30 junho, 2014

FC Porto B inicia nova época com 22 atletas

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O FC Porto B iniciou esta segunda-feira os trabalhos para a temporada 2014/15, num dia limitado a exames médicos. O grupo, que tem para já 22 elementos e será orientado por Luís Castro (tendo como adjuntos Paulinho Santos, Nuno Capucho, José Tavares e Daniel Correira), vai efectuar na terça-feira a primeira sessão de trabalho (aberta à comunicação social), às 10h30, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival. Às 10h15, Luís Castro vai falar aos jornalistas, em superflash.

A formação B dos Dragões apresenta várias novidades para a nova época: Braima Candé (18 anos, defesa internacional Sub-19 português, ex-Sporting), Célestin Djim (19 anos, avançado internacional Sub-19 belga, ex- Standard de Liège), Igor Lichnovsky (20 anos, defesa, internacional Sub-20 chileno, ex-Universidad de Chile), Malthe Johansen (18 anos, defesa internacional Sub-18 dinamarquês, ex-Brøndby), Pité (médio português de 19 anos, ex-Beira-Mar, na imagem), Roniel (avançado brasileiro de 20 anos, ex-Grémio Anápolis) e Élvis (médio brasileiro de 18 anos).

Em relação a 2013/14, mantêm-se o guarda-redes Caio, os defesas Tiago Ferreira e Zé António, o médio Leandro e o avançado Frederic. Farão parte deste grupo inicial do FC Porto B, oriundos das camadas jovens, o guarda-redes Filipe Ferreira, o defesa Junior, os médios Rúben Neves, Graça e Rui Moreira e os avançados Idrisa, Ruben Macedo, Ruben Alves, Sérgio Ribeiro e Rui Pedro.

Eis o plantel completo: Caio e Filipe Ferreira (guarda-redes); Braima Candé, Igor Lichnovsky, Malthe Johansen, Tiago Ferreira, Zé António e Junior (defesas); Leandro, Rúben Neves, Graça, Élvis, Rui Moreira e Pité (médios); Frederic, Célestin, Roniel, Idrisa, Ruben Alves, Sérgio Ribeiro, Ruben Macedo e Rui Pedro (avançados).

fonte: fcporto.pt

29 junho, 2014

FC PORTO VINTAGE CONQUISTA LIGA FERTIBERIA

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FC Porto-Real Madrid, 12-9

Liga Fertiberia, final
28 de Junho de 2014
Dragão Caixa, no Porto

FC PORTO: Rui Correia, Fernando Couto, Pedro Emanuel, Rui Barros e Fernando Gomes (cap.).
Jogaram ainda: Capucho, Pedro Mendes, Mário Silva, Maniche e Bino.
Treinador: João Pinto.

REAL MADRID: José Martin-Delgado, Amavisca, Velasco (cap.), Belenguer e Iván Pérez.
Jogaram ainda: Tote, Miguel Palencia, Fernando Morán, Jorge López e Luis Cabrera.
Treinador: Eugenio Martinéz.

Ao intervalo: 4-2.
Marcadores: Amavisca (0-1, 2m), Rui Barros (1-1, 6m), Iván Pérez (1-2, 8m), Rui Barros (2-2, 20m), Fernando Couto (3-2, 29m), Rui Barros (4-2, 30m), Tote (4-3, 35m), Iván Pérez (4-4, 40m), Capucho (5-4, 41m), Capucho (6-4, 42m), Tote (6-5, 43m), Capucho (7-5, 44m), Velasco (7-6, 47m), Miguel Palencia (7-7, 48m), Mário Silva (8-7, 49m), Capucho (9-7, 50m), Rui Barros (10-7, 51m), Miguel Palencia (10-8, 54m), Maniche (11-8, 57m), Fernando Couto (12-8, 60m+1) e Miguel Palencia (12-9, 60m+2).

Cartões amarelos: Fernando Couto (26m) e Velasco (26m).

​Quem sabe nunca esquece e quem melhor do que estes ex-futebolistas do FC Porto (cujo currículo integra dezenas de triunfos nacionais e internacionais) pode dizer que as finais são para se vencer? Com Rui Barros e Capucho como goleadores - cada um deles marcou quatro golos -, o FC Porto Vintage não defraudou as expectativas dos adeptos que encheram o Dragão e conquistou a Liga Fertiberia, com uma vitória clara (12-9) sobre o Real Madrid. À terceira participação azul e branca, o título voou pela primeira vez para fora de Espanha.

Num encontro que foi quase sempre espectacular, o Real Madrid marcou primeiro, por Amavisca, mas a resposta portista, com grande intensidade, fazia prever o empate, que surgiu aos seis minutos, com Capucho a assistir Rui Barros para uma finalização simples. A primeira parte foi marcada pelo domínio azul e branco, com mais posse de bola e oportunidades de golo, enquanto os espanhóis tiveram uma atitude mais expectante, apostando no contra-ataque.

Foi assim que Iván Pérez recolocou o Real Madrid em vantagem, aos oito minutos (1-2), mas dez minutos finais do primeiro tempo muito bem conseguidos permitiram aos Dragões chegar ao intervalo a vencer por uma margem de dois golos. Marcaram RuI Barros (por duas vezes) e Fernando Couto, num encontro em que também se destacaram os dois guarda-redes (Rui Correia e José Martin-Delgado) e em que não faltaram as picardias, com os madrilenos a abusar de algumas entradas e provocações desnecessárias.

