta vez por um tal de Benquerença) e no andebol perdemos a final para o rival do Minho, ABC. No dia do jantar do 2º aniversário deste blog perdemos a negra na final do play-off em basquetebol (Ovarense campeã) mas garantimos nesse mesmo dia a final do campeonato de hóquei batendo com golo de ouro a Juventude de Viana.
Junho foi o mês das conquistas gloriosas da nossa equipa de hóquei em patins (treinada por Franklim) que na final do play-off bateu o Benfica por 3 jogos a 1 com vitórias decisivas em Fânzeres por 6-0 e 5-3 e em Lisboa por 4-3. Festejou-se o heptacampeonato em pleno pavilhão da Luz. Uma semana depois em Aljustrel conseguiu-se a dobradinha com a vitória na Taça de Portugal após as vitórias sobre o Barcelos no prolongamento e o HCBraga numa final mais tranquila que o esperado (5-1).
A época terminou em meados de Julho com a conquista do campeonato nacional de infantis em hóquei em patins numa fase final onde também entraram Benfica, Sporting e HC Carvalhos. Este foi o único título conseguido pelo Porto (esta época) nas camadas jovens de todas as 4 modalidades aqui referenciadas. Julho foi ainda marcado pela novela da Champions League e pelo comportamento vergonhoso de Benfica e Guimarães. Pinto da Costa e o nosso departamento jurídico, no entanto, chegaram para as encomendas. Também aí, fora de campo, fomos melhores.
ps - Domingo inicia-se a época oficial do andebol do FC Porto. Os pupilos de Carlos Resende deslocam-se ao pavilhão da Luz na 1ª jornada do campeonato (16h sporttv1).
Parabéns, Mr Cosmos!
[ são os votos do bLuE bOy, Lucho, Estilhaço, Paulo Pereira, Bruno Pinto, Heliantia, PortoMaravilha,
Tiago, Sodani, RCBC, Bruno Rocha, Dragon Soul, Fokinha e CJ ]
- 99's, PC's... a pedir, abusas é pa carago! não queres mais nada, não? afinal, em que ficamos: baliza ou tribuna? -
25 agosto, 2008
Os primeiros 3 pontos...
24 de Agosto de 2008
Liga Sagres 2008/2009
Estádio do Dragão, no Porto
assistência: 41.211 espectadores
árbitros: Artur Soares Dias (Porto), Rui Licínio e João Silva; Pedro Maia.
FC Porto: Helton; Sapunaru, Pedro Emanuel «cap», Bruno Alves e Benítez; Tomás Costa, Raul Meireles e Lucho; Mariano, Lisandro e Rodriguez.
substituições: Rodriguez por Hulk (69m), Tomás Costa por Guarin (74m), Mariano por Fucile (80m).
não utilizados: Nuno, Rolando, Bolatti e Farías.
treinador: Jesualdo Ferreira.
Belenenses: Júlio César; Baiano, Carciano, Matheus e China; Rodrigo Arroz, Cândido Costa, Silas «cap» e Zé Pedro; Maykon e Marcelo Faria.
substituições: M.Faria por João Paulo (55m), R.Arroz por Organista (64m) e Maikon por Vinicius (70m).
não utilizados: Assis, Mano, Evandro e Vanderlei.
treinador: Casemiro Mior.
disciplina: cartão amarelo a Baiano (22m), Carciano (56m e 73m), Bruno Alves (59m), Lisandro (62m), Cândido Costa (85m); cartão vermelho a Carciano (73m).
golos: Mariano (15m), Hulk (83m).
bLuE HOT: Tomás Costa, Lucho, Mariano González e Lisandro.
bLuE ICE: Benitez e Cristian Rodriguez.
Foi uma semana complicada. É sempre assim, no pós-derrota. Os dias alongam-se, demorando uma eternidade a passar. E os fantasmas, quais demónios interiores, não dão tréguas, reavivando antigas inseguranças, fazendo-nos duvidar das próprias capacidades.
Esta semana, que antecedeu a recepção ao Belenenses, foi algo tensa. Não existiu, apesar disso e felizmente, nenhuma “caça às bruxas”, apesar das vozes discordantes que se fizeram ouvir, no rescaldo da derrota na Supertaça. Na blogosfera, veículo ideal para se chegar às massas, hoje em dia, o desaire foi aproveitado por muitos para uma avalanche de críticas. Na 1ª contrariedade. Com os debates a atingir o ponto de ebulição, tudo foi equacionado. O modelo de jogo, a titularidade de alguns atletas, a competência do treinador. Habitual e a cheirar a mofo.
