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O Porto Canal estreou finalmente a sua nova grelha. A par da introdução de novos programas sobre desporto e o FC Porto, o Júlio Magalhães volta à antena, o Valter Hugo Mãe tem um programa sobre literatura e o Ricardo Couto assume as manhãs. Até o Júlio Machado Vaz foi convocado, o que não me incomoda enquanto adepta, por três motivos:
1) É uma figura incontornável da região, que não abandonou em troca da meca da fama e do reconhecimento em Portugal;
2) É uma das poucas figuras públicas assumidamente afectas ao clube do regime que não tem o intestino ligado ao cérebro;
3) Não vai participar em programas de desporto.
Sobre este terceiro ponto, é absolutamente fulcral que o Porto Canal mantenha os programas de desporto entregues a adeptos do nosso clube (poderia acrescentar “ou a comentadores isentos", se acaso em Portugal existisse tal coisa), pois para dar espaço à desonestidade dos ressabiados, deturpadores e caluniadores já cá estão os media tradicionais. O Porto Canal tem de contar a nossa verdade, foi para isso que o adquirimos e é essa a sua principal missão no que toca ao desporto. No entanto, e sublinho isto com traço duplo, isso não pode nem deve aproximar-se da postura facciosa e a todos os níveis deplorável do clube do regime no seu canal. A meia-dúzia de vídeos desse canal que vi na Internet devem ser usados como exemplo da forma como um clube com prestígio, classe e respeito próprio nunca se deve representar.
Quanto à questão de ser um canal do Porto para o país e para o mundo, acho que temos todo o potencial para isso, e uma obrigação acrescida tendo em conta o futuro que parece desenhar-se para a RTP Porto. Ser uma voz activa, analítica, inconveniente quando for preciso, em defesa dos interesses de uma cidade e de uma região onde o FC Porto é, gostem ou não os (infelizmente ainda muitos) rivais que cá vivem, um dos símbolos mais importantes. Neste âmbito, Júlio Magalhães afirmou há tempos que Pinto da Costa lhe garantiu total independência e que não lhe foram colocadas quaisquer condições. Mas acrescentou que sabe que, qualquer que seja o canal, a independência nunca é total e o trabalho do jornalista está sempre, de alguma forma, condicionado. Realçou que isso não é diferente nos canais generalistas nacionais, que pertencem todos a empresas e grupos económicos (ou ao estado) cujos interesses condicionam necessariamente o conteúdo dos programas. Gosto de ver no Júlio Magalhães este realismo, pois a verdade é que, por muito que a boa informação tenha de ser construída a partir de uma base de independência e isenção, a interpretação é sempre e necessariamente subjectiva, e no Porto Canal essa interpretação não pode deixar de ter em conta a perspectiva do FC Porto, quando aplicável.
Entretanto, quase um ano depois da chegada de Júlio Magalhães e três semanas após o ponto de viragem que foi a apresentação da nova grelha, quem vá ao site do Porto Canal depara com um espaço sem vida nem actividade, onde a programação do lado direito está actualizada mas os destaques, que ocupam a maior parte do ecrã, continuam a anunciar o Porto Alive às 19:00, quando agora é às 18:30, o Territórios às 20:45, quando agora é às 18h15, e ainda o Jornal do Norte, que já nem sequer faz parte da nova grelha. No “Vídeo on Demand” o último programa disponível é de 21 de Maio, e quem tentar ver a emissão online fica a saber que “O servidor de streaming encontra-se em actualização.” Há meses. Quem visitar a página do Porto Canal no Facebook verá que se multiplicam os pedidos para que o stream volte a estar activo, para que os programas sejam disponibilizados online ou mesmo para que o canal passe a ser aberto, o que obviamente não é uma possibilidade viável mas demonstra o interesse que as pessoas têm em aceder aos conteúdos do Porto Canal. E apesar disso, o site está descurado, o on demand desactualizado e o stream em actualização. Não podermos ter stream e vídeos online por questões de direitos ou exclusividade até seria compreensível, mas não parece ser esse o caso. E é preciso ter atenção a estas coisas. Hoje em dia passamos muito mais tempo atrás do ecrã do computador, ou mesmo do tablet e do telemóvel, do que da televisão, já para nem falar nos emigrantes e nas muitas pessoas que não têm acesso ao canal pelo modo convencional. Se queremos realmente afirmar-nos como um grande canal nacional feito a partir do Porto, não podemos ignorar esta vertente cada vez mais importante. A televisão é um meio muito poderoso, mas a Internet não fica atrás e quem souber jogar este jogo só tem a ganhar.