Na segunda parte, o desgaste físico fez-se naturalmente sentir, aumentando os desequilíbrios, as desatenções defensivas e as situações de contra-ataque. Houve por isso muito mais golos, com o Real Madrid a entrar melhor na segunda parte e a chegar ao 4-4. Porém, Capucho fez o 5-4 logo aos 41 minutos, num belo remate à meia-volta e, numa sociedade perfeita com Pedro Mendes, o antigo extremo permitiu ao FC Porto Vintage chegar a meio do segundo tempo a vencer por 7-5.

Os forasteiros nunca desistiram e, com um estilo de jogo mais físico, voltaram a empatar (7-7), mas a garra está no ADN destes Dragões, que fizeram das fraquezas forças, puseram de lado o cansaço e, graças a remates de Mário Silva, Capucho e Rui Barros, no espaço de três minutos, conseguiram pela primeira vez três golos de vantagem. Um golaço de Maniche, do meio do pavilhão, valeu o 11-8 a três minutos do fim e praticamente confirmou o triunfo. No final, o capitão Fernando Gomes recebeu a taça e entregou-a a João Pinto, apenas para este a dedicar ao presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, que marcou presença no Dragão Caixa. Quem sabe vencer e o que isso custa, nunca esquece.

“Ficou vincada a forma de jogar à Porto”
O treinador João Pinto destacou a garra dos jogadores do FC Porto Vintage e o apoio do público

Embora a descontracção durante o jogo tenha sido muito maior do que nos tempos de profissionalismo, foi visível uma grande alegria e uma sensação de missão cumprida após a vitória sobre o Real Madrid (12-9), na final da Liga Fertiberia 2014. O treinador João Pinto destacou o facto de a equipa Vintage ter interiorizado o espírito FC Porto e relembrou, tal como na antevisão da partida, que as gerações que estiveram no Dragão Caixa criaram a ideia de que as finais não se jogam, apenas se vencem.

“Em primeiro lugar, queria endereçar os parabéns a todos os jogadores do FC Porto que fazem parte desta Liga Fertiberia. Agradeço o apoio dos adeptos, que nestes jogos têm enchido quase sempre o pavilhão e que hoje foram espectaculares. Embora tenhamos muito mais anos do que quando éramos jogadores, ficou vincada a forma de jogar à Porto. Há sempre um querer muito grande, o jogo só termina quando o árbitro apita para o final, e foi com esse querer e essa garra que conseguimos esse título”, declarou.

João Pinto vincou a ideia de que “estas gerações foram responsáveis por as pessoas dizerem, ao longo dos anos, que as finais são para se vencer” e congratulou-se pelo facto de não terem acontecido lesões mais graves. “Sabemos que elas estão mais próximas de chegar do que quando tínhamos 20 anos, mas graças a Deus não foram tantas como noutras equipas, porque queremos que niguém se magoe e que esta equipa continue a dar alegrias à massa associativa”, frisou.

O capitão Fernando Gomes sublinhou o facto do Real Madrid ter sido um “digno vencido”, que dignificou a vitória azul e branca, e confessou que reviveu momentos do passado. “O público merecia e nós também, que lutámos, tal como o presidente, que esteve aqui. Julgo que foi uma festa bonita e foi possível reviver o passado: se fechássemos os olhos, parecia que recuávamos muitos anos. Isto é bom e quer dizer que não perdemos o amor ao clube e a vontade de vencer, e os adeptos também”, declarou.

Maniche, o autor do golo mais espectacular da tarde, brincou um pouco com a situação: “Era o título que me faltava, a mim e ao FC Porto. Estamos todos contentes e já estamos habituados a vencer, mas é sempre bom ganhar com os nossos adeptos. Penso que foi um bom jogo, com duas grandes equipas, e ganhou a melhor, que fomos nós”.

fonte: fcporto.pt e ligafutbolindoor.es

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28 junho, 2014

VENHA 2014/2015.

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O mês de Junho está quase no fim. Com o início de Julho, chega também o início dos trabalhos do Futebol Clube do Porto. É certo que ainda não chega o futebol a sério mas, já é alguma coisa. Gosto muito de futebol, gosto muito de devorar o Mundial... mas não há nada como um jogo do Porto!

Tinha pensado aproveitar esta pausa para fazer um pequeno balanço da época de hóquei e de andebol. Só de pensar como foi a época da secção de hóquei em patins, dá-me vontade de parar já de escrever. Como ainda falta muito tempo para o início da nova época, volto a pensar nisso mais tarde, com a cabeça “mais fria”.

Quanto ao basquetebol, já expressei a minha opinião num dos últimos textos. Não consigo aceitar que o Porto esteja fora da Liga. Saldanha? O que seria do hóquei, do andebol e do futebol depois de tantos casos em que temos sido prejudicados pelas instâncias federativas? Não há dinheiro para ser campeão? E depois? Durante as décadas em que pouco ou nada ganhávamos, alguma vez deixámos de ser Porto e de representar com dignidade o clube, a cidade e a região Norte? Esta é a opinião de um Portista doente, que não tem a mínima experiência em qualquer tipo de gestão desportiva. Por isso mesmo, vale o que vale. Certo é que, seja qual for a decisão tomada pelo nosso clube, lá estarei a apoiar os pupilos de Moncho Lopez porque, como dizia Pedroto, “no FC Porto não há contestatários maricas, nem os problemas se levantam, porque nunca chegam a existir”.