Um clube como o nosso, deveriam saber os mais impacientes, não se abate à primeira contrariedade. Pelo contrário. Tira as ilações devidas dos desaires para continuamente se aproximar da perfeição. É na desonra da derrota que os azuis e brancos encontram, bastas vezes, a força regeneradora motivacional, erguendo-se bem acima dos seus opositores de circunstância. Desta feita, será em tudo idêntico. Engolimos o orgulho de, apesar de sermos melhores, termos cedido nova derrota frente a um adversário incómodo, mas banal e acessível.
A recepção ao Belenenses marca também o início de uma nova era. Uma era de conquista, repleta de esperança na obtenção de novo feito. Juntar novo título à galeria notável dos existentes. O TETRA, a partir de hoje, será a palavra de ordem no reino do Dragão.
Como adversário, o Belenenses. Perfeito. Adversário teoricamente acessível, mas com aquele grau de dificuldade inerente potencializador das capacidades do Porto. Com os Dragões ainda em convalescença do vírus leonino, o Estádio do Dragão recebeu a partida inaugural da Superliga 2008/09. Com o anfiteatro ainda banhado pelos raios de sol, o apito inicial soou…
…e o 4-3-3 voltou à formula original, a ideal. Regresso de Lisandro às origens de predador esfaimado, lutando entre os centrais, com os flancos transformados nas coutadas particulares de Rodriguez [esquerda] e Mariano [direita]. A redoma incompreensível onde é mantido cativo o génio de Quaresma concedeu a titularidade ao argentino. Tacticamente irrepreensível, trabalhador inveterado, tornou-se numa espécie de alter-ego de Jesualdo, dentro dos relvados.
A palavra da ordem do treinador foi, provavelmente, CONFIANÇA. Causticados durante a semana, com críticas violentas, os defesas portistas presentes na derrocada da Supertaça subiram ao relvado do Dragão. Como titulares.
Apenas uma alteração, cirúrgica, com a saída de Guarín e a entrada de Tomas Costa para o triângulo central e a colocação de Meireles como elemento mais fixo no vértice defensivo.
Com a bola a rolar, para gáudio dos ávidos de futebol, rapidamente se percebeu que o Belenenses tinha trazido a lição estudada. Controlo do jogo entregue, beneplacidamente, aos azuis e brancos, num convite enganador a ataques massivos. Duas linhas defensivas, resguardando o último reduto de Belém, fortemente pressionantes, encolhidos no seu meio-campo, numa defesa porfiada.
Gosto deste tipo de jogos. Para se vencer um adversário retraído é necessário explanar as capacidades. E trabalho. Muito. Tal como concentração. Absoluta. A ausência de espaços, onde a lassidão se torna rapidamente mortal, obriga a equipa atacante a progredir de forma inteligente no terreno. E o Porto, nesse aspecto, não defraudou expectativas. De forma racional, inteligente, lateralizando o jogo, não abdicando do passe curto, misturando-o com pitadas de improviso e acelerações súbitas, foi criando brechas na muralha do opositor.
Ironicamente, foi numa tímida investida atacante que surgiu o 1º golo da partida. Recuperação de bola de Tomás Costa, prodigiosa assistência para Lisandro [soberba a recepção do esférico] e este, em velocidade, a rematar para uma defesa incompleta do guarda-redes adversário. Mariano, no acompanhamento da jogada, recebeu a taluda do jogo. Corte deficitário, contra o argentino, a as redes a serem violadas.
A esperada reacção dos azuis do Restelo ficou mesmo pelas intenções. O Porto mandava no jogo, de forma autoritária, continuando a criar calafrios sistemáticos ao último reduto opositor, quase sempre por Lisandro, incansável na procura da bola, algo infeliz na finalização.
O intervalo não chegaria sem um dos momentos altos da noite. Numa das constantes trocas de posição, deambulando pelo flanco esquerdo, Mariano tem um pormenor delicioso, desembaraçando-se de dois adversários para rematar, com precisão e potência, à baliza do Belenenses. O poste, cruelmente, sonegou as luzes da ribalta ao jogador portista.
A segunda metade trouxe um Belenenses mais atrevido e um Porto mais acomodado. Coeso, é certo, mas permitindo certas veleidades aos atletas da Cruz de Cristo, que começaram a subir mais no terreno, criando dificuldades até então inexistentes. Como prova disso a quase ausência de oportunidades de golo, do lado dos Dragões, excepção feita a uma incursão ofensiva de Benitez, desperdiçada na cara de Júlio César.
