09 agosto, 2009

Sabores da Ria…Super Taça no menu do dia!!!

“Let the game’s begin…”, frase mítica, que de 4 em 4 anos, encerra a espera e despoleta o frisson envolto na ansiedade competitiva. À Silly Season, compete o abrir das hostilidades no que concerne ao futebol escriba. Loas tecidas com abundância, gabando reforços desconhecidos, louvores enjoativos e vencedores antecipados.
O futebol, feito de músculo, suor, sofrimento, dor, amargura e aflição, a técnico/táctica, prostituem-se em parangonas garrafais mostrando um desporto-rei coberto de euforia desmedida.

Preâmbulos aparte, Aveiro é palco da Supertaça, primeiro troféu oficial da temporada, cujo emblema Azul e branco é useiro na disputa e conquista, apenas beliscado no seu magnificente culto de vitórias, nas duas pretéritas temporadas.

Se o final de época transacto trouxe a ribalta uma equipa dita pequena e um debutante treinador, Paços e Paulo Sérgio convergem num misto de méritos e trabalho audaz, insertos num imaginarium de suprema estratégia, capaz antes de qualquer outra pretensão, diluir os focos de indisciplina e capitalizar a vertente anormal de desgaste provocado pela UEFA, ainda que ambiência seja manifestamente antagónica quando comparada com o Jamor.
O Paços 2009/2010 é por força do mercado diferente, à cabeça perdeu a pedra fulcral das suas dinâmicas, Rui Miguel. É certo reforçou-se sendo o nome mais sonante Zé Manuel, Ex-Cluj e produto da formação Azul e branca.
Não sendo conhecedor na essência do que valem os Castores nesta fase embrionária da época, posso contudo alvitrar que as competências do colectivo pacense se mantêm incólumes. Nomes como Cássio, Ozéia, Filipe Anunciação, Kelly, Jorginho, Ricardo, Pedrinha, Cristiano, Paulo Sousa e William, garantem a espinha dorsal do plantel e adstrito a esse veio comum da máquina da Capital do Móvel, a permanência das virtudes ofensivas e defensivas ainda que numa fase gestacional como provou o chumbo Europeu, mesmo que o adversário fosse a meu ver da 3ª divisão do futebol.

Se o objectivo comum aos 2 emblemas em compita é por demais conhecido, falta desnudar o caminho até ao mesmo pelos Dragões. A pré-temporada deixa perceber um esboço quase próximo do que se espera para o projecto Penta. A intensidade e dimensão do macro ciclo pré competitivo do Dragão conferiram uma diferenciação com um passado recente.

Jesualdo sabe que ao virar de cada esquina e erro de cálculo vê esfumar-se o crédito granjeado no caminho para o Tetra e na dimensão internacional entretanto atingida pelo futebol azul e branco.
Habituado às engenharias financeiras da SAD, que o obrigam a reconstruções, o professor tem como apanágio o manter das bases tácticas, sem hipotecar o futuro, não perdendo mais que um jogador por sector, alia o rigor e trabalho numa construção pura de novos formatos para o seu 4*3*3 de elasticidade táctica e flexibilidade de princípios.
Não carece contudo de começar do zero, como mostra parte do processo ofensivo, onde as duas alas bem abertas, (Varela e Mariano), quando em posse de bola, refutam qualquer clivagem com princípios atacantes anteriores.

Por entre dogmas sobre a importância da táctica e a realidade táctica de novas ideias, os que chegam confrontam-se com a dualidade de meter o seu jogo na equipa e a necessidade de corporatizarem o seu talento ao jogo de equipa. A máquina mantém a funcionalidade, sendo que dos três sectores é o meio campo que apresenta maior sensibilidade aos novos corpos estranhos.

Sem Lucho, Meireles reforça o estatuto de dono da zona nevrálgica de acções, Bellushi a cara nova tenta uma aculturação que lhe permita ligar o ataque ao sector recuado de forma mecanizada. O reforço das Pampas inventa com sentido táctico, provido em determinados momentos de jogo de uma objectividade que o 4*3*3 de Jesualdo pretende, como visão redutora o desenho táctico não consubstancia uma posição natural para o novo dono da camisola 7, sendo que para melhor explorar a sua vertente vagabunda o professor obrigar-se-ia a inverter o triangulo, funcionando Meireles e Fernando como duplos pivôs.
Valeri, outro Argentino habituado aos tangos da zona intermediaria, é talvez aquele que se parece mais com Lucho, capaz de invadir zonas intermédias e despertar na sua elegância de trato de bola diagonais e desmarcações de ruptura, conferindo amplitude de movimentos mesmo quando integrado na faixa esquerda como vértice de um triangulo mais ao gosto de Jesualdo.
Qualquer um dos referidos será capaz de fazer o que quer com a bola, faltando saber se a sua propensão técnico/táctica lhes confere a capacidade serem o compasso de ritmos no miolo, fazendo o que querem do jogo!?!?