A partir de agora, o sector visitante do Estádio do Dragão ficará situado na Arquibancada. Chega ao fim um dos melhores sectores visitantes do mundo, não só pela proximidade ao relvado (e consequente melhor apoio) mas também pela visibilidade nas câmaras de televisão. O sector visitante do Dragão era um dos poucos sectores visitantes dos estádios de topo onde os adeptos forasteiros apareciam em grande destaque nas televisões. A caixa de segurança não perturba os adeptos visitantes e protege os Portistas que estarão na bancada nascente. Também não me parece que o acesso dos visitantes seja afectado, uma vez que a nova bancada visitante se situa muito perto do local de entrada da anterior. Posto isto, há que dar os parabéns aos responsáveis por esta alteração que permitirá que o apoio aos nossos jogadores seja ainda maior.

Não posso, contudo, deixar de fazer um reparo à forma como os associados com lugar anual na bancada sul estão a ser tratados. No momento da renovação, são convidados a mudar o seu lugar para a bancada norte, como aqui já alertou o Cativo das Antas. Uma carta, um texto publicado no site a explicar o que se pretende, um e-mail, algo que não seja vago como o que foi apresentado é o mínimo que se pede. Se a mudança do sector visitante para a arquibancada é uma excelente alteração, ainda não sei se esta alteração será positiva porque eu próprio ainda não consegui perceber com exactidão o que é pretendido. Por isso, resta-me esperar para ver. Bem sei que ninguém é forçado a mudar mas, quem recebe a carta para renovar o seu Lugar Anual com a alteração automática para a bancada norte, tem que se deslocar a FC Porto Store para dizer que se quer manter na sul. O Futebol Clube do Porto é um clube. Os sócios não são clientes. Se dúvidas houver, uma leitura aos Estatutos do clube poderá ajudar a esclarecer.

A época está quase a começar e ainda há poucas mexidas no plantel. Do pouco que conheço, tenho gostado do que ouço de Julen Lopetegui. Que mantenha as suas ideias e os seus princípios, pois é isso que se pede a um treinador do nosso clube.

Curva sul, curva norte, centrais e arquibancadas, é tempo de união e de acreditar até ao último segundo. É tempo de voltarmos a ter uma equipa à Porto, com a qual nos identifiquemos. É já na próxima semana que começam os trabalhos para o RESGATE! BAMBORA Fê Cê Pê!

27 junho, 2014

OS ESPANHÓIS E OS PORTUGUESES.

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I – OS ESPANHÓIS

Estou habituado a ver o meu clube vencer com a ajuda e o empenho de jogadores de todo o mundo. Apaixonei-me por Portugueses (Domingos, Maniche e etc.) com a mesma facilidade que me apaixonei por Brasileiros (Doriva, Jardel e etc.), Argentinos (Lucho, Lisandro e etc.), Colombianos (Falcão, Guarín e etc.)...

Brancos, pretos, amarelos, verdes (Hulk)... todos passam a ser azuis a partir do momento em passam a carregar aquela camisola.

Portanto, comigo não cola aquela coisa de "ah, isso de ter só portugueses na equipa é um sonho", ou então uma coisa ainda mais perigosa como "deveríamos limitar o número de estrangeiros na equipa".

Não escondo que me parece que, nos últimos tempos, o FCPorto não tem aproveitado a matéria-prima que produz no Olival. Mas isso não significa que o FCPorto se deva render aos jogadores portugueses só porque sim, independentemente da qualidade intrínseca de cada um. O que parece, repito, é que essa qualidade, ainda que parca, tem existido e tem sido mal aproveitada.

A questão dos Espanhóis não se reconduz, portanto, a nenhum destes chavões mais ou menos preguiçosos. A questão, do meu ponto de vista, é outra e bem mais séria.

O jornal "O Jogo" – normalmente especialmente bem informado no que concerne ao FCPorto – tem vindo a avançar com várias notícias que dão conta de conversações com vários portentos europeus, no sentido do recrutamento de jovens promessas Espanholas.

Até aqui nada a apontar.

O que se passa é que as notícias invariavelmente veiculam valores absolutamente astronómicos (como pagar 15 milhões de euros ou mais por jogadores sub-21?) e, por isso mesmo, inalcançáveis para o FCPorto dos dias de hoje ou avançam com o modelo de negócio "empréstimo por uma época".

E aqui é que a porca começa a torcer o rabo.

É que os tais empréstimos de que se fala não são acompanhados de cláusulas de compra do passe do jogador no final do contrato.

Pode dar-se, então, o extraordinário caso de o FCPorto contratar 1, 2, 3 ou 4 jogadores emprestados, jovens, bem pagos, que não conhecem o Porto, bons profissionais certamente, mas que não sentirão o FCPorto como algo de futuro.

Digamos que este modelo pode correr o sério risco de ser encarado como umas férias prolongadas em Portugal até chegar a próxima pré-época no colosso europeu de origem.

Arrisca-se, portanto, o FCPorto a ter jogadores potencialmente nucleares no onze base com a cabeça (e com "meio contrato") em Barcelona, Liverpool, Madrid e etc.

E, note-se, mais do que normalmente os jogadores já têm, tendo em vista que o FCPorto é, como sabemos, um trampolim de referência para equipas de topo na Europa do futebol.

É isto que me preocupa.

É isto que eu desejo, sinceramente, que não aconteça.

II – OS PORTUGUESES

A Selecção Nacional deixa o Brasil sem glória.

Penso que Paulo Bento deveria colocar o seu lugar à disposição, assumindo, assim, a responsabilidade pelo desaire em terras de Vera Cruz.

Não é que me pareça que possam / devam ser assacadas grandes culpas ao Seleccionador (à excepção da não convocação de Quaresma e Antunes).

