FC PORTO-SC BRAGA, 3-0 (ap)
O FC Porto deu um passo e meio de gigante para carimbar a passagem à final da Taça de Portugal, que se realiza no Jamor, no dia 25 de Maio. Os Dragões bateram o Sp. Braga por números claros e quase carimbaram o passaporte para a Final de Oeiras.
Sérgio Conceição apostou no mesmo onze utilizado frente ao Tondela, excepto o Guarda-redes Casillas. A equipa mostrou que tem verdadeiras alternativas ao onze-base, muito embora o técnico portista não goste muito de apelidar as opções por esse termo. Mas o facto é que um banco com jogadores como Militão, Danilo, Marega e Soares é um banco de luxo, atendendo ao onze que entrou em Tondela e frente ao Braga e que deu um recital de futebol, vencendo os dois jogos.
O FC Porto não fez um jogo espectacular, mas teve uma atitude e uma postura em campo que não deu quaisquer hipóteses à equipa bracarense. O jogo começou bastante equilibrado com ambas as equipas a pressionarem-se e a jogar o jogo pelo jogo. O FC Porto com mais iniciativa atacante, o Sp. Braga com mais poder de controlo.
Nos minutos iniciais, o Braga foi a equipa que criou mais perigo no jogo com um remate de Wilson Eduardo que bateu nas malhas laterais, desviada por Alex Telles. O FC Porto só perto da meia hora é que respondeu com uma boa oportunidade. Pepe cabeceou à figura de Marafona. Antes, os campeões nacionais tinham ameaçado à baliza contrária, mas Pepe e Adrián viram os seus lances anulados por fora-de-jogo.
Aos 32 minutos, o FC Porto teve a oportunidade de inaugurar o marcador. Marafona saiu da baliza, socou a cabeça de Herrera em vez da bola e o árbitro do jogo assinalou de pronto a marca de grande penalidade. Depois de algum compasso de espera por supostos problemas técnicos de comunicação do árbitro, a grande penalidade foi convertida superiormente por Alex Telles e estava feito o 1-0.
Até ao intervalo, os Dragões estiveram mais perto do segundo golo do que o Sp. Braga do empate, mas não se vislumbraram situações dignas de registo. Ao intervalo, Sérgio Conceição mudou uma peça no onze. Fernando Andrade saiu, algo apagado, e entrou Soares.
O Sp. Braga regressou do intervalo disposto a mudar os acontecimentos. Aos 54 minutos, Dyego Sousa teve a oportunidade do jogo da sua equipa nos pés. Num centro para a área portista, o ponta-de-lança brasileiro dominou a bola e rematou fortíssimo para uma enormíssima defesa por instinto de Fabiano. Um momento de grande inspiração do Guarda-redes brasileiro do FC Porto.
Aos 61 minutos, Corona imitou o avançado do Sp. Braga. Óliver desmarcou Corona na área, o mexicano driblou um defesa contrário e depois rematou estrondosamente contra o Guarda-redes Marafona. Uma oportunidade de ouro desperdiçada pelo extremo portista.
Dois minutos volvidos, os campeões nacionais aumentaram a marcha do marcador. Otávio cruzou na direita para a área, Claudemir desviou a bola para Soares que, dominando o esférico com a coxa esquerda, só teve que empurrar com o pé direito para as malhas. Um lance de pura classe do avançado portista.
O Sp. Braga sentiu o golo e procurou reagir de imediato para minimizar os estragos. Aos 67 minutos, os bracarenses criaram grande perigo na conversão de um canto. A bola foi desviada na pequena área, mas depois não apareceu ninguém a desviar a bola para a baliza com sucesso.
Até ao fim do jogo realce para as substituições operadas nos dois conjuntos que não tiveram grandes efeitos práticos, excepto no derradeiro. Os Dragões acabaram por sentenciar praticamente a eliminatória no último lance de jogo. Óliver recuperou uma bola junto à linha lateral na zona do meio-campo, progrediu pela ala, foi agarrado, continuou a jogada, assistiu brilhantemente Brahimi na esquerda e o argelino fez o resto. O extremo portista puxou a bola para o pé direito e rematou, sem hipóteses, para Marafona. Que golaço!
Óliver, um senhor jogador que, de jogo para jogo, vai provando que é um dos indiscutíveis da equipa do FC Porto de Sérgio Conceição. Que classe, que brilhantismo!
O FC Porto está, desde já, com as portas do Jamor escancaradas. Só tem que ir a Braga, no mês de Abril, carimbar o acesso para a Final de Oeiras. Até lá outros compromissos esperam os azuis-e-brancos. A começar já no Sábado pelo jogo quase decisivo frente ao Benfica, no Estádio do Dragão. Uma vitória portista pode começar a definir muitas coisas na Liga NOS.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: "Fizemos um jogo bastante acima da média"
Eliminatória não está fechada
“É uma margem que nos deixa muito satisfeitos, mas ainda não está nada decidido. Já vi muita coisa no futebol. Temos que ter respeito por este Braga, uma equipa muito competitiva, com excelentes individualidades. O importante era ganhar e não sofrer golos. Este foi o terceiro jogo consecutivo sem sofrer golos e isto mostra a coesão defensiva da equipa, na qual todos os jogadores contam. Também soubemos perceber os pontos fortes daquilo que são os esquemas táticos, uma vez que o Braga se apresentou com uma equipa muito alta. Acho que fizemos um jogo bastante acima da média. Dou os parabéns aos meus jogadores. Este não foi um 11 alternativo, foi o melhor 11 para defrontar o Braga. Agora é preciso descansar. Os jogadores podem saborear a vitória durante uma hora ou duas e daqui a três, quando se estiverem a deitar, já devem estar a pensar no próximo jogo.”
Entender o adversário
“Percebendo como o Braga iria jogar, aquilo que eu queria era que tivéssemos a mesma inteligência e paciência em termos posicionais e a conseguir preencher os espaços, principalmente pelos médios e também dos nossos alas, daquilo que era a reação à perda de bola, algo que estivemos sempre preparados para combater desde o apito inicial.”
Espírito de equipa
“A situação do Brahimi e do Danilo foram problemas de entorse, enquanto o Marega foi um problema muscular. Arriscar por dez minutos, estando, na minha opinião, o jogo controlado, acho que não fazia sentido, era muito mais prudente desta forma. O Brahimi entrou muito bem, fez um bom golo, mas tal como Óliver disse na semana passada, os golos são a equipa que os fazem e não o jogador. Quando eu disse há umas semanas atrás, na final da Taça da Liga, que não foi o Óliver que fez o penalti, mas sim toda a equipa que o cometeu, é este o espírito de equipa que se sente aqui. Obviamente, há jogadores mais contentes do que outros, como é normal em todas as equipas, mas eu estou aqui para os motivar e, nesse sentido, tenho um grupo fantástico. Tenho de dar os parabéns aos jogadores porque, mais uma vez, demonstraram esse espírito.”
Concentrado no próximo encontro
“O jogo já acabou, agora o pensamento é já no próximo jogo. Quero chegar a casa tranquilo e, depois disso, se calhar ainda hoje à noite, vou tomar umas notas para amanhã. É o trabalho de um treinador.”
RESUMO DO JOGO