Imperturbáveis ou talvez não, reina no último reduto, alguns pontos de interrogação…a constante rotatividade na baliza não desfez o enigma ainda que Helton se afirme com figura inicial na troca do violão pelas luvas, ficando Nuno na calha e na sombra de um qualquer deslize.
Os jornais fomentam a capacidade mental de Bruno Alves continuar a comandar com carácter, a coriácea defesa portista, personificando na sua pujança física a cultura de “central a Porto”. Coabitam no sector Rolando e Fucile, cabendo a Álvaro Pereira a missão de fazer esquecer o “Joker” dos equilíbrios tácticos na equipa de Jesualdo, Cissokho, propiciando sentido táctico no sair a jogar pela ala, dobrando na defesa, próximo de um nível exibicional capaz e seguro, mesmo que acometido por um ou outro abalo inicial, fruto da recém integração no modelo de jogo.

Jogos há em que o meio campo nem ponte é para se chegar a baliza adversária, neste Fc Porto, a “esfinge” de sobriedade Fernando é peça fulcral, mesclando antecipação e corte com a gestão da posse, formando com Meireles os pilares colectivos, protótipos incansáveis de heróis discretos, formiguinhas de inveterado labor que abrem as portas do Olimpo aos craques, Hulk, Farias e Falcao.
Estes 3 substantivos próprios sustentam as nossas preces por golos, do posicionamento de um depende o outro. Hulk já pisou terrenos afectos a posição nove, aparece mais disciplinado perdendo capacidade de explosão, verticalizando mais o jogo, garantido expressão no último passe, a jogar como “wing”, todos lhe conhecemos a capacidade desequilibradora.
Falcao sem certificado adia a estreia oficial, não sendo um exímio artificie na capacidade de ser rápido, congemina arte do remate com a movimentação em espaços curtos, sendo um bom apoio nas tabelas de entrada de área, sem grande poder físico, mas munido de inteligíveis movimentações sem bola, carece da natural periodização de adaptação ao futebol Europeu, sobretudo no que respeita ao rigor e dureza da marcação.
Farias, colhe assim boas possibilidades de deixar a sua marca e ganhar a linha da frente, isto claro está se quiser lutar por um lugar no Onze, as suas características já as sabemos, predador nato das defensivas contrárias, tem tudo para afirmar os seus dotes de goleador.

Em suma o Dragão sabe que agora o risco é máximo, é tempo de correlacionar as experiencias com a exigência de ganhar, sem margem para errar as interrogações na forma não consubstanciam o carácter emancipado do conteúdo, como tal na cidade da Ria, o timoneiro Azul e branco sabe que tem pela frente um adversário obstinado, consolidados na parte anímica ainda que com algum défice no capítulo físico, mas que o simples facto de nunca virarem a cara a luta, transforma como sempre uma final em tripla de totobola.
Os adeptos Dragões prometem engalanar os canais da Veneza Portuguesa, ávidos de novas conquistas, só a vitória sacia o desejo da mole adepta Azul, perspectiva-se um significativo alterar das cores no Estádio de Aveiro, as descoloridas cadeiras fustigadas pelo Sol em face da ausência de espectadores, darão lugar aos trajes Azuis, com que os apaniguados adeptos vestirão as bancadas, por entre um clima de festa e exaltação de fervoroso clubismo.

(Equipa BiBÓ PoRtO: Helton, Fucile, B.Alves, Rolando, A.Pereira, Fernando, Meireles, Bellushi, Varela, Hulk, Mariano)

12 comentários:

  1. Venha lá o primeiro passo "mais a sério" desta época!

    Força Porto!

    Abraço =)

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  2. Antes de mais, parabéns amigo BRUNO, pela grande antevisão com que aqui nos brindas, muito bem escrito, de facto!

    Infelizmente, e contra aquilo que tinha pensado, não vou puder marcar presença no Estádio Municipal de Aveiro para assitir a esta Supertaça. Há situações extremas, e apareceu-me uma que me impossibilita de todo de lá puder estar, a "puxar" pelo NOSSO Clube! Era também uma boa oportunidade de me encontrar com o pessoal, mas fica para uma próxima, mais oportunidades não vão faltar, isto ainda agora está a começar!
    Desde já uma boa viagem aos felizardos que lá vão, apoiem a equipa e tragam o 16ºcaneco, que o resto é conversa!!

    Pois bem, depois da introdução, cá vai..
    Espero uma vitória claramente, acima do resto. Não temos de contar com um domínio esmagador durante os 90min, pois ainda é o primeiro jogo oficial, convém não esquecer. No somatório das entradas e das saídas, penso que não ficámos a perder em termos individuais, pelo menos, agora temos de dar um certo tempo para que a equipa fique coesa, forte, aguerrida, e ultrapasse mais estas importantes perdas, como aliás nos tem habituado ao longo destes últimos anos!
    A equipa que alinhará, será quase de certeza a que é aqui apresentada. E não está nada mal, a defesa com um novo jogador, com facilidade em se integrar. O meio-campo com outro, que também já deu provas de grande qualidade técnica e táctica, aparece muito na zona de finalização, bora lá marcar mais um golo nesse estádio! À frente, Varela, uma revelação esta pré-temporada, ocupará, por certo, bem o lugar do cebola.