Em primeiro lugar, a postura reservada, contida e previsível de Paulo Bento não é novidade para ninguém. Por isso a incapacidade demonstrada de afinar a agulha em função dos condicionalismos encontrados no Brasil - designadamente a nível táctico e de escolha de jogadores - não pode ser surpresa.

Em segundo lugar, convenhamos que a actual Selecção Nacional não é um portento. Também não é Ronaldo mais 10, na medida em que alguns jogadores apresentam um nível acima da média (Nani, Moutinho...). Mas a verdade é que uma selecção com Miguel Veloso, Raul Meireles em clara curva descendente, Hélder Postiga, Hugo Almeida, João Pereira, André Almeida, Vieirinha e Varela é, no mínimo, sofrível. Não abundam soluções.

Em terceiro lugar, o melhor do mundo apresentou-se neste Mundial visivelmente condicionado por uma lesão, em claro esforço e sub-rendimento. Um Ronaldo a 120% (como ele queria estar) teria certamente feito a diferença nos momentos chave.

Tudo isto é verdade, mas também é verdade que os líderes assumem a responsabilidade pelos falhanços e insucessos.

Mais tudo isto são considerações de um mero espectador (a minha selecção não participa em Campeonatos do Mundo).



Pedro Ferreira de Sousa

26 junho, 2014

PONTO DE PARTIDA.

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Junho aproxima-se do final e o Mundial continua, vibrante e em alguns casos surpreendente, com a novela em torno da sofrível prestação da selecção portuguesa a servir de mote para quase todas as discussões futebolísticas.

Sobre esse assunto pouco tenho a dizer que não tenha já sido repetido ad nauseam. Apenas acrescentaria que desta feita o rescaldo terá de ser feito em moldes diferentes de 2002, onde os culpados eram mais apetecíveis. Desta feita não se podem atirar ao Oliveira, muito menos aos “acabados” Vítor Baía, Fernando Couto e Jorge Costa, deixando apenas umas linhas minúsculas para as cabeças perdidas do João Vieira Pinto e do Beto (culpa do Oliveira, que não os informou do resultado do outro jogo) ou da lesão mal curada do então melhor do Mundo e campeão europeu pelo Real Madrid Luís Figo (descubram as semelhanças…). Não poderão sequer dizer que o problema de Portugal é a influência do papão Pinto da Costa nas escolhas... Azar!

Entretanto e enquanto as noticias sobre o FC Porto versão 2014/15 não abundam, aproveito para partilhar convosco algumas frases que para mim servem de mote para uma época que em que se exige outra atitude e outro desempenho a todos os níveis, de forma a podermos voltar ao nível a que nos habituamos nos últimos anos. Deixo-as assim, sem mais comentários, pois penso que elas falam por si.
  • “Permitindo (…) que o FC Porto chegasse a este ponto tão alto, num clima de emoção e sobretudo num clima de amizade geral, numa altura em que dentro do clube não há facções, não há divisões, não há guerras, o que me dá muita esperança de que o FC Porto não vai parar.”
  • - Jorge Nuno Pinto da Costa, Maio de 1987
  • “Vamos partir para o Campeonato Nacional com uma determinação mais forte do que nunca no sentido de o ganhar. (…) Não nos importamos que nos apodem de obcecados, de fanatizados e de outros termos semelhantes (…) denunciaremos a todo o momento as anomalias que influenciem o mesmo.”
  • - José Maria Pedroto
  • Qualquer equipa que se apregoe de categoria não pode nunca estar agarrada a um padrão rígido, pelo contrário, tem de se mostrar perfeitamente à vontade na interpretação de esquemas variados consoante as circunstâncias”
  • - José Maria Pedroto
  • “Este campo fica no meio do maior parque industrial do país. Lá é onde trabalham os rapazes (…) Nós somos o orgulho deles no fim-de-semana. Tornamos o mundo deles melhor, pelo menos até à manhã de domingo. E devemos-lhes o melhor. Se queres jogar para eles, eu e o Sr. Busby temos que saber que vais brilhar diante desses 80 mil, às 15h00 de um sábado!”
  • - Jimmy Murphy (treinador adjunto) para um jovem Bobby Charlton, no filme “United”
Continuação de boa semana.

OFICIAL - FERNANDO NO MANCHESTER CITY

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COMUNICADO

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a um acordo com o Manchester City para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Fernando Reges, pelo valor de 15.000.000 € (quinze milhões de euros).

O Conselho de Administração
Porto, 25 de Junho de 2014

25 junho, 2014

EÁH SENTAR QUE JÁ NÃO CHOBE...!

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A SAD do Futebol Clube do Porto decidiu alterar a disposição dos lugares anuais dos seus sócios mais fieis no Estádio do Dragão. Aqueles que além da quota, pagam lugar anual.
Ao que tudo indica, sócios que pagam quotas e que têm lugar na superior sul em determinados sectores, vão ser obrigados a "alterar" a sua cadeira de "sonho" para a superior norte.
Como quem "não vê azul é de outra cor", vou inverter todo o raciocínio subjacente à análise desta iniciativa. E em "tom socrático", vou analisar a mesma!
Aqui vou eu...(desejem-me sorte)!