Sem a solidez e autoridade da primeira metade, a incapacidade de liquidar as pretensões forasteiras fez aumentar os níveis de intranquilidade, até bem perto do último quarto de hora. Em poucos minutos, dois factos alteraram por completo o cariz da partida, que se arrastava de forma irregular:
- Finalmente, e após uma longa distribuição da prosaica porrada, um atleta do Belenenses foi premiado com uma ida antecipada para o balneário. O sortudo, de nome caricato, impediu Lisandro de se isolar. O Belenenses ficava reduzido a 10;
- Hulk já tinha entrado. Com vontade, como habitualmente. Primeiro, fez um raide pela esquerda, com uma série de simulações em corrida que faria Ronaldo ficar com inveja. Depois, querendo acabar com o jogo sensaborão a que se assistia, com uma bomba. Sem qualquer espírito de terrorista, mas mostrando predicados que aguçam cada vez mais o apetite para a sua titularidade potencial. Descaído para a direita, Hulk recebeu a bola. Olhou. Podia ter assistido algum colega. Mas mostrou iniciativa. Dois passos para a esquerda e “toma lá disto”. Um míssil, disparado de pé esquerdo, a uns bons 25 metros da baliza, fazendo a bola entrar estrepitosamente na baliza adversário. O momento do jogo.
Depois disto, se imperasse o bom senso, o árbitro teria terminado o encontro. Se lhe perguntassem, depois, o porquê de ter findado as hostilidades mais cedo do que o previsto, o juiz limitar-se-ia a responder “pelo KO”. A partir do golo de Hulk, o Belenenses ficou “finito”. E já não era sem tempo…
Uma vitória justa, sem brilhantismo, mas alicerçada em características que permanecem imutáveis: superior qualidade de passe, rapidez nos flancos, coesão defensiva, pressão alta, laterais apoiando as iniciativas atacantes e um bom sentido táctico. Temos Porto, sem dúvida!
Melhor em campo: Mariano Gonzalez. Sem atingir picos de brilhantismo, começa a demonstrar a razão da teimosia de Jesualdo, no seu enamoramento pelo argentino. Fechando bem o flanco, trocou várias vezes de posição com Rodriguez, conseguindo esticar o jogo até à linha de fundo. Cruzamentos precisos, passes acertados, num reportório ainda desconhecido em terras lusas, mas aparecendo na altura propícia. Ah, e foi dele o golo inaugural, numa carambola que abriu o caminho para os 3 pontos.
Arbitragem: Mediana. Permitiu algumas faltas duras por parte dos defesas lisboetas, num critério disciplinar algo lato. O pecado capital aconteceu ainda na 1ª metade, sancionando um fora-de-jogo a Sapunaru, com o defesa-direito portista a partir um metro atrás da linha defensiva adversária. A jogada, de golo iminente, foi estropiada por um bandeirinha a precisar urgentemente de reciclagem.
24 agosto, 2008
Começar bem...
A Jesualdo o que não devem faltar é dúvidas. Se o jogo amigável com a Lazio parecia ter resolvido muita coisa, o jogo contra os lagartos fez-nos mudar muito de ideias e talvez pensemos duas vezes antes de fazermos as nossa previsões. Do outro lado estará uma equipa sempre problemática como a do Belenenses que tentará fazer tudo para sair do Dragão com uns pontinhos na bagagem. Mas como ele vê e analisa os treinos e como o próprio já disse, "as falhas cometidas no Algarve já foram localizadas" e por isso mesmo esperemos que a equipa melhore.
Neste jogo da 1ª jornada começaria com Helton na baliza e a dupla de centrais à sua frente era composta por Bruno Alves e Pedro Emanuel. Na direita optava por Sapunaru e na esquerda por Fucile. Para ocupar o meio campo apostava no Raul Meireles, no Lucho e no Guarín. Desta vez já podemos contar com o Mariano e para extremos apostava nele e no Rodríguez sendo que como homem mais avançado usaria o Lisandro.
Sim, é um risco voltar a pôr Sapunaru e talvez também o Guarin, mas é um risco que estou disposto a cometer. Quanto à relegação do Benítez para o banco não é por razão nenhuma em especial e segundo o discurso do mister deve ser dos jogadores que melhor treina, mas a passagem do campo de treinos para o de jogos nem sempre corre bem.
Lista de convocados:
Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Sapunaru, Fucile, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Rolando e Benítez.
Médios: Guarín, Raul Meireles, Lucho González, Tomás Costa e Bolatti.
Avançados: Mariano, Lisandro, Cristian Rodríguez, Hulk e Farías.
Um grande abraço,
Tiago Teixeira