Quando o FCPorto venceu o tricampeonato, eu cheguei a afirmar que dentro de trinta ou quarenta anos ainda manteria a opinião de que aquele teria sido o campeonato mais saboroso da história do clube pela campanha suja que orquestraram contra nós. Como eu estava enganado.
Nessa época o FCPorto jogou na Luz em hóquei em patins e empatou 3-3, um resultado que até não nos beneficiou em nada. No final desse jogo fizeram uma espera ao autocarro do Porto e agrediram de forma selvagem os nossos atletas tendo um deles, Filipe Santos, sofrido um traumatismo craniano que o obrigou a duas operações. Se é certo que a reacção de muitos adeptos do Benfica e Sporting (mais dos primeiros) aos constantes êxitos do FCPorto, desde os finais dos anos 70, já não era muito pacífica, a verdade é que com Pinto da Costa a Presidente o nosso clube deixou, em definitivo, de ser o clube simpático do Norte do país que estava sempre pronto a prestar vassalagem a Lisboa.
Agora, o FCPorto passou a ser um clube competitivo com ambição e que disputa arduamente todos os títulos Nacionais, ganhando até a maioria deles (e por vezes até ganha títulos internacionais). O FCPorto passou a ser uma espinha cravada no centralismo exacerbado que ainda existe no nosso País. Mas, não duvidem que essa campanha da imprensa de 1996/97 acabou por acicatar ainda mais a animosidade ao FCPorto. O ódio, a inveja do nosso poderio, aumentou exponencialmente e, as equipas do FCPorto sofriam na pele as consequências, tal como aconteceu nesse episódio (acima relatado) do hóquei em patins com contornos muito graves, mas outros mais existiram sendo naturalmente abafados pela imprensa sulista. Eles sabem que influenciam as massas, sabem que tiveram responsabilidade, mas outros interesses se levantaram e o objectivo da campanha era o mesmo de hoje. Derrotar Pinto da Costa e o FCPorto.
Dez anos se passaram. O FCPorto está ainda mais forte e detém uma hegemonia clara no Desporto Nacional. A cegueira, a inveja, o ódio não permitem que sejam racionais. Também não se esforçam por o serem. Nem tão pouco imparciais. Voltou a perseguição, a campanha orquestrada pelos média, os escândalos do apito dourado com um só sentido. Tudo o que indiciar outro sentido que não o da Cidade Invicta, é abafado de forma vergonhosa mas, infelizmente, já habitual. Até o Ministério público se deixou levar na onda. Campanha diária, intoxicação social, livros, filmes, acusações ridículas, tudo contra nós... Ganhamos os 2 últimos campeonatos de futebol com arbitragens inacreditáveis, fomos prejudicados de forma sistemática, os próprios árbitros sofreram pressões diárias para apitarem sempre da mesma forma. Tudo e mais alguma coisa... Não conseguiram em campo derrotar aqueles heróis que vestem de azul e branco. Mas conseguiram associar o nosso clube e o nosso Presidente a actos de corrupção, conseguiram o principal objectivo que era «intoxicar» as massas, conseguiram que o nosso Presidente fosse julgado (e acusado) em termos públicos antes de o poder ser na justiça civil. Conseguiram acima de tudo, aumentar ainda mais o ódio ao nosso clube, com contornos cada vez mais perigosos.
As equipas do FCPorto enfrentam, actualmente, climas terrivelmente intimidatórios em vários estádios e pavilhões do Sul do País, e acredito mesmo que este fenómeno tem muito a ver com todas as falsidades que são escritas pelos média deste País. Os autocarros das equipas do FCPorto raramente regressam de Lisboa incólumes, até nos miúdos este fenómeno já se revela. Leiam e escandalizem-se, caros Portistas:
«Assisti ao FC Porto - Inter Milão em Infantis na Pontinha... e vi um dos espectáculos mais degradantes em toda a minha vida. Uma turba fanaticamente anti-portista apoiava entusiasticamente o jogo violento dos rapazes do Inter (insurgiram-se até contra a expulsão de um jogador do Inter após este ter pontapeado ostensivamente um jogador do FC Porto), vociferava caluniosamente contra o árbitro e insultava grosseiramente os jogadores do FC Porto. Numa destas situações, vi a menos de 4 metros de mim (após um disputa rija entre um jogador do Inter e outro do FC Porto) um tipo com mais de 40 anos, com uma camisola do SLB vestida a levantar-se e vermelho de raiva dirigiu-se ao jogador do FC Porto que se encontrava junto à linha lateral (ou seja nem a distância de um braço os separava) nestes termos: "Ó seu filho da p*ta, se voltas a fazer uma m*rda dessas arrebento-te com os cornos!". Nunca pensei ver semelhante coisa num jogo de futebol jovem... que ainda por cima só de maneira indirecta poderia interessar ao clube desse sujeito. É tal a inveja, o recalcamento, o ódio... No apito final... meio estádio em festa. Os Italianos ganharam. Ou melhor, o Porto perdeu.»
(relato de uma pessoa que esteve presente no torneio da Pontinha, disputado por miúdos de 10 e 11 anos, em Abr-07)
Isto é absolutamente lamentável. Se fossem adeptos do FCPorto a terem este comportamento deplorável imaginem o que já teria sido dito... Mas já sabemos que os maus exemplos só existem do Mondego para cima... Hoje desabafei convosco. Estou farto de tantas injustiças.
ps - Ainda na semana anterior, estava eu de férias, na Lourinhã, quando logo pela manhã de 5.ª feira chego ao quiosque e peço o jornal «o Jogo». Só tinha o «Record». Desculpe, mas esse não compro. Dê-me o «JN». E assim continuo a cumprir a promessa que fiz desde há 10 anos atrás, a de nunca mais comprar a «Bola» e o «Record». Um Portista que se preze não «alimenta» estes pasquins.
Saudações azuis e brancas,
Lucho.