A SAD do Futebol Clube do Porto resolveu criar um sector dedicado unicamente aos "jovens" e ao apoio à equipa! Porreiro pá! Que iniciativa inovadora! Fui completamente apanhado desprevenido, não tinha qualquer ideia que na Sul se concentrava uma claque com 2/3m mil adeptos todos os fim de semanas para apoiar o clube com estandartes, petardos, bandeiras gigantes e esses mesmos adeptos não param de cantar! Tenho lugar anual na superior sul desde que o Estádio foi inaugurado e nunca... nunca notei! Obrigado! Porreiro pá! Obrigado por esse gesto! Evitaram essa chatice de ter um ano com péssimas condições de conforto e visualização do relvado!

Vejam vocês caros sócios! A SAD preocupada com o barulho e com a falta de visão que o meu lugar (que é "meu" por direito à dez anos) me poderá proporcionar, tratou de resolver isso e colocou-me automaticamente na outra bancada! Não é fantástico? Porreiro pá! Porreiro mesmo! Em 10 anos de Estádio de Dragão, nunca me ocorreu que existe outra bancada onde me poderia sentar!
Porra... ainda bem que se lembraram!

Melhor! Estou mesmo extasiado! Não me avisaram! Até agora não recebi nenhuma comunicação formal do clube! PORREIRISSIMO! Para quê gastar dinheiro a informar o pessoal! Chegamos lá e temos esta surpresa agradável! Que mais poderia eu pedir!? Que sonho! Que porreiro! Sinto-me "tratado nas palminhas!".

Quem é que pode estar contra isto!? Que burro! Que indecência! Então não percebe que o clube está a fazer tudo por nós? Poupa recursos, escolhe o lugar onde vamos estar melhor e este ano cria uma zona especial para os adeptos mais fervorosos (algo que não tinha até hoje)! Isto é óptimo! É porreiro pá!

AVISO À NAVEGAÇÃO - Olha lá ò "zé do boné", mas se quiseres ficar na tua cadeira (que estupidez!) podes! Basta deslocares-te ao Estádio do Dragão e dizeres isso. Vês, estás sempre a dizer mal, mas até... é porreiro! Estás lá uns largos minutos na fila, convives com outros "zés dos bonés" insatisfeitos (não percebo como) e falas com a senhora e trocas o lugar que te querem dar por aquele que era teu!!!! Estás a ver!? Estás com pessoal do Porto! Conheces uma gaja de fato azul e emblema do Porto na lapela "à pala disto e tudo"! É porreiro!
Porra! Mas o Zé do Boné, que tem o seu lugar no Dragão no mesmo sitio e nunca se queixou! Porque é que o mudaram!? Ó "nabo do boné"!!!! Porque agora é uma zona para jovens cantarem e apoiarem a equipa!!!
Antes era o quê? O núcleo de geriatria do Dragão!!!!???
"OLHA, NÃO SEI! MAS SE ELES DIZEM, ESTÁ CERTO!"

24 junho, 2014

ANDEBOL DO FCPORTO QUER PARTICIPAR NA EHF CHAMPIONS LEAGUE PELO 2º ANO CONSECUTIVO.

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ANDEBOL

Enquanto escasseiam notícias sobre o futuro do basquetebol e do hóquei azuis e brancos (o basquetebol parece que não vai aderir mesmo à LPB e o hóquei sem confirmações quanto a possíveis e, na minha opinião, urgentes reforços) vamos abordar por agora a nova época do andebol 2014/15.

O hexacampeão nacional de andebol, FC Porto, que perde em relação à época que agora findou Rosário, Spínola e Tiago Rocha (até ver só estes) e recebe Edgar Landim, Nuno Gonçalves e o excelente central Nuno Roque (urgente contratar também um pivot) terá em 2014/15 mais uma época com a concorrência a um nível cada vez mais alto e a exigir de Obradovic e dos seus pupilos concentração máxima em busca do heptacampeonato, da supertaça, da taça de Portugal e da qualificação para a champions league pelo 2º ano consecutivo (bela prestação dos dragões neste 1º ano, onde fizeram a melhor prova que algum estreante alguma vez tinha conseguido).

Com o campeonato a iniciar-se apenas a 13 de Setembro (e numa época em que haverá play-off o que já não sucedia desde 2009) e com a supertaça apenas agendada para Dezembro na Maia (entre FC Porto e Sporting) a temporada oficial dos dragões inicia-se com a disputa do grupo de qualificação da Velux EHF champions league que decorrerá a 6 e 7 de Setembro.

O FC Porto já sabe desde o meio dia desta 2ª feira que o seu adversário para a meia final será o Besiktas da Turquia, o Alpla Hard da Áustria ou o Presov da Eslováquia (este último talvez o menos preferido dos dragões). No entanto ganhando a meia final os dragões (que não podem organizar a poule por o terem feito no último ano) já sabem também que quase certamente disputarão a final e o acesso à champions perante o Zaporozhye (Ucrânia), Meshkov Brest (Bielorrússia) ou o Constanta (Roménia) faltando ainda saber-se se o irão fazer em casa destes poderosos rivais ou em campo neutro.

Na verdade falta ainda saber-se se os dragões terão mais baixas importantes na equipa mas mantendo-se o quadro actual poderei concluir esta crónica dizendo que temos equipa e treinador para atingir de novo a prova maior do andebol Europeu! O sorteio desta fase de qualificação é esta quinta feira pelas 13h00 e a fase de grupos é sorteada no dia seguinte pelas 17h00 com a 1ª jornada agendada para 27 de Setembro. Na próxima semana estarei de volta com mais novidades!

23 junho, 2014

XENOFOBIA E PARVOÍCES MENORES.