1) É uma figura incontornável da região, que não abandonou em troca da meca da fama e do reconhecimento em Portugal;
2) É uma das poucas figuras públicas assumidamente afectas ao clube do regime que não tem o intestino ligado ao cérebro;
3) Não vai participar em programas de desporto.
Sobre este terceiro ponto, é absolutamente fulcral que o Porto Canal mantenha os programas de desporto entregues a adeptos do nosso clube (poderia acrescentar “ou a comentadores isentos", se acaso em Portugal existisse tal coisa), pois para dar espaço à desonestidade dos ressabiados, deturpadores e caluniadores já cá estão os media tradicionais. O Porto Canal tem de contar a nossa verdade, foi para isso que o adquirimos e é essa a sua principal missão no que toca ao desporto. No entanto, e sublinho isto com traço duplo, isso não pode nem deve aproximar-se da postura facciosa e a todos os níveis deplorável do clube do regime no seu canal. A meia-dúzia de vídeos desse canal que vi na Internet devem ser usados como exemplo da forma como um clube com prestígio, classe e respeito próprio nunca se deve representar.
Quanto à questão de ser um canal do Porto para o país e para o mundo, acho que temos todo o potencial para isso, e uma obrigação acrescida tendo em conta o futuro que parece desenhar-se para a RTP Porto. Ser uma voz activa, analítica, inconveniente quando for preciso, em defesa dos interesses de uma cidade e de uma região onde o FC Porto é, gostem ou não os (infelizmente ainda muitos) rivais que cá vivem, um dos símbolos mais importantes. Neste âmbito, Júlio Magalhães afirmou há tempos que Pinto da Costa lhe garantiu total independência e que não lhe foram colocadas quaisquer condições. Mas acrescentou que sabe que, qualquer que seja o canal, a independência nunca é total e o trabalho do jornalista está sempre, de alguma forma, condicionado. Realçou que isso não é diferente nos canais generalistas nacionais, que pertencem todos a empresas e grupos económicos (ou ao estado) cujos interesses condicionam necessariamente o conteúdo dos programas. Gosto de ver no Júlio Magalhães este realismo, pois a verdade é que, por muito que a boa informação tenha de ser construída a partir de uma base de independência e isenção, a interpretação é sempre e necessariamente subjectiva, e no Porto Canal essa interpretação não pode deixar de ter em conta a perspectiva do FC Porto, quando aplicável.
Entretanto, quase um ano depois da chegada de Júlio Magalhães e três semanas após o ponto de viragem que foi a apresentação da nova grelha, quem vá ao site do Porto Canal depara com um espaço sem vida nem actividade, onde a programação do lado direito está actualizada mas os destaques, que ocupam a maior parte do ecrã, continuam a anunciar o Porto Alive às 19:00, quando agora é às 18:30, o Territórios às 20:45, quando agora é às 18h15, e ainda o Jornal do Norte, que já nem sequer faz parte da nova grelha. No “Vídeo on Demand” o último programa disponível é de 21 de Maio, e quem tentar ver a emissão online fica a saber que “O servidor de streaming encontra-se em actualização.” Há meses. Quem visitar a página do Porto Canal no Facebook verá que se multiplicam os pedidos para que o stream volte a estar activo, para que os programas sejam disponibilizados online ou mesmo para que o canal passe a ser aberto, o que obviamente não é uma possibilidade viável mas demonstra o interesse que as pessoas têm em aceder aos conteúdos do Porto Canal. E apesar disso, o site está descurado, o on demand desactualizado e o stream em actualização. Não podermos ter stream e vídeos online por questões de direitos ou exclusividade até seria compreensível, mas não parece ser esse o caso. E é preciso ter atenção a estas coisas. Hoje em dia passamos muito mais tempo atrás do ecrã do computador, ou mesmo do tablet e do telemóvel, do que da televisão, já para nem falar nos emigrantes e nas muitas pessoas que não têm acesso ao canal pelo modo convencional. Se queremos realmente afirmar-nos como um grande canal nacional feito a partir do Porto, não podemos ignorar esta vertente cada vez mais importante. A televisão é um meio muito poderoso, mas a Internet não fica atrás e quem souber jogar este jogo só tem a ganhar.