Cresci a viver num clube de tremenda cultura de exigência interna, onde o fracasso e repetido azar rimam com incompetência, característica absolutamente impossível de conviver no clube.
Cresci com um clube atento aos ataques externos mas com olhos bem virados para dentro, por forma a irradicar qualquer foco de menor atenção, concentração ou profissionalismo.
Cresci assim não porque nasci ensinado, mas porque sou “filho” de um presidente que me educou assim, que me obrigou a perceber o que estava mal dentro de casa, para só depois disso justificar o insucesso com o que se passa lá fora.
No sábado passado, assisti a um conjunto de absolutas imbecilidades protagonizadas por um ovni que aterrou no futebol há meia dúzia de dias, que anda a fazer umas piruetas e uns mortais à retaguarda, mas que dentro de pouco tempo vai partir (quantos já não partiram após um "tesão de mijo" destes??) e nunca mais ninguém se vai lembrar dele.
Sobre essas imbecilidades que tiveram no dito ovni o seu principal protagonista, devidamente acompanhadas pelos Ribeiros Cristovão, Ruis Santos e Jorges Baptistas deste país, não farei qualquer comentário adicional, pois é tão disparatado, tão ridículo, tão descabido, tão sem cabimento, que alimentá-los é dar bolotas a porcos.
O que realmente me preocupa, e isso preocupa-me tremendamente, foram as imbecilidades que voltei a ver internamente.
Já nem vou bater no ceguinho falando do sistema que nunca mais se percebe (por muito mau que seja o duplo pivot, se o treinassem todos os dias desde Julho, já se deveriam ver outros frutos, não acham??), do discurso vazio do treinador, no futebol inócuo que praticamos, de erros individuais ridículos que repetimos (aquele primeiro golo do Marítimo deveria levar Maicon para o banco... Abdoulaye volta, estás perdoado!!), de nunca sermos proactivos na definição de um jogo, sendo antes reactivos após as coisas estarem a correr mal, etc, etc,etc!
Sobre isso... nem uma palavra!
Agora, há imbecilidades que não consigo de todo em todo perceber...
Momento decisivo do jogo! O árbitro assinala penalti aos 92 minutos!
Quintero vira-se para o banco a dizer que marca ele o penalti.
Quaresma diz que ele está maluco e que é ele que marca.
Jackson Martinez agarra na bola.
Já só lá faltava Danilo...
Tudo termina com Josué a marcar o penalti, e quando já estava a bola na marca, Quaresma foi lá falar com ele 2 ou 3 vezes.
RIDÍCULO!!!
Uma cena hilariante, que mostra que é um barco à deriva e sem comandante!
Quem manda? Ou não se sabe quem manda?
Estas coisas não estão definidas antes do jogo?
Isto não é o meu Porto...
Momento seguinte do jogo... Josué faz golo!
Os jogadores correm para o público a festejar a mais que provável passagem às meias finais.
O treinador está aflito a chamar a equipa para recuperar no terreno... parece que ainda falta um golo.
Antero avisa que o resultado já chega.
Aproxima-se o adjunto e ficam a decidir quem tem razão.
Paulo Fonseca volta atrás e manda os jogadores festejarem.
RIDÍCULO!!!
Então os jogadores sabiam que com aquele golo passavam e o treinador não sabia??
Então passaram uma informação diferente aos jogadores e treinador??
Mas não deveria ser o treinador a passar a informação??
Isto não é o meu Porto...
Momento seguinte... final da partida!
Os jogadores abraçam-se em cacho como se não houvesse amanhã.
A maioria dos adeptos festeja como se fossemos campeões.
PAROU TUDO: então isto não é a taça da cerveja?
Já somos tão pobrezinhos que festejamos uma meia final como uma grande vitória?
Estou habituado a ver isso em rivais lá mais para o sul... não aqui!
Meu amigos, é por tudo isto e muito mais que não quero aqui escrever, que fiquei muito e muito preocupado com o que vi no sábado.
Assim não vamos lá das canetas....
Não foi assim que cresci!
Não foi assim que me educaram!
Não é assim que reconheço o meu Porto!
Podem fazer o favor de recuperar o Porto competente, organizado, conhecedor, ambicioso, ganhador, com alma, com mística, com cultura de vitória?
Ou será que serve este Porto aburguesado, com tiques de novo riquismo bacoco, que depois de nada serve?
Um grande abraço.