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Portugal é um país em que rapidamente se arranjam bodes expiatórios para os insucessos, sejam eles de que natureza for. O caminho mais fácil é sempre arranjar um culpado externo para o insucesso. Desde que nasci sempre me lembro de ter sido assim, no futebol português há 30 anos que os árbitros são os culpados do FC Porto ser um clube de dimensão mundial, bicampeão europeu e esmagador no domínio interno! Noutro plano, os culpados de Portugal em 40 anos de democracia ter ido 3 vezes à falência é dos alemães, em especial da Sra. Merkel, e nunca das más escolhas internas que foram feitas nesses 40 anos.

Vem isto a propósito de um fenómeno que considero execrável, ao nível de muitos que acontecem no futebol português há já muitos anos a esta parte. Desta vez com dois protagonistas exteriores à seleção nacional, mas que quiseram pôr o bedelho e defecar a sua sentença sobre o caso. A propósito da expulsão de Pepe, o melhor central da seleção nacional, titular do atual campeão europeu e um dos melhores centrais da Europa nos últimos anos (que já vestiu o manto sagrado e, claro, foi campeão nacional), após um mau momento, em que perdeu a cabeça após um lance de fita de um alemão, logo vieram duas “alminhas” gritar alto e bom som:
    “O facto de ele nem sequer ser português, creio que o deveria obrigar a ter outro tipo de comportamento, que não teve". José Mourinho
    “Pepe tem que saber que tem de ter uma componente muito fundamental que se chama-se disciplina de jogo!”. Dito por “um treinador que já foi agredido e enxovalhado por um jogador em pleno relvado, jogador esse que continuou no clube e até foi muitas vezes titular na época seguinte”
De facto, achei estas duas declarações deliciosas do ponto de vista jornalístico. Grandes parangonas foram feitas com estas alarvidades, um elogio quase unânime à crucificação de Pepe, o grande culpado pela derrota da seleção, que por acaso já estava a perder 2/0 quando tal sucedeu, após vários erros de muita gente.

Este seria o cenário perfeito mas, mesmo que a subserviente comunicação social o esqueça, convém não esquecer algumas coisas em relação a estas duas personagens. Em primeiro lugar, acho verdadeiramente incrível como as declarações do “Special One” tenham sido encaradas como normais pela generalidade das pessoas. Fossem ditas por um qualquer líder de extrema-direita já seriam alvo do lamento de muitos moralistas que por aí andam. Com que então, Sr. Mourinho, pelo facto do Pepe ser um cidadão português de pleno direito que por acaso nasceu noutro país que não Portugal tem de ter mais cuidado com o seu comportamento do que os nativos do país? Se fosse o William Carvalho, que por acaso nasceu em Angola, o Sr. Mourinho teria dito o mesmo? É inacreditável, mas enveredando por este tipo de lógica, podemos então dizer que um português que viva em França tem de se portar muito melhor que um francês de gema, ou que alguém que adquire nacionalidade tem de ter uma espécie de reserva moral que os nativos do país não têm? Tem piada que tudo isto venha de um país com tantos emigrantes espalhados pelo mundo inteiro. Chama-se a isto xenofobia.

Quanto ao “treinador que já foi agredido e enxovalhado por um jogador em pleno relvado, jogador esse que continuou no clube e até foi muitas vezes titular na época seguinte”, é preciso ter uma lata do tamanho do mundo! A excitação causada pelo sucesso na época que findou dá-lhe palco e possibilidade para dizer as maiores barbaridades à face da terra, com a generalidade do povinho (e com a bênção da comunicação social) a achar imensa graça. Portugal é um país que idolatra palhaços, mas que nem sequer homenageia génios como Pinto da Costa, é um país que adora a parvoíce, a demagogia, o populismo e a labreguice. Esse labrego tem, de facto, uma grande moral para falar “numa componente que se chama-se disciplina do jogo”. Um labrego que já agrediu polícias, jogadores adversários, que já mostrou 3 e 4 dedos a adversários derrotados e que finalmente integrou um jogador que o agrediu perante 10 milhões de pessoas, num jogo em que o mau perder daquela gentalha levou a que nem cumprimentassem o Presidente da República na hora da derrota. Quando se tem telhados de vidro e se atira pedras ao telhado dos outros, mais cedo ou mais tarde essas pedras fazem ricochete e caem-nos dentro de casa, estilhaçando os telhados de vidro!

PS: “Ele” dá entrevistas, “ele” viaja pelo mundo fora, “ele” dá conferências, “ele” é o maior do mundo e arredores. Agora “ele” acha-se o melhor treinador português, quiçá o melhor do mundo. Como nesta fase rareiam os temas com interesse desportivo (que para mim se resumem ao FC Porto), não posso deixar de fazer um pequeno apontamento a mais esta parvoíce do “melhor do mundo e arredores”. Espero que “ele” mantenha toda essa arrogância, esse ar de superioridade, essa ideia de que são favas contadas para o ano. Foi mais ou menos com base em moldes de arrogância semelhantes que apenas uns meses depois do título de 2010, essa besta levou 5/0 no Dragão e depois foi humilhado em pleno galinheiro com rega e luzes apagadas. Saibamos nós, FC Porto, trabalhar com os ingredientes que nos levaram ao sucesso, esforço, paixão, competência e MUITA HUMILDADE, e pode ser que para o ano não haja tantas entrevistas do “melhor do mundo e arredores”.

22 junho, 2014

OS DRAGÕES EM TURQUEL.