    Os dados estão lançados, vamos esperar até mais logo para vermos os nossos jogadores com a (Super)TAÇA na mão!!

    FORÇA PORTO!!! CONQUISTA-A POR NÓS!!

    TETRAbraço

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  3. Dois anos sem ganhar a Supertaça é uma eternidade para nós e tem que se acabar com isso.

    Não estamos numa forma exuberante, que seria prematura nesta altura e ainda temos alguns problemas - lesão de Rodríguez, falta de certificado de Falcao... -, mas já estamos em condições de justificar o nosso favoritismo e ganhar.

    Na impossibilidade de ir a Aveiro, fico a ver na Tv e espero festejar a primeira conquista da época.

    Um abraço

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  4. Já estou a sair de casa, rumo a Aveiro.

    Tenciono trazer o caneco.

    Força Porto!

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  5. Mais uma análise com a chancela de conhecedor do "metier" por parte do Special One aqui do tasco:)

    Descontando a ausência de Falcao, algo incompreensível face ao tempo que o jogador já leva de Dragão ao peito (culpa de quem, a inexistência do certificado para o jogador actuar?), será um Porto na máxima força, com a obrigação de vencer um adversário claramente inferior.

    Lá estarei também, mais logo, para assistir ao início de mais uma temporada, que se antevê repleta de escolhos.

    Vamos lá vencer!

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  6. Off-topic:

    Para quem acompanha o futebol internacional (é o meu caso) e tem curiosidade em acompanhar a carreira dos ex-portistas, aqui fica o link para o jogo de ontem do Lyon.
    http://www.lequipe.fr/Football/fm/FootballFicheMatch26016_166083.html

    Lisandro, como se vê, o mais pontuado dos jogadores forasteiros. Nada de espantar, face à qualidade técnica e capacidade de trabalho do argentino. Força Licha!

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  7. Paulo,

    O curioso é que Licha apontou o seu golo através da cobrança de livre directo. Não me lembro de no FCPORTO ter cobrado um livre.
    Apesar de o guarda-redes ter algumas culpas no cartório, porque a bola foi para o seu lado, não deixa de ser um bom golo.

    Já agora, para aqueles (jornaleiros) que diziam que aquele festejo do Licha, em que ele com o indicador apontava para a cabeça, era uma indirecta para os responsaveis do FCPORTO ... ele continua a festejar da mesma forma.

    Abraço

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  8. Comentários só depois do jogo.
    Biboporto.

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  9. É verdade Vila Pouca, isto de estar dois aninhos sem ganhar (mesmo lá tendo estado) deixa-nos logo desejosos de conquistá-la novamente. É assim o nossos clube, e ainda bem, é isto também que nos faz diferentes. Fazer do Porto sempre o primeiro!!

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    Quanto ao Lisandro, também já vi o golo, e também estrenhei o facto de ter sido de livre directo. E bom reparo o teu, Ricardo de Sousa, pois o seu festejo continua igualzinho, para aqueles que lhe colocavam outros singificado. O Marselha ganhou fora, mas El Comandante ainda não jogou, ficou na bancada.

    Outra notinha, o nosso basquetebolista João Figueiredo apanhou a Gripe A ao serviço da selacção, pois partilhava o quarto com o lampião que já tinha apanhado.

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    Vamos lá PORTO!!

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  10. Estou em pulgas!
    Bruno, mas que grande antevisão carago!
    Vamos mas é trazer o caneco, que este já daqueles de prestígio, nada de pré-épocas e afins.
    Estou ávido de futebol, vou preparar o sofá!

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  11. Viva !

    Eis-me de regresso de ferias. Pequena pausa por casa, antes de galgar a estrada mais 4 ou 5 dias esta semana.

    Parabens, antes de mais, a todos os novos colaboradores.

    Bela crónica Bruno Rocha !

    Vi o Lyon Le Mans no hotel. Acho que o Le Mans com pequenos meios ou possibilidades fez um grande jogo e só não ganhou por azar.

    A vedeta da jornada foi o treinador do Le Mans.

    Paulo Pereira : Na estrada não conheci arranjar o L'Equipe edição papel.

    Lisandro marcou um golo algo sortudo mas tambem soube bem aproveitar o mau posicionamento da barreira. Merito seu, pois. É também verdade que dá assistência para o primeiro golo.

    Cisso esteve bem.

    E Viva o Porto !

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  12. vermelhinho10 agosto, 2009

    Tenho uma coisa para dizer...este ano o porto nao vai estar com as memas facilidades do que o ano passado. o benfica está com um grande plantel e por nao dichar de dizer que o porto perdeu grande parte do plantel....a equipa mais facil do campeonato este ano e a do sporting...um abraço!

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