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No mês de Junho os ultras do FC Porto continuam o seu apoio ao clube! No primeiro fim-de-semana deste mês disputou-se a final four da taça de Portugal de hóquei em Patins, em Turquel. Depois de perdida a final da liga europeia e o jogo decisivo do campeonato em Valongo, a taça foi pelo mesmo caminho. Pensávamos estar ali a salvação da época mas foi mais uma competição para esquecer. O reflexo de toda uma temporada miserável. Que chegue rapidamente 2014/2015!

Na meia final de Sábado contra o Alenquer (um clube satélite do Regime) já lá estavam portistas/ultras a apoiar o clube. Mas Domingo, na final contra o nosso inimigo, foi dia da última deslocação da temporada!

Jogar com eles é sempre agradável, seja em casa ou fora. Mas quando se trata de um local neutro, tem um sabor especial e quem anda nisto entende a que me refiro. Obviamente em Turquel estiveram mais lampiões que portistas. Mas isso não impediu de lá nos deslocarmos! Uns ficaram lá de Sábado para Domingo, outros arrancaram Domingo de manhã e almoçaram em Alcobaça e outros só sairam do Porto ao início da tarde.

A verdade é que pouco depois das 17h estavamos em Turquel. Lampiões havia muitos mas da claque, nem vê-los. À semelhança do que fizeram no Dragão este ano, apareceram já com o jogo a decorrer. Super Dragões com cerca de 100 elementos presentes. Pavilhão totalmente cheio e um grande apoio, especialmente na primeira parte. A proximidade das bancadas num pavilhão é muito maior que num estádio, o que faz com que as picardias sejam mais sentidas e os nervos estejam mais à flôr da pele.

Na última deslocação desta temporada demonstrámos mais uma vez a nossa superioridade. Infelizmente a equipa voltou a não corresponder. Cantámos durante todo o tempo de jogo, belo apoio dos ultras do nosso clube. A mouraria preencheu a maioria do pavilhão e tal como já referi, os grupos organizados deles entraram com o jogo a decorrer. Destaque para os corajosos Diabos Vermelhos que durante a noite pintaram a camioneta dos nossos jogadores. Uau!

400 quilómetros ida e volta a Turquel, foi última deslocação da temporada. As equipas seniores terminaram as suas prestações e nos últimos dias temos marcado presença também nas equipas de formação, nomeadamente ou três ou quatro jogos dos juniores de hóquei em patins, que não conseguiram chegaram à final four do seu escalão.

Agora sim está encerrada a época, quase no S. João, todos recarregaremos baterias para iniciar mais uma época “non-stop” de espírito ultra no apoio ao mágico Porto!

Um abraço ultra.

21 junho, 2014

Novelas de Verão III: Quem Tramou Mário Jardel ?

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Mário Jardel foi provavelmente, depois de Fernando Gomes, o melhor ponta-de-lança que alguma vez vestiu a camisola do FC Porto. Opinião pessoal, claro, mas fortemente alicerçada na estatística. É verdade que a concorrência é forte: Kostadinov, Domingos, Benni, Lisandro, Falcao, só para falar nos mais recentes. Mas Jardel era diferente.

Diferente. Não necessariamente melhor. Provavelmente até teria menos jeito ou intimidade com a bola. Menos pinta de craque. Menos empatia com o relvado. Mais desengonçado, mais franzino, menos elegante. Mais olhos no chão, menos atlético, olhar e postura algo desligada do jogo, ombros caídos.

Não se trata por exemplo de um jogador como Suárez, para referir um dos homens que por estes dias vai causando sensação no empolgante Mundial brasileiro. Jardel não jogava no limite do fora-de-jogo, não mordia a língua a sprintar, não furava defesas ao meio nem dobrava os rins aos centrais que o vigiavam. Super Mário, diga-se, não empolgava ninguém.

Era comum receber a bola no meio-campo e olhar para ela do alto do seu 1,88 cm quase com um ponto de interrogação gravado nos olhos. O que fazer com isto?, parecia perguntar, atrapalhado. A pose e o diálogo com os jornalistas denotavam pouca confiança. Uma vaidade estranha, misturada com uma humildade quase ingénua e infantil.

No meio disto tudo, é útil perguntarmo-nos como é que um homem assim foi capaz de marcar consecutivamente para cima de quarenta golos por temporada. Golos históricos, golos de bandeira, golos de encostar, cabeçadas fulminantes, pontapés de bicicleta, remates à meia-volta, de letra, de calcanhar, de peito, de joelho, de fora da área, de penalty, nas Antas, fora de casa, pela Europa fora, para todos os gostos e feitios.

Tu querias perceber os pássaros, Voar como o Jardel sobre os centrais…, cantava Rui Veloso no auge da carreira de Mário Jardel. O que aconteceu então depois? Que sombras se abateram sobre o brasileiro? Muito se podia especular e questionar, apontar culpados, acusar uns e outros. Mas uma coisa é certa: Jardel tinha golo a mais para o seu corpo. Não era talento, não era técnica, não era amizade com a bola. Era uma paixão pelo golo, pelas balizas, pelas malhas. Uma paixão desenfreada. De qualquer lado que chutasse a bola só parava no fundo das redes. Se tantas vezes usou a sua cabeça para marcar golos pelo FC Porto, não a soube usar da mesma maneira para fugir dos falsos amigos e das falsas promessas.

Enquanto viveu no Porto, Jardel foi um homem feliz. Depois disso, atraiu invejas, azares e desilusões. Tirando um ou outro sucesso em Istambul e no Sporting, nunca mais se recompôs, numa espiral de declínio, com um divórcio à mistura e histórias tristes por contar. Não teve, por isso, uma carreira à altura da sua ambição e capacidade. Olhando para trás, parece que deixou algo a meio, por concluir. O próprio, aliás, nunca conseguiu encarar e assumir o fim da carreira, falando sempre em hipotéticos e impossíveis regressos, alimentando a ideia de um jogo de despedida, de um retorno ao Portugal, etc. Uma vida em suspenso, a quem alguém cortou algo a meio da viagem.

Recentemente, num jogo da Champions no Dragão, dei de caras com Mário Jardel mesmo à entrada do meu sector. Não resisti. Lembrei-me de todos os golos que festejei por causa dele, de todas as alegrias que me deu, dirigi-me a ele, apertei-lhe a mão e disse-lhe Obrigado, Jardel, por todos os golos que marcou pelo meu clube. Obrigado por tudo! Agradeceu, sorriu, com aquele ar ingénuo e infantil de sempre, mas desta vez num corpo pesado, inchado, num olhar triste e desinteressado.

Conforme uma vez disse num jantar com um grande amigo meu, o Pedro Ferreira de Sousa, também cronista desta casa, o mistério para mim continua e merece ser investigado:

Quem tramou Mário Jardel?

Rodrigo de Almada Martins

20 junho, 2014

MUNDIAL NOBRE E LEAL.

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Já escrevi aqui mais do que uma vez: não sou patriota, daqueles que vibram com a selecção, muito menos patrioteiro, como aqueles parolos que colocam a bandeira vermelha e verde na varanda de casa ou na antena do carro. Por isso, mesmo em campeonatos do mundo ou em europeus, sempre que me perguntam por quem sou, a minha resposta é pronta: pelo PORTO.

Desta vez, portanto, torço pelo Beto, pelo Bruno Alves, pelo Moutinho e pelo Varela, pelo Reyes e pelo Herrera, pelo Jackson e pelo Quintero, pelo Ghilas, e até pelo Defour para ver se o despachamos o mais rápido possível. E só não torço pelo saudoso Incrível, porque joga na mesma equipa do cabrão do Scolari.

Sou capaz de festejar se algum deles marcar um golo, fico feliz se jogam bem ou quando ganham, porque no fundo também são as nossas cores que eles estão a representar. Quero sempre que eles brilhem, desde que as respectivas equipas não sigam muito longe na competição, porque a prioridade a preparação para a nova época – e este ano, por causa do playoff da Champions, isso torna-se ainda mais importante. O PORTO acima de tudo.

Nesse sentido, o baile que a selecção de todos eles levou há dias só me incomodou por ter sido dado pelos alemães, até porque o Varela nem sequer jogou e o Moutinho foi o menos mau de todos. De resto, deu-me um gozo enorme ver as fífias do Rui Patrício, a mostrar ao mundo que com aqueles pés de barro nem em sonhos valerá 15 milhões. Deu-me gozo ver o adeus do Coentrão ao Mundial ou as asneiras do André Almeida e ver que o burro do seleccionador foi o maior responsável pela mais humilhante derrota em fases finais de grandes competições.

Os mais sensíveis, os patriotas e os patrioteiros, perdoem-me estes desabafos, mas não consigo ser de outra forma: por muito que tente, não sou capaz de apoiar uma equipa que tem no banco o Paulo Bento, no campo tipos como o João Pereira, o Rúben Amorim, o Coentrão, o André Almeida, o Patrício ou o Ronaldo e na estrutura directiva gajos como o Humberto Coelho, o João V. Pinto ou o Hermínio Loureiro.

Ainda assim, esta é a única altura do ano em que me delicio a ver futebol, de forma quase totalmente desapaixonada: vibro com os grandes jogos, com as jogadas geniais ou os golos de antologia ou com as defesas espectaculares. Desde, claro, que não haja pelo meio um jogador dos lagartos ou dos lampiões.

Por falar neles, confesso que até agora, em vários dos quase todos os jogos do Mundial que já tive a oportunidade de assistir, já encontrei um cachecol, uma camisola ou qualquer outro adereço do nosso clube nos estádios brasileiros, mas não vi nenhum que fosse daqueles camelos. Só pode ser “facciosismo visual”, mas sempre que vejo o nosso azul e branco no Brasil é inevitável sentir aquele orgulho nobre e leal.

19 junho, 2014

O SUPER PORTISTA.

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Hoje atrasei-me a escrever o post.
Questões do foro pessoal e profissional levaram-me a não conseguir enviar o texto para o boss atempadamente.

O problema é que quando ia começar a escrever tive uma péssima notícia: FALECEU o Dr. Sardoeira Pinto, nosso presidente da mesa da Assembleia Geral.
Perdi a vontade de trabalhar, perdi a vontade de escrever, deixou de me apetecer falar. Todo e qualquer assunto que iria abordar, perdeu sentido.

Felizmente tive a possibilidade de lhe transmitir em vida a enorme admiração e carinho que por ele nutria, sendo das poucas pessoas de quem aceitava receber lições de Portismo.

Não consigo ter muitas palavras para o descrever, pois não estou em grandes condições para tal. Apenas direi que este homem merecia e merece tudo aquilo que o FC Porto e os portistas em geral possam fazer por ele.

Um Super Portista, um Homem de H maiúsculo, um portista dos 7 costados, uma figura ímpar de dedicação e amor ao clube. Cada frase sua era um poema azul e branco, um sussurrar de amor fraterno ao Porto, ao FC Porto e a todo o Norte.

Prestes a comemorar 81 anos, deixa-nos aquele a quem uma vez disse que o achava o maior portista do Mundo.

Um abraço,